História Killer - Discovery

Quando eu entrei em meu carro, finalmente minha ficha caiu.

Meu pai, desde pequena me ensinara a usar uma arma, ele sabia que um dia eu precisaria, caso algum de seus milhares de inimigos tentasse alguma coisa. E eu comecei a seguir seu caminho, comandando uma pequena gangue de amigos que eu possuía. Eu vendia drogas demais, roubava demais, e tentava cada dia mais, livrar minha mãe de John.

Na festa de cinco anos de casamento de John e minha mãe, a polícia invadiu a casa, causando uma grande polêmica para nossa família, que talvez possuísse uma ladra.

Eu não pude ser presa, pois era menor de idade, tinha dezessete anos e inventamos uma história convincente para não me levarem a um abrigo. E desde então minha mãe pede para eu não me meter mais em coisas do tipo.

Era um passado que eu não me orgulhava, e não entendia os motivos que me levara a fazer isso. Quando minha mãe descobriu o mundo em que eu vivia, cheio de sexo e drogas, era notável a decepção em seus olhos cada vez que ela olhava para mim. Zayn nesse tempo fazia uma viagem para a Austrália, visitando uma tia nossa, mas eu recusei para ficar com minha mãe e protegê-la.

O arrependimento começou a tomar conta de mim.  Eu não queria ter um passado sujo e lembrar as vidas que eu tirei. Não queria mais segurar em uma arma e encher a pessoa que eu mais amo, de tristeza.

Antes que eu percebesse, já estava chorando. Chorando pelo meu pai, que se fora de uma forma, que talvez fosse por isso que minha mãe sofreu tanto quando soube de minha gangue. Chorando pela vida em que tínhamos agora, presos a uma pessoa que só nos machucava. Chorava porque talvez eu houvesse tido uma decisão precipitada demais. Poderia ser presa, e se fosse para passar minha vida em uma cela, seria porque eu matei John.

Fui diminuindo a velocidade conforme entrava na rua deserta, onde apenas uma enorme mansão com as paredes brancas e cobertas por vidro habitava.

Estacionei em uma das garagens e balancei a cabeça em direção ao segurança, o cumprimentando levemente. Andei no meio do enorme jardim, onde flores, arbustos, alguns bancos, palmeiras e pequenos postes de luzes o decoravam.

 Ao fundo, era possível ver a enorme piscina, onde Jetlin nadava com suas amigas, tomaria cuidado para não pegar uma doença infecciosa quando fosse nadar.

Abri a porta de vidro, dando de cara com a sala ampla, bem decorada, e que representava claramente uma casa elegante.

-Zayn? - gritei, mas sem sucesso, comecei a andar entre os cômodos, tentando achá-lo.

Agachei para tirar meus sapatos que começavam a apertar meus pés, e peguei-os nas mãos. Quando passei por um dos espelhos espalhados por aí, vi que meus olhos estavam vermelhos, e fundos.

-Zayn? - gritei mais uma vez, e o achei na cozinha, comendo um bolo de chocolate.

-Annie? Você quer um pedaço? Deve estar... - ele parou, assim que olhou para mim. - Oh meu Deus, você estava chorando? - então ele levantou, e veio me abraçar, como se eu fosse uma delicada boneca de porcelana. Quando eu me aconcheguei entre seus braços, desabei, molhando sua camiseta preta.

-Eu fui conversar com John. Ele me pediu para fazer uma coisa horrível, mas eu aceitei pensando na nossa família. – falei rapidamente. Demorou um tempo para Zayn assimilar o que estava acontecendo.

-O que ele te pediu, Annie?

-Vamos conversar em outro lugar, pode ser?

Contei tudo para meu irmão, que me olhou perplexo, não acreditando como eu poderia aceitar aquilo, mas por fim, decidiu me ajudar.