História Just a Dream - Aqueles olhos azuis

Kylie

No caminho para o hospital eu não falei muito, minha mente estava concentrada no que Niall tinha falado do testamento, ficava me perguntando se eu devia correr atrás disso ou não. Admito que a minha curiosidade as vezes me faziam cogitar essas coisas, como queria que Caroline estivesse aqui para me ajudar com isso, mas espero que o que eu vou fazer a ajude na recuperação. Niall falou pouca coisa, eu estava dando algumas respostas curtas e acho q ele percebeu que ele não queria falar muito.

A minha irmã estava melhor, seu rosto n tinha mais hematomas e ela já não precisava mais usar o gesso no braço, apenas na perna, seus cabelos ainda brilhavam jogados no travesseiro, e acho q parte de mim sentiu ela sorrindo com a pose que estava, ela aprecia serena e calma, acho que parte de mim desejava estar naquela cama, no lugar dela, talvez eu estaria longe de tanta preocupação. Peguei meu violão e sentei do lado da sua maca, Niall sentou do outro, seu olhar de alternava entre ela e eu, parecia empolgado, acho que estava curioso em ouvir a musica.

Entoei as primeiras notas, sorri, nesse momento entrei em um mundo totalmente diferente, voltei ao passado, onde eu ainda brincava com minha irmã e fazia brincadeiras que a faziam me detestar, isso me fez sorrir. A primeira estrofe junto as as maravilhosas notas do violão. Entrei de novo em meus pensamentos, dessa vez senti como se eu estivesse em um abraço apertado, me senti bem, a risada alegre dela veio novamente, eu não estava ali, naquela maca, eu estava em um mundo totalmente perfeito e acolhedor agora, um mundo onde eu a via andar, onde ela fazia desfiles pela casa mostrando suas roupas, lembranças que eu nunca pensei q existiam, senti algumas lagrimas caírem, lagrimas de saudades, já tinha tocado o refrão. Outra estrofe, mais lembranças, ela e meu pai riam de uma piada q eu contei, aqueles dois par de olhos azuis. Nunca pensei q sentiria tanta falta deles. "se voce apenas abrisse os olhos". Dizia um verso da música, Caroline já foi minha vontade de morrer, ela já foi minha melhor amiga, aquela garota é minha irmã e agora eu sei que faria de tudo para tê-la do meu lado, para não perder mais ninguém.

A ultima nota foi entoada, acordei dos meus pensamentos com as palmas do Niall que estava sorridente.

— você foi incrível!!! — ele sorria empolgado, limpei as lagrimas e sorri junto, coloquei o violão de lado e olhei para minha irmã. Com certeza eu estava melhor, aquela musica, de algum modo fez me sentir mais leve, eu sorria, alguma parte de mim estava feliz e me agarrei a ela, pronta para deixar a esperança que estava perdida voltar. Minha irmã estava reluzente, ainda dormia (como prefiro falar), mas de algum modo eu desejava que ela tivesse ouvido cada nota. 

De repente, algo inesperado aconteceu, o dedo de sua mão de moveu por um segundo

— Caroline?!?!— sorria comigo mesma, ela estava acordando, pensei. Segurei sua mão e olhei nos seus olhos fechados, dentro de mim algo torcia para que eles abrissem, Niall se aproximou também, desejando o mesmo. Mas algo estava errado, sua mão se contorceu na minha, sua corpo começou a tremer inteiro de um jeito bruto e aterrorizante, as maquinas começou a apitar freneticamente, seus olhos estavam semiaberto, eu não conseguia ver suas pílulas, seu corpo se contorcia a cada segundo. Meu coração disparou, meus olhos ficaram embasados de lágrimas, eu não podia continuar vendo aquilo, era demais pra mim, sem eu pensar suas vezes, Niall me puxou para trás e pessoas de roupas brancas contornaram a maca da minha irmã. Eu estava apavorada.

—TIRA ELA DAQUI!!! — um dos homens de branco gritou para Niall que começou a me puxar para fora da sala. 

— NÃO!! — gritei tentando sair das mãos dele, eu tinha que ir ate minha irmã, os médicos gritavam coisas estranhas e colocavam aparelhos estranhos nela — não!! — falei mais baixo, desistindo, Niall era muito forte, a porta do quarto de fechou e não pude ver mais nada, apenas alguns gritos dos médicos e enfermeiras entrando e saindo. Não podia estar acontecendo isso, não com ela, de novo não. Virei para Niall e desabei aos prantos em seu peito, ele me abraçou no ato. Lembrei doque o medico disse, sobre a epilepsia se ela não acordasse. Será??? Eu me perguntava apavorada, mas não podia acreditar nisso, não agora.

Peguei o telefone e disque o número, precisava dele agora, ele atendeu e em menos de 5 minutos o vi cruzar o corredor. Ele me avistou e eu corri para seu braços.

— Louis, ela....eu não sei...ela estava bem... ela esta...— eu tentava falar, mas só conseguia chorar

—sshhiiiuuu!! — Louis disse calmo, massageando meu cabelo, tentando me acalmar também — ela vai ficar bem, vai ficar tudo bem. — o abracei mais forte como se aquilo fosse meu único refúgio, como se Louis fosse a única coisa que eu poderia me segurar.

O tempo passou, eu estava com Louis, Niall, minha mãe e Clary na sala de espera, minha cabeça doía, minha mãe me abraçava de um jeito que eu podia ver seu coração batendo, ele estava acelerado, com certeza de preocupação. Clary fazia algumas ligações, como sempre, a fim do assunto não sair além do hospital. Niall estava sentado do outro lado da sala, o que eh achei estranho, ja que Louis e eu estávamos do lado de cá. Talvez ele quisesse ficar sozinho, o que era estranho, olhei para Louis que estava de cabeça baixa pensativo, peguei em sua mão e ele sorriu para mim e eu retribui, depois ele olhou para Niall e quando Niall olhou d revolta ele desviou o olhar, algo estava errado, algo aconteceu.

—senhoritas Hammes — uma mulher morena de cabelos um pouco grisalhos demais para sua idade disse, fazendo eu e minha mãe nos levantarmos na hora, nessa altura, eu não me importava mais com o nome, queria saber da minha irmã.

— e então doutora, como esta minha filha??— minha mãe disse quase pulando em cima da medica de tanta preocupação, não a julgo, acho que eu estava fazendo o mesmo. A medica não disse nada, por um momento minhas pernas vacilaram e pensei o pior, meus olhos já encheram de lagrimas e meu coração disparou, mas fui salva por um sorriso da médica.

— acho que ela quer ver vocês!!— ela disse é eu não pude acreditar, meu coração disparou, não podia ser, eu tinha que ver, quando dei por mim mesma já estava cruzando o corredor do quarto da minha irmã com passos largos. 

A porta estava aberta, duas enfermeiras saíram com bandejas, ouvi algo como uma risada, uma risada conhecida, não pude conter o sorriso quando vi, meus olhos marejaram e senti tudo em mim se arrepiar de alívio. Seus cabelos estavam mais brilhantes, seu sorriso era como um farol para me iluminar, e lá estava aquele par de olhos azuis que tanto desejei ver, ela conversava com o médico o fazendo rir, quando me viu, seu sorriso abriu de um canto a outro.

— olá irmãzinha!!!— como era bom ouvir sua voz de novo.