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História Into You (Taekook) - Vinte e três


Escrita por: brubbly

Notas do Autor


ღ Oi amores, como vocês estão?
ღ Primeiramente gostaria de dizer que esse capítulo foi escrito pensando na manipulação, em um relacionamento abusivo, o abusador exerce poder sobre a vítima através da manipulação na maioria das vezes. É o que o Sehun está fazendo com o Jeongguk, e como ele está vulnerável, fica mais fácil essa manipulação.
ღ Quero lembrar a todos que essa fase vai passar, é temporário e necessário pra eles reconstruirem esse amor mais forte e verdadeiro.
ღ Deixo aqui a minha gratidão a todos pelos comentários, favoritos e o carinho que vocês me dão no grupo, amo todos.
ღ Até o próximo capítulo eu crio as playlists do Jeongguk e do Tae.
ღ Boa leitura.

Capítulo 23 - Vinte e três


Fanfic / Fanfiction Into You (Taekook) - Vinte e três

Point of view Jeon Jeongguk

Tentei me preparar para o momento seguinte, mas nunca imaginei que o meu coração pudesse ser mais dilacerado do que já havia sido. Sehun estava do lado de fora da minha casa, o corpo agora magricela encostado em seu carro caro, uma expressão esquisita no rosto, quase que diabólica. 

— O que você quer de mim dessa vez? Sabe o que me custou estar aqui?

— Foi só falar do pobretão que você veio rapidinho. — ele usava o costumeiro tom de deboche, eu apenas suspirei, não tinha forças para rebate-lo. 

— Fala logo o que quer comigo.

— Não se pergunta porque eu te enviei a foto? 

— Sinceramente, não tô nem aí pro motivo, você conseguiu o que queria, destruiu meu relacionamento. Me diz, por que você me odeia tanto, hm? 

— É o contrário, Jeon, eu amo você. É aquele rapaz que eu odeio, meu ódio cresceu ainda mais depois do que ele fez. Não imagina o que pode ter acontecido depois que te enviei a foto? 

— Não me importo. 

— Será que não? O Kim fodeu aquela garota enquanto você estava em casa igual um idiota esperando por ele. Isso é pra você aprender que não existe homem perfeito, Jeongguk, todos vão te trair, porque é o extinto do homem. Cadê ele agora? 

— Eu não sei. — disse baixo me sentindo sem forças, a cada palavra proferida por ele, meu coração se quebrava mais um pouco

— Kim Taehyung não está aqui, sabe por que? Ele não se importa. Esse é o carma que você carrega por ser gostoso. Os caras querem te usar e só, não passa disso, ou achou que vocês dois viveriam felizes para sempre? — ele gargalhou, meu sangue ferveu, eu me esforçava ao máximo para controlar as lágrimas, não sabia porquê ainda estava parado ali escutando aquele absurdo, não conseguia me mover, ao mesmo tempo que doía, algo dentro de mim queria ouvir mais, porque eu tinha uma certa afinidade com a dor, era mais fácil voltar para ela, era uma velha amiga minha — Já faz quase um mês e ele não te procurou, tem certeza que quer isso? Eu posso ter errado muito, mas eu te amo, você sabe disso, nunca deixei de te procurar. 

Meu peito subia e descia depressa, a respiração descompassada, as lágrimas se formando em meus olhos, doía pensar que eu fui apenas um passatempo para o Taehyung, que todos os momentos que passamos juntos não significaram nada para ele. 

Minha intuição gritava, me mandava desconfiar, me afastar do Sehun e procurar o Taehyung mais uma vez, mas eu estava cansado de me frustrar, cansado de ir atrás e não ser correspondido, o que de tão grave eu fiz? Posso tê-lo magoado, mas acho que não era pra tanto. 

— Estou cansado, apenas isso. — as lágrimas escorreram pelo meu rosto, não fui capaz de segurar por mais tempo, Sehun me envolveu com seus braços, eu estava carente e permiti o contato.

— Eu estou aqui e sempre vou estar, Jeongguk, você só precisa me dar mais uma chance, só isso que eu peço. — ele falava bem perto do meu ouvido, minha mente era um turbilhão de pensamentos, eu só queria chorar por saber que mais uma vez me iludi, mais uma vez depositei expectativas sobre outra pessoa e me frustrei. 

Acho que o Sehun estava certo, eu era gostoso, bonito e só, os caras só queriam me usar mesmo e não deve ter sido diferente com Taehyung, mas ele não tinha coragem o bastante para dizer. 

Por outro lado, minha mente me pedia para acreditar que tudo que saía da boca do rapaz ao meu lado não passava de mentiras, eu vi a evolução do Taehyung, vi ele abrir mão de coisas e passar por cima do próprio orgulho para estar comigo, ele não seria capaz de mentir, seria? 

No momento do desespero, movido pela raiva, eu tomei a minha decisão. Era mais fácil confiar no Sehun porque eu o conhecia, talvez ele mudasse mesmo e me ajudasse a esquecer aquela dor, talvez ocupasse o lugar do Kim na minha vida. 

— Ok. 

— O que disse? — limpou as minhas lágrimas. 

— Estou te dando uma nova chance, Sehun, mas saiba que é a última. 

— Eu juro que vou tentar ser melhor pra você. — sua boca veio de encontro à minha, mesmo que eu ainda estivesse chorando. Uma de suas mãos repousou sobre a minha bunda, eu me senti desconfortável, não estava no clima para contato sexual agora, mas ele não parecia entender os meus sinais. Taehyung os entendia perfeitamente, percebendo essa diferença, as lágrimas escorreram com mais força pelo meu rosto. 

— Sehun, acho que agora não é o momento. 

— Claro, me desculpe. Vamos para o meu apartamento, podemos ver um filme, eu peço aquela pizza que você gosta e vai ficar tudo bem. 

— Não sei se é uma boa ideia, não estou bem.

— Vamos, vai ser bom, não vou te deixar sozinho. 

Sehun me convenceu a ir com ele, deixei uma mensagem no chat do meu pai avisando que dormiria fora, ele me perguntou se era com o Tae, eu menti dizendo que sim. 

O momento seguinte foi muito difícil para mim, encarei o par de olhos castanhos a alguns metros de nós, ele me olhou com incredulidade, encarou meus dedos entrelaçados aos do Sehun e balançou a cabeça negativamente. 

Eu queria poder dizer algo para ele, mas fiquei estagnado no mesmo lugar com o coração à mil e a ansiedade tomando conta do meu corpo. 

Minhas mãos suavam, minhas pernas tremeram e o ar se tornou escasso para os meus pulmões. O zumbido no meu ouvido me fazia pensar que desmaiaria se somado às vistas turvas. 

Taehyung desviou o olhar do meu e saiu dali sem olhar para trás, a decepção veio mais uma vez me fazer companhia, uma pequena parte de mim esperava que ele viesse falar comigo. 

E a outra parte me mandava parar de ser idiota, se fosse para me procurar, ele teria feito há um mês atrás, Sehun tinha razão, Kim Taehyung foi apenas mais um cara que passou pela minha vida no intuito de transar, não passou disso, e se dependesse de mim, nunca mais voltaria para ele. 

Naquela noite, depois de bebermos meia garrafa de vinho, eu e Sehun transamos em sua cama espaçosa, mas estava diferente, eu não sentia as mesmas coisas que sempre senti antes, no meio do ato, eu desanimei, mas ele continuou investindo contra mim com toda a força. 

Quando chegou ao ápice, ele se retirou de dentro de mim e saiu do quarto. Eu fiquei ali com o rosto colado ao colchão, deixando que minhas lágrimas encharcassem o tecido fino de cetim e me perguntando que porra eu estava fazendo da minha vida. Ao transar com Sehun, eu não senti nada além de nojo e raiva de mim mesmo. 

Abri o chat do Taehyung no meu celular e vi que a data da sua última visualização não apareceu, tentei clicar na foto de perfil, mas ela sumiu, o que significava que ele havia me bloqueado. 

Fiquei nervoso ao pensar que talvez ele tivesse ido me procurar para conversar, talvez se eu não estivesse com Sehun, poderíamos conversar, eu precisava saber o que ele estava sentindo em relação ao que aconteceu, em relação a mim. 

No dia seguinte Sehun me deixou na porta de casa, a primeira coisa que notei foi o carro do Taehyung estacionado perto do meio-fio. Entrei em casa sem fazer cerimônia, me tranquei no quarto e tomei um banho quente na tentativa de me desfazer daquela sensação de culpa. 

Minutos depois, já vestido e embaixo das cobertas, observei meu pai adentrar o quarto com Kim Taehyung em seu encalço, o que me fez sobressaltar e sentar na cama. O olhar do meu pai era de preocupação, mas o do garoto ao seu lado era indecifrável, nunca vi aquele olhar sendo direcionado a mim antes. 

— Vim pessoalmente comunicar que a partir de hoje, Kim Taehyung não é mais o seu segurança pessoal. — A voz rouca do meu pai soou pelo quarto, meu coração falhou uma batida, repousei meu olhar sobre o Kim, ele encarava o chão. Eu tinha tantas perguntas para fazer, mas minha voz morreu, meu orgulho a matou e tudo o que fiz foi assentir como se estivesse conformado com aquela merda de decisão — Abriremos o processo seletivo para ocupar a vaga. 

— Você vai embora? — Perguntei como se meu pai nem estivesse no quarto. Foi difícil para Taehyung também, consegui perceber que ele fez um grande esforço para me olhar. 

— Serei transferido para tomar conta da Doha, ela precisa de alguém para acompanhá-la nas consultas e sessões de quimioterapia, é melhor assim. 

— Ok, acabamos aqui, eu vim apenas comunicar a decisão, vamos Taehyung. 

Quando ele saiu do quarto e a porta foi fechada, meu coração acelerou de novo, aquele nó na garganta me impedia de respirar da forma correta, eu estava cansado de chorar por ele. 

Confesso que não imaginava que a situação chegaria nesse ponto. Ele provavelmente me odiava, não conseguia olhar nos meus olhos e não queria falar comigo, por isso me bloqueou no aplicativo de conversas. 

Em mais um dia chuvoso, eu estava deitado no meu quarto com todas as luzes apagadas tentando tirar um cochilo, meu sono da madrugada foi inquieto, não consegui descansar. O silêncio foi quebrado pelo barulho da porta sendo aberta, as luzes sendo acesas, encarei o olhar choroso da minha mãe, ela se sentou ao meu lado na cama, pegou minha mão e então a primeira lágrima caiu. 

— Eu acabei de ficar sabendo que você reatou seu namoro com o Sehun, por favor, me diz que é mentira, Jeongguk. 

— Não é, faz uns dois dias que nós voltamos. 

— Quando tudo virou essa bagunça? O Taehyung foi transferido para me acompanhar, seu pai disse que ele parecia bem triste e insatisfeito como seu segurança, o que foi que aconteceu, vocês não conversaram? 

— Ele sumiu, não me procurou, aposto que deve ter seguido a vida, foi melhor assim. 

— Não diga bobagens, por favor, não posso falar por ele, mas eu posso falar por você que é meu filho, por que está fazendo isso? Voltar com o Sehun não resolve os seus problemas, pelo contrário, só atrapalha. O que ele fez pra você voltar, hm? Está te ameaçando? 

—  É claro que não, eu decidi dar mais uma chance, pode ser que ele mude. Taehyung é apenas mais um que não está disposto a se comprometer. 

— Não use essa raiva para autodestruição. Entendo que esteja chateado com ele, mas quando passar, vai se arrepender disso que está fazendo. O Sehun não é homem pra você, Jeongguk. 

— Tanto faz, o Taehyung não era muito diferente.

— Eu não acredito que está dizendo isso. Não vim aqui para defendê-lo, só você sabe o que viveram, mas ele não é de todo ruim. Estou preocupada com você, filho, não quero chegar ao ponto de ter que proibir isso, porque você sabe que sempre te criei livre para fazer suas próprias escolhas, por favor, estou pedindo para terminar com ele. 

— Não posso fazer isso, eu quero estar com o Sehun. — dizer aquelas palavras me incomodava, porque no fundo não eram verdadeiras. 

— Certo, então acho que vou ter que tomar minhas providências. Eu espero do fundo do coração que você perceba a burrada que está fazendo da sua vida. 

Minha mãe saiu do quarto, me deixando sozinho novamente. Vesti um agasalho, saí de casa mesmo que ainda chovesse na rua e caminhei por um tempo, estava cansado de drama, era a minha vida e as minhas decisões. Adentrei o apartamento do Sehun enquanto ele jogava video-game. 

— O que aconteceu? — perguntou desviando o olhar da TV.

— Minha mãe novamente me pressionou para terminar com você.  

— A Doha tem sido péssima para o nosso namoro. Não se deixe influenciar por ela, amor, por favor. Seus pais são tóxicos, precisamos nos afastar deles urgentemente. 

Disse enquanto me abraçava, mas seu abraço não me fazia ficar melhor, muito menos suas palavras. Como eu queria que Kim Taehyung estivesse aqui, aquele idiota que eu amo, que me entende como ninguém e me faz esquecer de todos os problemas. É uma pena que tenha ficado no passado. 



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