História Just Stay With Me - Juvia precisa de um piano.

Ela o olhava, silenciosamente e sem ele perceber. Querendo-o tocar, enquanto estava longe dele. Havia uma grande parede de vidro que os separava, queria ela poder descobrir como quebra-la, sem se cortar com os cacos.

Vê-lo sorrir com seus amigos, lhe quebrava inteiramente, pois queria aquele sorriso para si. Enquanto pequenas folhas cor-de-rosa deslizavam pelo ar, ela o assistia brincar. O cabelo despenteado e escuro, desejava afagar. E sentir seus lábios serem apertados contra os seus.

Porém, seu coração dóia. Dóia por se achar estúpida e egoísta. Seu maior medo era de não poder fazer nada para ajudar as pessoas. Os pequenos orfãos estavam agora vagando pelas ruas. Evitava as meninas que lhe ajudaram, e que desejou ser amiga. E o garoto, na qual fizera seu coração acelerar tão forte contra sua caixa toráxica, não podia nem ao menos se quer toca-lo.

Havia saído da sala do diretor, com o olhar triste, mesmo sabendo que talvez conseguiria um lugar para as crianças. Mas dóia. Dóia ver tudo desabar como um efeito dominó. Caminhou pelos pátios da escola particular na qual viera para aprender novamente a ter um objetivo, já que tudo que conhecera pereceu pelas chamas. E seu orgão vital, logo pereceria ante ao degosto de estar solitária novamente.

Sempre soubera que era assim, mas não tinha certeza se era o que queria. Mas o que ela queria?

Ver seus aqueles que pareceu gostar, estarem felizes, enquanto na frente deles esboçava um sorriso, porém por dentro se corroía?

Fora novamente para a parte de trás da escola e se sentou lá. Segurou o telefone celular que tinha, onde havia diversos pingentes nele, percebeu que havia diversas mensagens de Lucy, mas Juvia não queria responder. E se tentasse, a mensagem que escreveria seria mais para ela do que para Lucy, e conteria palavras que talvez machucassem a loira.

-O que faz aqui? - seu corpo tremeu ao ouvir a voz dele. Ergueu os olhos o suficiente para o ver estar chupando pirulito.

-Juvia, só quer ficar sozinha. - estranhou até a si mesma, pois sua voz saiu fria.

Gray picarreou.

-Tem certeza? - perguntou jogando para longe o pirulito que nem havia terminado de comer.

-H-hai. - sua voz tremeu.

-levante-se. - ordenou ele.

-Juvia não quer. - disse cruzando os braços sobre as pernas que estavam encolhidas ao seu corpo e deitou sua cabeça, não querendo mostrar seu rosto coberta por lágrimas que desejavam cair.

Tudo desabava por dentro. E infelizmente quem sofria era ela. Se ele soubesse o quão perigoso era ficar perto dela, talvez quisera não querer ficar mais por perto. Pediria para o Velho Makarov-Sensei troca-la de escola, e viver bem longe dos problemas que acabou fazendo por ali.

Mas sente ser puxada pelos ombros, enquanto seu corpo é prensado sobre a dura parede que estava a suas costas. E descansando sobre seu ombro esquedo, estava a cabeça de cabelos desgrenhados e escuros. Suas mãos ainda apertavam os ombros da menina-mulher que fazia careta pela estranha atitude. Ouviu-o suspirar e o ar quente deslizar de seus lábios e brincar com o pescoço dela, fazendo-a gemer levemente com o pequeno ato inocente.

Juvia nunca se apaixonara de verdade. E estava a procura da razão pela qual estava pelo garoto que a colocara sobre a parede. Mas estes sentimentos que fluirão tão rapidamente, fizeram-na perceber que a linha entre eles já estava enroscada. E perigosamente ambos estavam ficando cada vez mais apertados.

O esboço de seus pensamentos, perfurão as nuvens, enquanto o doce perfume da primavera lh inebriava e a fazia lembrar da primeira vez que o vira. Nem ao menos se lembrara dela quando a viu. Mas seu silencio valeria a pena quando chegasse a hora de suas palavras fazerem o mesmo que os seus pensamentos.

A rota que seu destino escolheu, fora colorida, gota a gota, como se fossem feitas por uma chuva repentina. E estas gotas coloriram o homem que escolhera para segurar seu coração por entre os dedos. Mas está nas mãos dele querer segurar para sempre ou destruí-lo.

Achou que ele percebera a tensão que sentia, pois logo levantou a cabeça e deixando seu rosto próximo ao da azulada. Gray não tirava os olhos dela.

-J-Juvia... P-precisa... I-ir. -gaguejou ao ver estar encurralada.

-Só depois de me contar o que está acontecendo. - rosnou ele. O semblante sério em seu rosto a deixara pasma e com medo, enquanto a respiração dele penetrava em sua pele como ácido.

-Juvia não sabe do que Gray-Sama está falando. - e realmente Juvia não sabia. Após ter sido abordada por Erza mais cedo na escola, pensara em quem poderia ter dito tal mentira, sobre ela, Levi e Lucy serem as culpadas por ela ter parado no hospital.

-Estão falando, que você disse a Erza todas aquelas coisas que ela me disse, sobre Ultear ter me traído com , praticamente, todos os caras da escola...

-Erza-San não mentiu! - berrou para defender a ruiva.

-Então diga Juvia. O que está acontecendo? Lucy disse que você se afastou dela quando se aproximou, Levi diz a mesma coisa...

-Juvia não quer machuca-las. - disse com as lágrimas querendo saltar.

-Mas que droga Juvia, você está fazendo isso, fazendo que está fazendo...

-Juvia as esta protegendo!

-De quem? - berrou a pergunta. Mas o silencio o atordoou. Juvia não respondeu e ficou em silêncio. - As está protegendo da pessoa que te machucou? - perguntou, e ela apenas balançou a cabeça afirmando.

Sentiu as mãos dele deslizarem sobre seus braços, e suas testas e encostarem. Logo os batimentos de seu coração se aceleravam constamente, enquanto a tristeza lhe permeava lentamente. Quisera ela, poder contar sem medo de se machucar novamente.

-Você estava com um chapeu de cosaco russo, quando te vi pela primeira vez. - ela ergueu os olhos para ele, que se afastou e sorriu de canto. - Eu sabia que já tinha te visto. Eu já tinha ido a Phanton, com Natsu. E vi você, tocando piano.

-Juvia não toca mais...

-Eu adorei vê-la tocar. - a interrompeu. - E gostaria muito que você tocasse para mim, um dia.

-Juvia já disse que não toca mais. - sua voz soou mais fria ainda. Ela queria afasta-lo também. Sabia que se machucaria, mas ele sabia que era para proteger suas amigas, mas também não queria coloca-lo em risco.

-Se está tentando me afastar de você, saiba que não está funcionando. - sua voz ironica ecoou, enquanto um vento bateu sobre o rosto da Loxar. O vento trouxe uma fina areia que atingiu seus olhos, a fazendo fecha-los. Mas não percebera quando Gray se aproximou novamente.

A prensando na parede, com força. Arregalou os olhos quando percebeu o quão perto estavam enquanto suas bochechas entoavam na coloração vermelha. Ele entrelaçara seus dedos, e ela visualizou, que se encaixam perfeitamente. Voltou sua atenção novamente para ele, que roçou lentamente em seu nariz, com o dele.

-Gray-Sama... O que está fazendo? - perguntara receosa.

-Eu não sei. - respondeu, deixando-a mais vermelha. - Só estou seguindo o que o meu coração manda, já que não consigo pensar quando estou com você.

Sentiu, o traçar tremulantes que os dedos dele faziam enquanto sua mão, que estava livre, subia lentamente até passar o polegar em sua bochecha. Juvia suspirou enquanto percebia Gray aproximar o rosto de encontro com o seu.

-O que esta acontecendo comigo, Juvia? - perguntou ele.

-Juvia não tem a resposta. - respondeu quando os lábios dele estavam perigosamente perto dos seus.

E finalmente, sentiu o peso dos lábios dele sobre os seus. Quente e terno, Juvia fechou os olhos assim que seu coração permitiu, já que o mesmo parecia um motor dentro de seu peito. Sua mão que estava livre agarrou a cintura dele com medo que suas pernas fraquejassem e a fizessem cair. Mas aquele era um simples beijo, um simples encostar de lábios, mas para ela já era o suficiente.

Ele se afastou, o rosto de Juvia estava corado. Gray soltou suas mãos e lhe agarrou o rosto e novamente lhe beijou. Como se Juvia fosse seu oxigênio naquele momento. E Juvia se viu com os olhos arregalados, enquanto sentia a língua dele pedir para explorar sua boca. E quando fechou os olhos, percebeu entrar em um êxtase que só sente quando ele esta por perto.

O beijo que sempre quisera receber dele, agora estava ocorrendo, não como em seus sonhos, mas estava sendo melhor. Ela podia sentir seu corpo corresponder de forma perfeita ao dele. E aquilo a fazia sentir cada vez mais, aquele amor que nutria por ele, crescer.

Se afastaram assim que faltou ar. Mas as mãos dele ainda estavam sobre seu rosto corado. Arfando constantemente, ele riu como uma criança. E ela sorriu timidamente. Ele lhe deu um último beijo e disse que já voltaria. Mas Juvia não ficou para espera-lo. Ela correu para seu apartamento, e lá ficou até que seu tutor veio lhe ver.

-O que foi Juvia? - perguntou preocupado.

-Juvia... Precisa de um piano.