1. Spirit Fanfics >
  2. Irmão da minha namorada >
  3. O outro lado da história

História Irmão da minha namorada - O outro lado da história


Escrita por: malmag

Notas do Autor


NA MAIOR CARA DE PAU, CINCO MESES DEPOIS, CÁ ESTOU EU.
Caramba, abaixem essas pedras aí anjos!!!!! Antes tarde do que nunca é o que dizem, né? rsrsrsrsrs

EU SEI, DESCULPA, DEMOREI PTA CARAMBA, TIPO, MUITO, EU SEI. Foi provavelmente a espera mais longa de vocês, sinto muito. Mas, cara, não foi fácil viu? Eu escrevi esse capítulo aos poucos, no meu próprio tempo, e estou satisfeita com o resultado.

Sem contar que, além de trabalhar o dia todo 6 dias por semana igual uma fodida, pra vocês que não sabem, eu também sou ficwriter no BusanCity!! Deem umas olhadas nas últimas OS que eu postei que são dos projetos de lá.

Enfim. A noite é de felicidade, galera. Espero que gostem do capítulo, FINALMENTE a conversa desses dois! Eu talvez tenha chorado escrevendo, é bom deixar o lencinho do lado ~quelas.

Enfim, é bom dizer que IDMN está em sua reta final, masssssssss, calma, ainda teremos uns capítulos por aí. :3

Boa leitura!

Capítulo 15 - O outro lado da história


Fanfic / Fanfiction Irmão da minha namorada - O outro lado da história

Cerca de duas semanas haviam passado desde que eu estava, enfim, de volta em Seul. E, bem, como eu ainda estava de férias na faculdade, não fiz nada nesses dias, além de ficar em casa assistindo séries ou, algumas vezes, indo para casa de Taehyung ver séries com ele.

Sim, minha vida estava voltada unicamente para séries. Sem baladas, sem agarrações, sem acordar de ressaca, sem sexo; único e exclusivamente séries.

Dentre essas duas semanas, também, convenci Tae de finalmente chamar Yoongi para conversarem como dois adultos maduros. O que, no fim, deu certo, pois o casal estava firme e forte mais uma vez, o que de fato me deixou feliz. As coisas estavam se ajeitando para eles finalmente.

Outra coisa que aconteceu durante esses dias também, foi o aparecimento de um pequeno gatinho em minha residência.

“Fazia cerca de dois dias que eu estava em casa novamente, sobrevivendo à base de lámen e séries o dia todo. Era madrugada já, não sabia o horário ao certo, e eu estava jogado no sofá assistindo The Sinner no Netflix quando comecei a ouvir miados finos vindo do lado de fora da janela.

A princípio apenas ignorei; afinal, podia ser um gato de rua ou até mesmo do vizinho, nada que me preocupasse de fato. Mas, foi depois de meia hora – essa que o miado continuou – e uma chuva relativamente forte começou a cair lá fora que eu fiquei um tanto curioso; o gato ainda estava miando!

Curioso, pausei o episódio da série e me dirigi até a janela da sala, abri um pouco pra tentar encontrar o dono dos miados, dando de cara um um filhotinho parado no parapeito perto da minha janela. Ele era magrinho e os pelos branquinhos estavam sujos e o pobrezinho tremia de frio devido à chuva que caía em si e ele não tinha como sair.

Com cuidado, estiquei-me para fora da janela para poder alcançar o bichano e o peguei, trazendo para dentro em seguida. O gatinho estava com tanto frio que sequer teve medo de mim quando o peguei nas mãos. Tratei de fechar a janela e levei o animalzinho até meu banheiro, onde o lavei com uma água morninha – acabei saindo com alguns arranhões na mão, mas nada muito grave – e o sequei com um secador.

O pelo do bichinho, mesmo depois de limpo e branquinho novamente, era um pouco espetadinho e pra cima, seu corpo era magrinho, ele tinha os olhos bem azuis e era extremamente dócil, pois já se esfregava em mim pedindo carinho. O levei até a cozinha e peguei uma lata de atum que estava no armário pra dar pra ele comer, eu não tinha nenhuma ração no momento, então teria que ser aquilo mesmo.

No fim, voltei para meu amado sofá pra assistir minha série, agora com um gatinho dormindo encolhido em cima da minha barriga”.  

Ouvi o meu celular tocar, indicando que eu havia recebido uma nova mensagem e por alguns segundos, decidi que apenas iria ignorar. Eram cerca de oito da manhã e eu não tinha ido dormir ainda, estava terminando de assistir uma outra minissérie da Netflix.

Meu cabelo parecia um ninho de passarinho e eu estava largado de qualquer jeito no sofá, concentrado na tevê, enquanto o celular ainda recebia mensagens em cima da mesinha de centro. O meu mais novo companheiro de apartamento olhou para o aparelho, curioso com o barulho, e subiu em cima da mesinha, direcionando a atenção para o celular que brilhava a tela toda hora, virando a cabeça para mim e, novamente para o celular quando uma nova notificação chegava. Bufei, percebendo que eu iria ter mesmo que responder a pessoa insistente.

— Quem é o infeliz que está me mandando mensagem, Rattatouille? – disse para o gatinho após pausar a série, que logo olhou para mim e miou, pulando da mesinha e subindo no sofá, começando se esfregar em mim, pedindo carinho. Soltei uma risada baixa, me esticando e pegando o aparelho em mãos, abrindo as notificações.

K. Mingyu:

Bom dia, Jeongguk-ah.    

Tá um ótimo dia, certo?    

Um ótimo dia para você descer dois andares do seu prédio e ir falar com Jimin.

Deixa de ser um bunda mole!

Ei, não adianta me ignorar, eu sei que você está aí.

Jeon.

J       

E      

O     

N     

!      

J. JGuk:

Caralho, Mingyu.

Bom dia pra você também!

K. Mingyu:

Eu disse bom dia, não tenho culpa se você ignorou.

Está fazendo o que que não foi falar com o Jimin ainda?

J. JGuk:

Cara. São 8 horas da manhã.

K. Mingyu:

Oito e trinta e quatro, para ser exato.

J. JGuk:

                     Ainda assim!!! Está cedo. Não vou lá essa hora, sossega o cu, caramba.                   Eu vou ir falar com ele, aff

K. Mingyu:

É, né? Eu tô lendo essa história faz uma semana! Cara, para de ser um medroso bunda mole! O que pode acontecer? Ele te bater? Jogar um telefone em você? Correr atrás de você que não vai, já que a perna dele está que-bra-da.

Por culpa sua, lembrando.

É o MÍNIMO que você pode fazer depois de toda essa situação, cacete. Agora para de enrolar e vai lá!

Você sabe que eu não vou te deixar em paz enquanto vocês não conversarem.

Suspirei, bagunçando meus cabelos mais do que eles já estavam.

J. JGuk:

Tá bom, porra. Eu vou ir falar com ele.

K. Mingyu:

ALELUIA?

EU ESCUTO OS ANJOS CANTANDO, EU ESTOU NO PARAÍSO OU ISSO É UM SONHO?

J. JGuk:

Mas não vou ir agora, ainda é muito cedo.

Risos

Risos

K. Mingyu:

[mídia]

Vai se foder, hotáreo.

J. JGuk:

Eu também amo você. <3

Ainda rindo da foto de indignação que Mingyu havia me mandado – esta sendo seu dedo do meio –, bloqueei o celular e deixei ele no chão, ao lado do sofá e respirei fundo, encarando o teto. Mingyu estava certo, no fim das contas. Eu estava procrastinando para ir falar com Jimin fazia cerca de uma semana – tempo que ele e Minji haviam voltado para Seul –, e eu acabei descobrindo isso de uma forma um tanto quanto embaraçosa.

“Eram quase dez horas da noite quando a fome tomou conta do meu ser. Fui na cozinha, atrás de algo para encher o estômago e foi de forma frustrante que notei não ter nada para comer. Nenhum lámen sequer! Bufei, frustrado, era um domingo à noite, onde raios eu iria arrumar comida?

Lembrei então de uma conveniência que tinha algumas quadras de casa e decidi que iria lá, não me preocupando com minha aparência bagunçada, apenas pegando a carteira e a chave de casa e saindo.

— Cuide da casa, Rattatouille!

Desci o elevador tranquilo, cantarolando uma canção qualquer enquanto saía do elevador e passava pela portaria, cumprimentando o porteiro e saindo para as ruas meio iluminadas de Seul. Eu não tinha pressa, mesmo que estivesse morrendo de fome, e assim que cheguei na conveniência tratei de repor meu estoque de lámen, pegando vários pacotes de diversos sabores, uns refrigerantes e uns chocolates. Levei também dois sachês de patê para gato, afinal, Rattatouille merecia e fui pagar tudo no caixa. 

O caminho de volta já foi um pouco mais rápido, pois meus passos eram apressados e assim que cheguei no meu prédio, vi que o elevador estava fechando e corri, para não ter que esperar muito, me esgueirando entre as portas.

— Uh, essa foi por pouco. – comentei, passando a mão pelos cabelos e, então, parando para ver quem estava no elevador, dando de cara com uma Minji parada no canto, me observando em silêncio.

— Jeongguk-ssi. – ela disse, educada.

— Minji-ssi. – respondi, me afastando um pouco da porta e ficando no lado oposto em que a mais velha estava. O ambiente caiu no silêncio, então, e eu me sentia de certa forma incomodado com o climinha que pairou entre nós. — Então, vocês voltaram.

— Sim, voltamos. – ela respondeu, parecendo tão desconfortável quanto eu. Era estranho não saber como me portar diante dela, depois de tantos meses tendo uma ótima convivência.

— Ér, hum, o… O Jimin está bem? – ousei perguntar, o olhar jamais na estatura da Park, sempre olhando para meus próprios pés.

— Sim, está! Bem, com a perna quebrada, né? Mas… Ele está bem. Recuperado de tudo, eu diria. – ela completou e, por algum motivo, senti que ela não falava apenas sobre os ferimentos do acidente. Entretanto, antes que eu pudesse perguntar mais alguma coisa, as portas do elevador foram abertas e a mais velha logo se movimentou, saindo dali — Boa noite, Jeongguk-ah. – ela disse por fim, antes das portas se fecharem e o elevador seguir até meu andar.”

Ri frustrado de mim mesmo, desligando a televisão e me levantando do sofá, espreguiçando o corpo. O relógio indicava ser oito e cinquenta e eu sentia meu corpo cansado e as pálpebras pesadas devido ao sono, afinal, eu sequer tinha dormido ainda.

Respirei fundo, decidido que iria dormir e, quando acordasse, ia deixar a vergonha na cara e medo de lado e iria, enfim, conversar com Park Jimin. Eu não podia mais ficar adiando o inevitável. Eu precisava daquilo, daquela conversa com ele. Saber da verdade pelo lado do mais velho, saber se tudo que ele me falou sobre seus sentimentos faziam parte de toda a encenação ou não. Me levantei, pegando minha coberta e seguindo até meu quarto, onde apenas me joguei na cama e deixei o cansaço me dominar.


×

 

Eu tinha recém saído do banho e, mesmo assim, sentia minhas mãos suarem em puro nervosismo. Eu estava de banho tomado, bem vestido e perfumado, parado em frente ao apartamento de Minji; o coração acelerado e as mãos suadas que eu limpava a cada segundo na bermuda jeans, ainda tomando coragem de bater na porta.

Fechei a mão em um punho e ergui em frente a porta de madeira, contando mentalmente até dez antes de tomar alguma coragem pra bater na mesma; entretanto, no segundo em que eu iria fazer isso, a porta se abre em um rompante, me fazendo tomar um susto e dar um pulinho pra trás, os olhos arregalados e a mão ainda erguida. Minji me olhou, surpresa, e ficamos em um segundo de silêncio mortal, apenas nos encarando.

— Minji, você está me ouvindo? Não esquece meu iogurte! – a voz do Jimin soou de dentro do apartamento, me tirando do transe e me lembrando o que caralhos eu estava fazendo ali.

Desviei meu olhar da morena, ainda sem reação, e cocei minha nuca nervosamente. Olhei para os lados, em direção ao elevador, e calculei mentalmente o tempo que levaria para correr até o mesmo e fingir que nada tinha acontecido, mas foi com um suspiro que eu aceitei minha situação. Eu não tinha como fugir mais daquilo. Com certa cautela, voltei meu olhar para a Park, que ainda analisava minhas ações. Por um momento, foi como se ela me questionasse com seu olhar se eu estava pronto para ser anunciado e apenas acenei com a cabeça, quase imperceptível.

Minji então abriu a porta por inteiro, pegando sua chave de cima da mesinha que tinha ao lado da entrada e apenas disse um:

— Você tem visita, Jiminnie. 

Antes de me dar passagem para adentrar seu apartamento e, assim que o fiz, saiu fechando a porta junto de si. Permaneci parado em frente a madeira por longos minutos, ainda sem olhar em direção a sala – lugar onde Jimin, provavelmente, se encontrava – respirando fundo e tomando coragem para, finalmente, encarar a fonte dos meus problemas e insônia.

Mas, é claro que prece nenhuma poderia me preparar para aquele momento, em específico.

Quando eu tomei coragem suficiente para me virar em direção ao sofá e encontrar com os olhos miúdos e felinos de Jimin, que estava provavelmente me observando, eu não esperava encontrá-lo deitado no sofá, a perna engessada em cima de alguns travesseiros, o tronco levantado e apoiado pelos antebraços e, provavelmente o que mais me deixou em choque – e com o coração batendo a mil – com os cabelos totalmente negros.

Por um segundo, eu prendi minha respiração e apenas decidi absorver – e apreciar – aquela nova imagem, gravando cada mísero detalhe na minha mente. Era impressão minha ou ele parecia mais bonito? O cabelo preto dava um destaque tão grande em si, era até mesmo inacreditável. Como conseguia ser mais bonito do que eu lembrava? Não era possível.

E, o mais inacreditável de tudo era que, diferente do que eu imaginava, ele não me olhava de forma raivosa e não estava pronto para me atacar um telefone – igual Mingyu havia pressuposto – mas sim me olhava de forma curiosa, interessada; eu quase conseguia ver um resquício de sorriso presente em seus lábios.

— Jeongguk?

Jimin então se pronunciou, me tirando do transe que eu estava em observar seu novo estilo para me lembrar de como era ouvir o timbre da sua voz. Fazia tanto tempo assim que eu não o via?

— Ahn, oi. – respondi, incerto, passando a palma das mãos por meus shorts, secando o suor ali presente. — Você tem um tempo para conversar? – questionei meio nervosamente. Jimin soltou uma risadinha antes de me responder.

— Não é como se eu pudesse sair daqui, certo? – ele usava de um tom leve e divertido, mas mesmo assim, aquilo de certa forma me doeu. Estúpido, a perna dele está quebrada, que tipo de pergunta burra é essa?

 — Sinto muito. – comentei, tímido.

— Não se preocupe com isso. – ele respondeu, tranquilo — Senta aí, você quer conversar, certo? – disse e apenas assenti, seguindo até o sofá e me sentando meio de frente para si. Não consegui evitar não olhar para sua perna engessada, onde continham alguns escritos com canetinhas coloridas.

— Então… – disse, respirando fundo. Não sabia exatamente como começar o assunto. Ou que assunto, em específico, eu queria falar primeiro. Me desculpava e, então, pedia pra ouvir seu lado da história em relação ao plano com Minji? Ou, perguntava primeiro sobre o plano, tudo que passamos, e depois me desculpava? Eu estava tão nervoso e perdido em pensamentos que sequer notei que estava em silêncio por um tempo longo demais.

O que me despertou foi o suspiro de Jimin.

— Olha – ele começou — Acho que, primeiramente, eu preciso de pedir desculpas. Por, literalmente, tudo. – seu tom de voz era calmo, controlado. Ele parecia pensar exatamente nas palavras que queria me dizer. Levantei meu olhar para si, deixando que continuasse. — Desculpe pela forma que te tratei no hospital mas, sabe… – ele suspirou — Eu tinha acabado de acordar em um hospital e... e tudo o que você me disse ainda estava fresco na minha cabeça. Eu estava magoado e triste. – sua voz se tornou baixa conforme ele contava, seu olhar havia desviado do meu e ele parecia até mesmo envergonhado — Mas isso não justifica, afinal, fui eu quem te magoei, pra começo de conversa. – ele trouxe o olhar pra mim novamente e eu não sabia exatamente o que dizer.

— Tudo bem. – me arrumei no sofá — Sabe… Acho que naquela altura da situação, nenhum de nós estávamos certos mais. – assumi, sem conseguir o olhá-lo nos olhos.

— Tudo bem… – ele respirou fundo, se arrumando também — Agora sobre tudo o que aconteceu e como chegamos nesse ponto, hum… – ele acabou abrindo um pequeno sorriso, negando com a cabeça — Eu sei que pra você pode não fazer muito sentido mas… No fim, eu entrei nessa pela minha irmã. Sinceramente, eu não esperava que tudo chegasse a esse ponto… Não esperava que eu fosse me interessar por você de verdade. – ele disse e não pude evitar certa vergonha com sua fala. Seus sentimentos por mim eram reais, então? Passei minhas mãos nos shorts novamente, o suor me incomodava e meu coração batia acelerado.

— É-é… Minji me explicou a história toda. Por mais que, pra mim, fosse só mais fácil ela ter vindo falar comigo, sabe.

— De fato, seria. Mas, Minji as vezes tem as intenções boas em escolhas erradas. Não posso julgá-la, eu a ajudei em tudo, no fim das contas. Mas… Eu só quero que você saiba que, nem tudo foi uma mentira. Nem tudo que eu te disse foi parte de um plano, por causa de um plano. – o tom do Park começou a ser um pouco mais cauteloso e receoso, o mesmo sabia que o assunto estava entrando em um ponto delicado para nós dois.

— Eu já estava querendo vir para Seul fazia algum tempo. A situação com meus pais em Busan estavam complicadas e eu não estava aguentando mais, já estava começando a me organizar pra passar um tempo aqui na cidade, espairecer a cabeça. Foi nessa época em que a Minji me ligou, desesperada; disse que precisava de mim aqui e que precisava da minha ajuda. É claro que eu perguntei o motivo e, quando ela disse o motivo a primeira vez, juro que quase caí duro no chão. Que tipo de droga minha irmã tinha fumado? – Jimin soltou uma leve risada — Mas ela parecia tão perdida e desesperada, e eu precisando de um motivo pra sair de Busan por um tempo.

“No fim, acabei vindo, sem saber nada do que estava acontecendo. Minji foi me explicar toda a situação quando eu já estava aqui em Seul e, não, aquele dia em que nos conhecemos no restaurante não foi quando eu cheguei na cidade. Fazia, na verdade, cerca de dois dias que eu estava aqui, sinto muito. De qualquer forma, apenas fui entender o desespero dela quando já estava aqui. Eu sabia que era loucura, mas Minji parecia tão perdida, tão desesperada, na cabeça dela essa era a única forma. Eu até tentei convencer ela mas… Minha irmã sabe ser cabeça dura quando quer. Chegamos a ter uma discussão um dia antes de tudo começar, mas eu percebi que ou eu tentava ajudar ela naquela loucura, ou teria que voltar pra casa dos meus pais; tudo que eu menos queria naquele momento.”

“Foi aí que eu conheci você e, cara… Eu não estava esperando por isso. Minji já tinha me falado de você, é claro, que era bonito, mas nunca tinha dito o quão bonito era. Confesso que fiquei um pouco impressionado. E, obviamente, aquela primeira mensagem fazia parte do “plano”, mas não foi uma mentira o que eu disse. De qualquer forma, eu fiquei curioso por conhecer você mais, parecia ser alguém tão legal e carismático, parecia ter tantas coisas em comum comigo. Apesar de ter que fazer tudo em pensamento do que Minji tinha me pedido, não era tudo fingimento. Eu gostava de estar com você, de quando conversávamos e saíamos; algumas vezes até esquecia que tudo aquilo tinha um motivo por trás.”

“Duas semanas se passaram e eu comecei a repensar no que estávamos fazendo. Me sentia mal por estar enganando você, mas Minji parecia cada vez mais relaxada e…. Menos paranóica. E também não pude evitar sentir um certo interesse por você, um interesse que não estava ali apenas na sua frente, mas eu realmente queria cada vez mais estar contigo, te conhecer melhor, saber mais sobre você, queria que você não me visse apenas como o irmão da sua namorada.

“Então a festa de Yoongi chegou e, claro, era uma oportunidade de eu dar um passo a mais no que estava acontecendo entre a gente mas… A partir daquele dia as coisas meio que começaram a sair do meu controle. Eu estava sim interessado por você e não era apenas por conta daquele plano estúpido, ao mesmo tempo Minji parecia cada vez mais em controle da situação com Jennie; foi aí que você começou a me evitar. Eu sabia que talvez tivesse passado dos limites e, céus, você é uma pessoa tão correta. Foi quando a ficha da minha irmã realmente caiu e ela entendeu a gravidade do que estávamos fazendo. Quando pensou em tudo isso, Minji tinha as melhores das intenções; acredite, ela nunca quis magoar você.”

“Nos dias que me evitou, continuei insistindo pois precisávamos saber o que iria acontecer; ou você dava um basta em tudo, contava pra Minji e talvez as coisas acabassem dessa forma ou…. Nós daríamos continuidade. No fim, a decisão era sua.”

“Foi então que nos encontramos naquela balada. Por incrível que pareça, eu tinha tirado aquele dia para esquecer de tudo. De meus pais, dos problemas da Minji com Seulgi, até mesmo de você. Yoongi até tinha me chamado para sair com ele e Taehyung mas naquela noite eu apenas queria ficar sozinho; fui para um lugar mais longe, claro que jamais imaginaria encontrar você lá, aquilo sim foi uma puta coincidência.”

“Quando eu vi você no balcão, fiquei extremamente surpreso. De todas as pessoas em Seul, em todas as baladas, justamente você estava ali? Eu não podia simplesmente ignorar. Precisava de respostas suas pra saber como eu e Minji seguiríamos e, principalmente, eu estava realmente curioso para saber se você tinha se arrependido do que estava acontecendo entre nós, se você me repudiava ou coisa do tipo. Naquela época, eu gostava mais de você do que ousava confessar pra mim mesmo. Já te desejava mais do que queria confessar. Você ainda era namorado da minha irmã.

“E então.... Tudo aquilo aconteceu. Você sabe, nossa noite… Acho que não preciso entrar em detalhes mas… Caralho. Eu, definitivamente, não esperava por aquilo tudo. Na manhã seguinte eu acordei primeiro que você e decidi ficar na sala. Comecei a pensar em tudo o que estava acontecendo e na merda que tudo aquilo poderia dar. Comecei a pensar em uma forma de poder contar toda a verdade pra você sem que, bem, acontecesse tudo que aconteceu. Aquele tempo que passamos juntos na sua casa, depois daquela noite, apenas nós dois… Eu desejei que aquilo pudesse ser de verdade. Eu queria que aquilo fosse minha rotina, entende? Queria que fosse meu namorado, não o de Minji. Queria eu ter o conhecido primeiro, não Minji.”

“E foi quando toda a merda foi jogada no ventilador. Você escutou nossa conversa por trás da porta e, claro, entendeu tudo da maneira errada. Não estou tirando sua razão! Claro que não. Você não sabia o que estava acontecendo e ouviu apenas parte da conversa, é óbvio no que acarretaria. Eu soube que tinha tudo dado errado quando encontramos vocês na cafeteria no dia seguinte. Sinceramente, achei que Taehyung pudesse estrangular os gêmeos Park ali mesmo.”

“A partir daí, você meio que sabe o que aconteceu… Eu tentei ir atrás de você, é claro que sim. Eu precisava explicar tudo, precisava que você entendesse tudo, precisava de uma chance mínima que fosse pra poder te dizer a verdade. Nada tinha acontecido conforme o planejado. E é claro que você não quis ouvir, e com toda a sua razão, afinal, eu era a porra de um mentiroso do caralho pra você. Eu comecei a entrar em desespero, junto com Minji, nós não sabíamos o que fazer. Você não dava brecha alguma.”

“Até tentei falar com Taehyung mas, claro, ele nunca ajudaria a mim. Tentei deixar Yoongi fora de tudo isso, eu poderia usar ele como forma de conseguir alguma informação do Kim, mas não era o certo. Eu já tinha feito tanta coisa errada. Eu só sei que foram nesses dias que você sumiu do mapa que eu me toquei da grandiosidade dos meus sentimentos por você. Eu estava em um desespero tão grande de você nunca mais querer olhar na minha cara, sequer me dar uma chance de explicar que eu não sabia o que fazer. Eu realmente senti que tinha te perdido, mesmo que você nunca tivesse sido meu pra começo de conversa. A questão é que foi ali que percebi que vinha amando você fazia algum tempo. É perdendo que se dá valor, é o que diz o ditado, não?”

“Quando Yoongi disse que sabia onde você estava eu não pensei duas vezes antes de acordar Minji, juntar as primeiras roupas que estivessem na minha frente e dirigir até Busan. Eu poderia ter estragado tudo entre nós, mas não desistiria de, pelo menos, explicar a situação antes de ir embora da sua vida, se assim o quisesse. Mas… quando eu cheguei na sua casa e vi aquele cara te abraçando e te chamando de forma carinhosa… Eu não consegui controlar a raiva de vê-lo ali, onde eu queria estar. Céus, eu sequer estava na posição de ter ciúmes! E você deixou bem claro naquele dia que eu não passava apenas do seu cunhado. E isso foi uma das coisas mais dolorosas que você me disse. A verdade dói, não é?”

“Quando saí da sua casa aquele dia, eu estava quase desistindo de tudo. Chorei, mesmo sabendo o quão inútil era, e por fim decidi sair um pouco por minha cidade, fazia algum tempo que eu tinha ido para Seul e, apesar de tudo, sentia falta de Busan. Naquele dia eu só queria me sentir nostálgico e passar por lugares em que passei minha infância, incluindo aquela fatídica sorveteria. Ah, sim. Novamente, não esperava ver você lá, principalmente com aquele garoto novamente, como também não esperava ver Taemin lá. No fim, ele me salvou aquele dia, fazia tantos anos que não o via que eu consegui esquecer um pouco os problemas, fui pra casa dele e passamos uma tarde toda conversando, colocando todo o assunto de anos em dia.”

“Mais uma surpresa naquele dia era você, simplesmente você, aparecer na casa de Taemin com o melhor amigo do irmão dele, Taeyong, que estava fazendo aniversário no dia. Caralho, eu quase caí duro quando vi você lá, no sofá do meu melhor amigo, com alguém que eu tinha aprendido a detestar, parecendo querer foder meu auto controle. Porra, agora era eu que não conseguia me livrar de você por um dia sequer? Foi pensando nisso que eu resolvi tentar uma última vez. Você estava tão puto, eu sabia que sim, mas eu precisava tentar uma última vez te dizer toda a verdade.”

“Naquele dia, suas palavras foram cruéis pra mim, e eu não conseguia te culpar por isso. Eu via nos seus olhos o quão magoado e enraivecido estava, eu sabia que estava triste também e, principalmente, eu sabia que aquilo tudo era culpa minha. Todas as palavras grosseiras que você me dizia, eu sabia que era culpa minha, no fim. Você não tinha culpa naquilo, tinha sido a vítima, afinal, mesmo que estivesse dizendo as coisas com o propósito de me machucar eu sabia que, no fundo, era porque você estava igualmente machucado.”

“Naquele dia, eu implorei uma última vez. A dor que eu estava sentindo era tão intensa que eu não conseguia me controlar direito. Enquanto eu via seu carro indo embora da rua de Taemin, era como se eu estivesse perdendo um pedaço de mim. Ali, eu sabia que tinha perdido a pessoa que amava e não tinha mais nada que eu pudesse fazer, afinal. Foi então que decidi acatar suas palavras e, enfim, desisti. Você não queria me ouvir, eu finalmente te daria o espaço que queria.”

“É claro que foi impensado da minha parte ter decidido ir embora naquele horário e no estado em que eu estava, mas eu só não aguentava mais estar ali, precisava me afastar, de um tempo, tudo o que você tinha dito ainda rondavam minha cabeça. Eu não sei direito porque decidi, no meio da estrada, te mandar aquela mensagem de texto, ou qualquer coisa do tipo, ou sequer mexer no telefone, mas quando me dei conta, bem… Eu não pude fazer muito além de proteger minha cabeça do impacto e esperar pelo pior.”

“Quando eu acordei no hospital, ainda no efeito dos remédios que os médicos tinham injetado aos montes em mim, ver você ali fez as últimas horas, últimas palavras voltarem à tona e eu não estava em condições de lidar com tudo naquele momento. Foi por isso que pedi que fosse embora. É claro que, algumas horas depois eu me arrependi completamente, achando que tinha perdido a única chance de explicar as coisas pra você. Eu queria te ligar ou qualquer coisa, mas Minji disse que eu precisava me focar na minha recuperação no momento, por isso decidi não ir atrás e, bem…. Cá estamos nós.”

No momento, eu não sabia exatamente como deveria reagir.

Meu coração batia mais acelerado do que eu achava ser saudável, minhas mãos tremiam e suavam, meu olho ardia com lágrimas  e eu tinha a impressão de estar hiperventilando. Olhar pra Jimin no momento era missão impossível.

O mais velho também não me olhava, e eu pude sentir enquanto ele contava que, em certas partes, se controlava pra não chorar.

Era tanta coisa para absorver de uma só vez que eu estava até mesmo confuso. Enfim, a verdade tinha sido esclarecida. Eu ainda não sabia se me despedia dos gêmeos e simplesmente seguia minha vida ou se tentava perdoá-los, aos poucos. Agora que eu sabia seus motivos, poderia ser mais fácil. Mas, por algum motivo, estar sentindo um frio na barriga quando lembrava de partes como “estava amando você" me fazia crer que, talvez, não fosse tão fácil simplesmente ir embora sem olhar pra trás.

Respirei fundo, tentando controlar as batidas do meu coração e organizar a mente.

— Eu, bem… É bastante coisa para absorver. – disse, por fim, em um tom de voz falhado, e levantei a cabeça para olhar Jimin.

O mais velho não olhava para mim mas encarava a porta da sala, seu rosto estava vermelho e eu podia ver algumas lágrimas por seu rosto. Assim que eu finalmente disse alguma coisa, rapidamente Jimin limpou o rosto e direcionou o olhar pra mim, com um pequeno sorriso triste nos lábios.

— Eu entendo. É uma história e tanto.

— Sinto muito não poder dar nenhuma… resposta? Eu preciso de um tempo pra conseguir entender tudo. – continuei, secando as mãos na bermuda.

— Sem problemas. Não é como se eu esperasse algum tipo de resposta de fato, não é como se eu tivesse te pedido em namoro ou coisa do tipo. – Jimin disse, dando uma pequena risada no fim, mesmo que a mesma não parecesse verdadeira. Abaixei meus olhos, envergonhado e sentindo uma tristeza me invadir. Talvez eu quisesse que sim. — De qualquer forma, só por você ter me dado uma chance de me explicar eu me sinto melhor. Obrigado. – falou, sincero.

— É o mínimo que eu poderia fazer, depois de tudo. – respondi em um suspiro. — Me desculpe por tudo que eu disse, por ter dificuldade tanto que a verdade fosse dita…  

— Eu te desculpo, Jeongguk. Como eu disse, sei que no fim, isso começou por escolhas minhas e de Minji.

— Acho que já está na minha hora de ir… – falei incerto e um tanto envergonhado, me levantando.

— Ah, sim, tudo bem. – o mais velho respondeu, um pouco afobado. — Eu te levaria até a porta mas, sabe, é meio difícil pra mim agora. – completou rápido, me olhando de onde estava do sofá.

— Não se incomode, conheço a casa. – disse e caminhei até a porta, parando com a mão na maçaneta quando ouvi a voz de Jimin me chamar novamente.

— Sabe… Se quiser conversar ou, sei lá… Pode me ligar sem problemas. – seu tom de voz parecia ansioso, nervoso — Não sei até quando vou ficar aqui, mas meu número é o mesmo.

— Até quando vai ficar aqui? Como assim? – perguntei sem conseguir evitar.

— Ah, bem, você sabe, em algum momento eu teria que ir embora… – ele me olhou, curioso, os olhos bonitos piscando de forma fofa.

— Ir embora… Pra Busan? – por algum motivo, pensar que ele fosse voltar pra outra cidade fez meu coração se apertar.

Ir embora eu digo sair do apartamento de Minji, sabe, está na hora de eu tomar vergonha na cara e ter minha própria casa. E, sim, voltarei pra Busan, tenho que buscar todas as minhas coisas não é? – e então ele abriu a porra de um sorriso, um sorriso realmente feliz e um dos quais eu havia me apaixonando.

— E-então você vai mudar para Seul. – completei, meio atordoado.

— É claro, Seul é uma ótima cidade. Tem pessoas realmente interessantes aqui. Quem sabe eu tenha a sorte de ter um vizinho bonitão? – e então o sorriso de Jimin se abriu, tornando-se até mesmo galanteador.

Como um filme na minha cabeça, lembrei de, durante a última semana, eu ter me despedido da senhorinha que foi minha vizinha durante os anos que morei no prédio e alguma coisa sobre o síndico dizer que eu teria um novo vizinho já conhecido por mim.

Olhei para o moreno sentado no sofá, o sorriso ainda nos lábios e um certo brilho no olhar. Sentindo meu estômago revirar de ansiedade, abri a porta do apartamento e saí, dizendo apenas um:

— A gente se fala, Jimin.


Notas Finais


PORRA, CARALHOO!
Quantas coisas, em???
O que acharam de um Jimin com cabelos negros, hum? E esse vizinho bonitão, em? rerere

Gente, comentem o que acharam, EU JURO QUE VOU RESPONDER VOCÊS. JURO. Só preciso de tempo.
De qualquer forma! Espero que tenham gostado porque, sinceramente, estou muito feliz com o capítulo. :')

Já viram o trailer dessa fanfic linda?
https://youtu.be/Vo_oZd-P0eU

E, por acaso, você sabe que temos um grupo de leitores?
https://chat.whatsapp.com/IZorXDXil36ArzjM8JVRo3

Beijos galera, amo vocês demais, até o próximo.
xoxo~


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...