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História Just Married - O noivo, preparativos


Escrita por: Kjunn

Notas do Autor


Muuuito ocupada! Mas ainda adoro escrever!
Se alguém ainda lê isso...

enjoy!

Capítulo revisado em 10/10/2017

Capítulo 6 - O noivo, preparativos


Sasuke acordou espreguiçando-se em sua cama ao som baixo do despertador e o abrir automático das cortinas que permitiam que o sol entrasse e o incomodasse o suficiente para abrir os olhos. Sentou-se e ao olhar para baixo viu um brilho amarelo diferente em seu dedo. É mesmo, havia colocado também um anel de noivado apenas para deixar as coisas mais convincentes e não permitir que ele esquecesse da responsabilidade que tinha. Deu de ombros e esticou os braços para cima fazendo um “O” com a boca, depois foi preparar-se para mais um dia de preparativos.

Pela manhã foi ao escritório ver qual era a situação, os outros sócios estavam segurando as pontas enquanto ele resolvia problemas que para eles, eram de vida ou morte, mas só diziam respeito a família Uchiha. Sabiam que seria decisivo para a empresa, mas não sabiam de que forma ela seria afetada. Após analisar os papéis e se desagradar de algumas coisas, viu que estava tudo dentro da normalidade e foi ao que interessava.

- Fuka.

A mulher deu um salto no mesmo lugar, levantando-se, curvando-se e juntado as mãos. – Sim?

- Você fez o que lhe mandei?

- Sim senhor.

- Com quem falou?

- Anne-san, Uchiha-sama.

- Certo, ligue para ela e mande-a vir aqui a tarde para uma reunião.

- Sim senhor, imediatamente.

Sasuke fechou a porta do escritório atrás de si. Olhou no relógio e viu que esperaria mais um tempo até ir lá.

Sentou e começou a verificar com seu especialista que tipo de terno seria perfeito para o casamento. Iria passar na alfaiataria após a reunião para fechar o pedido e fazer com que fosse entregue em poucos dias. Deu uma olhada na extensa lista de convidados que de eventos anteriores já estava feita, seriam feitos alguns ajustes de acordo com a vontade da noiva apenas, ou seja, adicionar algumas pessoas, fora isso seria a mesma coisa. Já eram 11h, ligou para o estacionamento e mandou que levassem seu carro para a frente do edifício e saiu de sua sala. Dentro do elevador afrouxava a gravata, pela primeira vez estava se sentindo um tanto agoniado com aquela roupa social, devia ser a ansiedade, queria ver de uma vez por todas tudo resolvido e rápido. Antes de entrar no carro, tirou o terno e o descansou na parte de trás do banco do motorista. Ligou o carro e saiu em disparada em direção a universidade de Tokyo, ao chegar e entrar no campus tranquilamente foi direto para o bloco de Biológicas e Saúde, onde seriam as aulas de Medicina. Estacionou, mas não saiu do carro. Pegou o telefone e ligou para o celular de Sakura.

- Alô? – escutou a mesma voz da noite anterior, sorriu um pouco sem nem se tocar.

- Sakura?

- Quem fala?

- Seu noivo. – ouviu ela se surpreender e ao mesmo tempo se decepcionar.

- Ah... meu... – se tocando de com quem estava falando esboçou um pouco de inquietação - O que foi?

- Estou em frente o prédio do seu curso. A aula já acabou?

- O que?!

- A aula já acabou? – ouviu ela andar um pouco e as vozes que estavam próximas a ela se afastarem um pouco.

- J-já... O que pensa que está fazendo aqui? Se alguém te ver... – Ela falava cochichando.

- Então vem pra cá antes que me vejam. Estou com um carro discreto hoje.

- O que você está fazendo...?

- Cala a boca e vem garota. – interrompeu-a e desligou sem muita paciência.

Esperou cerca de 10min até ver uma cabeleira rosa sair correndo do prédio com uma bolsa enorme grudada a seu corpo olhando de um lado para o outro. Ela avistou seu carro no momento em que iria ligar para dizer onde ele estava e veio correndo em sua direção. Entrou no carro e disse.

- Anda! Sai daqui!

- Você me achou rápido.

- Claro se esse carro é o que você chama de discreto tenho até medo de ver o chamativo! Agora sai logo!

Rindo da garota Sasuke avançou com o carro, sabia muito bem que apesar de preto era uma grande BMW, brilhante e de design moderno. Após saírem do campus e graças as películas negras nas janelas não serem vistos, Sakura finalmente suspirou aliviada.

- O que você pensa que veio fazer na minha universidade?! Ainda não é hora de sermos vistos juntos! Eu ainda não me preparei psicologicamente para isso! Já pensou na repercussão que vai ter? A propósito eu gostaria que isso fosse mantido em sigilo ao máximo! Eu não quero ter a minha paz perturbada por sua culpa! Se você fosse visto por aqui iria causar um rumor por todo o campus e isso azucrinaria a minha vida! Sabia que as pessoas tem o hábito de fofocar? Ainda mais se te vissem! Iriam ficar falando... “Ah como ele é gos...” – A garota se interrompeu percebendo o erro que esteve prestes a cometer.

Sasuke apenas ergueu um canto da boca e permaneceu em silêncio, deixando a situação um pouco mais embaraçosa.

- Ainda nem casamos e já estamos tendo nossa primeira briga de casal? – Ele falou sorrindo.

Sakura amarrou a cara, não estava aberta a piadinhas sobre serem um casal. Martelava dentro da cabeça o escorregão que deu, com certeza ele havia entendido o que ela iria dizer!

Sasuke olhou para o lado disfarçadamente, pelo espelho do carro pode ver que ela estava corada e fazia caretas. O sorriso dele se abriu mais ainda, aquilo completamente havia sido muito engraçado! Ela devia estar morrendo de vergonha sem saber o que dizer, sabendo disso resolveu deixar aquele assunto pra lá e falar o motivo de sua aparição.

– Bem... – Começou chamando a atenção dela que achava que ele iria fazer alguma piadinha e se preparava psicologicamente para aguentar. – Eu vim aqui porque teremos uma reunião essa tarde e como nos conhecemos bem pouco resolvi te levar para almoçar.

Aquilo a fez esquecer do mico que tinha acabado de pagar.

– E quem te disse que tem esse direito? Chega aqui e me força a ir sem mais nem menos?

- Não quis avisar antes porque eu esperava esse tipo de atitude agressiva desde o modo como falou comigo ontem, mas assumo que achava que você estaria mais calma e me acompanharia de bom grado. Mas não importa, nesse almoço teremos que tratar do nosso comportamento na reunião de hoje.

- Comportamento? Ah sim, que reunião é essa já?

- Com a assessora que irá produzir nosso casamento.

Por um breve momento ela apenas estava chateada, mas agora ela se afundou em uma tristeza que a fez sentir um nó na garganta.

– Ah claro... – a voz estava fina e desanimada.

- Esse é o tipo de tom de voz que de forma alguma você pode deixar transparecer durante a reunião, afinal, ninguém deve saber não é mesmo?

O desgraçado tinha razão. Teria que agir como a noiva que achava que seria quando isso acontecesse com ela. Finalmente pararam, olhando ao redor viu que estavam numa área mais afastada da cidade, onde pessoas de poder aquisitivo inversamente proporcional ao do cara que estava ao seu lado viviam. Ele que já estava sem o terno, tirou a gravata e abriu os primeiros botões da camisa e começou a enrolar as mangas na altura dos cotovelos.

– Vamos almoçar aqui? – ela falou sem entender muito.

- Sim, vamos. – Saiu do carro deixando os óculos escuros que estavam em um dos compartimentos de guardar coisas entre os bancos do carro. Sem escolha, também saiu e viu que muitas pessoas olhavam para o carro, ela correu para acompanhá-lo, pois o mesmo andava rápido demais. Ao alcançá-lo viu que ele tirava a camisa de dentro das calças e a colocava para fora. – O que você está fazendo?

- Me misturando. Não posso andar muito arrumado por aqui, não quero chamar muita atenção.

Como se estivesse sendo efetivo esse esforço, ele era mais alto e mais branco do que qualquer homem que passasse por aquela rua e apesar de haverem ali vários que usavam roupas sociais por estarem no intervalo do trabalho, as dele tinham alguma coisa que faziam serem diferentes das dos outros.

– E onde estamos indo?

- À um restaurante, chegar andando é melhor do que com o carro, chamaria muita atenção...

- Certo... é muito longe?

- Já está cansada? – Ele riu – Não, à umas 3 ruas daqui. – Ele olhou para ela. – Pensa que eu não me preocupo de nos verem antes da hora?

Ela apenas o seguiu calada, notou que o rolex que ele usava não ajudava nem um pouco no disfarce de pessoa comum dele. Olhando para os lados viu algumas mulheres suspirarem se perguntando quem seria aquele cara. Ok, ele era realmente muito bonito, mas aquele tipo de reação era desnecessária.

A distância entre uma rua e outra era bem curta e logo chegaram. Educadamente ele abriu a porta do restaurante que era bem diferente do “Stratosphere”, a placa que estava na frente exibia o nome do lugar: ”OK! Yakissoba”, lá dentro estavam dispostas várias mesas, quase todas ocupadas, metade eram de madeira e as outras eram redondas e de plástico essas eram as que estavam vazias. Algumas televisões passavam programas, nas paredes haviam anúncios de lugares para divertimento e no teto estavam presos alguns balões de papel com lâmpadas dentro gravados alguns kanjis de paz, amor, dinheiro... Ele, como da outra vez, puxou uma cadeira para que ela se sentasse numa mesa de plástico que estava num canto logo a esquerda da porta de entrada.

- Obrigada.

Uma moça com cara de poucos amigos foi se aproximando displicentemente e jogou um folha de cardápio plastificada.

- O que você vai querer? – Ele perguntou empurrando o menu para Sakura. Ela deu uma olhada e achou bom pedirem uma yakissoba como estava escrito no nome do lugar. A mulher que permaneceu ali parada, já estava com um bloquinho na mão e anotou quando Sakura falou o que queria. – Depois nos traga dois copos de suco de laranja, por favor. – Os olhos da mulher brilharam para ele e ela esboçou um sorriso. – Sim.

- Bom, como já disse precisamos tratar de como será nosso comportamento em frente as pessoas, começando hoje. - Ele se virou para ela, parecia não ligar muito para aquele tipo de atitude.

- Eu sei como deve ser. Devo agir como uma noiva apaixonada.

- Exato, isso seria muito bom, então se você andar por aí com a cara que está fazendo nesse exato momento não irá parecer nada com a minha noiva. – A cara de Sakura piorou mais. – Acho que precisamos de uma história, as pessoas perguntarão como nos conhecemos como foi que eu te pedi em casamento...

- Ah eu já inventei uma…

Ele ergueu as sobrancelhas e ela explicou tudo.

- Muito boa história, mas seu pai não vai se chatear de usarmos o nome dele?

- Não.

- Isso me lembra que ainda não falei com ele. Deve estar me odiando, mas...

- Não se preocupe, eu cuido disso. Sobre o pedido de casamento? – Procurou mudar de assunto.

- Ah eu acho que podemos falar do “Stratosphere” e tudo como estava lá que eu cheguei e pedi você em casamento, você chorou de emoção e nos beijamos.

Ele falava sobre beijar com tanta simplicidade.

- E-está bem. – Gaguejou, sentia o rosto dela queimar. Ainda não havia sido capaz de beijar alguém, Neji estava sempre em sua cabeça.

- Estamos combinados então. Agora sobre gostos e comportamento. Teremos que acelerar a fase do “se conhecer melhor”. – Ele realmente estava com tudo sobre piadinhas de relacionamento, aquilo a estava irritando. – Sua cor favorita é rosa?

- Não, gosto de vermelho e você?

- Tanto faz, mas para todos os efeitos diga que é azul. Para homens isso sempre funciona. – Ele colocou os cotovelos sobre a mesa e apoio o queixo na mão direita, passava o dedão no lábio inferior enquanto pensava. – Ah sim! Você já pode simplesmente me chama de Sasuke?

- Isso é muita intimidade, não consigo.

- Exato, somos noivos. Somos íntimos não se esqueça.

- Não, não somos.

- Então nos tornaremos. – Ele se levantou, pegou a cadeira de plástico em que estava e a colocou ao lado da de Sakura e se sentou passando o braço por trás dela.

- O que você... – O tom de voz dela estava aumentando , até que ele pôs a mão em sua boca e a silenciou antes que chamasse a atenção de todo os restaurante. Depois, apontou para um casal ali próximo. – Veja aqueles ali. – Ela olhou. – Olha a mão direita da garota. – Sakura notou um aro e um pontinho brilhoso no meio. – Nem se compara ao que você está usando na sua mão direita, mas mesmo assim ela parece muito feliz de ter aquele rapaz que também está usando uma aliança em seu anelar direito passando o braço por trás dela, sabe por quê? – A rosada ficou calada. – Porque são noivos. E isso está bem claro para todos do restaurante. Você pensa algo diferente deles?

Ele tinha razão. Odiava isso, por isso continuou sem dizer nada e parou de lutar para que ele se afastasse, mas o calor do corpo dele estava chegando a ela e isso era um pouco incômodo.

- É bom se acostumar, isso vai acontecer muitas vezes e tem que ser natural. Agora estou apenas lhe abraçando, mas logo teremos que...

- Deixa pra eu pensar nisso quando for a hora. – Nem queria se imaginar nada mais... íntimo.

- Só faça o que eu faço quando for assim. E é de esperar de uma noiva que ela também trate o noivo com carinho. Aproveite e fique olhando aquele casal e faça um curso intensivo de como ser uma noiva apaixonada.

A parte do se importar com ser difícil para uma garota se casar por causa dos sonhos e sentimentos pareciam ter sumido dele. Ele estava sendo insensível fazendo piadinhas, mas estava irritado. Imaginava que a situação era difícil, mas putz se ela tinha aceitado poderia estar mais disposta...

- E então amor quer que a nossa lua de mel seja onde? – Ela virou para ele com os olhos arregalados. – Que foi? Se não quer me chamar pelo nome pode ser “amor”.

- Isso é muito pior!

Ele riu achando graça da cara dela.

- Para noivos isso é bem comum, anote mentalmente.

- Nada disso te incomoda? Ter que ficar perto de uma garota estranha, abraçá-la...

- Casar me incomoda, não planejava isso tão cedo. Mas, se abraçar uma garota me incomodasse eu não seria o que chamam de heterossexual. – Agora Sakura havia virado para olhá-lo percebia que ele estava muito perto e ele permanecia com um sorriso travesso no rosto. – Eu sou homem, garota. Admito que me preocupei que você fosse terrível, seria bem difícil agir como homem se você fosse feia, mas fiquei muito aliviado quando vi você ontem a noite.

Naquele instante a garçonete chegou com uma yakissoba fumegando e desviou a atenção dele de Sakura, por isso não viu a cara de tomate que ela ficou. Eles comeram e a conversa fluiu melhor agora que ele não estava com o braço próximo a ela. Sakura acabou acertando alguns detalhes que apesar de pararecerem de difícil execução, sabia que teriam que ser feitos e após pagar a conta os dois voltaram ao carro.

- Está com os seus documento aí?

- Sim.

- Ótimo.

Ele arrancou e logo chegaram a um prédio muito bonito onde ficava o cartório mais famoso de Tóquio. Foram recebidos por um cara baixinho e de olhos brilhantes.

- Senhor! Quando vi seu carro estacionar sabia que era o Uchiha-sama! E esta deve ser a sua...

- Podemos ir conversar sobre isso num lugar mais reservado?

- Com certeza senhor! Acompanhem-me!

Eles entraram em um corredor comprido, depois que saíram do salão de entrada. Sasuke pegou a mão de Sakura e continuou andando apesar de ela tentar puxar disfarçadamente, mas ele era mais forte. A sala do homem era luxuosa e um tanto incomum... A decoração era um tanto exagerada, como se ele quisesse mostrar para quem quer que entrasse ali que ele era rico.

- Sentem-se senhores. – Falou apontando para um sofá grande com estampa de zebra. Os dois se sentaram e Sasuke não largou a mão da garota, apesar de mais uma vez ela ter tentado puxá-la. De mãos dadas descansou o braço por cima da própria perna obrigando a garota a ficar bem próxima a ele.

- Como te disse amor, viemos aqui para tratar da papelada do nosso casamento.

Então era essa a reunião que ele queria? Amor? – A-ah... Sim... Q-que bom! – Falou sorrindo mais naturalmente que pode.

- Ooh está nervosa senhorita?! E quem não estaria?! Casar com o Uchiha-sama! Você é uma garota de sorte!

Puxa-saco

- Então Uchiha-sama, aqui estão os papéis. Mandei prepará-los logo pois sabia que o senhor aparecia logo aqui. Sei como é um homem compromissado e...

- Certo, certo... Pegue duas canetas.

- Oh sim! Sim! – O homem correu para perto de sua mesa e começou a mexer na gaveta.

- Não precisa ficar segurando a minha mão o tempo todo... – Eles falavam sussurrando.

- Somos noivos apaixonados e loucos para nos casar...

- Eu não gosto disso...

- Não tem que gostar. – As respostas dele definitivamente estavam piorando.

Sasuke estava ficando nervosa com a atitude contrária que a sua “noiva” estava tendo, aquele jeito grosso poderia denunciar que o casamento não seria lá cheio de amor. E mesmo que não soubesse que o motivo era o testamento, ainda assim, saberem que a empresa do pai dela estava quebrando e de repente eles se casam e ela se reergue seria um prato cheio para os falatórios. Essa garota simplesmente tinha que tratá-lo bem! Ela não se tocava que para ele, ela também não passava de uma estranha?

Irritado soltou a mão de sua “noiva” discretamente, pegou a caneta da mão do homem e começou a preencher com seus dados...

- Algum problema senhorita?

Sasuke percebeu que sua noiva estava parada ao seu lado olhando para o papel na mesinha à sua frente com a caneta pomposa que Toshio acabara de lhe entregar. Estava com a cabeça baixa e o Uchiha deu graças quando percebeu que não era possível o homem ver que ela estava prestes a chorar.

Mas que inferno! Ela não poderia simplesmente fazer o que tinha que fazer?!

- Querida! Está emocionada? – Ele se aproximou novamente dela levantando-lhe o rosto pelo queixo, tentando ser o mais agradável possível. Os olhos dela estavam da cor de seus cabelos e ela parecia distante dali.

Como seria possível alguém mudar de humor tão rápido? E irritá-lo tanto?

Ele a abraçou ternamente fazendo Toshio ficar um tanto incomodado.

– Caham... Estarei lá fora... Quando terminarem podem me chamar... – E saiu andando apressado. Assim que a porta fechou atrás de si, Sasuke soltou a moça do abraço.

– O que você pensa que está fazendo? – Sentia seu corpo todo tenso, ela não poderia mudar de ideia! Não tão perto!

- Desculpe, e-eu apenas... – As lágrimas escorriam. – É doloroso...

Mais uma vez aquele sentimento de proteção se manifestou dentro dele, mulheres chorando são um fraco terrível.

- Eu sei Sakura, mas é preciso... – Os olhos dela fitavam-no arregalados.

- Você me chamar assim, quem te deu o direito? – Ele estava acostumado a não se dirigir com respeito as pessoas e sim a falarem com ele formalmente, por isso, para ele era fácil ser informal com ela, mesmo sendo uma desconhecida.

- Eu já disse que devemos nos tratar informalmente, Sakura. – Falou ele novamente. – Eu permito que você me chame pelo primeiro nome, você também não pode fazer isso? O mesmo sacrifício que você está fazendo também é igual para mim. – Ele não faz a menor ideia. – Você quer salvar a empresa de seu pai, eu também. Você não quer se casar e nem eu. Eu disse mais cedo que você não tinha que gostar disso, isso vale para mim também. Mas... – Ele passou a mão no rosto suspirando. – Não vamos dificultar as coisas... Não tente se afastar de mim, já disse para sermos amigos. Se você continuar agindo assim... Relutante, só vai aumentar a sua dor, a melhor maneira de fazer as mudanças não serem tão ruins é enfrentar e se adequar a elas... Acredite eu sei disso melhor do que muita gente.

Sakura observou ele virar o rosto e se levantar, mas antes viu que ele fez uma careta. Realmente ele era alguém que conseguiu se adequar as mudanças e ainda por cima tirar proveito delas e vencer na vida. Agora ele passava novamente por elas e ele poderia ensinar muito como passar por isso.

– Você tem razão... – Respirou fundo. – Sasuke.

O homem alto que estava em pé de costas para ela virou-se para olhá-la, vendo que estava completamente corada sentou-se ao seu lado.

– Agora vamos preencher isso de uma vez e acabar com isso por hoje.

Ela se voltou para o papel a sua frente e encarou a própria realidade. Ele tinha razão, a decisão já estava tomada e ela precisava enfrentar o que fosse ocorrer dali em diante e teria que ser ao lado do homem que preenchia o papel com uma caneta dourada logo ali.

Ela terminou de preencher os campos, Sasuke olhou e se levantou para abrir a porta de onde um homem quase caiu pela porta claramente tentando ouvir o que estava sendo dito. Sakura sentiu um frio na barriga, aquele homem tinha cara de ser aproveitador e aquele tipo de informação poderia ferrar com tudo. Ela olhou nervosa para Sasuke que parecia muito calmo. – Isso é tudo Toshio?

- Sim senhor! Pelo visto está tudo certo! Em 10 dias estarei lhe enviando a liberação já com os papéis prontos para que os senhores apenas os assinem e finalmente casem-se! – Toshio falou nervosamente ajeitando o terno.

- Ok, estaremos esperando por isso. – Olhou para Sakura que permanecia sentada. Percebendo que era um chamado levantou-se e aproximou-se dele. – Estamos indo, ainda temos algumas coisas a resolver hoje... E... – Sasuke se desconcentrou quando sentiu uma mão menor envolver a sua. – Sakura evitava olhá-lo nos olhos e estava muito corada. – Adeus, espero revê-lo com boas notícias daqui à 10 dias. – Ele segurou a mão dela com firmeza, mas delicadeza. – Vamos Sakura.

Ela sorriu para Toshio o mais naturalmente que pôde e o acompanhou. Os dois atravessaram mais uma vez aqueles corredores e assim que chegaram no carro ela começou a falar.

- Será que ele ouviu algo por trás da porta?

- Ele tentou, mas me admiro como são as pessoas que se julgam tão espertas e no fim são apenas dotadas de burrice infinita.

- Do que está falando?

- O idiota fez todo o seu escritório a prova de som. Ele estava tão desesperado para ouvir algo que se esqueceu do detalhe que ele mesmo construiu.

- Você tem certeza disso?

- Tenho, esse idiota é meu puxa-saco faz um tempo e num dos jantares que tivemos ele se gabou disso. – Ligou o carro e saiu apressadamente dali. – Agora iremos ao meu escritório, marquei uma reunião com uma assessora de evento de confiança.

- Sasuke – Ela se forçou a dizer. – Se vamos fazer tudo juntos, eu espero que na próxima vez você marque essas reuniões me avisando previamente. Pode ser que eu não esteja disponível. Hoje por sorte eu estava, mas pode ser que não seja sempre assim.

- Tudo bem, me desculpe. Mas espero que você esteja mais aberta a falar comigo de agora em diante.

O carro ficou em silêncio por alguns minutos até que Sakura respondeu.

– Eu prometo.

De repente aquele cara lhe passava confiança, talvez a convivência com ele não fosse ser o martírio que ela achava que iria enfrentar. Era bom ela aprender a conviver com as mudanças que ocorreriam de agora em diante.

Ao chegarem no prédio gigantesco no centro de Tokyo, Sasuke entrou no estacionamento e rapidamente desceu, pegando seu terno de detrás do banco e a gravata. Desenrolou as mangas e as abotoou novamente, enquanto Sakura logo foi para o seu lado olhando para os lados, ali tudo era extremamente impecável, ela nunca havia visto um estacionamento tão bem pensado. Sasuke fez o nó de sua gravata rapidamente e vestiu o terno.

– Venha comigo.

.

.

.

- Espere.

- O que foi? – Sasuke parava para olhar a garota de cabelos cor de rosa que por sua vez olhava para seu pescoço.

- Sua gravata está torta. – Ela se aproximou e começou a endireitar a gravata. Sasuke ficou surpreso com aquilo, mas fingiu que nem prestou muita atenção a isso, pois estava mais preocupado no tipo de bronca que iria dar em sua secretária por não estar naquele momento em seu posto. E ele estava interessadíssimo em ser informado se a assessora de eventos já havia chegado. Foi nesse momento que a porta onde estava escrito “Uchiha Sasuke - CEO” abriu-se e de lá surgiu a dita secretária que sorria distraídamente, até notar a cena que ocorria ali na antessala e pareceu estar petrificada.

- Por que não está em seu posto Fuka? – A voz de ordem do CEO da GoK9 estava ali.

Ela ainda com cara de espanto olhava de seu chefe para a moça ao seu lado que terminando o que estava fazendo se virou para olhar a mulher parada à porta.

– Eu falei com você Fuka. Responda.

- E-estava acompanhado a Anne-san senhor.

- Ótimo, ela já está aqui. Venha Sakura. – Pegou a mão de sua “noiva” que pensava quando iria se acostumar com aquilo e seguiu em direção a porta.

- Uchiha-sama!

- Olá Anne, desculpe o atraso estava cuidando de outras coisas. Kennedy, como vai?

Anne e Kennedy curvaram-se para cumprimentar o homem que calmamente foi em direção a sua cadeira preta de couro reluzente na ponta da mesa de reuniões, mas antes de sentar-se puxou uma outra cadeira, menor porém, tão confortável quanto e a colocou ao lado da sua.

- Inclusive, Anne e Kennedy esta é minha noiva Haruno Sakura.

Anne se virou para ela como se estivesse vendo uma pedra de diamante do tamanho de uma caneca.

- É um prazer conhecê-la Haruno-sama – Kennedy falou curvando-se.

Aquilo definitivamente era muito estranho, ainda mais quando a moça disse o mesmo e curvou-se. “Sama” era o tipo de tratamento que ela não costumava receber, na verdade, apenas de Ino, mas sempre era em nome da zuação. Viu quando Sasuke fez sinal para que ela se sentasse ao lado dele na cadeira que havia arrumado, após se sentar ele próprio foi até a sua cadeira e se acomodou.

- Senhor... hum... Fuka falou comigo sobre uma festa de... de...

- Casamento, Anne.

- Sim, isso mesmo. Eu nunca trabalhei com nada parecido com isso para o senhor. Hum... – Ela olhou para seu marido e ele começou a falar. – Estamos acostumados com festas empresarias vindas do senhor. Claro que já realizamos outros casamentos, mas sabemos que o tipo de festa que o senhor promove é bem diferente do comum e tudo tem que ser da mais alta qualidade. Então, não soubemos muito bem como começar a organizar e visto que esse com certeza será um momento memorável, estamos prontos a ouvir o que o senhor deseja. – Kennedy engoliu nervosamente, dando a impressão que havia ensaiado aquilo milhares de vezes antes de falar.

Sasuke os fitava em silêncio e depois de alguns segundos girou a sua cadeira de frente para Sakura.

– Como você irá querer tudo querida?

Sakura se assustou um instante e sentiu aquele incômodo de ser chamada de “querida” por ele com tanta naturalidade, mas nada disse sobre isso.

– O que você quer dizer?

- Um amigo meu uma vez me disse que a festa de casamento é mais para satisfazer a vontade da noiva. E eu como um bom noivo, quero lhe satisfazer ao máximo. – Aquilo soou com um duplo sentido poderoso, pois Sakura viu Anne corar e Kennedy virar o rosto nervoso. – Só não aceito nada simples, na verdade minhas exigências são: não tenha medo de fazer o que quiser nessa festa, parte da lista de convidados deve ser feita por mim e tudo tem que estar perfeito.

Sakura parecia mais perdida do que nunca, como queria a sua festa de casamento? Claro que já havia sonhado com aquilo, mas todas as condições estavam em desacordo com o que ela queria, começando pelo noivo, o que já era uma tragédia, mas como se não bastasse ainda por cima nãos seria levada ao altar pelo seu pai e sua mãe não estaria no altar esperando ela chegar lá conduzida pelo pai. Além disso, boa parte dos convidados seriam completos desconhecidos e a ideia de casamento pequeno estava barrada. Tudo teria que ser completamente construído, do zero. O que fazer?

- Pode dar um norte para ela Anne? Nós decidimos nos casar muito rápido e Sakura está um pouco perdida. – Esse cara só pode ouvir pensamentos.

- Ah sim! Claro! Hum... Senhorita... Alguma ideia de local para o casamento ou tema?

- Acho que... Ao ar livre.

- Ah que romântico! Muito bom, poderemos selecionar uma estação perfeita e...

- Nos casaremos em 10 dias. – Sasuke interrompeu-a.

- O-o que?! – O casal falou junto. Estavam ferrados! Programar uma festa de alto padrão em 10 dias?

- Pagarei o dobro do que costumo pagar, neste serviço. Reconheço que o esforço será grande.

O casal pareceu continuar chocado e vez ou outra se olhavam como se tivessem esquecido como falar.

- Hã... Poderia ser num parque de Sakuras... Estamos em Abril.

Sentindo-se melhor e organizando as ideias novamente a mulher começou a assimilar o que a “noiva” estava lhe dizendo.

- Essa seria uma boa ideia, em breve ocorrerá o desabrochar das flores das árvores. Isso me agrada muito.

- Como quiserem senhores! – A mulher começou a se animar com o que Sasuke disse. – Certo, acho que conheço um lugar perfeito para isso. Kennedy entrará em contado agora mesmo para marcar. – Escutando isso o marido pediu licença e se afastou com seu celular. – Agora as cores da decoração ou o tema que vocês podem ter em mente.

Sasuke apenas se virou e olhou para Sakura indicando que ela falasse algo. – Ah... é... Acho que pode ser rosa... É rosa, já que as flores do parque... hum... – Não sabia nem mesmo o que estava falando.

- Se me permite indicar acho que combinado com cor de vinho ficaria muito elegante.

- Ah pode ser. – Qualquer coisa serve. Dava vontade de dizer.

- E...

- Eu confio em você Anne. – Sakura falava. – Eu vejo que você é uma grande profissional... Hum... pode usar as exigência de... S-sasuke... como padrão. Tenho certeza que tudo será muito lindo.

- Se a noiva está depositando a confiança em você eu espero que você não a decepcione.

Anne engoliu em seco parecendo ficar ainda mais nervosa.

– Claro, mas qualquer dúvida eu gostaria muito de ter o contato da senhorita.

- Ah sim! Com certeza. – Sakura passou o seu contato para a mulher que logo lhe enviou uma mensagem para que ela também pudesse salvar seu número.

- Mais alguma coisa? – Sasuke perguntou a Anne.

- Muitas coisas senhor, mas acho que eu e Kennedy temos que começar. Temos pouquíssimo tempo.

- Entendo, então vá.

Anne recolheu todos os seu papéis rapidamente, fechou a tampa do notebook e saiu puxando seu marido como se estivesse com a cabeça já pensando em milhares de coisas.

- Eu espero que ela faça tudo isso direito. Eu esperava que você fizesse especificações Sakura. O casamento é ou não é importante para uma garota?

A rosada o olhou bem dentro dos olhos.

– Você não sabe o quanto.

Só pra vida sapatear um pouco mais na cara dela o celular tocou e quando olhou no visor o coração deu um salto tão alto que ela ficou parada um tempo olhando. Sasuke baixou o olhar e viu um nome:

CHAMANDO...

NEJI



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