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História Intrínseco - Submerso


Escrita por: babyeolliee

Notas do Autor


[CONTEÚDO EXPLÍCITO]

He said, "Let's get out of this town drive out of the city, away from the crowds"
oh deus, nem os céus podem me ajudar agora!!!

agradecer a @baekkkiejagi que betou esse capítulo e sem ela, ele não teria saído hj. obg, princesinha ♥

pessoal, o momento chegou!!! é isso, boa leitura, bebam água e se mantenham saudáveis.

tenho alguns avisos nas finas a cerca da próxima att, viu?

Capítulo 4 - Submerso


Capítulo Quatro ― Submerso

 

"We can't make any promises now, can we baby?"

 

A sensação do corpo de Chanyeol colado às suas costas, conforme ele segurava sua mão entre a dele para destrancar o carro, ainda era vivida mesmo na parte mais distante da mente de Baekhyun enquanto ele afundava um pouco mais o pé no acelerador, aumentando a velocidade do Audi RS7 na auto-estrada. Sua mão no volante apertava com um prazer quase palpável só pelo fato de estar dirigindo outra vez e, embora, ser prepotente não era sua intenção, não pôde deixar de pensar que seus dedos ficavam lindos dirigindo aquele carro. Não qualquer outro, porque suas mãos não foram feitas para tocar nada barato ou ordinário.

Tudo naquele carro era idêntico ao que havia perdido no acidente, até mesmo os bancos e os cintos de segurança de couro na cor vermelha estavam lá, contrastando com interior enegrecido. Baekhyun nunca teria palavras para descrever como se sentiu naquele momento. Era uma mistura de sentimentos que ele sequer conseguia distinguir e organizar. E, no fundo, ele sabia que apenas Chanyeol poderia ser capaz de lhe dar um presente como aquele.

Por isso, não pensou duas vezes antes de entrar no veículo e colocá-lo na estrada com Park sentado no banco do carona, onde normalmente era o seu lugar. Não sabia para onde os estava levando e isso não importava, de qualquer forma, e à medida que os números do acelerador subiam cada vez mais, Baekhyun tinha aquele pensamento quase bobo de que estavam fugindo e que tudo o que importava era que eles ficassem juntos.

Entretanto, havia algo doloroso em estar dirigindo naquele momento e não poder aproveitar a visão de Chanyeol jogado no banco, completamente despojado, passando as mãos pelos fios de cabelo já bagunçados enquanto olhava para fora, para as árvores passando rápidas por eles. Era uma visão linda, que Baekhyun roubava para si, sempre que podia.

Na playlist aleatória, que Baekhyun havia colocado para testar a conexão do bluetooth do carro, começou a tocar One For The Road e o garoto pensou que não poderia ser uma coincidência melhor. O segundo que Byun tirou para observar Park de novo, pôde vê-lo com os olhos fechados, o cotovelo apoiado na janela do carro fazendo o Rolex em seu pulso ainda mais sexy do que normalmente ficava, balançando a cabeça no ritmo da música. E mesmo que a voz de Alex Turner fosse a única coisa preenchendo espaço entre eles, a falta de palavras ali não era desconfortável. Longe disso, porque Chanyeol queria apenas deixar o garoto aproveitar seu presente de aniversário, e quando Baekhyun não estava olhando, era ele que o observava deslizando os dedos sobre o protetor de couro do volante.

Aquele era mais um item que Park estava colocando na lista de coisas que Baekhyun fazia de um jeito sensual, como ninguém mais poderia fazer.

Chanyeol sentiu o veículo perdendo a velocidade, o que o obrigou a abrir os olhos e constatar de que estava passando próximo aos limites da cidade, e quando Baekhyun virou fez menção de parar no acostamento para pegar o retorno, ele limpou a garganta, chamando a atenção do garoto.

― O que você está fazendo? ― Perguntou, mesmo já sabendo a resposta.

O painel do carro era tudo o que produzia alguma iluminação no interior, e a maneira como as sombras se formavam em Baekhyun era realmente incrível.

― Pegando o retorno para a gente voltar.

Chanyeol riu. Tão baixo que Byun achou que era sua imaginação. Conforme reduzia cada vez mais, ele podia ver Park se virando no banco em sua direção. A mão pousou em sua perna e Baekhyun, por um segundo, se esqueceu de que deveria manter seus olhos apenas na estrada para não causar outro acidente, e não na forma como os dedos de Chanyeol cobriam uma parte grande de sua coxa.

A mão subiu, chegando no cós de sua calça, escapando um pouquinho para baixo de sua camisa. Pela primeira vez na vida, desde que havia tirado sua carteira, Baekhyun deixou o carro morrer.

― Eu preciso fazer alguma coisa para compensar aquela decepção que foi sua festa de aniversário. ― Byun piscou algumas vezes, não entendendo seu ponto, e o olhou nos olhos. ― Você merece mais que um chinezinho de merda com cara de maconheiro, Baekhyun. ― Byun queria responder alguma coisa, mas sua atenção estava dividida entre as palavras de Park e seus toques. A mão apertou sua carne como se pudesse submergir sua pele, mas tão rápido quanto o tocou, ela escapou. Levou um segundo para Baekhyun reparar que Chanyeol havia soltado o seu cinto de segurança, e meio segundo para o seu coração disparar em seu peito. ― Eu quero você pra mim hoje. ― E mesmo que seu tom fosse firme como sempre, havia algo diferente ali, quase como se estivesse pedindo autorização.

― Chanyeol...

― Eu só preciso saber se você quer isso também, Baekhyun. O que você me diz? 

Algo dizia a Baekhyun que, a partir do momento que ele dissesse sim, ele não teria como voltar atrás na sua decisão, todavia, aquela resposta já estava decidida há mais tempo que os dois poderiam mensurar. Para Baekhyun, tudo e qualquer coisa sobre Chanyeol era sim. Sempre sim.

― Eu sempre quis. ― Sua voz saiu mais baixa do que havia planejado, porque não queria que o outro pensasse que ele estava inseguro. ― Todos os dias, desde que te vi pela primeira vez. E isso nunca mudou.

Chanyeol sorriu, passando a ponta dos dedos sobre o contorno de sua bochecha, num carinho calmo e delicado, antes de deixar um beijo fraco em seus lábios. Entretanto, aquele homem era sempre uma contradição entre atos e palavras, e Baekhyun amava aquilo.

Park se inclinou em sua direção, encaixando o rosto na curva de seu pescoço e sussurrando em seu ouvido:

― Você fica lindo dirigindo esse Audi, e eu vou me lembrar de te foder bem aí, no banco do motorista. ― Byun sentiu seus olhos se abrindo um pouco mais ao som daquelas palavras e ele precisou segurar a respiração por um instante, até Park se afastar um pouco, olhando para seu rosto como se quisesse ver o estrago que havia feito com o que havia acabado de falar. ― Mas agora eu quero você troque de lugar comigo.

Por mais que Baekhyun quisesse continuar guiando o carro para onde quer que eles pudessem ir, não era como se pudesse se opor a qualquer coisa que Chanyeol pedisse. Por isso, apenas levou a mão para a maçaneta do carro, na intenção de sair e entrar pelo carona. Todavia, antes que pudesse fazer qualquer coisa, a mão de Park estava em sua cintura de novo, dessa vez do outro lado, puxando seu corpo numa facilidade anormal. Chanyeol o trouxe para seu colo e deixou um beijo em seus lábios antes de esquivar, do jeito que conseguiu, para o banco do motorista.

Ligou o carro e deu a partida, saindo da cidade.

Por um momento, Baekhyun pensou em perguntar para onde estavam indo, apenas pela curiosidade, entretanto, havia algo na confiança e na segurança que sentia sempre que estava com aquele homem que sequer deixava espaço para questionamentos. Na verdade, o único questionamento existente era como Chanyeol conseguia ser tão cruelmente lindo, mesmo fazendo algo tão banal quanto dirigir numa estrada deserta pela madrugada.

Era início da madrugada quando Park parou o carro num típico posto de gasolina de beira de estrada, daqueles que ficam na entrada de alguma cidadezinha pequena perdida no meio do mapa, e Baekhyun não deixou de olhar curioso para as placas piscando em neon, como se tivessem parado no tempo.

― Onde nós vamos? ― Byun perguntou e quando viu Chanyeol soltar o cinto de segurança, fez o mesmo. 

― Tem uma loja de conveniências aqui, é o mais perto que vamos conseguir para comprar algo para comer. 

Baekhyun franziu a testa, apenas observando o outro pegar a carteira no porta-objetos, junto do celular. ― Comer? 

― É. ― Chanyeol levantou o rosto para olhar Byun. ― Tem um hotel aqui perto. Não é um dos melhores, mas dá pra gente passar a noite lá. ― Baekhyun continuou o olhando de forma confusa, e Park se sentiu na necessidade de se explicar um pouco mais. ― Você não tem nenhum documento seu aí com você, Baekhyun, e os únicos lugares que aceitam hóspedes sem registros são essas hospedarias de beira de estrada. 

― Ah... ― Baekhyun não tinha pensado naquilo. Quando saiu da mansão naquela noite, a última coisa que imaginou seria que precisaria de seus documentos, afinal, ele poderia jurar a si mesmo que só dormiria no apartamento de Chanyeol outra vez. 

― Na verdade, ― Park continuou, abrindo a porta para sair do carro logo em seguida, tendo Baekhyun o acompanhando. ― eu gosto desse lugar. 

Chanyeol pressionou os olhos de leve, olhando para o céu por um momento, antes de se voltar para Byun com um sorriso curto no canto de seus lábios. Se aproximou do garoto, apoiando sua mão no fim das costas dele enquanto os guiava até a loja de conveniências na parte de trás do posto. 

― E por que você gosta daqui? ― Os dois pararam em frente às portas de vidro, e Park empurrou uma delas com a mão livre, dando espaço para que Baekhyun entrasse primeiro. 

Havia um sabor diferente sobre ter Chanyeol compartilhando algo com Baekhyun daquela forma; simples ou inusual, restrito ou impessoal. A verdade era que Park estava dando pedaços seus para o garoto, e Byun não podia esperar pelo momento que pudesse ter tudo seguro em suas mãos. 

Chanyeol pegou um carrinho antes que entrassem pelo corredor principal do local que, embora tivesse uma aparência simples, era organizado e bastante completo de um jeito que dava até mesmo para pensar que estavam em um mercado. 

― Eu costumava matar aula no colegial com meus amigos para vir pra cá jogar sinuca e tomar cerveja barata. ― Park pegou alguns pacotes de salgadinhos, jogando-os no carrinho enquanto falava. ― Tinha um bar aqui perto onde a gente costumava fazer algumas apostas com os caras que jogavam baralho. 

Certo, aquilo não era o tipo de história que Baekhyun esperava ouvir de Chanyeol, porque tudo o que sempre imaginou era que ele era o tipo nerd que vivia trancado dentro de casa com a cara nos livros. 

― Wow... ― Pegou dois pacotes de bala e os colocou junto dos pacotes de salgadinhos, antes que virassem para entrar no corredor ao lado. ― Isso não é o tipo de coisa que eu esperaria de um estudante de Cambridge. 

― E o que você espera de um estudante de Cambridge? 

― Não sei... ― Baekhyun encolheu os ombros. ― Finais de semana trancado dentro de casa assistindo documentário, ou tardes na biblioteca... Qualquer coisa do tipo. Não matar aula e apostar dinheiro com jogos de carta. ― Os dois riram, e Baekhyun aproveitou para colocar duas garrafas de Catena Cabernet Sauvignon no carrinho, ganhando um olhar questionador e quase indignado de Chanyeol. ― Meu aniversário, e eu já tenho vinte anos. ― Deu de ombros, como se aquilo fosse justificativa o bastante. 

Park ergueu as sobrancelhas, porém, não se opôs.

― Vinte anos, mas não passa de um garoto ainda. ― Baekhyun teria revidado e rolado os olhos, apenas para continuar a provocação. Todavia, antes que pudesse responder, Chanyeol continuou. ― E você é um futuro estudante de Cambridge que fugiu da própria festa de aniversário para se enfiar debaixo do sócio do seu próprio pai. Você quer mesmo entrar nesse mérito, Baekhyun? 

Byun sorriu de lado, baixando o tom de sua voz antes de responder. ― A culpa não é minha se o sócio do pai demorou tanto tempo para tomar uma atitude. Eu juro que ele já teve outras oportunidades de me ter com as pernas abertas para ele na cama. 

Park precisou morder o lábio inferior conforme pressionava os olhos na direção do garoto. Sentiu aquelas palavras o atingindo direto em seu ego, que nos últimos seis meses vinha sendo maltratado demais. 

Ele puxou Baekhyun pelo braço, colocando-o entre seu corpo e o carrinho, de costas para si. ― Você não se esqueceu da conversa que nós tivemos naquele parque, semana passada, ou se esqueceu? ― E embora houvesse proximidade entre os dois, seus corpos não se tocavam, com o mínimo de distância possível entre eles, conforme Chanyeol tinha as duas mãos no apoiador. ― Eu vou fazer questão de te lembrar de cada uma de suas provocações, Baekhyun, hoje. Quando eu te pegar nessa mesma posição e te comer. 

Baekhyun fechou os olhos, respirando fundo por um momento. As mãos seguraram o carrinho com força enquanto aquela sensação inquieta tomava conta de seu estômago. 

― Claro que eu não me esqueci! ― Começou com a voz um pouco falha. ― E eu passei a semana inteira imaginando todas as posições que eu quero que você me foda, Park. 

Chanyeol sentiu o pau dar uma guinada com aquela resposta, e se tivessem em algum lugar com o mínimo de privacidade necessária, teria feito questão de mostrar ao garoto a ereção que estava começando a surgir no meio das suas pernas. Entretanto, tudo o que fez foi soltar um riso fraco antes de deixar um beijo na curva de sua nuca. 

― Vamos terminar logo com isso. 

Eles não precisaram de mais do que quinze minutos para finalizar as compras com coisas que Baekhyun sequer sabia se comeria mesmo naquela noite, até porque essa era a última coisa que importava. Chanyeol colocou as compras no banco de trás do carro e quando o Byun pensou em entrar pelo carona, novamente, teve os dedos grandes entrelaçados entre os seus, o puxando para outra posição. 

― O que foi? 

― Vamos à farmácia. ― Park respondeu, apontando com a cabeça em direção à loja que ficava do lado oposto ao mercado. ― Ou você tinha tanta certeza que a gente ia transar hoje, que lembrou até da camisinha? ― Ele tinha um sorriso quase petulante em seus lábios daquele jeitinho que provocava Baekhyun. 

― Eu tinha certeza! ― Soltou na necessidade de se defender enquanto caminhavam em direção ao estabelecimento, ainda com aquela mão possessiva de Park em seu quadril. ― Só não tinha pensado nessa parte. 

Mais do que qualquer outra coisa, conversa ou gesto, o fato de estarem comprando um pacote de camisinha e um tubo de lubrificante carregava um peso quase tocável da realização de que aquilo estava finalmente acontecendo. Uma certeza impronunciável e imutável em Baekhyun que lhe dizia que não tinha mais volta, que não havia mais como parar. A constatação de que era Chanyeol fazendo um movimento ali de forma completa e cuidadosa.

Não haveria mais promessas para depois, frases não ditas e subentendidas, ou gestos incompletos para que se bastassem. Baekhyun finalmente teria aquilo que desejava, que precisava ter desde o dia que saiu do elevador da empresa, no estacionamento, e encontrou Park pela primeira vez, o olhando como se fosse capaz de destruir sua alma em um segundo - desde então Baekhyun estava pagando para ver. 

 

O hotel Holiday INN realmente não se passava de uma hospedaria de beira de estrada, daquelas que tinha a escada de acesso pelo lado de fora, e do tipo que Baekhyun nunca imaginou que pudesse entrar algum dia. Veja bem, sua referência hoteleira era muito forte, visto que nasceu dentro dos prédio da Lotte Hotel, que era uma das maiores redes de hotéis do mundo. Entretanto, era como se ele não pudesse imaginar um cenário mais irônico para tudo aquilo que estava acontecendo, destoante de tal forma que não poderia combinar melhor com a situação. 

O quarto ficava no segundo último andar, e embora a simplicidade, tudo era parecia impecavelmente arrumado e limpo, até mesmo tinha uma sacada com vista para a estrada. 

Park colocou as sacolas das compras sobre a única poltrona que havia no local, enquanto via Baekhyun se sentando sobre a cama, testando o colchão algumas vezes antes de se deitar com os braços abertos de maneira preguiçosa e tirar os tênis depois. Ele teria rido e se juntado à cena se o seu celular não tivesse vibrado em seu bolso, ganhando sua atenção. 

Chanyeol pegou o aparelho, franzindo a testa para a mensagem que lia pelo painel de notificação.

― O que houve? ― Perguntou Baekhyun. 

― Sehun... ― Ele ainda corria os olhos sobre a tela com uma expressão um tanto difícil em seu rosto, e Byun se levantou indo até Park.

― O que meu primo quer? ― Mas apesar da proximidade, ele não se esquivou para olhar o aparelho, esperando que Chanyeol o respondesse. 

― Quer saber o que falar pro seu pai, porque ele já até ligou para a polícia. 

Baekhyun rolou os olhos querendo não se sentir frustrado com aquilo, porém, ele realmente deveria saber que não dava simplesmente para agir como se não tivesse desaparecido no meio da própria festa de aniversário.

― Eu vou ligar para o Ji Sung e avisar que você está comigo. 

― Não! ― Byun falou rápido demais, puxando o celular da mão de Chanyeol numa atitude tão inesperada que o assustou. 

― Baekhyun... 

― Não, Chanyeol! Você está louco? Meu pai vai surtar se souber que estamos juntos, pelo amor de Deus. ― Baekhyun sequer conseguia imaginar o que seu pai seria capaz caso desconfiasse que ele e seu sócio estavam metidos em alguma coisa. Conhecia Ji Sung como pouquíssimas pessoas conheciam, e sabia de tudo o que ele era capaz de fazer. 

Entretanto, Park o olhava daquele jeito duro, como se quisesse repreendê-lo. 

― E você quer que eu faça o quê, Baekhyun? 

Byun pegou a mão de Chanyeol, que ainda segurava o aparelho, e procurou o seu olhar, quebrando aquela dureza. ― Confia em mim, por favor? Deixa eu falar com o Sehun... ― E chegava a ser injusta a forma como Baekhyun conseguia controlar Park por completo. Ele entregou o celular ao garoto que, tão rápido quanto pôde, digitou algumas palavras e devolveu o aparelho a Chanyeol. ― Pedi a ele para avisar meu pai que eu tô em uma boate em Gangnam e que volto amanhã de manhã. 

 ― Por que você trata tudo com tanta simplicidade, sempre? ― Chanyeol passou a mão pelos fios de cabelo e soltou o ar de forma pesada, mas desistindo de debater o que Baekhyun havia acabado de fazer.

― Porque é simples, Park. ― Chanyeol sentiu os braços do garoto o abraçando pelo pescoço, enquanto ele se colocava na ponta dos pés. ― Porque tudo é simples quando você está por perto. ― Suas mãos fizeram o caminho até sua cintura, seguindo apenas seu instinto que lhe dizia que ele precisava tocar Baekhyun o tempo todo. 

― Você realmente não pensa nas consequências de nada, não é mesmo? 

Baekhyun deu de ombros ― Eu não gosto de pensar nas consequências quando eu posso apenas pensar em você. ― Seu olhar correndo entre os orbes enegrecidos de Park, reconhecendo aquele fogo que só se acendia neles quando era Baekhyun à sua frente. ― Mas pensar em você quando eu posso simplesmente ter você para mim é uma perda de tempo tão dolorosa, Park. Você não faz ideia. 

Chanyeol sorriu ladino, arrastando a mão para debaixo de sua blusa. ― Eu faço sim. ― Os dedos afundaram na carne naquele gesto já tão conhecido e que ainda lançava arrepios a cada terminação nervosa do corpo de Baekhyun, porque a sensação de se ter dentro das mãos de Park era sempre maravilhosa. ― Desde o instante em que você saiu daquele elevador e me olhou como se quisesse amaldiçoar minha alma, garoto. 

Baekhyun sorriu com a menção daquele dia, e o fato de aquela memória estar tão presa na cabeça de Chanyeol quanto na sua, o consumia dentro de uma felicidade que ele jamais seria capaz de explicar. 

― E eu acho que consegui, não?

Park correu as mãos para a parte da frente de seu corpo, deslizando sobre a barriga magrinha de Baekhyun, que fazia uma curva leve para dentro. ― Naquele exato momento. ― Sentiu Byun contrair um pouco o corpo quando colocou mais pressão sobre o toque, o fazendo suspirar. 

Mas tão rápido quanto aquele carinho começou, Park o interrompeu para empurrar o casaco que Baekhyun usava por seus braços, até que ele caísse no chão. E quando uma de suas mãos tocou a lateral de seu corpo, virando o garoto de costas para si, Byun fechou os olhos e respirou fundo. Chanyeol fechou os lábios sobre seu pescoço, apenas resvalando aquele toque, soprando o ar quente contra sua pele enquanto suas mãos se dedicavam a abrir a camisa que Baekhyun estava usando.

― Sabe, Baekhyun... ― Byun amava quando ele chamava seu nome daquele jeito, firme e autoritário, fazendo com que ele se esquecesse de qualquer coisa que veio a saber durante toda a sua vida. ― Naquela segunda-feira, depois da festa da empresa, quando eu cheguei no meu escritório e te encontrei sentado na minha mesa, usando a minha blusa, eu me senti ao ponto de perder a cabeça. ― Seus dedos demoravam de um jeito quase surreal para soltar cada botão de sua casa, arrastando em sua pele como se estivesse riscando fogo ali. ― Eu juro que minha vontade era de te jogar naquela mesa e te foder tanto, que qualquer pessoa naquele prédio saberia o que estava acontecendo. ― Quando terminou de desabotoar a blusa por completo, Chanyeol segurou a peça com as duas mãos, a puxando para baixo, expondo centímetro por centímetro da pele branca e suave de Baekhyun. ― E você só estava piorando tudo com o jeito que você falava, com a forma como você me tocava. ― Os lábios que ainda desenhavam beijos na sua nuca, escorregaram pela curva de seu ombro onde as marcas, que ele havia deixado na semana anterior, começavam a desaparecer. ― Você não faz ideia do quanto eu já estava frustrado por sua causa, garoto. 

― Chanyeol... ― Baekhyun chamou porque era a única coisa que poderia fazer naquele momento, e jogou o corpo para trás, arrastando a bunda bem em cima do volume que começava a se formar no meio das pernas de Park. Por Deus, aquilo era tudo o que queria. 

Chanyeol segurou sua cintura com uma das mãos, aumentando aquele contato, conforme usava a outra para abrir a calça de Baekhyun, sentindo o quanto ele começava a ficar fraco em seus braços. 

― E não satisfeito, você teve que ir no meu apartamento só para pisar no meu orgulho, Baekhyun. ― Assim que a calça caiu sobre os pés de Byun, Chanyeol enfiou a mão dentro da boxer que ele usava, segurando seu pau já vergonhosamente duro, com a cabeça toda molhada. ― Você teve a coragem de me chamar frouxo dentro da minha própria casa. Você por acaso tem noção do perigo? ― E Baekhyun gemeu alto quando sentiu os dedos de Park pressionando sua glande, brincando com o pré-gozo. ― Porque eu acho que nunca vou ser capaz de te perdoar por aquilo. 

O corpo de Byun estava começando a entrar em estado de êxtase, daquele jeito em que ele já não era capaz de manter nenhum pensamento racional. E talvez tenha sido só por isso que ele respondeu:

― Se você não pode me perdoar, então me castigue, Park. 

Ah, mas Chanyeol não tinha dúvidas de que era exatamente isso que ele iria fazer. A mão que estava em sua cintura, subiu por seu peito até alcançar sua garganta, e ali Park não se fez de rogado ao fechar os dedos ao redor de sua pele, contando, sob seus dígitos, cada um dos seus batimentos cardíacos. 

Baekhyun era do tipo que, mesmo perdendo a batalha, ele não tirava o sorriso vitorioso do rosto, e isso Park amava naquele garoto. 

― Você ficou de joelhos na minha frente e me chupou, Baekhyun. Você mamou meu pau como se essa sua boquinha tivesse sido feita só para isso. ― Os dedos apertaram um pouco mais ainda de um jeito que não era incômodo, mas instigante. ― Você me mamou sendo a porra de um virgem, garoto!

Ali, Baekhyun sentiu seu coração querer saltar por sua boca, conforme seus olhos se abriam infinitas vezes maiores que o normal. 

Nunca havia passado pela sua cabeça que Chanyeol pudesse desconfiar daquilo. Nunca cogitou a ideia de Park saber que ele nunca havia ido para cama com nenhum outro homem. E ele realmente não esperava - não queria - ter que encarar aquilo. 

― Você realmente achou que iria esconder isso de mim, Baekhyun? 

Ele queria responder, ele queria falar qualquer coisa que pelo menos pudesse sustentar aquela parte da história que ele nunca havia contado, mas o nó em sua garganta, que não tinha nada a ver com o fato de Chanyeol estar com a mão ali, não o permitia dizer uma única palavra sequer. 

Baekhyun estava ficando ainda mais quente. 

― Eu juro para você que eu fiquei completamente surpreso quando eu descobri isso, porque imaginar que o moleque que fica esfregando a mão no meu pau por baixo da mesa nas reuniões é virgem, chega a ser inconcebível. ― A mão em seu pau apertou mais um pouco, e Baekhyun tinha certeza que era um castigo. ― O que você achou que estava fazendo, Baekhyun, ao me esconder isso? 

Chanyeol soltou o seu pescoço, trazendo sua mão para seus fios de cabelo, a boca que soltava todas aquelas palavras contra o seu ouvido parecia encharcada por veneno, queimando sua pele.

― Eu... ― E o quão vergonhoso seria admitir a verdade? Por Deus, a última coisa que Baekhyun queria era ter que pôr em palavras. ― Eu tinha medo... Medo de você me falar não caso descobrisse que eu ainda sou virgem. ― Ele respirou algumas vezes antes de voltar a falar. ― Eu tinha vergonha, Chanyeol. 

― Você é inacreditável. ― Park soltou um riso fraco, mas sem diminuir a intensidade de seu toque, tanto nos fios de cabelo de Baekhyun quanto em seu pau. E quando ele arrastou os dedos pela extensão rígida e duro, o garoto gemeu. ― Você realmente pensou que eu não iria te querer pelo simples fato de você ser virgem? Depois de tudo o que você fez? Depois de ter invadido minha cabeça ao ponto de só existir você dentro dela, agora? ― Seus lábios pressionaram sua pele num beijo calmo que contradizia tudo o que estava acontecendo naquele quarto de hotel. ― Acho que eu nunca vou conseguir entender como a sua cabeça funciona. ― Park puxou o pênis de Baekhyun para fora da cueca, começando uma masturbação lenta só para testar a sensibilidade do outro. 

Chanyeol... ― Se Baekhyun estava com vergonha de ter que admitir que ainda era virgem, ele realmente precisava começar a se preocupar com o fato de não conseguir mais conter os gemidos para si, mesmo que Park ainda estivesse dando a ele tão pouco que nem mesmo poderia chamar de migalhas. 

― Eu não acredito que você queria me tirar o prazer de saber que eu vou tirar sua virgindade. ― Como se quisesse expressar da melhor forma possível as palavras que diria em seguida, Chanyeol empurrou o quadril contra o de Byun, esfregando o membro duro em sua bunda. ― Que vai ser no meu pau que você vai sentar pela primeira vez. Que eu vou ser o primeiro homem que vai meter no teu rabo, e Baekhyun, eu juro por Deus que eu queria ser o único. ― Chanyeol afundou os dedos com mais força em seus fios de cabelo, puxando sua cabeça para trás e foi lindo ver como o pomo de Adão de Baekhyun subiu e desceu quando ele engoliu seco. ― Você fez tudo errado

Baekhyun sentiu seu corpo contrair por inteiro quando Chanyeol esfregou a ponta da língua na lateral de seu pescoço, e se ele não estivesse com os dedos firmes em seu cabelo, certamente ele teria ido direto para o chão, porque suas pernas estavam mais moles que gelatinas. 

― Fica de joelhos para mim, vai... ― Quando Park soltou seu pau para virar seu corpo de frente para si, Baekhyun quis chorar, entretanto, tudo o que fez foi obedecer. 

Empurrou a calça que estava usando até alguns minutos antes com os pés, e espalmou as duas mãos sobre o tecido da blusa de Chanyeol, descendo-as na mesma proporção que se abaixava em sua frente. Deixou os dedos segurarem no cós de sua calça, enquanto observava o tamanho dele sob o tecido e tão devagar quanto pôde, esfregou a palma, massageando conforme sentia o formato do pau dele. 

O som do casaco pesado que Chanyeol usava sendo jogado no chão atingiu Baekhyun segundos antes de ele ter sua mão sendo empurrada para o lado para que Park pudesse, ele mesmo abrir sua calça e empurrá-la junto de sua boxer por suas pernas. 

Byun mordeu o lábio inferior, sentindo a boca encher de água, e gemeu baixinho quando o pênis de Park bateu contra o seu abdômen, melando a pele perfeita daquele homem de pré-gozo.

Queria enfiar tudo na boca de uma vez só, sem se preocupar se iria engasgar com aquele pau em sua garganta, todavia, assim pensou em usar as mãos para segurá-lo, Park agarrou seu cabelo e afastou o próprio quadril para longe de Byun. 

― Sem as mãos, Baekhyun. ― Os dedos em seu cabelo trabalhavam para manter o garoto parado em seu lugar, enquanto Chanyeol usava a mão livre para segurar o próprio pau pela base. ― Abre a boquinha para mim. 

Não era como se Baekhyun quisesse discordar, por isso, tudo o que fez foi passar a língua sob o lábio inferior antes de partir dos dois como Chanyeol havia mandado. Sentiu sua boca sendo contornada pela glande molhada, melando a pele por onde se arrastava, conforme aquele sabor agridoce começava a se espalhar por seu paladar, mas não o suficiente para satisfazer sua vontade. Byun tentou fechar a boca ao redor da cabecinha rosada, desejando poder chupá-la como havia feito no chão da cozinha de Park semanas atrás, porém, antes que pudesse fazer qualquer coisa, ele se esquivou fazendo com que a glande se arrastasse perto de sua bochecha, deixando uma linha pesada de pré-porra ali. 

― Você fica lindo com meu pau na sua boca. 

E Baekhyun não saberia explicar o misto de satisfação e prazer que bagunçava sua cabeça ao som de uma frase tão suja quanto aquela. Tudo o que ele mais queria na vida era que Chanyeol corrompesse qualquer traço de inocência que alguém ainda pudesse enxergar em si. Queria se sentir rompido e desonrado dentro daquele quarto de hotel barato, exposto da forma mais íntima possível, de dentro para fora, no sentido mais intrínseco e visceral que poderia existir num ato tão carnal quanto o sexo. Queria Park tirando não só sua virgindade, mas sua sanidade, sua alma, arrancando toda a dignidade de si. Porque ele tinha certeza, que mesmo depois de tudo isso, Chanyeol ainda seria capaz de fazê-lo se sentir o homem mais realizado e completo do mundo, dentro de uma segurança absurda que só existia entre aqueles braços fortes. 

A sombra do sorriso que surgiu em seus lábios desapareceu no segundo seguinte, quando Park deu a primeira estocada em sua boca, empurrando a glande contra o interior de sua bochecha. Por puro reflexo, Baekhyun afastou a cabeça o olhando com os olhos grandes quando Chanyeol soltou um risinho fraco e safado, mas logo deixando um carinho terno em seu rosto. 

Park esperou alguns segundos como se quisesse que Baekhyun se preparasse antes de dar a segunda estocada, que foi recebida de uma forma bem melhor que a primeira. Chanyeol podia sentir seu pau ficando encharcado a cada vez que se arrastava entre os lábios inchados e vermelhos de Byun. Ele puxava até a cabeça, sem deixar que ela saísse por completo, para empurrar de novo e a cada movimento, o som úmido daquele oral ficava mais alto preenchendo o quarto. 

Sentiu-se alcançar um ponto um pouco mais fundo em sua garganta, fazendo Baekhyun engolir por puro instinto, mas antes que ele pudesse engasgar, Park puxou o membro para fora, deixando a cabeça escapar por entre os lábios, reverberando um “ploc” enquanto uma linha grossa de saliva ligava sua glande à boca de Byun. 

― Segura nas minhas coxas, Baekhyun. ― Park mandou, enquanto contraia o quadril devagar só para ver o pênis se mexer um pouco e quebrar aquela linha de saliva, a fazendo escorrer pelo queixo do garoto. Baekhyun sequer se deu ao trabalho de tentar perguntar, apenas espalmou as mãos uma de cada lado das coxas de Park esperando que ele continuasse. ― Eu vou foder sua boca com força, me ouviu? Mas se ficar desconfortável para você, é só apertar minha coxa que eu paro, entendeu? ― Baekhyun sacudiu a cabeça de cima para baixo algumas vezes. ― Se você não fizer isso, Baekhyun, eu vou acabar te machucando, e a última coisa que eu quero é te machucar. Então, eu preciso que você realmente me avise caso isso aconteça. 

― Eu... eu entendi. ― Sua voz saiu fraca e o garoto podia apostar que tinha algo a ver como a forma que ele estava gemendo momentos antes quando Chanyeol brincava com o seu pau. 

― Ótimo.

A mão voltou para seu cabelo, brincando com os seus fios recém-pintados naquele tom mais claro de castanho, antes de agarrar um punhado para manter sua cabeça firme no mesmo lugar. 

Baekhyun respirou fundo uma última vez, sentindo como se estivesse pulando em alto mar sem coletes salva-vidas, e Chanyeol voltou a estocar sua boca num ritmo lento e firme, como se quisesse sentir todo o seu interior a cada vez que empurrava seu pau mais fundo. E conforme a cabeça batia num ponto mais baixo de sua garganta, mais rápido Park fazia entrando e saindo, e algumas vezes deixando a glande socar a parte interna de sua bochecha. 

Baekhyun achava simplesmente delicioso sentir o formato do membro de Park se arrastando por entre seus lábios, as veias inchadas causando um relevo diferente e aquele gosto que saía pela fenda de sua glande, o fazendo querer segurá-lo, parado, só para poder mamar a cabecinha até ter a porra de Chanyeol todinha em sua boca. Chegava a ser surreal o quanto o fato de estar chupando o pau daquele homem o deixava cada vez mais excitado ao ponto de sentir seu próprio pré-gozo escorrendo por seu membro. 

E se a cada estocada em sua boca, Baekhyun já se sentia à beira do colapso, sequer conseguia imaginar o que seria de si quando Chanyeol fodesse seu rabo. 

Precisou fechar os olhos com força quando o membro entrou todinho batendo no fundo de sua garganta, e por mais que Baekhyun tentasse se controlar, ele se sentiu engasgando, empurrando o pênis de Park, intuitivamente, para fora conforme seus olhos ficavam molhados. Quis muito que Chanyeol não tivesse percebido, entretanto, no instante seguinte, a mão em seu cabelo puxou sua cabeça para trás, tirando o pau por completo. 

Park tinha um olhar reprovador no rosto e, caralho, Baekhyun queria muito que ele o castigasse. 

― Eu disse para você me avisar se estivesse te machucando, Baekhyun. Por que você nunca me ouve? 

― Não machucou. ― Baekhyun quase se assustou com a forma como sua voz saiu rouca, mas não era de se admirar visto o quanto sua garganta estava trabalhando naquele momento. ― Eu só me assustei. Desculpa.

Em qualquer outra ocasião, Chanyeol teria rido, porque era realmente fofo ver Baekhyun pedindo desculpas. Todavia, ele não respondeu nada, apenas usou o seu pau para abrir a boca do garoto outra vez, enquanto começava a bombear. E quando Byun entendeu o que o Park estava fazendo, ele empurrou a língua para fora apenas esperando os jatos de porra, que não demoraram para preencher sua boca, conforme Chanyeol soltava um gemido pesado. 

Baekhyun sequer pensou antes de engolir, apenas para poder fechar os lábios ao redor da cabecinha vermelha e chupar como se quisesse aproveitar até a última gota de sêmen, e ele teve certeza que tinha feito certo quando Chanyeol gemeu um pouco mais alto empurrando o quadril para frente mais uma vez. 

Byun deixou seu corpo cair sobre as próprias pernas, sentando-se sobre o chão, sentindo-se cansado como se ele mesmo tivesse tido o orgasmo. Passou o dorso da mão sobre a boca, limpando o resto de porra que havia escorrido para fora e olhou para cima, só para ter a imagem de Chanyeol puxando a camisa que ainda usava pela parte de trás gola antes de jogá-la em qualquer canto do quarto. 

Aquilo era dolorosamente excitante, e de novo Baekhyun sentiu seu corpo se contrair na urgência de ter Park o tocando e o satisfazendo. 

― Quer ajuda para levantar? 

Byun balançou a cabeça de um lado para o outro e segurou em cada uma das pernas de Chanyeol, dando impulso para ficar de pé. Park o segurou pela cintura, usando a mão livre para terminar de limpar o seu rosto, passando o polegar pela curva de seus lábios, antes de cobri-los com os seus. 

A boca de Baekhyun estava mais quente que o normal, como se aquele oral que ele havia acabado de fazer tivesse elevado sua temperatura a um nível completamente novo. E Park não poderia negar que pudesse ser aquele o caso, porque mesmo em todas as vezes que já teve aquele garoto entre seus braços, nenhuma delas pareceu tão difícil de suportar quanto a imagem de ele caído aos seus pés, o fitando com os olhos grandes, como estava fazendo a pouco mais de um minutos atrás.

Baekhyun o abraçou pelo pescoço, as línguas se juntando naquela desordem promíscua, na necessidade de provar e saborear tudo o que podiam um do outro. Para Chanyeol, era excitante ter aquele gosto diferente se soltando de dentro da boca de Byun pelo fato simples e íntimo de que aquele era o gosto da sua porra que aquele garoto havia engolido sem ele sequer pedir. 

Desceu as mãos pela parte de trás do seu corpo, até chegar em sua bunda, e afundou os dedos ali antes de dar impulso para que Baekhyun subisse em seu colo. E esse gesto tão banal serviu para mostrar aos dois o quanto seus corpos se encaixavam com perfeição. Park quebrou o beijo, descendo uma linha úmida pelo seu maxilar, enquanto os carregava em direção a cama.

Baekhyun sentiu-se colocado sobre o colchão, e havia algo quase absurdo em como as mãos grandes e pesadas de Chanyeol o tratavam com carinho na mesma medida que estavam prontas para maltratar sua sanidade na primeira oportunidade. Talvez fosse mesmo um castigo por tudo o que havia feito naqueles últimos seis meses, por todas as vezes que entrou em seu escritório sem ser convidado, e pelas vezes que o tocou tão intimamente em lugares que não deveria. Baekhyun tinha pela consciência de tudo o que havia feito para chegar até ali, deitado praticamente nu numa cama de hotel, com o gosto da porra de Chanyeol preso em sua garganta, e não havia nada do qual se arrependia.

Se empurrou com os cotovelos para trás até alcançar um travesseiro com a cabeça, tentando relaxar o máximo possível, deixando as pernas caírem uma de cada lado, expondo tudo o que a boxer cinza que ainda usava permitia, esperando que Chanyeol derramasse seu corpo sobre ele.

Porém, os segundos se passavam em Park continuava em pé, na beira da cama, o olhando daquele jeito que parecia capaz de devorá-lo a qualquer momento.

― O que foi? ― Baekhyun puxou devagar a perna direita, arrastando o pé sobre o tecido do lençol. ― Você já passou meses demais olhando, Park. Agora não é hora para isso.

Chanyeol franziu a testa de leve antes de pressionar os olhos sobre a forma como Byun se mexia na cama, o corpo serpenteando lentamente, exibindo cada uma daquelas curvas que ele já conhecia bem o suficiente para nunca mais esquecer.

― Eu gosto de olhar você, garoto. ― Passou a mão pelo cabelo, o jogando para trás. ― Você não faz ideia do tesão que eu sinto quando eu olho pro teu corpo.

Baekhyun gostou de ouvir aquilo mais do que deveria.

― Eu vou te dar um bom motivo, então, para você sentir tesão olhando para o meu corpo, Park. ― Havia um brilho atrevido nos olhos do garoto, o mesmo que muitas vezes deixou Chanyeol no mínimo assustado quando estava com o Byun na empresa. Porém, naquele momento, tudo o que sentiu foi arrepio na espinha.

Baekhyun mordeu o lábio inferior, deixando a carne escapar de leve, antes de levar a mão direita sobre sua boca, e empurrar três dedos dentro dela. Seus olhos se prenderam aos de Chanyeol, conforme ele chupava os dígitos, os encharcando com sua saliva, e antes de Park pudesse piscar, ele puxou os dedos para fora, arrastando por seu queixo para descer sobre sua garganta.

Park observava cada um de seus movimentos sem nem ao menos conseguir piscar. O olhar completamente dividido entre a expressão imoral que Baekhyun sustentava em seu rosto, e acompanhar a mão que passeava por seu corpo.

― Eu vou te mostrar o que eu faço no meu quarto à noite, pensando em você, Park. ― Baekhyun curvou de leve as costas e segurou um dos mamilos entre as pontas dos dedos, apertando com força. ― Como eu me fodo com meus dedos até gozar chamando o seu nome. ― A mão livre foi para o próprio pescoço, sem apertar, apenas arranhando a pele com as unhas enquanto o quadril se mexia, ondulando de leve, como se estivesse seguindo o ritmo de uma música que só Baekhyun era capaz de ouvir. ― Você quer ver, Park?

Chanyeol soltou o ar pela boca, sentindo o pau ficar duro novamente com a ideia de que Baekhyun se masturbava para ele. Não que fosse algo que já não tivesse se perguntado antes, até porque ele mesmo já perdeu a conta de quantas vezes bateu punheta pensando naquele garoto, mas ouvir aquelas palavras saindo direto de sua boca tinha um gosto completamente diferente.

Baekhyun soltou o mamilo, esfregando a mãos em sua barriga conforme descia e apertava os dedos com força contra a pele, vez ou outra fincando a unha na tez para deixar aquelas marquinha meia-lua, e quando isso acontecia, ele resmungava numa mistura de gemido e fechava os olhos por míseros segundos, até procurar pelos de Chanyeol outra vez.

Os dedos chegaram na barra de sua cueca, e naquele momento, Baekhyun abriu as pernas o máximo que conseguiu, como se quisesse dar a Park uma visão completa de como tocava o próprio pau ainda coberto. Chanyeol suspirou outra vez, e completamente guiado por seu instinto, se aproximou da cama, apoiando um joelho no colchão, na intenção de alcançar Baekhyun.

Todavia, sequer teve a chance de tocá-lo.

Byun ergueu uma das pernas, colocando o pé em seu peito e o empurrou sem delicadeza, e Chanyeol precisou agradecer ao bom reflexo por não ter caído.

― É pra assistir, Park. Com toda a paciência do mundo.

Ah, Baekhyun estava testando seus limites da pior forma possível.

Seu estômago contraiu de forma violenta refletindo direto no seu pênis quando Byun passou a empurrar a boxer por suas coxas, tão devagar que chegava a ser uma tortura. Sua cabeça estava uma bagunça, misturando lembranças das vezes que teve Baekhyun nu em seus braços, com todas as vezes que o fantasiou da forma mais exposta possível debaixo de si.

Caralho, tudo naquele garoto era perfeito. Cada centímetro de sua pele, cada nuance dos seus tons de voz excitados, cada movimento de suas curvas. Chanyeol precisava ter tudo aquilo para ele e para ele o mais rápido possível.

A cueca terminou de escorregar por suas pernas, caindo em seus pés, e com uma habilidade absurda, Baekhyun segurou a peça entre os dedos para jogá-la em sua cara.

― Presta atenção. ― O garoto mandou, e Park se sentiu quase humilhado com a forma como precisou tirar a cueca do seu rosto. Mas o que poderia fazer? Já havia desistido do seu próprio orgulho.

Num movimento rápido, Baekhyun se virou de costas, arrastando os joelhos sobre o lençol conforme deixava o quadril inclinado, com a bunda bem na direção de Chanyeol. Ele chupou os dedos de novo, antes de levar para o meio das duas bandas, puxando uma delas o suficiente para dar a Park a imagem da sua entrada rosada se contraindo.

Byun rebolou, mexendo o quadril no ar conforme deixava o rosto afundar sobre o travesseiro ao que alguns gemidos escapavam por sua boca. Seu coração estava batendo de uma forma louca dentro do peito, pois mesmo que já tenha estado naquela posição tantas outras vezes imaginando Chanyeol o fodendo de quatro, era primeira vez que ele se abria de forma tão exposta na vida.

Aquilo era uma verdadeira tortura, e Park não sabia quanto tempo mais conseguiria ver Baekhyun naquela posição sem fazer absolutamente nada. Se em algum momento de sua vida, desde que conheceu o Byun, ele duvidou que estava sendo atirado ao inferno sem precedentes, ali, com aquela bunda empinada e aberta frente aos seus próprios olhos, ele teve certeza que havia vendido sua alma ao diabo e agora estava pagando da pior forma possível. Cada gemido de Baekhyun era como infinitos cacos de vidro sendo empurrados para dentro de sua sanidade, o rasgando de dentro para fora, e Park não poderia gostar mais daquela sensação de destruição. Entretanto, se sentiu chegar ao próprio limite quando o garoto empurrou dois dedos para dentro de seu cu ao mesmo tempo que um gemido ainda mais alto preenchia o quarto.

Baekhyun continuava rebolando com os dedos enfiados no rabo, entrando e saindo, e às vezes se esfregando contra as preguinhas que se contraiam com o contato, fazendo o pau de Chanyeol dar uma guinada pelo desejo de meter bem ali.

Caralho, era a coisa mais linda que já tinha visto na vida. E no fundo, mesmo com todo o desejo de puxar aquele garoto pela cintura e o colocar sentado em cima do seu pênis, Chanyeol agradecia a Deus por ter a oportunidade de gravar tudo aquilo no fundo de sua mente. Porém, não conseguia e nem queria aguentar aquilo por muito mais tempo.

Baekhyun estava de olhos fechados, aproveitando o próprio estado de torpor, conforme se entregava para aquela sensação já tão familiar, que sequer percebeu o peso do corpo de Park sobre o colchão. O tapa forte atingiu o lado de sua bunda sem que ele sequer pudesse esperar, o baque fazendo-o tirar os dedos de seu cu pelo reflexo.

Olhou para trás, vendo o corpo grande e forte de Chanyeol ajoelhado atrás de si, bem no meio de suas pernas, e a sensação de coração descompassado dentro do peito se tornou ainda mais forte.

― Você é a coisa mais gostosa que eu vi na vida, Baekhyun. ― A voz veio sussurrada contra a pele de sua bunda, o fazendo arrepiar. ― A sua bunda é uma delícia. ― Deu uma lambida com a língua inteira sobre umas das bandas até chegar na curva de sua lombar. ― E ficar olhando para o seu cu se contraindo na minha frente estava realmente me deixando louco. ― Chanyeol fechou os dentes sobre sua pele, na lateral, deixando uma marca vermelha sobre toda aquela palidez que era Baekhyun. ― Eu queria muito te ver gozando com os dedos entrando e saindo do seu corpo, mas a minha vontade de te ter na minha boca é maior.

Baekhyun, ainda com o rosto afundado nos travesseiros, não conseguiu entender de imediato o que Park estava falando. Entretanto, antes que pudesse se dar conta, o sentiu afastando um pouco mais as suas pernas, conforme Chanyeol segurava cada lado de sua bunda com as mãos, abrindo-as.

A primeira coisa que o atingiu foi a respiração de Park, o ar tocando-o na parte mais sensível de seu corpo, antes de sentir algo quente e molhado o lambendo entre sua bunda. Seu coração perdeu, de novo, os batimentos cardíacos com a constatação de que Chanyeol estava esfregando a língua bem em cima da sua entrada, e Baekhyun não saberia explicar se era pelo ato em si, ou pelo novo nível de intimidade que estava alcançando, mas seu corpo todo estava ainda mais quente, tremendo de leve.

Não controlou o impulso de mexer o quadril, quando sentiu a língua passando novamente, dessa vez, indo desde o seu períneo e subindo até o final de suas costas. Baekhyun gemeu, mordendo a fronha para descontar um pouco de toda aquela sensação nova que estava acometendo seu corpo. Nada se comparava àquilo, nem mesmo as vezes que Chanyeol bateu um punheta em si poderia se comparar ao que ele estava sentido conforme Park lambia aquela parte tão íntima de seu corpo, deixando cada uma de suas terminações nervosas agitadas.

De repente, a sensação quente se afastou, causando um frio descomunal, que fez Baekhyun querer chorar e implorar para que Chanyeol não se afastasse. Todavia, no instante seguinte, ele pôde ouvir o som de Park cuspindo conforme ele sentia a saliva escorrendo bem no meio de sua bunda, fazendo seu corpo reagir de maneira involuntária e se contrair novamente, como se quisesse deixar que o cuspe de Chanyeol entrasse em seu ânus. E foi quando ele sentiu outro tapa em sua bunda. Dessa vez, um tanto mais forte.

― Chanyeol... ― Soltou como se aquele nome fosse uma maldição, mesmo que o tom de sua voz fosse baixo e sofrido. Queria pedir para ele voltar. Pedir que continuasse lambendo seu cu como estava fazendo antes, e seria capaz de implorar se tivesse alguma condição mental de formular qualquer palavra que não fosse aquele nome.

Baekhyun fechou os olhos com mais força, agarrando o lençol com uma das mãos, não conseguindo controlar os sons desconexos que escapavam de sua boca. E quando sentiu o dedo de Chanyeol se esfregando em cima de sua entrada, ele precisou morder o travesseiro outra vez.

Era completamente diferente de ter o próprio dedo naquele local, talvez fosse a temperatura de suas mãos que era diferente, ou o fato do dedo de Chanyeol ser tão grosso quantos dois dos seus. Baekhyun não sabia explicar, mas lá estava seu coração, mais uma vez, batendo ao ponto de fazê-lo ser capaz de ouvir quando a cabeça do dígito se forçou para dentro.

Parecia uma batalha, porque ao mesmo tempo que Park tentava entrar, o seu corpo tentava expulsá-lo, aumentando a sensibilidade. Byun podia sentir o lençol embaixo do seu corpo começando a ficar melado pela quantidade de pré-gozo que ele estava expelindo e ele nunca poderia se preocupar com aquilo.

Forçou o quadril para cima, querendo intensificar aquele contato, porém, quando achou que o dedo de Chanyeol fosse finalmente penetrá-lo, Park parou, deixando só a ponta entrar, começando a fazer movimentos circulares. Era incrível como ter uma parte tão isolada de si sendo estimulada podia deixar todo o seu corpo submerso em um prazer irreal. Baekhyun sentia desde os dedos dos pés que se curvavam voluntariamente a cada gesto de Chanyeol, até sua nuca que estava completamente arrepiada mesmo sem ter nada a tocando, e Deus, queria tanto poder sentir os beijos daquele homem ali.

Park tirou o dedo para poder cuspir de novo, dessa vez, vendo uma quantidade maior de saliva sendo sugada pelo interior de Baekhyun, já que ele estava ligeiramente mais aberto, e Chanyeol precisou lamber o lábio diante daquela cena que presenciava. Nem se quisesse seria capaz de explicar o quando queria poder devorar Baekhyun com a sua própria boca. Voltou com o dedo, dessa vez o empurrando por completo para dentro de Byun, tão devagar quanto poderia, e a julgar pela forma como o garoto estava rebolando e gemendo, sabia que estava maltratando sua sanidade.

Chanyeol abaixou o rosto em direção às suas costas e beijou a curva em cima da sua lombar.

― Baekhyun... ― Sussurrou contra sua pele, sentindo os pelinhos arrepiados sob os próprios lábios, e aquilo fez o garoto se contrair de novo. ― Eu tô doido para sentir seu cu apertando meu pau como ele está fazendo agora com o meu dedo. ― Forçou mais um pouco para dentro, ganhando outro gemido como resposta. ― Você não consegue parar de se contrair, e eu acho que você não faz ideia do quanto isso é delicioso.

Byun queria responder alguma coisa, queria dizer que era para ele parar de enrolar e meter logo, porque já não aguentava mais. Tinha a leve impressão que todo seu corpo estava vermelho, pois aquele fogo que sentia o consumir por dentro tinha que estar sendo exposto de alguma forma sob sua pele. Mas ele só conseguia se esfregar na cama e rebolar a bunda tentando conseguir algum contato maior.

Era como se o orgasmo dançasse dentro de suas veias, indo e nunca vindo por completo, apenas o deixando mais e mais sensível, ao ponto em que tudo parecia doer, até seus mamilos roçando contra lençol ardiam como se estivessem machucados, mas na parte racional de sua cabeça, ele sabia que tudo isso era apenas porque sua sensibilidade estava alcançando um nível que ele nunca havia experimentado antes.

Chanyeol voltou com a boca para o meio de sua bunda e parecia muito mais intenso que antes, quando segurou em suas coxas, puxando seu corpo contra o próprio rosto. A língua se esfregava por aquele vão como se estivesse procurando um lugar específico, e Baekhyun não tinha dúvidas de que lugar era esse. Porque, em poucos segundos, Park encontrou, e ali Byun encontrou o céu.

E a forma como o nome de Chanyeol escapou de seus lábios chegou a ser vergonhosa quando se sentiu sendo penetrado pela sua língua. No mesmo instante, seus músculos se contraíram como se quisesse prender Chanyeol bem ali onde ele estava, e pela curva de seu pescoço, Baekhyun já podia sentir o suor escorrendo. Desistiu de tentar descontar todo aquele prazer no travesseiro ou no lençol e apenas intensificou os movimentos do próprio quadril, rebolando bem na cara de Chanyeol de um jeito que ele nunca se imaginou fazendo.

Era bom demais para tentar descrever, e em algum momento aquele fogo que corria sua pele havia se dissipado, dando lugar a calafrios absurdos. Deus, será que era possível morrer de prazer? Porque Baekhyun tinha certeza que ele estava presenciando seus últimos minutos de vida a cada estocada daquela língua dentro do seu corpo. Sua voz estava cada vez mais alta, e os gemidos haviam se tornado pequenos gritos que reverberavam por todo o quarto, transbordando o nome de Chanyeol numa bagunça animal.

Baekhyun podia jurar que nada poderia ser maior que aquilo, que estava alcançando ali o ponto mais forte de êxtase que seu corpo poderia tocar, mas Chanyeol era como uma tempestade, destruindo qualquer certeza que ele tentava criar para si. E fazendo exatamente isso, naquele momento, Byun sentiu uma nova guerra se iniciando dentro de si quando Park enfiou um dedo em seus ânus sem se dar o trabalho de remover a língua de onde estava.

Ele gritou ainda mais alto, enfiando o rosto no travesseiro, sentindo Park o tocando no ponto mais fundo de seu corpo. Rebolou o quadril apenas para se castigar mais um pouco, conforme a cabeça de seu pau se esfregava no lençol e Chanyeol esfregava sua próstata. Quantas vezes já havia feito aquilo trancado em seu quarto? Baekhyun nunca poderia contar nos dedos da mão. Porém, todo o prazer que já proporcionou alguma vez na vida parecia uma piada comparado ao que Chanyeol conseguia fazer. Será que seria tão ruim se ele começasse a chorar? Porque sinceramente, Baekhyun estava começando a acreditar que não demoraria muito para isso acontecer.

Park afastou o rosto um pouco, deixando apenas o seu dedo em Byun, estocando bem em cima de sua próstata. A mão livre agarrou uma das bandas de sua bunda, fazendo os dedos afundarem na carne o bastante para deixá-los tatuados ali, antes de beijar a região avermelhada, como se aquilo fosse capaz de apagar as marcas.

Baekhyun tremia sobre si, se esfregando cada vez mais. E ouvi-lo gemer tão alto, tão bagunçado e sem pudor algum era tão maravilhoso que ele mesmo se sentia capaz de gozar a qualquer momento, entretanto, foi Byun quem se derramou, contraindo o cu com uma força surreal, enquanto sua porra sujava o lençol embaixo do seu corpo. Como se quisesse prolongar aquela sensação o máximo possível, ou dar apenas uma resposta involuntária de seu corpo, ele ondulou mais o quadril e arqueou as costas, antes de soltar um último grito, esvaindo toda a força de si.

Chanyeol sentiu o aperto em seu dedo desaparecer e, mesmo que não estivesse tocando o garoto, sabia que ele estava mole pela forma como a respiração saía por sua boca. Deixou mais alguns beijos na altura de sua lombar, antes de subir pela linha de sua coluna e parar no finalzinho de sua nuca.

Baekhyun queria encolher o ombro, mas nem para isso ele tinha forças.

A mão esquerda de Park o tocou de novo entre as pernas, o fazendo se arrepiar por completo, embora aquilo não tenha durado muito.

― Você está pegando fogo. ― E mesmo que Chanyeol estivesse falando sobre o quanto a região entre sua bunda estava quente, aquilo servia para descrever completamente o estado físico e mental do garoto.

Baekhyun soltou um riso fraco, fechando os olhos, conforme erguia uma das mãos na altura do rosto para colocar dois dedos dentro de sua boca.

Park não percebeu, mas Baekhyun tinha acabado de lamber a própria porra.

― Me beija. ― Pediu, mesmo que mal tivesse forças para separar os lábios.

E Chanyeol o fez. Puxou seu rosto para o lado, mergulhando a língua dentro de sua boca, tentando ditar algum ritmo, uma vez Baekhyun parecia cansado demais para fazer qualquer coisa coerente. O beijo não durou muito e quando ele se afastou, Byun ainda estava sorrindo.

― Agora você está com o meu gosto na sua boca, da mesma forma que eu estou com o seu na minha.

Chanyeol riu, passando os dedos pelos fios de cabelo do garoto, e Baekhyun respirou fundo, virando-se para encontrar o outro.

― Você faz tudo de caso pensado, não faz?

― Tudo! ― Respondeu mais com os movimentos dos lábios do que com a própria voz, conforme seu olhar voltava a ficar intenso em direção a Park. ― Mas você sabe lidar bem com isso, não? Você faz o mesmo.

Chanyeol procurou a mão de Baekhyun com a sua, entrelaçou os seus dedos e o puxou para si, colocando o garoto sentado entre suas pernas. Encaixou o rosto na curva de seu pescoço, deixando um beijo no local antes de falar:

― Eu precisei aprender a ser esperto para lidar melhor com você.

― Aprendeu bem, pelo visto.

Traçou aquele caminho viciante até a curva de seu ombro, chupando a pele entre os lábios conforme seus dedos da mão livre se enrolavam e desenrolavam entre os fios de cabelo suados de Baekhyun.

― Sorte a minha, então. Lidar com você não é uma tarefa fácil, Baekhyun.

Byun riu, se acomodando melhor contra seu corpo e começando a sentir a respiração entrar em um consenso de normalidade outra vez.

― Que bom. ― Seus olhos estavam fechados, aproveitando o carinho que os lábios de Park faziam em sua pele, como se quisessem curar tudo aquilo que estava pegando fogo minutos antes. ― Que bom que você se esforçou, Park. Que bom que você fez isso por mim.

A boca estava de novo em sua nuca, e Baekhyun inclinou-se para frente, para dar a Chanyeol um espaço maior para explorar com seus beijos.

― Você ainda não tem noção de que eu posso fazer por você muito mais do que imagina. ― Havia coisas demais escondidas naquela frase, coisas que Chanyeol não queria deixar explícito. ― Agora que isso começou, Baekhyun, não dá mais para parar.

Byun se virou, o olhando de maneira silenciosa, observando o quanto sua expressão estava séria e inabalada.

― Então não me deixe escapar por entre seus dedos... Por favor. ― Chanyeol jamais seria capaz de entender, naquele momento, o que Byun queria dizer com aquelas palavras. Mas em algum momento ele descobriria.

Como uma resposta muda, Park o pegou pela cintura e o tirou de seu colo, antes de se levantar da cama. Baekhyun o seguiu com o olhar, observando os relevos de seus músculos e como eles se mexiam sob sua pele conforme Chanyeol andava. Era um pecado aquelas costas ainda estarem perfeitas em seu tom natural quando Baekhyun já estava uma bagunça de cores que o Park derramava em seu corpo. Cores que só existiam por causa dele.

Chanyeol pegou uma das sacolas que estava no chão e a jogou em direção ao garoto para voltar para cama.

― Eu ainda não terminei com você.

E no momento que Baekhyun pegou a sacola em suas mãos, ele pôde sentir o pacote de camisinhas e o tubo de lubrificante ali dentro, o fazendo se lembrar que, é... eles não haviam terminado ainda.

Park parou à sua frente, pegando seu corpo com uma facilidade absurda para colocar suas costas apoiadas nos travesseiros, afastando de leve suas pernas para se encaixar no meio delas. Chanyeol apoiou o peso do corpo de uma das mãos enquanto usava a outra para deixar um carinho terno no lado de seu rosto.

― Eu vou te fazer sentir o homem mais realizado do mundo, Baekhyun. Eu juro.

Os lábios cheios e macios de Park pressionaram os seus, num selinho, fazendo o Byun se sentir tentado a prender o inferior entre seus dentes.

― Eu quero que você me faça sentir o seu homem, Chanyeol. ― Soprou em meio aquele toque e levou uma de suas mãos até a nuca de Park. ― É só isso o que eu quero. Ser seu de uma forma tão profunda e intensa que nenhum outro homem, por toda a minha vida, vai conseguir desfazer isso.

A respiração de Chanyeol se tornou dolorosa ao som daquelas palavras.

― Não fala isso. ― Pediu como se fosse uma súplica. ― Não me faz pensar que um dia vai ter outro homem ocupando esse lugar, Baekhyun. ― E por esse lugar, Chanyeol queria dizer muitas coisas, como o espaço no meio de suas pernas e o espaço dentro do seu coração, porque da forma mais tola e ingênua possível, Chanyeol realmente acreditava estar em seu coração. ― É cruel demais.

Baekhyun não respondeu e, de alguma forma, aquela falta de palavras fez o coração de Chanyeol doer um pouco mais. Não tinha o que fazer, porque a partir do momento que passaram pela porta daquele quarto, eles aceitaram expor todos os sentimentos que existiam entre eles, dos mais obscenos aos mais viscerais que eles sequer sabiam existir até então.

Talvez, alguém sairia perdendo. Talvez, alguém se machucaria da forma mais cruel possível. E isso eles só saberiam na manhã seguinte.

Byun afundou os dedos em seus fios de cabelo, puxando com força até que Chanyeol o estivesse olhando novamente. Fundo em seus olhos, como quatro pérolas negras se chocando em meio ao fogo. Despindo qualquer armadura que ainda poderia existir entre eles. Se desfazendo de qualquer proteção. E Baekhyun sabia que, depois daquela noite, ele jamais seria o mesmo, mesmo que logo seu coração se tornasse um mosaico espalhado pelo chão.

Tomou o ar fundo em seus pulmões antes de tomar a boca de Park para si, porque Baekhyun nunca se cansaria de beijá-lo e ele poderia fazer aquilo resto de sua vida. E, embora fossem os mesmos lábios da noite que Byun sofreu o acidente de carro, era um beijo novo, com uma realidade diferente e dentro de uma delicadeza que chegava a ser imoral de tão particular entre eles.

Chanyeol segurou seu corpo com as duas mãos como se pudesse segurar o mundo inteiro dentro daquele gesto, e daquela vez ele não esperava poder moldar Baekhyun, porque, no fundo, ele sabia que precisava quebrar camada de porcelana, destruir toda a perfeição, para chegar na parte mais intrínseca de sua alma.

Partiu o beijo em dois, recebendo um suspiro arrastado de Baekhyun conforme resvalava a pele de seu pescoço, seu peito e sua barriga, beijando e chupando todo aquele caminho, voltando a criar aquelas trilhas que se afundavam em chamas sobre o corpo do garoto. Byun fechou os olhos com força jogando a cabeça para trás, e voltar a gemer era completamente natural como se não houvesse mais nada que pudesse fazer naquele momento.

Chanyeol continuou beijando seu corpo, passando os lábios sobre seu pênis que começava a ficar duro de novo, o tomando dentro de sua boca só pelo prazer de senti-lo crescer. Baekhyun remexeu quando se sentiu dentro daquela temperatura quente e molhada, e chegava a ser injusto como Park tinha a habilidade de conseguir abocanhá-lo por completo, mesmo que Baekhyun não fosse muito menor que Chanyeol.

Empurrar o quadril contra o rosto de Park chegava a ser uma necessidade vital, principalmente pelo fato de que aquele era o primeiro oral que recebia em toda a sua vida. Mas talvez, devesse procurar por aquilo em outro momento, porque Chanyeol não demorou muito em se afastar para continuar passando a boca pelo interior de suas coxas, chupando e mordendo sua carne de um jeito completamente delicioso.

Quando a boca chegou em seus testículos, Baekhyun se sentiu mergulhando novamente naquela sensação de êxtase que ele já sabia não saber lidar. E talvez tenha sido apenas por isso que ele o puxou pelo cabelo, afastando seu rosto de si.

― Se eu gozar de novo sem ser com o seu pau me fodendo, eu não vou ter forças físicas para aguentar outro orgasmo, Chanyeol. ― Ele explicou quando Park o olhou confuso, e só Deus sabia o quanto ele amava quando Baekhyun falava daquela forma suja.

Chanyeol se sentou as próprias pernas, com um sorriso quase inexistente no rosto.

― Pega a camisinha, então. ― Baekhyun esticou o braço, alcançando a sacola perdida na cama, e quando fez menção de entregá-la a Chanyeol, ganhou um olhar reprovador como resposta. Park segurou o pau com uma das mãos, massageando a extensão. ― Você quem vai colocar em mim.

― Chanyeol... eu nunca coloquei uma camisinha. Nem mesmo em mim. ― Park teria rido do quanto a expressão no rosto de Baekhyun se tornou fofa de um momento para outro se eles estivessem em qualquer outra ocasião.

― Então tá na hora de aprender. ― Ele ergueu as sobrancelhas de leve, naquele gesto que dizia para Baekhyun seguir em frente, e mesmo que o garoto se sentisse ligeiramente confuso e incerto, ele fez o que Park estava pedindo.

Baekhyun sentou-se melhor sobre a cama, ficando de frente para Chanyeol perto o suficiente para que pudesse colocar a camisinha nele. Tirou o pacote de dentro da sacola, a deixando ao seu lado por saber que logo eles precisariam dela de novo, para pegar o lubrificante, e mesmo a tarefa de abrir a embalagem parecia extremamente difícil. Seus olhos estavam focados no que suas mãos faziam pelo simples fato de não querer encarar o olhar atento de Chanyeol, porque não queria que o outro visse o quanto se sentia inseguro com aquilo.

Pelo amor de Deus, era só uma camisinha! Por que parecia tão difícil, mesmo considerando tudo o que ele já havia feito na frente de Park?

Assim que abriu o pacote, Baekhyun pegou uma das embalagens menores que caíram na cama decidindo que seria mais fácil abrir com a ajuda dos dentes. Porém, antes que pudesse colocá-la em sua boca, Chanyeol tocou seu queixo e parou o que ele estava fazendo, levando o olhar até o seu.

― Embora seja lindo te ver usando a boca para fazer qualquer coisa, você nunca deve abrir a camisinha usando dentes, Baekhyun.

Byun sentiu o peito esquentar naquela sensação quase desconfortável de ser repreendido. ― Por quê? ― Perguntou, e ele detestou o quanto sua voz pareceu embaraçada.

― Porque as chances de você furar a camisinha por acidente são muito grandes. ― Baekhyun abriu a boca para perguntar qual seria o problema se aquilo acontecesse, afinal, não era como se estivesse usando aquele tipo de proteção para evitar uma gravidez, era apenas para ajudar na penetração, certo? Porém, antes que pudesse falar, Chanyeol respondeu. ― Eu sei que mesmo que a gente transe sem camisinha, eu não vou te passar doença nenhuma, Baekhyun. Mas você nunca vai ter essa certeza, muito menos com outros caras, então você sempre precisa estar protegido da forma certa, entendeu? ― Ainda que imaginar Baekhyun transando com outro homem o fizesse se remoer em ciúmes, Chanyeol sabia que deveria pensar primeiro na segurança do garoto.

Baekhyun apenas concordou com a cabeça, recebendo um olhar satisfeito no mesmo segundo que o polegar de Park fez um carinho rápido em seu queixo antes de se afastar.

Ele levou quase meio minuto para conseguir rasgar o pacote com os dedos, logo pegando a camisinha enrolada naquela camada densa de lubrificante em suas mãos. Chanyeol ajeitou melhor o quadril, segurando o membro em sua direção enquanto lhe lançava um sorriso como se quisesse dizer que estava tudo certo.

― Agora, você vai apertar essa ponta e colocar a camisinha na cabeça do meu pau. ― Baekhyun, de novo, concordou com a cabeça, fazendo exatamente o que Chanyeol havia dito. ― Isso, agora é só desenrolar ela toda, sem soltar a pontinha dela para não entrar ar.

― Okay!

Baekhyun tentou desenrolar com a ajuda apenas de seus dedos, entretanto, na mesma medida que a camisinha descia um pouco, ela subia logo em seguida desfazendo curto processo.

― Usa a mão toda, vai ser mais fácil. ― E conforme Baekhyun ia superando aquele acesso de vergonha por ter que fazer algo na frente de Park que ele não sabia, ele sentia que havia algo verdadeiramente excitante no fato de Chanyeol o estar ensinando a colocar uma camisinha no pau dele.

― Tá bem. ― Usou os dedos para desenrolar só o começo, logo usando a mão toda para completar aquela ação, vendo que realmente parecia mais fácil. ― Posso soltar? ― Perguntou, se referindo à ponta que ainda estava presa entre seu polegar e seu indicador.

― Pode, sim. Agora você passa a mão no meu pau como se estivesse me masturbando, só para a gente ter certeza que não tem ar dentro da camisinha.

Baekhyun passou a língua sob o lábio superior num gesto tão pequeno que, se Park não estivesse atento em cada um de seus movimentos, sequer teria percebido. Mas ele viu. E viu também a forma como Byun o olhou daquele jeito transbordando deleite antes de usar as duas mãos para deslizar sobre seu pau, algumas vezes, sentindo as veias pesadas embaixo do látex.

― Você é mesmo um safado, não? ― O riso fraco escapou de sua garganta, conforme Baekhyun o fitava sem entender. ― Foi só eu te mandar tocar meu pau que a timidez desapareceu desse teu rostinho bonitinho, né, garoto? ― Byun não fez nada, apenas continuou olhando-o por entre os cílios com a sombra de um sorriso indecente nos lábios, esperando seu próximo movimento. ― Fica de quatro, Baekhyun.

Chanyeol não precisou pedir duas vezes.

Baekhyun se virou sobre o colchão, dobrando os braços sob o queixo e fechando os olhos. A primeira coisa que o atingiu foi a mão de Park, grande e pesada, batendo em sua bunda com força, fazendo seu corpo quicar na cama, intuitivamente. Apertou mais os olhos e segurou a respiração, enquanto seu coração voltava a acelerar. A mão que havia atingido sua bunda apertou sua carne antes de deslizar para seu quadril, logo tendo a outra fazendo o mesmo movimento.

Chanyeol o agarrou ali, puxando o seu corpo para cima para deixar sua bunda erguida na altura que bem queria, e só aquilo já fazia Baekhyun gemer, pela forma como era tão facilmente manuseado por aquele homem. Sentiu Park apertar os dois lados de sua bunda, antes de separá-las, expondo a parte mais profunda de seu corpo e aquilo era uma delícia. Não tinha como negar.

E talvez Chanyeol podia falar que ele fazia apenas para provocá-lo, entretanto, no momento em que abriu sua bunda, liberando a visão de sua entrada outra vez, Byun se contraiu daquele jeitinho que fazia os músculos do seu cu se mexerem.

― Você não sabe o quanto eu quero o seu cuzinho se contraindo ao redor do meu pau.

― Você acha mesmo que eu não sei? ― Baekhyun ainda teve a cara de pau de perguntar, só para ganhar outro tapa na bunda. ― Você está doido para me foder desde o primeiro dia em que viu.

Apertou mais uma vez a carne, sentindo os dedos afundarem nela, antes de buscar o tubo de lubrificante. Abriu a tampa, logo derramando o líquido no meio da bunda de Baekhyun, que soltou outro gemido fraco pelo contraste na temperatura que havia o atingido.

Ah... ― Resmungou arrastado quando Park usou o dedo para esfregar o lubrificante, e antes que pudesse assimilar aquela nova onda de excitação, sentiu o mesmo dedo o penetrando. Aquilo era realmente bom, e assim que o dígito entrou todo, Baekhyun rebolou. Porém, mal teve tempo para aproveitar aquela sensação e um segundo dedo passou a se forçar para dentro de si.

Por um momento, ele se sentiu preso naquela dor característica que seu corpo já conhecia das vezes que se tocava sozinho no quarto, e ao mesmo tempo que era familiar, era também inexplicavelmente diferente, e ele associava aquilo ao simples fato de ser os dedos de Chanyeol, não os seus.

Esfregou uma mão contra o tecido branco e suave do lençol, a puxando em direção sua boca e, à medida que os dedos começavam a foder seu ânus, a fim de conseguir um pouco mais de espaço, Baekhyun chupava e mordia os próprios dígitos numa tentativa ridícula de controlar o prazer.

Realmente conseguia sentir-se ficando maleável a cada vez que Park separava os dedos dentro de si, o alargando. Era incrível, porque Baekhyun estava apenas sendo preparado e mesmo assim ele estava provando de um prazer novo e maravilhoso.

Entretanto, aquilo não durou muito. Quase dolorosamente, Baekhyun sentiu os dedos escapando para fora, conforme uma mão voltava para seu quadril, ajeitando sua posição, e novo.

― Tá tudo bem? ― Park tinha sua voz preocupada e cuidadosa, num tom baixo e calmo, num completo oposto de como estava sua cabeça naquele momento.

― Tá sim... ― E só Deus sabia o quanto foi difícil para o garoto responder sem gaguejar.

― Ótimo! ― Chanyeol acariciou suas costas e se abaixou rapidamente para deixar um beijo em sua pele antes de levantar de novo. ― Me fala se doer. Por favor...

O coração de Baekhyun falhou ao som daquelas palavras. Porque aquilo estava realmente acontecendo. Finalmente. E ele não aguentava mais esperar, ao mesmo tempo que ainda sentia que nunca estaria preparado de verdade para o que receberia.

― Okay... ― Desistiu de manter os dedos em sua boca, procurando o travesseiro mais perto para agarrá-lo. ― Okay. ― Repetiu, um pouco mais convicto.

Uma descarga elétrica atingiu a parte de trás de seu estômago antes que pudesse ter certeza de que estava sentindo a cabeça pressionada contra sua entrada, seus joelhos tremeram involuntariamente conforme a pressão começava a se formar naquela região, e Baekhyun pensou que cairia a qualquer momento.

E talvez Chanyeol também tenha pensado o mesmo, pois o toque em seu quadril se tornou mais firme à medida que ele se empurrava tão devagar que não sabia dizer em quem a tortura estava sendo maior. Claro que imaginava que Baekhyun era apertado, havia sentido com sua própria mão a dificuldade quando o penetrou com o dedo pela primeira vez naquela noite, entretanto, havia algo sobre a forma como seu interior parecia querer expulsá-lo sempre que conseguia enterrar-se um pouco mais.

Park soltou o ar pesado, que nem mesmo sabia estar segurando, quando a glande entrou por completo e arrancou um gemido desconfortável do garoto. ― Relaxa, Baek. ― Pediu baixinho porque sabia que, quanto mais ele mantivesse a bunda tensa, pior seria para conseguir entrar com o seu pau ali. ― É só relaxar que fica mais fácil, ok?

Baekhyun queria socar Chanyeol por aquela sua mania de sempre falar ok no final de cada frase, o obrigando a responder alguma coisa, porque ele realmente não queria usar sua voz para dizer nada coerente naquele momento. Por isso, apenas respondeu um “uhum” descoordenado enquanto voltava a enfiar a cara no meio do travesseiro.

O tempo que Park levou para conseguir empurrar o seu pau por completo pareceu uma eternidade para os dois e, à medida que ia avançando, mais sua testa franzia naquela mistura de prazer e dor porque seria mentira falar que a falta de espaço dentro de Baekhyun havia sido no mínimo desconfortável no começo.

Byun soltou um gemido com o contato e mordeu o lábio inferior com força o bastante para causar outro corte quando se deu conta que tinha Chanyeol por completo dentro do seu corpo. Deus, tinha como aquilo ficar bom em algum momento? Porque ele realmente tinha medo de fazer qualquer movimento e acabar se machucando. Até mesmo respirar parecia mais pesado.

E como se pudesse ler exatamente o que estava se passando na cabeça de Baekhyun, Chanyeol acariciou suas costas outra vez, mantendo-se parado na mesma posição por alguns segundos. ― Você está tenso, Baek. Se acalma. ― Teria beijado suas costas outras vezes, porém, sabia que se se mexesse Baekhyun ficaria mais assustado. ― Pode relaxar a bunda, não vai doer como você está pensando.

Baekhyun nunca teve problema em confiar em Chanyeol, e ele nunca havia errado por isso, então estava tudo bem, certo? Se realmente fosse piorar a situação, Park não estava lhe falando para fazer aquilo.

E foi só por causa desse pensamento, dessa confiança cega que tinha naquele homem que Baekhyun se permitiu respirar fundo e relaxar os músculos da bunda. No mesmo instante, Chanyeol pode sentir as paredes internas de Byun cedendo ao redor do seu pau, diminuindo aquele aperto sufocante.

― Melhor? ― De novo, Baekhyun respondeu apenas com um “uhum”.

As primeiras investidas vieram devagar e em movimentos tão curtos que sequer pareciam existir, Chanyeol via como a bunda de Byun mal se afastava de seu quadril antes de juntá-los, novamente. E só quando Baekhyun começou a querer se mexer que ele se atreveu a intensificar um pouco cada um de seus gestos.

A visão que tinha era privilegiada porque nunca na vida foi tão bonito ver seu pau entrando e saindo de uma bunda. E podia ser a coisa mais ridícula de se pensar, mas era como se aquela parte do corpo daquele garoto tivesse sido feita especialmente para acomodá-lo. Pois duvidava que Baekhyun pudesse ficar tão bonito se fosse com qualquer outro homem. Estava começando a acreditar que era masoquista, porque o tempo trazia aquele tópico em sua mente. Ou talvez fosse apenas a certeza de que aquele que estava criando juntos não duraria muito.

Baekhyun se atreveu a rebolar uma vez e Park contraiu a própria testa com força para conter a vontade de dar outro tapa naquela bunda. Estavam começando a mudar o ritmo, e com isso as ondas de prazer começaram a se espalhar em ambos os corpos. Baekhyun gemia baixinho a cada vez que tinha Chanyeol por completo dentro de si, e sua voz começava a ganhar volume conforme seus corpos se chocando ganhavam som.

Park separou as próprias pernas, empurrando os joelhos de Baekhyun de um jeito que o fez se deitar por completo naquela cama, logo se colocando sobre ele para que seu peito cobrisse suas costas, e quando estocou de novo naquela nova posição, buscou as mãos de Byun, entrelaçando os dedos e afundando o rosto na curva de seu pescoço. Baekhyun não saberia explicar o quanto se sentiu aquecido com aquele gesto.

Adorou a forma como o peso de Park o pressionou contra a cama e como aquilo pareceu bagunçar ainda mais o seu interior. Conseguia sentir como o pau entrava e saia e como suas temperaturas se misturavam agora que não havia mais espaço nenhum entre eles. E Chanyeol continuava espalhando prazer por cada centímetro do seu corpo enquanto beijava seu ombro ou chupava seu pescoço.

Era mais um tipo de paraíso que estava conhecendo com aquele homem, e Byun guardava todos em seu coração com medo do dia que perdesse num mundo opaco e sem cores. Era uma conexão completa, que ia além da carne, uma sincronia de todas as partes de seus corpos, e havia magia na forma como Park apertava os dedos entre os seus toda vez que ele estocava mais fundo.

Uma verdadeira bagunça, e Baekhyun esperava que nunca mais em sua vida se organizasse de novo.

Sua voz se derramava a cada vez que gemia o nome de Park Chanyeol, contornando no ar aquele que o estava transformando em outra pessoa porque, de novo, ele pensou que nunca mais seria o mesmo depois do que estava fazendo. E do jeito que conseguia, Baekhyun remexia o quadril, às vezes, esfregando para cima e para baixo enquanto todo aquele estímulo crescia ao ponto de querer transbordar. Deus, poderia viver aquilo para sempre.

Mesmo sem vontade de deixar aquela posição que os mantinham tão próximos, Chanyeol soltou suas mãos, erguendo o corpo para se sentar na cama. E Baekhyun quis chorar quando se sentiu vazio pela primeira vez. Porque agora que ele conhecia a sensação de ter Park enterrado dentro de si, era um pecado eles se separarem.

― O que houve? ― Perguntou com a voz tremendo, no receio de ter feito algo errado. ― Por que você parou, Chanyeol?

Park poderia sentir pena da forma como ele o olhou, mas não expressou misericórdia alguma quando o puxou pelo quadril o trazendo para perto de si.

Colocou a boca ao pé de seu ouvido e sussurrou baixinho:

― Senta esse rabo no meu pau, Baek.

E aquilo foi o bastante para fazer Baekhyun entender que as coisas ficariam ainda mais intensas do que já estavam.

Chanyeol se ajeitou melhor sobre as próprias pernas, e segurou o garoto pela cintura, o puxando para o seu colo. ― Dobra os joelhos para trás, na cama. Vai te dar mais sustentação para quicar no meu colo. ― Baekhyun obedeceu sem nem pestanejar, sentando em cima das coxas de Park, e antes que pudesse pensar duas vezes, seu corpo estava sendo erguido de novo, dessa vez para encaixar a bunda em cima do pênis de Chanyeol.

Ele deslizou devagar, não controlando o gemido que se formou em sua garganta enquanto experimentava o pau de Park numa posição nova, uma que o levava para dentro de uma forma ainda mais profunda, e Baekhyun realmente se sentiu assustado por aquilo ser possível. Porque naquela posição, o pênis entrava sem se curvar, indo direto ao ponto que o garoto mais precisava senti-lo.

Caralho... ― Soltou, vendo seu fôlego escapar de si em uma facilidade absurda, conforme Chanyeol começava a movimentar o seu corpo, ainda o segurando pela cintura, deslizando para cima e para baixo, ensinando exatamente o que ele deveria fazer.

Não demorou muito, Baekhyun começou a guiar os próprios movimentos, fazendo força com os joelhos para subir pelo pau de Park até que ele estivesse praticamente todo fora antes de voltar a descer devagar, o acomodando todinho outra vez.

Chanyeol continuava com a boca em seu pescoço, maltratando sua pela daquela maneira que já era um vício para os dois, e quando os dedos agarraram seus fios de cabelo com força, Baekhyun não teve outra escolha a não ser gritar.

― Aperta meu pau com o teu cu, Baekhyun. ― Empurrou o próprio quadril para cima, recebendo outro gemido como resposta. ― Desce contraindo do jeitinho que você estava fazendo no meu dedo, vai...

E ele não precisava pedir duas vezes.

Byun jogou a cabeça para trás, deixando sua garganta livre para todos os gemidos que ela mantinha, subindo e descendo enquanto contraia suas paredes internas, sufocando Chanyeol naquele aperto delicioso, e era como se pudesse intensificar a massagem sobre a própria próstata toda vez que fazia aquilo.

As mãos de Park corriam por seu corpo, apertando e marcando tudo o que alcançava, às vezes parando em seu pescoço onde ele apertava com mais força só para sentir as cordas vocais vibrando sob seus dedos, e às vezes agarrando sua coxa com as unhas naquela necessidade de se encher com sua carne.

Os gemidos de Baekhyun eram uma bagunça arrastada de sussurros e gritos que preenchiam o quarto de forma caótica, e mesmo quando Park enfiou os dedos em sua boca, o som não foi abafado. O garoto realmente não sabia o que fazer; não sabia se chupava os dígitos daquele jeito descoordenado que fazia sua saliva escorrer por entre eles ou se mordia cada vez que Chanyeol empurrava o quadril para cima, acertando-o bem em cima de sua próstata.

Se sentia completamente destruído, mas, ainda assim, longe de querer parar. Seu corpo parecia sempre perto de atingir o limite e quando Baekhyun achava que não aguentaria mais, ele descobria um pouco mais resistência em si. Não poderia acabar nunca. Implorava a qualquer coisa que assombrava a sua cabeça que não deixasse que eles saíssem daquele quarto nunca mais, porque se sentia capaz de morrer se tivesse que se separar de Chanyeol. Em todos os sentidos possíveis.

Os músculos de suas pernas estavam começando a ficar dormentes e, do jeito que pôde, tentou usar os braços para dar suporte aos seus movimentos, mas realmente não era fácil.

Cha-Chanyeol... ― Chamou com a voz entrecortada por causa do atrito de cada sentada. ― Caralho, ― xingou de novo só porque lhe pareceu a coisa certa a fazer. ― me coloca de quatro. ― E quando Park não atendeu seu pedido de imediato, ele falou de novo. ― Me fode de quatro, Chanyeol.

O riso abusado que alcançou seu ouvido serviu como resposta.

Park o empurrou para frente, com a mão em suas costas, o fazendo cair sobre o colchão e num movimento tão rápido que o garoto nem mesmo viu acontecer, ele segurou na lateral de suas coxas, levantando o quadril para deixá-lo na posição que havia pedido. Tudo isso sem sequer sair de dentro de Baekhyun.

Deu uma estocada forte, indo o mais fundo que conseguiu, fazendo o corpo de Byun balançar à sua frente. ― É assim que você quer que eu te coma, Baekhyun? ― Outra estocada, e o garoto estava delirando. ― Desse jeito?

― Si-sim... ― E oscilação em sua voz tinha mais a ver com a força com que seu corpo estava sendo manuseado. ― Fundo, Park.

Ah... e aquele sobrenome naquela voz arrastada era como um desafio para Chanyeol.

Seus quadris começavam a se chocar de forma quase violenta, à medida que Baekhyun sentia Chanyeol lutando para ir o mais fundo que podia e, puta merda, o pau estava socando direto em sua próstata, o fazendo gemer sem intervalos, e nem mesmo morder o travesseiro era capaz de tranquilizá-lo, naquele mometo. As mãos grandes e firmes e fortes de Park agarravam sua cintura como se ele pudesse escapar a qualquer momento, caso não o fizesse, e Baekhyun amava a forma como até aquilo se encaixava de um jeito sagrado.

― Porra, Baekhyun! ― A voz seria capaz de cortar a sanidade de Byun ao meio se ela já não estivesse destruída. Baekhyun se sentiu encantado ao perceber o quanto seu nome parecia uma maldição naquele timbre grave. Tudo ali era uma maldição se derramando sobre os dois, testemunhando cada movimento libidinoso que faziam, que os perseguiriam para sempre. ― Você é gostoso pra caralho, garoto. ― E a vontade que Chanyeol tinha de devorá-lo de todas as formas possíveis nunca foi tão real.

― Me bate. ― Baekhyun estava no ápice da sua insanidade. Porque sabia que, a qualquer momento, seu corpo se partiria. ― Marca tua mão na minha bunda.

E parecia que Chanyeol estava mesmo só esperando o pedido. Sua mão atingiu a pele com força, fazendo Baekhyun remexer com o pau dentro, gemendo ainda mais alto, e quando outro tapa o atingiu, ele choramingou baixinho porque era impossível que até aquilo funcionasse para aumentar o prazer que sentia. Talvez estivesse louco depois de tudo. Byun não duvidaria.

Entretanto, seu corpo estava cada vez mais fraco, se contraindo de forma mais intensa a cada investida de Chanyeol, e toda vez que a cabeça do pau dele o tocava no fundo, ele sentia uma onda nova de prazer o atingir ao ponto de afogá-lo dentro da própria sensibilidade. Como se pudesse prever o que estava vindo em seguida, sua boca se partiu em sons desconexos, e por uma última vez, ele contraiu o ânus ao redor do pênis do Park, sentindo o orgasmo tomar conta de cada centímetro de si enquanto gozava sobre o lençol. E Chanyeol socou mais duas vezes, como se aquilo pudesse aliviar – ou piorar – a tensão que havia se espalhado em seu corpo.

Chanyeol... ― Fechou os olhos com força, desistindo de sustentar seu peso sobre seus joelhos, e apenas se deixou cair sobre o colchão.

Baekhyun virou o rosto para o lado, vendo Park puxar a camisinha para começar uma punheta e mesmo com a visão ainda nublada, ele balançou a cabeça fazendo que não.

― Goza dentro de mim.

E nada naquela noite pareceu maltratar tanto Chanyeol quanto aquele pedido.

― Baekhyun... ― Seu nome era uma repreensão em sua boca, pronto para dizer que aquilo não era certo. Mas o garoto sequer o deixou continuar.

― Chanyeol, por favor, eu quero sentir sua porra dentro da minha bunda.

E bem... foda-se o que era certo ou errado ali. Eles já haviam perdido todos os limites.

Park deitou o corpo sobre o de Baekhyun, imitando a posição com a qual começaram tudo aquilo, penetrando-o de novo. Ele mesmo não conteve a vontade de gemer ao sentir como o garoto o envolvia dessa vez. E Baekhyun pareceu sentir aquela diferença quando levou o polegar entre os dedos, o mordendo com os olhos fechados. E, caralho, como aquilo era lindo.

Não precisou de muito para alcançar o orgasmo e expelir todo o seu gozo dentro do cu de Baekhyun, que ainda se contraia pela sensibilidade. Ele continuou naquela posição por mais alguns minutos e apoiou a cabeça contra as costas do garoto, ouvindo seu coração batendo rápido demais, ouvindo também como eles se acalmavam, voltando ao ritmo normal, assim como o seu.

Deslizou para fora de Baekhyun e ajoelhou entre suas pernas, só para ver sua porra escorrendo por sua bunda. Tocou as duas bandas com as mãos, acarinhando a pele marcada e se abaixou para beijar cada um dos lados.

Baekhyun ficou em silêncio por um tempo que lhe pareceu infinito, apenas aproveitando os toques daquele homem que era a contradição em forma humana, porque era inconcebível que a mão que o havia marcado e excitado pela última hora inteirinha, pudesse estar agora acalmando toda a tempestade que ele havia se tornado.

Poderia dormir daquele jeito mesmo, mas era um erro desperdiçar cada segundo ao lado de Chanyeol.

Por isso, abriu os olhos e se virou na cama para encará-lo.

― Tá cansado? ― Baekhyun negou com a cabeça, mas acabou rindo da própria mentira. ― Vem cá. ― Park estendeu a mão em sua direção e quando ele aceitou, teve o seu corpo sendo puxado até estar sentado com as costas no peito de Chanyeol. ― Como você está se sentindo? ― Byun sempre achou que aquele tipo de pergunta soaria patética depois de uma transa, entretanto, Park fazia tudo parecer genuíno e cuidadoso.

― Eu não sei... ― Porque ainda não havia aprendido palavras para se descrever. ― Ainda parece que tudo é um devaneio, e é como se eu não fosse mais quem eu era até o momento que você me encontrou no seu quarto mais cedo.

Chanyeol sorriu, apoiando o queixo em seu ombro e o abraçou pela cintura com um braço, usando a outra mão para pegar a de Baekhyun.

― E isso é bom?

― Tão bom que parece um crime.

Ergueu o pulso fino e branquinho do garoto até seus lábios, deixando um beijo bem sobre o local que a veia pulsava forte e repetiu o gesto sobre seus dedos.

O silêncio perdurou tempo o suficiente para que trocassem todas as palavras não ditas, as que jamais teriam coragem de assumir em voz alta. O suficiente para Baekhyun se confessar por trás dos lábios fechados e ter seus sentimentos seguros nas palmas de Chanyeol, naquele desejo de que ele nunca os deixassem cair, e que os guardassem no lugar mais protegido que existia. Seu coração.

Entretanto, o que mais poderia desejar naquele momento era que Chanyeol pudesse ler tudo aquilo na forma como seus olhos se mantinham fechados com medo de expor cada um daqueles desejos.

― Quer tomar banho? ― Baekhyun apenas concordou com a cabeça, ainda aproveitando o calor de seus corpos juntos.

Chanyeol não esperou que o garoto se levantasse. O pegou no colo, passando um braço sob a curva de seus joelhos e deu apoio a suas costas com o outro, fazendo Baekhyun rir.

― O que foi? ― Perguntou, mesmo já sabendo o motivo do riso.

― Para quem há duas semanas morria de medo de encostar em mim, olha só... ― Bem, talvez tenha se enganado quanto ao motivo. ― Me carregando no colo para o chuveiro. Que impressionante, Park.

Chanyeol empurrou a porta do banheiro com a ajuda da perna. ― Algum dia você vai deixar de ser debochado? ― Park franziu o cenho, o colocando no chão do lado de fora do box para que pudesse regular a temperatura da água.

― Não. ― Respondeu, simplista, dando de ombros. ― E você gosta de mim por ser assim.

― Cala a boca, garoto! ― Rolou os olhos, medindo a temperatura com a mão só para ter certeza que estava agradável, e deu espaço para o Byun entrar.

― Viu só? Eu te deixo sem palavras, Park. ― Baekhyun tinha aquele sorriso travesso nos lábios que Chanyeol tanto amava. ― Você gosta de mim exatamente por iss- ― Antes que pudesse terminar de falar, sentiu a boca de Park sobre a sua engolindo suas palavras.

O beijo não durou muito, mas durou o suficiente para silenciar o garoto. ― Cala a boca. ― Repetiu, pausadamente, contra os lábios de Baekhyun antes de beijá-lo novamente, empurrando os dois para debaixo da água. 

 

* * *

 

Baekhyun enrolou o lençol ao redor de seu corpo, vendo Chanyeol em pé na sacada do quarto usando apenas uma boxer, com as costas nuas espelhando as luzes fracas da rua. Ele estava com os braços apoiados no salva-corpo enquanto um cigarro dançava em seus dedos, vez ou outra, sendo levado até seus lábios, por onde a fumaça densa escapava entre uma tragada e outra.

Ele sorriu, sentindo um tipo de calor crescer em seu peito, e olhou ao redor daquele quarto pequeno, encontrando suas roupas espalhadas pelo chão, compondo a cena do crime que havia cometido momentos antes.

Algo em si parecia diferente, e ele não sabia explicar o quê. Talvez, quem sabe, pela constatação de que Chanyeol o havia feito se sentir homem pela primeira vez na vida. E de uma forma figurada podia sentir aquilo refletido em sua pele, que se arrepiava a cada lembrança de quando estiveram deitados naquela cama.

Estava feliz de um jeito que nunca imaginou que pudesse acontecer para si, antes. E aquilo era mágico, mesmo que sua mente ainda estivesse fora de foco e a gravidade parecesse pesada demais para segurar em suas mãos. Baekhyun não poderia se importar com nada além do que era naquele momento, e para ele isso bastava.

Olhou as bolsas com as coisas que haviam comprado, e reparou em um pacote de salgadinhos. Estava começando a se sentir com fome, e sabia que tinha a ver com o fato de ter transado, e até mesmo aquela constatação boba o fazia se sentir maravilhado por estar sendo pego pelas consequências banais do que havia feito.

Mordeu o lábio para conter o sorriso, desejando controlar seus pensamentos porque realmente não queria explicar o que estava se passando em sua cabeça. Como poderia dizer a Chanyeol o tamanho da importância que perder a virgindade com ele tinha? Tinha medo de soar infantil em frente aquele homem, e não era sua culpa. Não quando Park ainda parecia um muro alto demais para ser escalado, sem dar a Baekhyun nenhuma pista do que havia do outro lado.

E tão firme quanto uma parede de concreto, Chanyeol também era como areia movediça que o puxava para baixo, o enterrava em um lugar inóspito, sem lhe dar chances de se salvar.

Deus, como iria conseguir reunir seus próprios pedaços quando Park resolvesse que era hora parti-lo?

Empurrou todos aqueles pensamentos para o lado mais fundo de sua mente, caminhando até estar ao lado de Chanyeol. Suas costas nuas como um convite para que se aproximasse mais, para que a beijasse até que tatuasse o toque de seus lábios sob sua pele.

Entretanto, tudo o que fez foi subir no vaso de plantas que tinha no chão, que parecia mais um cinzeiro enorme a julgar pelas quantidades de bitucas velhas jogadas ali, usando-o para dar impulso em seu corpo, e se sentar sobre o parapeito.

Chanyeol o observou em silêncio com uma expressão imparcial, esperando que ele concluísse sua ação para lhe repreender.

― Desce daí. Quer se jogar na estrada, é? ― Baekhyun amava o tom que ele usava consigo, sempre duro, quase beirando ao grosseiro e ao frio. Havia levado um tempo para entender que aquilo era algo particular de Chanyeol e que ele não o estava tentando afastar ao falar daquela maneira. Pelo menos, não mais.

― Você não me deixaria cair. ― Inclinou o ombro direito em direção ao rosto. ― E se eu cair, você pula junto que eu sei.

O riso que ambos soltaram preencheram a noite.

― Agora você resolveu viver dentro de um conto de fadas num navio pelo Atlântico? ― Park deu mais uma tragada em seu cigarro, e conforme soprava a fumaça em direção ao céu, Baekhyun se esquivava para mais perto.

― Eu nunca gostei de Titanic. ― Aquela revelação pareceu pegar Chanyeol de surpresa. ― O quê? ― Perguntou, estranhando a reação estampada em suas afeições.

― É a primeira vez que eu ouço alguém falar que não gosta desse filme. Qual o seu defeito, Baekhyun?

O garoto gargalhou mais alto e continuou se arrastando sobre o salva-corpo até estar sentado em frente a Chanyeol.

― Defeito nenhum. Eu assisti ao filme uma vez, quando era criança, e chorei por duas horas seguidas. Por que eu deveria gostar de alguma coisa que me faz chorar? ― Ele ergueu as sobrancelhas, mas a forma como aquela pergunta ecoou dentro de sua própria cabeça, o assustou.

― Você é muito prático. ― Soltou como se fosse uma crítica. ― Se eu não te conhecesse, diria que você não sabe aproveitar a emoção das coisas simples.

Baekhyun não entendeu, mas aquelas palavras fizeram um sorriso bobo querer nascer em seus lábios.

― Certo. Mas e você? Gosta de filmes românticos, Park?

― Eu? ― Chanyeol parou por alguns instantes, pensando na resposta. ― Eu não tenho um tipo de filme favorito, eu só... assisto o que eu acho interessante, quando acho. Geralmente, não assisto filmes, ou séries, ou qualquer coisa desse tipo.

Pff... Eu sou prático e você é chato. ― Baekhyun desviou o olhar, fitando a ponta do cigarro que brilhava entre vermelho e laranja. ― Sua vida é resumida a trabalho, Park. Isso não te incomoda?

Okay, Chanyeol se sentiu levemente ofendido pela audácia que Baekhyun teve ao falar daquela forma, mesmo que fosse algo que já pudesse esperar do garoto.

― Queria saber por que você gosta tanto de presumir o que eu faço da minha vida. E matando a sua curiosidade; Não, isso não me incomoda, porque a minha vida não é resumida só a trabalho.

Byun deu de ombros, rolando os olhos antes de voltar a falar. ― Eu gosto de presumir o que você faz da sua vida, porque ainda tem muitas coisas que eu não sei, mas que eu gostaria de saber.

Chanyeol pressionou de leve os olhos, dando mais uma tragada, e colocou a mão livre ao redor de sua cintura. ― É só você me perguntar. O que você quer saber?

Baekhyun ficou em silêncio por alguns segundos como se testasse aquela acessibilidade que Chanyeol estava lhe entregando de bandeja. ― Hm... me conte sobre seus pais. Eu nunca te ouvi falar sobre eles com ninguém.

Byun achou que poderia estar tocando num grande tabu para Park, porque realmente nunca soube nada sobre seus progenitores, e em uma das vezes que se pegou pensando demais na vida pessoal de Chanyeol, chegou a achar que ele era órfão.

― Minha mãe vive em Incheon. ― Começou, falando com calma. ― Eu costumo ir jantar com ela uma vez por semana, embora nas últimas duas eu não tenha conseguido ir. Meu pai morreu de câncer no pulmão quando eu tinha a sua idade, e eu tenho uma irmã mais velha que mora em Osaka e trabalha como âncora de um jornal local.

O garoto piscou algumas vezes, antes de rir de si mesmo por ter cogitado a possibilidade da família de Chanyeol ser diferente. Era tão comum como qualquer outra. ― Sinto muito pelo seu pai. Acho que se eu perdesse meu pai, agora, eu surtaria. Não teria estrutura para nada. ― Torceu os lábios de leve, não querendo nem mesmo se imaginar numa situação parecida.

― Tudo bem. São coisas da vida. ― Daquela vez, foi Chanyeol quem deu de ombros como se quisesse dizer que realmente não havia nada demais naquilo. Não que não tivesse amado seu pai enquanto ele era vivo. Todavia, quando se acompanha o adoecer diário de uma pessoa, se torna mais fácil aceitar sua partida.

― Certo... ― Baekhyun levou alguns segundos para decidir se fazia a outra pergunta ou não. Entretanto, reconhecia a própria curiosidade e tinha medo que não tivesse a oportunidade de perguntar outra vez. ― E os seus relacionamentos?

Park o fitou com cuidado, tentando entender o intuito daquela pergunta porque não esperava que Baekhyun pudesse querer entrar em um assunto como aquele, e quando não obteve nada vindo de seus olhos, apenas decidiu responder.

― Eu tive alguns, sim. Mas não muitos.

― Hm... aposto que foi porque vivia trancado no quarto estudando e não tinha tempo para conhecer outras pessoas. ― Baekhyun soltou num tom divertido e debochado, ganhando mais um daqueles olhares de Chanyeol como se quisesse mandá-lo parar de falar merda.

A verdade era que Baekhyun queria, sim, conhecer quem havia feito parte do passado de Chanyeol, queria saber por quê não ficaram na tentativa de descobrir o que deveria fazer para se manter no presente de Park para sempre. Era apenas sua cabeça bagunçada de vinte anos tentando ser racional e quem poderia culpá-lo?

― Você tá completamente errado, garoto. ― Chanyeol ainda o olhava com cuidado enquanto respondia. ― Eu não tive muito relacionamentos porque um deles durou muitos anos.

― Quanto tempo? ― Baekhyun queria mesmo saber?

― Sete anos.

Byun não conseguiu compreender o que se passou no fundo de seu estômago naquele momento. Era como se o ar tivesse se tornado contaminado com aquela descoberta. Chanyeol havia vivido sete anos de sua vida ao lado de uma pessoa, construído coisas demais que certamente ficariam em sua cabeça mais sete, e outros sete, e outros sete anos. Como poderia competir com aquilo? Mas era claro que ele não deixaria aquele pensamento transparecer ao Park. Pelo menos ele achava que não.

― Por que acabou?

Chanyeol franziu a testa por um momento, antes de olhar para cima e soltar o ar de um jeito mais pesado.

― Não sei... talvez porque eu tenha sido egoísta demais e decidido pelo meu futuro profissional a ela. Eu não tentei, sabe, conciliar o meu noivado com os planos que eu estava criando para mim, e quando eu achei que ele estava atrapalhando, eu terminei com ela.

Não que Baekhyun estivesse esperando alguma resposta pronta ou corriqueira como “ela me traiu” ou “o amor acabou”, na verdade não sabia o que esperar do motivo, mas definitivamente não imaginava aquilo. Riu, tentando descontrair a situação dentro da própria cabeça.

― Viu? Depois você quer me convencer que não resume sua vida a trabalho. ― Baekhyun rolou os olhos outra vez, e olhou para trás em direção a estrada não movimentada. ― Você acabou com um noivado porque achou que ele estava atrapalhando sua vida profissional. Tem ideia do quanto isso é frio e grosseiro com você mesmo?

― Ei, garoto! ― Chanyeol cutucou sua testa com o indicador, se fazendo de indignado. ― As pessoas são passíveis a erros. Não é como se eu me arrependesse da decisão que eu tomei no passado. E ela me serve como exemplo hoje para outras decisões. Você não entende isso porque viveu sua vida toda dentro da redoma de cristal que seu pai construiu ao seu redor. ― Baekhyun poderia ter se sentido ofendido por aquilo, mas ele entendia o ponto de Chanyeol. Park esperou alguns segundos por uma resposta e, quando ela não veio, deu uma última tragada no cigarro antes de jogá-lo no vaso de plantas. ― Qual vai ser a próxima pergunta?

Byun balançou a cabeça de um lado para outro. ― Nenhuma.

O silêncio dançou entre eles por alguns segundos, enquanto coisas demais se passavam pela cabeça de Park, criando uma cacofonia irritante, que parecia não querer cessar. Sentia a agitação de Baekhyun na forma como ele balançava as pernas ou no jeito como seus dedos batiam sobre o metal do parapeito enquanto ele se perdia olhando para o horizonte escuro e limitado por árvores que não podiam enxergar dentro da escuridão.

Novamente, ele parecia uma forma de arte. Sisuda, emburrada, teimosa, mas, ainda assim, uma arte. E a maneira como seu coração se sentiu culpado sem nenhum motivo, o fez perceber que Baekhyun havia se tornado seu calcanhar de Aquiles. O ponto mais fraco que existia em sua vida.

― Baekhyun... ― Chamou, segurando seu rosto pelo queixo, o virando em sua direção. ― Eu não quero que você pense nisso. ― O garoto ergueu as sobrancelhas, pronto para perguntar o quê?, mas não foi preciso. ― Em quem veio antes de você, como veio ou como foi embora. Eu só quero que você pense em uma coisa. ― Seu olhar era tão incisivo que era capaz de olhar dentro da alma de Byun. ― Que desde o primeiro que eu te vi, é você. Você quem tira meu sono, minha paz, meu sossego, minha calma. E para eu me sentir bem de novo, eu preciso de você por perto.

Baekhyun podia se ver desmanchar como vinho derramado sobre o lençol da cama em um segundo no tempo. Pela primeira vez na vida, ele soube o que era ter algo a perder, e Deus, ele jamais aceitaria perder aquele homem. 

Porque ali, era Chanyeol, dentro da sua forma mais pura, dizendo que precisava dele. Contando, nas entrelinhas, que sentiam o mesmo, e que Baekhyun não seria engolido pela areia movediça.

― Eu sempre chamei sua atenção porque você fantasiava na sua cabeça coisas que você não tinha que estar imaginando. Eu sei como sua mente funciona, Baekhyun. Sei que você pensa demais. Então, agora eu quero te pedir para você não começar a pensar que amanhã isso tudo vai se tornar apenas uma memória. ― Baekhyun mordeu o lábio, sentindo seu coração batendo no fundo de sua garganta. Como era possível Chanyeol o ler com tanta facilidade? ― Eu achei que eu tivesse deixado isso claro, já.

Byun balançou a cabeça, concordando porque foi a única coisa coerente que conseguiu fazer. E como se quisesse guardar suas palavras como uma promessa, Chanyeol segurou firme em sua cintura e o beijou. Baekhyun só podia pedir que aquela promessa nunca fosse quebrada, porque se isso acontecesse, ele se quebraria junto.

O riso fraco de Chanyeol foi ouvido antes mesmo que o beijo pudesse ter sido quebrado, fazendo Byun rir junto. ― O que foi? ― Perguntou, sendo levado pela mudança de humor.

Park encostou a testa na sua, por dois segundos, antes de se afastar mais um pouco.

― Seu lábio. ― Usou o polegar para tocar o inferior, sentindo como ele estava machucado. ― Você precisa parar de se morder quando a gente transar. Chegar a ser um crime você machucar algo tão bonito, Baekhyun.

O Byun riu um pouco mais, passando a ponta da língua para sentir os cortes do local. ― A culpa não é minha... Na verdade, é bastante sua.

― Ah é? ― Subiu uma mão em direção à franja de Baekhyun, ajeitando os fios que caiam em seus olhos. ― Então eu vou começar a pegar leve com você.

― Eu duvido que você consiga pegar leve comigo. ― Seu olhar ficou pesado por um momento, daquele jeito que fazia Park o fitar pequeno. ― Você não consegue se controlar, Park. Eu sou gostoso demais para você querer manter o autocontrole.

― E convencido pra caralho, também, né?

― Foi você quem disse. ― Baekhyun ergueu as sobrancelhas, comprando para si toda a inocência que, definitivamente, não lhe cabia. ― Gostoso pra caralho, garoto. ― Disse, imitando a voz de Park, com a testa franzida. ― Desse jeitinho. Enquanto me fodia.

― Você gosta disso, Baekhyun. ― Seus dedos passaram por entre seus fios de cabelo, descendo até a nuca. ― Sua cara não nega o quanto o seu ego fica pesado quando eu falo com você desse jeito. ― Byun colocou a pontinha da língua pra fora, num gesto travesso, provocando Chanyeol. ― Mas sabe o que vai ser ainda mais gostoso? ― Aproximou o rosto da curva de seu pescoço, colando a boca ao pé do seu ouvido, como se fosse contar um segredo que ninguém mais pudesse ouvir, mesmo que não tivesse mais ninguém dentro do quarto. E antes de falar, Baekhyun encolheu o ombro, tentando controlar aquela sensação de arrepio que passou pela região. ― Quando eu te foder de ladinho mais tarde, na hora que a gente voltar para cama.

Byun fechou os olhos ao som daquelas palavras, suspirando pesado e deixando o peso do seu corpo ir todo para trás. Chanyeol sentiu o coração disparar pelo susto, e deu graças a Deus por seus braços serem realmente fortes.

― Puta merda, garoto! ― Xingou, o repreendendo enquanto o tirava de cima do parapeito. ― Você confia demais em mim, mesmo.

Baekhyun sentiu seus pés tocarem o chão, ainda rindo, e apertou o lençol ao redor do seu corpo. ― Confio. Tanto que seria perigoso se algum dia você pensar em trair essa confiança.

O olhar que Chanyeol o lançou foi o suficiente para reprovar suas palavras. Mas Baekhyun gostava daquilo. Gostava de tê-lo afirmando, mais um pouquinho, que ele não estava se movendo para ir a lugar algum.

Chanyeol deu alguns passos de costas, puxando o garoto consigo até que estivesse novamente dentro do quarto, banhados pela iluminação precária de um abajur. Pegou os dedos de Baekhyun, que seguravam as pontas do lençol, soltando um por um.

― Tira isso. Eu quero ver seu corpo nu a noite toda. ― O tecido branco obedeceu àquela ordem antes mesmo que Byun fizesse algum movimento, deslizando por sua pele até cair no chão. Baekhyun achou que se sentiria frio pela brisa noturna que adentrava pelas portas abertas da sacada, porém, mais uma vez, estava ardendo em fogo sob os olhos de Park.

Em algum momento, a noite se tornou conversas entre os dois pares de olhos escuros, que cintilavam constelações desconhecidas, entre goles de vinho direto da garrafa, até que estivessem presos dentro do estado de letargia causado pela embriaguez, entretanto, ainda caminhando numa linha fina e abstêmia que os permitia segurar e salvar, da forma mais verdadeira, cada um de seus sons, olhares e toques. Baekhyun ria fácil de qualquer coisa que Chanyeol pudesse falar, deixando o quarto submerso numa absonância singular e particular, que às vezes era apenas o som de seus beijos ou dos gemidos de Baekhyun, como quando Park o deitou no chão, e desenhou sobre seu peito e barriga, uma trilha de balas finis, comendo uma a uma, até chegar no membro duro do garoto. Ele o chupou sem se deixar interromper nem mesmo quando Baekhyun tentou agarrar seu cabelo, segundos antes de gozar em sua boca.

E de novo, tudo se mergulhou dentro de uma gargalhada quando Chanyeol se levantou, com os olhos queimando em tesão, na intenção de colocá-lo na cama e dar continuidade ao que começaram no chão, e Baekhyun disse que não podiam transar porque ele estava morrendo de fome e se não comesse ao menos um daqueles biscoitos que havia comprado, desmaiaria em meio ao sexo.

Estavam presos em uma fé cega, afogando-se na crença que existia entre os lábios de Park, derramando-se no altar entre os quadris de Baekhyun, e cada um de seus movimentos os iluminavam.

Chanyeol não quebrou sua promessa, e quando o Sol estava quase surgindo no horizonte longe dos dois, levou Baekhyun de volta para a cama e enterrou seu corpo no dele, de lado. Às vezes, abraçava sua cintura, às vezes usava a mão para puxar a perna branca do seu garoto para cima da sua e ganhar um pouco mais de espaço conforme se chocavam um contra o outro.

Chanyeol se sentiu desenhando uma nova Via Láctea.  

 

* * *

 

A manhã chegou no momento em que eles haviam finalmente encontrado o silêncio, mesmo que nenhum dos dois quisesse. Além da sacada, o vento corria entre os raios de Sol, que começavam a se refletir nas copas das árvores, ganhando a total atenção de Baekhyun.

Seus dedos enrolavam e desenrolavam a barra do lençol que cobria seu corpo junto ao de Chanyeol, deixando sua respiração calma tocar sua nuca, o acariciando. Lhe fazendo esquecer que estava na hora de voltarem para a realidade.

Suas roupas ainda estavam jogadas pelo chão e o formato do nome de Chanyeol ainda estava preso em sua garganta pela quantidade de vezes que o chamou nas horas anteriores, tatuado na parte mais distante de sua mente, mostrando a ele que não sairia dali nunca.

O braço que repousava sobre sua cabeça, se mexeu até embrenhar os dedos em seus fios de cabelo, e Baekhyun procurou pela outra mão de Park e a levou até sua boca para beijá-la. E tão suave quanto possível, Chanyeol o virou em sua direção.

― Vamos? ― Era um pecado falar. Um pecado ainda maior falar qualquer coisa que pudesse levá-los para onde não queriam ir.

Mas Baekhyun entendia, ou pelo menos fingia que entendia.

Concordou com a cabeça e sorriu, sentando-se na cama para se espreguiçar. Park não demorou para acompanhá-lo, pronto para colocar-se de pé e começar a recolher suas bagunças, enquanto Baekhyun apenas o seguia com os olhos.

O silêncio voltou a ser nocivo, enquanto o garoto tentava organizar sua cabeça e se convencer de que deveriam entrar naquele carro, seu carro, e voltar para Seul porque já haviam abusado de todos os limites, e Baekhyun ainda precisaria lidar com seu pai quando chegasse em casa. Era tanta coisa para pensar... e o seu maior medo era não conseguir uma desculpa que deixasse Chanyeol por fora de todo o problema que havia comprado com Ji Sung.

Mas, ainda assim... ainda assim Baekhyun queria continuar exatamente onde estava.

― O que houve, Baek? ― E nossa, como era carinhoso Chanyeol o chamando de Baek.

Mas ele realmente não conseguiu se convencer, nem se organizar. ― Chanyeol... ― Chamou com os olhos presos à porta da sacada, e foi um pouco difícil tirá-los dali para olhar o outro. ― Eu não queria ter que voltar.

Baekhyun entendia bem demais que aquilo não era algo que deveria estar pedindo, e que realmente não havia possibilidade de não voltarem porque estaria colocando muito mais do que apenas ele em perigo.

Mas, ainda assim... ele queria ao menos poder querer aquilo.

Chanyeol suspirou com um sorriso pequeno nos lábios, conforme se aproximava para entregar a Baekhyun suas peças de roupas.

― Vai para o banho.

Byun concordou, odiando aquela melancolia, e fez o que Park havia dito.

Quando Chanyeol ouviu o som do chuveiro ligado e a água batendo no chão, ele pegou o próprio celular, que estava perdido entre os lençóis da cama, e foi para a sacada, fechando a porta. Não pensou no que estava fazendo, porque não queria constatar o quanto tudo aquilo era estúpido, e assim que o aparelho desbloqueou com sua digital, foi até os contatos rápido, selecionando o terceiro que apareceu.

O som da ligação sendo iniciada não durou nem mesmo três segundos até ouvir a voz séria do outro lado da linha.

― Chanyeol?

― Bom dia, Ji Sung. ― Riu por dentro, porque se jogar em frente a um trem seria uma forma mais sadia de se matar, porque era exatamente isso o que estava tentando fazer.

― O que aconteceu para você me ligar a essa hora?

Chanyeol respirou fundo, passando a mão por seu rosto, ignorando completamente o tom impaciente do sócio. Entretanto, havia decidido fazer aquilo, e faria da forma mais digna possível para sua integridade.

― Eu estou com Baekhyun.

O tom da ligação pareceu mudar completamente, conforme um silêncio ensurdecedor se seguiu pelo próximo segundo inteirinho.

― Como assim? Chanyeol, você sabe onde esse garoto se meteu?

Pelo visto, Ji Sung não havia entendido o ponto de primeira. Aquilo parecia ainda mais difícil.

― Não, Ji Sung. ― Limpou a garganta como se aquilo pudesse lhe fazer ganhar algum tempo. ― Baekhyun passou a noite comigo.

O silêncio se seguiu de novo, mas, dessa vez, era um silêncio capaz de ferir, fisicamente.

― Eu acho que estou entendendo errado.

― Não, você não está. Eu estou te ligando porque eu não estaria fazendo meu papel de homem te deixando achar que seu filho está desaparecido. Baekhyun está aqui comigo, e... nós vamos viajar pelos próximos dias.

Um riso sem humor preencheu a linha, e Chanyeol se encolheu pela reação. Nem Deus conseguiria descrever como estava se sentindo naquele momento.

― Você era uma pessoa em quem eu confiava, Chanyeol. ― Aquilo foi um soco em sua honra. ― Cuide do Baekhyun. ― A frase foi uma ordem explícita e num tom que Ji Sung nunca havia usado com o sócio antes.

E antes que Park pudesse responder qualquer coisa, a ligação havia se encerrado, deixando claro que quando voltasse, aquele assunto estaria exposto em cima de sua mesa e Chanyeol teria que lidar com ele e com todas as consequências que viriam juntas.

Se tivesse como se olhar no espelho naquele momento, com certeza veria seus lábios pálidos e os olhos fundos, porque Chanyeol tinha certeza que sua pressão arterial havia despencado. Tentou respirar com calma, esperando fazer seu coração voltar ao normal, mas qualquer tentativa parecia pateticamente ridícula, e talvez ele tenha levado pelo menos cinco minutos para se sentir firme em cima das próprias pernas de novo.

Havia acabado de decepcionar o homem que ele sempre teve como exemplo em sua vida profissional, e, mais do que isso, sabia que de alguma forma aquela sua decisão interferiria em muitas coisas além do seu relacionamento com o sócio.

Entretanto, não se preocuparia com aquilo naquele momento.

Abriu a porta da sacada, encontrando um Baekhyun um tanto confuso com a toalha jogada sobre os ombros.

― O que aconteceu?

Mas o sorriso genuíno de Park foi o bastante para tranquilizar qualquer pensamento que pudesse estar passando pela cabeça do garoto.

― Não vamos voltar hoje. ― Baekhyun sentiu seus olhos grandes enquanto os lábios se partiam em surpresa conforme tentava entender o que Chanyeol falava. ― Vamos sair dessa cidade. Dirigir por aí até achar um lugar para a gente passar a semana. O que você acha?

Baekhyun não conseguiu responder, e ele estava ali só para aceitar qualquer coisa que Park lhe falasse. Porque nem os céus poderiam lhe salvar mais.


Notas Finais


a você que sobreviveu até aqui, muito obrigada ♥

eu não vou surtar, vou deixar os surtos por conta de vocês~

bom, pessoal. dois avisos rápidos aqui;
→ não deu pra responder os comentários hoje antes de postar esse capítulo, mas amanhã eu respondo todos, ok?
→ sobre a atualização do capítulo cinco, esse não tem data prevista para sair porque eu não escrevi ainda. essa semana que passou eu fiquei muito doente e passei os dias todos de cama e na semana que vai entrar agr eu tenho algumas consultas médicas para ir e algumas exames para fazer, sem falar nas aulas que atrasaram e eu preciso pôr em dia, então eu realmente não sei quando vou postar o capítulo 05, MAS, acredito que dentro de 2~3 semanas sai.

e já passamos da metade de Intrínseco! mas três capítulos e terminamos :( Mas já vou deixar aqui panfletar aqui minha próxima fanfic que se chama Million Dollars You, onde Chanyeol, um empresário milionário que vive um casamento frustrato acaba se apaixonando por um garoto de programa.

e é isso...

mensagens de amorzinho podem mandar, aqui: https://curiouscat.me/babyeolliee
quem quiser acompanhar os spoilers que eu solto durante a semana só me seguir aqui: https://twitter.com/babyeolliee
e comentem no twitter usando a tag #LendoIntrinseco


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