Pov.Hinata
— Er... e agora?
— Você quer que eu vá pra sala?
— Não, de jeito nenhum, pode ficar aqui.
— Certo.
Kageyama foi para sua cama e eu me deitei no colchonete no chão ao lado da mesma, olhando para o teto. Ainda não tinha percebido que nele e nas paredes tinham estrelas néon, era lindo.
Tempo se passou e nada. Resolvi que deveria ser porque é um ambiente novo e meu corpo ainda tinha que se acostumar.
Como não sabia o que fazer, retirei a coberta de cima do meu corpo e fiquei sentado em frente a cama de tobio.
— Ei, kageyama.
Ele parecia já ter dormido, mas assim que o chamei, ele abriu os olhos, deixando-os semiabertos.
— O que foi hinata? Não consegue dormir?
— É.
— Quer conversar sobre alguma coisa?
— Bom, acho que sim. Talvez desse jeito eu fique com sono mais rápido.
— Ok. Sobre o quê quer conversar?
— Não sei.
— Ué, então... Hum, há quanto tempo você joga vôlei?
— Faz uns 4 anos.
— E por que resolveu jogar?
— Eu vi um jogo na TV uma vez quando tava passeando de bicicleta com um amigo meu, e acabei gostando e quis jogar.
— Ah, legal.
— E você?
— Meu pai que me ensinou, a gente jogava desde que eu me entendo por gente.
— Sério? Como era?
— Bom, era bem legal. Todos os dias a tarde jogávamos na nossa garagem. Ele sempre vinha com algo novo e eu vencia dele na maior parte das vezes, mas eu sei que ele fazia isso para aumentar minha paixão pelo esporte.
— Entendi, deve ter sido bem legal.
— Você falou isso, mas não pareceu feliz, aconteceu algo?
— Não é nada.
— Não parece que é "nada".
— É que...
— Hum, o quê?
— Meu pai, eu não quase nenhuma lembrança dele.
— Ele...
— O quê? morreu? não, pelo menos não que eu esteja sabendo.
— Então?
— Ele abandonou minha mãe pouco depois dela ter a minha irmã, eu tinha uns 4 pra 5 anos na época.
— Sinto muito.
— Tudo bem. Sabe, eu não entendia muito bem dessas coisas naquele momento, mas eu lembro de ter chorado igual um bebê.
— Como agora?
— O quê? Eu não tô chorando.
— Está sim.
— Você também está.
— Não estou.
— Sim, está.
— Não...
— Ok, me pegou. Não está.
Esfrego os olhos, a fim de enxugar minhas lágrimas e não deixar o clima mais pesado do que já está.
— Vem cá.
— Hum?
— Senta aqui do meu lado.
— Oh, okay.
Fiz como kageyama pediu e me sentei ao seu lado, ficando a pouco menos de um metro de distância.
— Sabe, eu nunca falei sobre isso a ninguém, já que alguém nunca pareceu se importar, então... obrigada, por me escutar.
— Ah, tudo bem, não há de quê. Já que não consegue dormir, nós podemos contar histórias.
— Tá, mas sobre quê?
— Pode ser coisas que aconteceram conosco, vergonhoso ou que sentimos saudades.
— Hum... Deixe-me ver. Ah, não consigo pensar em nenhuma, conta você.
— Bom, teve uma vez que estava com uns antigos colegas meus e eu estávamos voltando da sorveteria, quando um deles sem querer trombou com uma garota que estava passando do nosso lado, aí o namorado dela tava junto e começou a correr atrás de todos nós, no final acabamos fazendo com que ele caísse na fonte do parque, mas acabamos caindo junto também, terminou que viramos amigos.
— Teve um bom final então.
— Sim, é verdade. - sorri.
— Vocês ainda mantém contato?
— Hum, não. Alguns deles mudaram de cidade ou escola e perdemos contato. - olhando para o chão.
— E os outros?
— Eles se afastaram de mim, mas não me lembro exatamente do motivo.
— Entendi... Você sente falta deles?
— Um pouco, a maioria eram amigos de infância, então é triste saber que eles não estão mais ao meu lado.
Senti meus olhos arderam e começarem a lacrimejar, então rapidamente passei minha mão neles, os enxugando.
Kageyama se aproximou mais de mim e puxou minha cabeça até encostar no seu ombro, com a outra mão, a posicionou por cima do meu braço.
— Olha, eu posso não ser a melhor das amizades e nem sou bom o bastante pra substituí-los, mas se você quiser, eu posso ser o seu amigo.
— Ah, valeu kageyama. - soltei um sorriso, olhando fixamente para o chão.
— De nada. Hum, você quer tentar dormir agora?
— Ah, sim. - me separo dele, voltando para o colchão.
— Espera, aí não...
— Como assim? Aonde então? (autora: aiai esse shoyo; bancando o sonso? ou é só ingênuo demais? fica aí a dúvida)
— Er, hm... Deita aqui.
— Ah... - corado - Certo.
Me deito ao seu lado e sorrio, ele retribui e vira seu corpo para cima, e eu viro o meu para o lado contrário ao dele, me aconchegando no travesseiro.
Sinto a mão de kageyama passar por cima da minha cintura, chegando mais perto com seu corpo e me abraçando por completo.
Conseguia sentir sua respiração baixa no meu pescoço, enquanto seu peito se contraía nas minhas costas, não posso negar que era relaxante, e até mesmo um tanto excitante.
Relaxei meu corpo, puxando a mão dele para cima e a segurando, encostando mais minhas costas na sua barriga.
— Ei, kageyama.
— Sim?
— Por que me abraçou do nada?
— Hum, só acho que é mais confortável dessa forma para dormir. Quer que eu me vire?
— Não, não precisa, está bom assim.
— Hum, okay.
Tentei ao máximo disfarçar o sorriso que me surgiu nos lábios, tampando com o lençol, mas mesmo assim, acho que kageyama percebeu.
Senti seu rosto se aproximando, depositando um beijo por trás da minha cabeça, e com isso, meu rosto de repente parecia queimar e meu coração acelerou.
Pensei que fosse estourar como uma bombinha, meu corpo estava estranho e eu me senti feliz, envergonhado e nervoso ao mesmo tempo.
O que é isso? Que sentimentos são esses?
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