História Innocence Is Not An Excuse - A Desconfiança

- Por que você e a Cameron terminaram? -Perguntei.

Ele me olhou meio pensativo como se não soubesse o que me dizer, como se quisesse me contar algo, mas não tivesse coragem, o que me deixou meio chateada, pois eu achei que ele confiasse em mim do mesmo jeito que eu confiava nele.

- Ah, é que ela estava me pressionando para ter relações com ela e por mais que eu quisesse, eu não conseguia. -Falou por fim. 

- Oh, meu irmão. -O abracei. -Está tudo bem, viu? E quer saber? Acho que você fez a coisa certa, pois se ela não te entendia com certeza ela não é garota para você.

- Obrigado. -Me sorriu. -Ah, eu vou sair amanhã à noite, tá bom?

- Vai aonde? Você não gosta muito de sair, ainda mais à noite.

- Ah, uns amigos me chamaram pra ir à uma festa de um amigo deles, querem que eu vá. Prometo que me comporto.

- Tá bom. -Lhe dei um beijo no rosto, lhe arrancando um sorriso. -Mas se comporta mesmo. 

Henry sempre detestou festas, as vezes quando Meg ia, eu pedia para que ele fosse com ela, mas era sempre uma briga para eu conseguir um ´´sim´´, e agora ele queria ir por livre e espontânea vontade? Vai entender… 

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- Quanto você tirou na prova de Inglês? -Me perguntou Andryws. -Era hoje, né?

- Era sim. Tirei A, errei só duas questões. 

Eu não sei como funcionam as questões das notas nas escolas de vocês, mas na que eu estava estudando era assim: NA significa Não Atingiu, que é quando o aluno vai muito mal e acerta menos da metade, AP é Atingiu Parcialmente, o nosso famoso mais ou menos e A significa Atingiu, quando o aluno vai muito bem e acerta tudo ou quase tudo, geralmente eu sempre tirava AP ou A, acho que só havia tirado NA uma vez em uma prova de Física, mas foi por falta de atenção mesmo, pois eu fazia o possível para ir bem nas provas, pois eu já havia perdido diversos anos escolares da minha vida, então queria recuperar o tempo perdido para acabar logo o ensino fundamental, até porque depois ainda teria o ensino médio e a faculdade. 

- Viu, eu falei que você ia mandar bem. -Sorriu e eu fiz o mesmo. -Hã… Que demora da Steph, né?

- Aham.

Nisso, Stephanie voltou do banheiro e nós três saímos da escola e fomos em direção de nossas casas. 

Steph já estava um pouco melhor, embora ainda estivesse bastante assustada com o ocorrido com Joshua, ela andavam bem nervosa e amedrontada, mas eu acho que o acompanhamento psicológico que ela estava fazendo lhe ajudaria. Inclusive, eu também passei por uma psicóloga durante os anos em que estive presa, e isso me ajudou bastante, pois se não fosse pela psicóloga talvez hoje eu estivesse pior. Não tinha superado e nem esquecido tudo o que me aconteceu, mas aos poucos eu estava aprendendo a viver com as cicatrizes do meu passado.

Steph era a que morava mais perto da escola, sempre a deixávamos em sua casa e após isso Andryws me levava para a minha, eu gostava da companhia dele porque daí eu não ia sozinha.

- Obrigada por me trazer. -Falei.

- Mia, todos os dias eu te trago, todos os dias você me agradece e todos os dias eu te digo que você não precisa me agradecer.

Ele deu um sorriso amigável e eu sorri timidamente. Andryws era um excelente amigo, não tinha do que reclamar dele. Ficamos nos olhando por alguns segundos, em completo silêncio, até que lhe perguntei:

- Hã… Quer entrar?

- Não, obrigado. Eu preciso ir. Fica pra próxima.

Lhe dei um beijo no rosto como despedida e ele foi embora. 

Assim que entrei em casa eu tive uma enorme surpresa. Vi o meu irmão todo arrumado e perfumado, sendo que ele não era disso, Henry nunca foi relaxado com sua aparência, mas também não era tão vaidoso.

- Uau! Que gato! -Falei ao lhe arrancar um sorriso.

- Você acha? -Me deu um sorriso tímido.

- Não acho, tenho certeza. -O abracei e ele me deu outro sorriso meio encabulado.

- Eu também falei que ele está lindo. -Disse Megan.

- Sabe que até eu fiquei com vontade de ir à essa festa. -Larguei minha mochila no sofá e sentei no mesmo.

- Hã… Acho que você não ia curtir. -Henry falou rapidamente. -Provavelmente só vai tocar funk, e você detesta esse tipo de música, você não ia gostar.

- Não mesmo. Acho que mudei de ideia, não quero mais ir. -Peguei minha mochila e fui em direção do meu quarto.

Me joguei em minha cama e peguei meu celular ao senti-lo vibrar. Era Noah me mandando mensagem.

´´Oi. Quando vamos nos ver de novo? Estou com saudade.´´

Dei um leve sorriso ao ler sua mensagem, e logo respondi:

´´Também estou com saudade. Quando sua mãe volta de viagem?

´´Acho que só semana que vem. Temos tempo. Pilha em vir aqui em casa?´´

Pensei por um instante e eu adoraria, mas Henry iria à uma festa e eu não queria deixar minha irmã sozinha, embora ela não fosse mais criança.

´´Eu adoraria, mas o Henry vai sair e não quero deixar a Meg sozinha. Desculpa. ´´

´´Hum… Entendi… Então, será que eu posso ficar na sua casa?´´

Pensei por um momento na proposta dele e dei um leve sorriso, seria uma excelente ideia, não sei como não tinha pensado nisso antes.

´´Claro, seria ótimo.´´ -Eu respondi.

´´Então abre a porta.´´

- Quê? -Pensei. -Não acredito.

Corri até a porta de entrada e abri a porta as pressas, e lá estava ele, parado em minha frente com as mãos no bolso da calça e cabisbaixo, com um leve sorriso. Sorri ao vê-lo e lhe abracei fortemente. Ele me retribuiu o abraço.

- O que você faz aqui? 

- Queria te ver. -Me deu um selinho, me deixando meio sem jeito.

- E o Harry?

- Tá na casa de um coleguinha, vai dormir lá hoje. E eu? Será que eu posso dormir aqui essa noite?

Sorri ao escutá-lo perguntar isso, pois a resposta era mais que óbvia.