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História Judge Me - Love Is A Losing Game


Escrita por: writeoncim

Capítulo 18 - Love Is A Losing Game


"O amor é um suicídio psicológico, onde você se entrega tanto à uma pessoa ao ponto de perder a noção do tempo, a noção das coisas ao seu redor e, no final de tudo, perder a si mesmo. É como permitir que outra pessoa sequestre sua saúde mental, fazendo você pensar que está ficando louco, quando na verdade, tudo o que você está fazendo é amando. O amor é um jogo onde você sabe que vai perder, e mesmo que você se culpe por estar tão vulnerável dessa forma, no fundo, você não quer que isso acabe, porque se acabar, você vai se sentir vazio, sem sentimentos, sem um motivo para acordar de manhã e achar que seu dia valerá a pena pelo simples fato de você amar alguém. O amor é sua morte em vida."

Lembrei-me das palavras que disse à Keana quando ela me perguntou o que era o amor quando tínhamos 14 e 16 anos. Relembrar aquilo foi como voltar alguns anos, revivendo tudo aquilo que não dei valor enquanto eu realmente estava vivendo. Eu não sabia ao certo o motivo de achar todas aquelas coisas porque, apesar de ter namorado Keana por dois anos, eu nunca cheguei a amá-la da forma como, em menos de dois meses, Camila me fez amá-la. Sim, eu tinha a certeza de que a amava, e ao me lembrar de todas essas palavras que um dia saíram de minha boca, essa certeza só se fez mais presente.

Estávamos sem nos falar há mais de uma semana, ela não retornava minhas ligações e muito menos minhas mensagens, com certeza ainda estava chateada com toda aquela história do meu possível romance com Jake. Aquela distância entre nós estaria me matando caso eu não me comunicasse com Ally com frequência, sua amiga sempre me dava notícias suas.

Olhei para o relógio em minha cômoda e constatei que se passavam das 01:40am, mas eu não conseguia dormir. Na verdade, não estava conseguindo dormir direito há dias, desde que perdi o contato com a cubana. Pensei em ir até sua casa e esclarecer as coisas, mas ela não me ouviria e, se me ouvisse, eu até imaginava o que ela me diria no final de tudo: que eu era mais uma marionete da indústria, e ela definitivamente não estava errada ao afirmar isso.

Rolei na cama mais cinco vezes, tendo a certeza de que não conseguiria dormir nem se tentasse. Sentei em minha cama e passei as mãos em meu rosto cansado e, provavelmente, cheio de olheiras. Peguei meu celular na esperança de encontrar uma mensagem de Camila.

Nada.

Levantei e me dirigi até a janela de meu quarto, encarando a paisagem urbana que se fazia agradável graças as milhares de luzes de prédios, carros e comércios ligadas 24hrs por dia. Eu amava a cidade grande e tudo o que aquele lugar me proporcionava, mas às vezes a minha maior vontade era a de viajar para o interior e passar umas longas férias por lá. Talvez Keana estivesse certa, eu realmente precisava de uma pausa de tudo.

Meu namoro comprado com Jack estava indo de mal à pior, a cada dia que se passava eu conseguia me comportar menos como alguém com quem ele estava namorando e mais como uma mulher que foi contratada para ajudar sua empresa a crescer. E talvez ele estivesse se comportando da mesma maneira, estávamos todos exaustos de nos deixar manipular pela maldita mídia que nos usava para ganhar cada vez mais poder. Eu precisava encontrar outra gravadora que me aceitasse do jeito que sou ou, de último caso, destruir meu sonho por puro desgaste físico e emocional.

Me dirigi até a cozinha e bebi um copo de água, ouvindo alguns barulhos vindos da sala. Segui até a mesma e encontrei Keana jogada no sofá dormindo profundamente enquanto a televisão estava ligada no canal de esportes. Sorri para mim mesma e desliguei o aparelho, pegando minha amiga no colo em seguida e a levando para sua cama, cubrindo-a e, por fim, depositando um beijo no topo de sua cabeça.

- Boa noite, pelo menos uma de nós conseguirá dormir esta noite. - sussurrei mais para mim do que para ela e me retirei de seu quarto, trancando a porta atrás de mim -

Fui até o banheiro e dei uma olhada em mim mesma através do espelho, vendo o quão cansada eu me encontrava. Encarei meus próprios olhos e constatei que através deles, qualquer um conseguiria desvendar minhas mágoas e meus receios.

Senti uma lágrima escorrer pelo meu rosto e voltei para o quarto, pegando meu celular e verificando minhas redes sociais. Sempre gostei de demonstrar meus sentimentos através delas, então decidi postar algo em meu twitter que, ao mesmo tempo que transparecesse meu estado mental, deixasse algo misterioso no ar.

@LaurenJauregui: Olhe nos meus olhos, são onde meus demônios se escondem.

Respirei fundo na tentativa frustrada de me acalmar e parar de chorar, mas parecia que toda vez que a imagem de Camila se fazia presente em meus pensamentos, toda a dor voltava junto com a lembrança de sua risada ecoando pelos cantos.

Continuei a checar minha linha do tempo, até um tweet em particular chamar minha atenção. Coloquei uma mecha de cabelo atrás da orelha e observei bem a tela de meu celular, tentando acreditar que aquilo era mesmo verdade.

@camilacabello97: Mas eu vejo anjos em seus olhos.

Senti meu coração espancar meu peito com tanta força que suas batidas poderiam ser ouvidas por todo o cômodo. Sorri para mim mesma e limpei meu rosto, eu tinha a certeza de que aquilo era uma resposta para o que eu havia dito. Saber que, talvez, Camila não estivesse tão irritada comigo fazia com que um sentimento de alívio tomasse conta de mim.

Ouvi a campainha de meu apartamento tocar e achei aquilo estranho, afinal de contas, já se passavam das 02:00am. Quem poderia ser? Não me lembrava de ter pedido algo ou estar esperando visitas. Com muito receio, me dirigi até a porta e, ao abrir, tive a surpresa mais agradável de minha vida.

Era ela, minha garota cubana.

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Ler aquele tweet de Lauren só me fez confirmar minhas suspeitas de que ela estava mal, e por mais que eu estivesse com raiva e magoada com ela, não deixaria que esse sentimento de rancor se fizesse maior do que minha preocupação com a morena de olhos verdes.

Pegar o carro de meu pai escondida e dirigir até seu apartamento às 02:00am com certeza não era a coisa mais segura a se fazer, mas me pareceu a mais correta. Eu precisava vê-la, precisava olhar em seus olhos e dizer que tudo estava bem e que todos os meus sentimentos mais puros ainda se faziam presentes dentro de mim, e todos para ela.

Ao ser atendida por Lauren, meu coração de me deu a certeza de que, nem em um milhão de anos, eu conseguiria me apaixonar por alguém da mesma forma que eu estava apaixonada por aquela mulher. Ver um sorriso se formar em seu rosto ao me ver foi a sensação mais reconfortante do mundo, Lauren era um anjo sem asas.

- Camila?! - perguntou surpresa - O que faz aqui? Pensei que não quisesse me ver.

- E eu não queria. - engoli seco, vendo o quão desconfortável ela se sentiu ao ouvir isso - Mas eu precisava.

Me encarou nos olhos por alguns segundos antes de me ceder passagem, trancando a porta em seguida. Sentei no sofá de sua casa e esperei a mesma se juntar à mim, mas ao contrário do que pensei, ela continuou em pé.

Encarei a mulher com minha sobrancelha arqueada, tentando entender a situação. Ela nada disse, apenas fez seu caminho para o seu quarto e, sem hesitar, resolvi seguí-la. A mais velha sentou-se em sua cama e, assim que me fiz presente na entrada do cômodo, pediu para que eu me juntasse à ela e fechasse a porta do quarto, assim o fiz. Um silêncio constrangedor se fez entre nós até que, por coincidência ou não, resolvessemos nos pronunciar ao mesmo tempo.

- Camila/Lauren, eu... - dissemos em uníssono -

- Tudo bem, você primeiro. - pedi, lançando-lhe um sorriso tímido -

- Me desculpe por não ter retornado suas ligações ou respondido suas mensagens antes que você descobrisse tudo através de um programa de fofocas qualquer, eu só... - suspirou, ela não parava de gesticular, o que deixou seu nervosismo mais aparente - Não sabia como explicar aquilo pra você.

- Lauren...

- Por favor, me escuta. - me interrompeu, segurando minhas mãos e me encarando nos olhos - Eu sei que fui idiota com você, mas eu sabia que você diria que eu não passava de uma boneca sendo controlada pela indústria, e por mais que me doa ouvir essas coisas vindas de você, é a verdade e eu precisava deixar meu orgulho de lado e encarar os fatos, porquê... - engoliu seco - Eu quase perdi você.

- Você não me perdeu nem por um segundo, nem mesmo passou perto disso. - acariciei seu rosto - Se eu perder você, estarei perdendo todas as razões que eu ainda tenho pra seguir em frente. - senti uma lágrima teimosa invadir minha face - Eu perdi minha mãe, perdi uma bolsa na faculdade, perdi meu sonho de me tornar uma cantora famosa e por pouco não perdi minha virgindade da pior maneira possível. - tudo estava ficando mais intenso, meu choro já havia se transformado em soluços - Não vou me permitir perder você também.

Lauren me abraçou de repente, e ambas desabamos nos braços uma da outra. Senti como se tivesse retirado um grande peso de minhas costas ao lhe dizer aquilo, por mais difícil que fosse pra mim, eu havia conseguido me expressar. Lauren era a pessoa mais importante da minha vida juntamente com meu pai, e eu não deixaria tudo isso ser destruído pela mídia ou por qualquer outra coisa que fosse.

Nos desfizemos do abraço e limpamos o rosto uma da outra, acabando com todas as lágrimas que ainda restavam por alí. Senti ela encarar meus lábios por alguns momentos antes de beijar-me da maneira mais intensa possível, permitindo que todos os sentimentos que tinha por mim me invadissem através daquele beijo.

Agarrei seu rosto com minhas duas mãos, não queria que aquele momento acabasse tão cedo. Seus lábios começaram a se mover de forma rápida, assim como nossas respirações. De repente toda a minha angústia havia se transformado em desejo e paixão, tudo o que eu queria era aproveitar cada pedacinho de Lauren como se ela fosse a coisa mais preciosa do mundo.

Com um pouco de receio, fiz menção em retirar sua camisa empurrando a mesma para cima, vendo a mulher levantar seus braços em seguida. Logo, ela estava apenas de calcinha na minha frente, e aquela havia se tornado a visão mais atraente que já tive em minha vida.

Sorri carinhosamente para ela, que também retirou minha camisa, deixando-me com minha calça jeans e meu sutiã. Voltei a beijá-la, retirando meus sapatos discretamente para deitar-me por cima da mulher em seguida. Senti suas mãos passearem por minhas costas delicadamente, arranhando as mesmas todas as vezes em que eu mordia seus lábios. Com um movimento rápido, me colocou debaixo dela, sem interromper os beijos. Enrosquei meus dedos em seus cabelos e os puxei levemente, sentindo a mais velha desabotoar meu jeans e jogá-lo em qualquer lugar de seu quarto.

Agora eu vestia apenas minhas roupas íntimas, e por mais exposta que eu estivesse, eu me sentia bem com tudo aquilo. Aquela era exatamente a primeira vez que eu sonhei para mim, com uma pessoa especial e em um lugar só nosso, longe de toda a culpa e de todo o julgamento. Por mais que eu tivesse sonhos malucos com Lauren com o passar do tempo, não era o que eu realmente desejava para nós, pelo menos não na nossa primeira vez.

Tomei a liberdade de colocar minhas mãos dentro de sua calcinha, apertando sua bunda com vontade, o que arrancou um breve gemido da morena de olhos verdes. Agarrei sua cintura e, ao sentir que ela dirigia uma de suas mãos para dentro de minha calcinha, hesitei.

As lembranças daquele maldito dia com Austin se fez presente em meus pensamentos, e por mais que eu desejasse aquele momento com Lauren, eu simplesmente não conseguia me sentir confortável diante daquela situação. Aquele garoto havia acabado com a minha vida, e por Deus, tudo o que eu desejava era um dia poder me vingar dele.

Empurrei a mulher com certa força para que a mesma saísse de cima de mim, e por mais confusa que estivesse, realizou meus desejos. Sentei em sua cama sem pronunciar uma palavra, colocando as mãos no rosto e voltando a chorar. Senti seus braços rodearem meu corpo em um abraço sincero e apertado, e com um pouco de vergonha por ela estar completamente nua da cintura pra cima, retribui.

- Me desculpa. - pedi sentindo-me culpada e envergonhada - Eu não consigo.

- Shh... - sussurrou em meu ouvido - Tá tudo bem, eu estou aqui com você.

- Eu sou tão idiota, não consigo nem satisfazer você. - senti as lágrimas queimarem meu rosto violentamente - Me desculpa.

- Camila - segurou meu rosto e olhou fundo em meus olhos - Isso aqui não se trata de me satisfazer, se trata da sua primeira vez. - encostou sua testa na minha - Se trata da nossa primeira vez, e se você ainda não se sente preparada pra isso, eu vou esperar o tempo que for necessário.

- E se esse dia nunca chegar? - perguntei com medo de sua resposta -

- Então eu terei que me contentar com meus próprios dedos. - gargalhamos - Não é sobre sexo, é sobre você e eu.

Sorri fraco, recebendo um beijo em minha testa. Não nos demos o trabalho de nos vestirmos novamente, apenas deitamos e nos abraçamos na esperança de nunca mais precisarmos nos soltar. E naquela noite, pude dormir com a certeza de que sim, Lauren Jauregui era o verdadeiro amor da minha vida.


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