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História Irrecuperável - Capítulo Único


Escrita por: duwithoutacause

Notas do Autor


Olá, jovens


Essa é a primeira e provavelmente única k-fic que eu posto. Eu até tenho bastante coisa escrita, mas é aquele ditado né. Eu acho essa estória mediana, só que eu tenho vários amigos (kkkkkkkkkj olha só a iludida achando que tem amigos) que querem ler alguma coisa minha, com vários amigos eu quero dizer 3. Então aproveitem essa fic, fiquem tontos com tantos plots e não sejam como o menino Luhan.

Capítulo 1 - Capítulo Único


Fanfic / Fanfiction Irrecuperável - Capítulo Único

Mais uma vez sinto as minhas mãos suarem antes de girar a maldita maçaneta. Até a porta de casa me traz lembranças suas, a primeira vez que você veio aqui o seu cachecol ficou preso na porta, lembro do quão apressados estavamos para entrar, rio involuntariamente ao lembrar disso. A sala não mudou nada desde a última vez que você esteve aqui, o que é muito irônico levando em conta o fato de eu odiar a forma como o sofá está posicionado, mas você gosta –gostava–. Talvez por hábito ou por esperança vou até a mesa de centro recolher seu casaco, mas ele não está lá, nem você.

O caminho até o quarto é curto, mas torturante. Ao adentrar o cômodo simplesmente me deito na cama, ela ainda tem seu cheiro e isso é tortura, mesmo depois de tanto tempo seu aroma não se dissipou, ou talvez seja coisa da minha cabeça, eu devo estar enlouquecendo, você é a causa disso.

Lembro de uma noite em que decidiu que deveriamos sair, pegamos o carro e paramos no meio da estrada vazia, quando saímos do veículo você passou muito tempo olhando para as estrelas antes de olhar no fundo dos meus olhos e dizer que o universo é causa de todo mundo. Eu não entendi e você apenas sorriu bondoso enquanto me explicava que todo mundo tinha uma causa por qual viver e essa causa sempre era o universo. Você estava errado, a minha causa não é o universo, a minha causa é você, Luhan.

De todas as pessoas que eu conheci você foi a mais incrível, eu me sentia pouco para te ter, sua inteligência sempre foi invejável, um pequeno intelectual. Lembro de quando me apresentou seus amigos da faculdade de artes, confesso que eu fiquei com vergonha, eles pareciam saber tanto sobre tudo, assim como você. Em um momento estavam falando sobre terrorismo e quando eu piscava havia uma discussão fervorosa sobre literatura norueguesa e sempre bebendo uma quantidade de vinho que eu considerava ridiculamente alta.

Não quero me levantar da cama, mas sinto meu estômago se contorcer de fome. Lembro da primeira vez que te disse que estava com fome, você me encarou e disse algo como "fome: sensação complexa criada por uma combinação de estímulos sensoriais que motiva os animais a procurarem alimentos. Poderosas contrações no estômago vazio." uma frase difícil cheia de palavras difíceis, com o tempo descobri que assim era a sua personalidade. Você rebuscava a mais simples das ações, acho que complicar tudo fazia com que o seu lado preguiçoso se tornasse ativo, a mais simples das atividades acabava desencadeando um mega discurso. De vez em quando ficava com medo de te pedir para lavar a louça e receber uma palestra sobre a origem do detergente.

A primeira vez que conversamos foi breve, eu estava na cantina da universidade, você se aproximou por conta de um pequeno livro vermelho que eu segurava. Me perguntou se eu gostava de ler Bucage, eu respondi que o livro era de uma colega e eu apenas estava segurando as coisas dela enquanto a mesma resolvia um problema. Você deu um sorriso amarelo e disse que eu iria gostar da leitura, logo após disso virou as costas e foi embora, eu comecei a ler ali mesmo.

Durante algum tempo as imagens ficaram na minha cabeça, não era comum para mim ler poemas eróticos na cantina. Alguns dias depois eu estava chegando na universidade quando te vi se aproximar com o mesmo sorriso do outro dia, você me encarava fixamente enquanto andava em minha direção. Depois de alguns segundos –que mais pareceram horas– seu corpo ficou ao lado do meu e nossas mãos se tocaram sem querer, a proximidade que me pareceu estranha em pouco tempo se tornaria tão comum quanto o ato de respirar.

Menos de um mês depois do desconforto por um breve toque de mãos eu já me sentia livre para sentir qualquer parte de seu corpo aparentemente frágil. Ao meu ver tudo estava indo muito rápido, mas naquela noite em que você me beijou de forma intensa eu não consegui pensar, confesso que fiquei assustado quando me disse que morava com mais cinco caras e seria mais confortável se terminassemos a noite na minha casa. É claro que eu te queria, mas aquele era o nosso primeiro encontro, você foi tão direto. Posso considerar engraçado como você era diferente quando o assunto era sexo –talvez eu devesse considerar trágico– ficava longe de seus devaneios e se tornava a pessoa mais direta do mundo.

Um dos devaneios que você se afastava era o amor. O garoto que passava várias horas olhando para o céu sem nenhum objetivo claro, ou que mesmo tendo um objetivo não se importava muito com ele acabava por se tornar o ser menos delicado do universo, se divertindo com gemidos de dor, sentindo prazer em machucar. Não posso dizer que lembro com exatidão de cada noite –ou dia– em que nossos corpos se uniram em um laço carnal, mas lembro da sensação dos seus toques, de tudo que o seu corpo causava no meu. Meu Deus, pensar em tudo isso é muito errado, não apenas comigo. As suas lembranças me machucam, mas elas estão vindo como um turbilhão e cobrindo a minha mente com mil imagens do seu rosto.

Você penetrou a minha vida em uma velocidade assustadora, deveria ter vergonha de ter apressado as coisas, pressa acabou sendo o seu grande problema, não é mesmo? Em menos de três meses você estava praticamente morando comigo, passava várias semanas sem ir para a sua casa, lugar esse onde eu raramente ia e quando ia seus colegas nunca estavam.

Achei que fosse ficar comigo naquela sexta-feira, mas você disse que iria dormir em casa para terminar um trabalho. Não sei se fui idiota por acreditar que precisava terminar o maldito trabalho com tanta urgência, mesmo tendo todo o fim de semana para isso, ou se fui idiota por te deixar ir.

Meu sono estava sendo razoavelmente bom naquela noite, até que em determinado momento da madrugada meu celular tocou, era o seu número. Atendi ainda tonto pelo sono, não era a sua voz do outro lado da linha, o homem se identificou como policial, ele falou algo sobre carros colidindo e alta velocidade. Me desesperei, pedi a localização ao policial e logo que ele me respondeu saí de casa sem ao menos trancar a porta.

Com toda a certeza aquela foi a cena mais triste que eu vi, o local estava isolado, dois carros completamente destruídos e um deles era o seu. Comecei a correr em na direção do veículo com alguma esperança que se eu fizesse isso algo mudaria, mas não mudou. Um homem me segurou não permitindo que eu rompesse a barreira, ele se identificou como o policial que havia me ligado. Ele disse que enquanto o seu você era retirado das ferragens sussurrou meu nome diversas vezes, não teve vergonha? Tentei mais uma vez ir em direção ao carro, mas você não estava lá, seu corpo jazia dentro de um saco preto no carro do IML.

A culpa do acidente foi sua, você estava bêbado. O outro carro era ocupado por três pessoas, um casal e sua filha de quatro meses, eles estavam indo visitar alguns parentes, mas assim como eu acabaram te encontrando no meio do caminho. O casal não se feriu gravemente, mas a criança –assim como você– não teve a mesma sorte. O choro daquela mãe ao saber que jamais veria o sorriso de seu bebê outra vez é um som que jamais sairá da minha mente.

Eu tive que ir reconhecer o seu corpo, não consegui falar nenhuma palavra, mas pelos meus soluços e minhas lágrimas exageradas era óbvio que o morto era alguém que eu amava. Antes de eu ir embora daquele lugar frio me entregaram seus pertences, entre eles estava o seu celular, depois que você me chamou conseguiram encontrar o meu número e me chamaram para...

Sabia que tinha que ligar para os seus amigos e para a sua família, seriam duas coisas completamente estranhas, pois eu não conhecia nenhum parente seu e muito menos falava com os seus amigos. Pensei na mulher chorando por seu bebê e imaginei sua mãe fazendo o mesmo. Não tive muito tempo para continuar devaneando, pois o aparelho começou a tocar. Na tela indicava o nome "Minnie", não conseguia lembrar de nenhum amigo seu que se chamasse assim, mas naquele momento minha memória não era algo exatamente confiável.

Logo que eu atendi o homem do outro lado da linha te chamou de amor, eu não respondi, ele chamou mais uma vez e eu acabei soltando um soluço. O homem chamou dessa vez com desespero e a única coisa que eu consegui fazer foi desligar o aparelho. Quem era você, Luhan?

Seu velório ocorreu de manhã, eu nunca entendi o motivo de ter ido, só sei que quando eu cheguei no local eu não era alguém importante que deveria ser consolado, eu não era ninguém. Além de seus familiares quem também recebia as condolências era Kim Minseok, seu namorado há dois anos que morava em uma pequena cidade do interior e veio correndo para a capital quando soube da trágica morte do amado. Tanto naquele momento em pé sendo um ninguém no seu velório, quanto agora deitado na minha cama as lágrimas rolam pelo meu rosto.

O Luhan que eu amei era uma mentira, mas era tudo pra mim. Sinto falta de ser iludido, sinto falta de ser amado, sinto a sua falta. Espero que tenha gostado de mim, nem que fosse um pouco. Viu o quão miserável eu me tornei? Desejando migalhas do amor de um morto mentiroso Fiquei preso na sua lembrança e não consigo me libertar de seu falso amor. 






 


Notas Finais


Em uma escala de 1 a 10 qual o nível da sua bad?

Assim, eu tinha pensado em postar algo mais feliz, mas se não fosse pra espalhar sofrimento eu não tinha nem nascido. Antes que alguém fique em dúvida os amigos do Luhan que conhecem o Sehun são os da faculdade e não conhecem o Suho, até hoje eu não sei porque matei o bebê, vcs sabem? PORRA MARIA EDUARDA SE NEM VOCÊ SABE COMO ELES VÃO SABER?
Eu tenho outras fanfics meio encaminhadas, então se alguém estiver procurando historinhas cheias de morte sobre (quase) qualquer otp é só me procurar no twitter @baekedavra, você também pode me procurar lá caso seja um leitor indignado com a exclusão de Don't Panic// o fato de Camp Hogwarts não ser atualizada desde abril.

O autor do livro da amiga do Sehun é o Manuel Bucage, um dos meus autores favoritos da vida, leiam alguma coisa dele (garanto que é melhor que todos os yaoi/yuri/hentai desse site)

Enquanto eu escrevia essa belezinha escutei todo o álbum Gorilla Manor do Local Natives, com foco especial em Sun Hands. Sério pesquisem sobre essa banda e dêem muito amor pra ela, caso você conheça e goste vamos alí ter um filho rapidinho.


Espero que tenham gostado, até qualquer dia, ou não.


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