História Internato de Assassinos - Para o Sanatório, Violet

              Violet POV"s ON
        Meu alarme toca algumas vezes antes que eu levante da cama, e eu só levanto porque minha mãe começa a gritar da cozinha:
      - Eu não tenho o dia inteiro Violet! Levanta esse traseiro da cama!
        Levanto bufando e me arrasto até o banheiro, faço a higiene matinal, coloco uma roupa qualquer e o meu chapéu pra esconder o cabelo em pé. Vou para a cozinha e tomo Sucrilhos com leite enquanto minha mãe da comida para a minha irmã Sofia e minha madrasta da papinha pro meu meio-irmão Lucas. A minha mãe nunca mais saiu de casa depois que a amante do meu pai veio morar com ele, minha mãe desistiu da vida, nunca mais ligou para o familiares, e agora só trabalha em casa. Fico triste por ela e por mim, tenho saudades dos passeios “normais” em família.
             Pego minha mochila, me despeço de minha mãe ja dentro do carro e vou a pé para a escola.                

Chego em cima da hora como sempre, e todos ja estão sentados na sala. Tem duas cadeiras sobrando e sento na da ultima fileira do lado de uma menina que está se maquiando.

Quando a aula começa e ela nota minha presença, faz cara de nojo e muda de lugar me deixando sozinha. Já me acostumei com isso, eu só tenho uma amiga e ela é de outra sala. Somos mais companheiras do que parceiras, ficamos juntas porque ninguém mais quer ficar com a gente.

 O professor começa a explicar alguma coisa sobre fungos e eu coloco meus fones de ouvido e logo entro em devaneio com a voz de Bon Jovi. Ja desistiram de chamar minha atenção, então eu sou o famoso “caso perdido”, tem um em todas as classes.

E quando o sinal toca, é com eles que vou me encontrar. Saio da sala e ando sem muita pressa pelo pátio da escola ate o canto dos fumantes.  Eu não fumo maconha, não sempre, só cigarro mesmo. Acendo um e ofereço á minha “amiga” Nathalia, ela aceita.
- E então Violet?- pergunta Nat meio tossindo- Quando você pretende sair da seca?
- Eu ajudo você se quiser- Thomas responde rindo
- Hahá! Como vocês são engraçados, mas eu não sou lésbica Thomas, eu e você não dá.

Damos risada e conversamos sobre os shows do próximo fim de semana, Thomas tem uma comb e ele enfia umas 15 pessoas lá dentro e vamos todos juntos em shows, acampar ou só dar uma volta e sair entre amigos, é bem legal e nenhum de nós precisa pedir permissão porque tirando a Nat, ninguém mais aqui tem uma família preocupada.
 

Nós combinamos de cabular as ultimas aulas para ir no parque. Chegando lá, sentamos em circulo em baixo de uma arvore, e deixamos Metallica tocar num som bem alto. Não tem ninguém no parque nesse horário, então podemos fazer o que quiser. 

Ficamos no parque até á noite, e depois Thomas deixa todo mundo no metrô e cada um vai pro seu lado. 

Chego em casa, minha mãe e minha madrasta então com um vestido lindo e estão toda  arrumada. Minha irmã Sofia vem saltitando até mim e me abraça, ela é a única que gosta de mim nessa casa.
-Vi, olha só minha sainha!- ela começa a dar voltinhas para mostrar sua saia de babados e sua tiara a acaba caindo
- Você está linda!- arrumo a tiara e aperto seu nariz de leve- E para aonde a senhorita vai?
-Cinema! Vamos assistir Alice-Através do Espelho!

Sorrio e a levo até a minha mãe. Ainda bem que minha mãe não contou para ela a verdadeira história do Alice como fez comigo anos atrás...

Segundo ela, a Alice foi inspirada em uma menina chamada Alyssa que era esquizofrênica e super amiga de Lewis Carrol, então ele escreveu seus devaneios em formato de história e publicou, e depois em uma crise de raiva Alyssa matou ele e desapareceu. Deve ser verdade, eu lembro de ter encontrado Carrol na padaria há uns 10 anos.

Depois que minha familia vai embora, coloco Kurt Cobain para tocar no radio do meu quarto e pego minha lâmina no banheiro, faço alguns corte no pulso e antebraço, enquanto lágrimas escorrem por meus olhos. 
- A vida é muito curta para tanto sofrimento minha querida Violet.- o radio desliga e sentada do meu lado na cama está minha mãe de consideração, ou como eu gosto de chama-la:
- Tia Montgomery... Que surpresa.
- Violet- ela tira a lâmina da minha mão enquanto limpa algumas lágrimas dos meus olhos- Para que esse sofrimento? Acabe com isso de uma vez. Não aguento você chorando assim. É hora de uma atitude, fuja daqui ou fique aqui para sempre. Você conhece o segredo da Murder House.
-Conheço- digo chorando- Eu vou fazer isso hoje Tia Montgomery!
- Seja esperta ok?- ela me abraça e depois some de novo.

Enxugo minhas lágrimas e subo as escadas até o quarto da minha mãe. Abro a gaveta dela e encontro seus remédios, ela toma isso desde que pegou meu pai com a amante. Vou até meu quarto e sento na cama, enfio todas pílulas na boca e penso na ironia “os mesmo remédios que mantém minha mãe viva, vão me matar” e então apago.
    
                     ~//~

Abro os olhos e estou no carro com minha família, há curativos espalhados pelo meu braço.
- O que?- resmungo e olho ao meu redor para ter certeza do que estou vendo
- Ingrata!- minha mãe e minha madrasta  dão tapas na minha cara enquanto me xingam
- Ai!- reclamo
- Você vai ver só Violet! Você vai pagar por ter usado todas as minhas pilulas pra chamar atenção! Nem se matar você consegue sua idiota!
- Aonde estamos indo?- pergunto para o meu pai
- Sanatório- meu pai responde seco e nem olha em meus olhos, meu corpo gela.
- O que?