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História Kings And Queens - Chapter 21 - Blue Pegasus


Escrita por: NinaBlack

Notas do Autor


Olá pessoal!!
Gente, primeiramente, me desculpem a demora, minha vida tá uma correria, mas eu consegui tempo
Depois, me desculpem por esse capítulo, eu sei que muitos fãs de Gruvia vão querer comer meus órgãos temperados com limão e sal, maaaaas, eu sou uma fã de Gruvia, e tudo o que vai acontecer aqui vai ser por um motivo, certo? Sem mais detalhes sobre isso.

Capítulo 23 - Chapter 21 - Blue Pegasus


 Lucy nunca imaginou que um dos seus maiores pesadelos pudesse envolver um Natsu Dragneel sorridente com uma espada na mão, e pior ainda, com ela lutando com ele. Claro que a Heartfilia sabia que não era pra valer, pois se fosse, já não estaria mais ali. Ele era muito bom com espadas de uma forma que ela nunca havia visto. Aliás, ela nunca viu ninguém lutar realmente com espadas até a morte, e admitia que não queria presenciar isso.

 Ela tentava golpeá-lo com a espada (a menos afiada de todo o armamento da Guarda Real) e ele apenas dava um ou dois passos para o lado, sem nenhum esforço. Irritando-se com sua série de falhas, ela se pôs a praguejar.

 - Não sei nem segurar uma adaga direito, e ainda quer que eu te acerte? Que belo começo de treinamento...

 O rosado começou a rir da série de resmungos que a loira começou a falar. Lucy, já com o pouco tempo que tinha de convivência com Natsu, percebera que o rapaz tinha uma risada estridente, lembrando muito a de um menino de cinco anos, em parte, já que quando seu risos lembrava uma criança por ser inocente, tinha um tom de malícia em sua voz que ela nunca conseguiria entender o que ele estivera pensando naquele momento.

 - Certo, Lucy. Já percebi o quanto você sabe de lutas corpo a corpo com armas de mão... Que no caso é nada. – Natsu disse divertido desembainhando a sua de sua cintura. – Olhe como se segura uma espada. – Ele apontou para sua mão, lhe mostrando detalhadamente como os dedos deveriam se posicionar na base de couro e como o punho tinha que estar firme. Fez algumas demonstrações cortando o ar, fazendo com que o brilho avermelhado de sua lâmina refletisse em seus cabelos cor de rosa e em sua pele bronzeada.

 Natsu realmente levava as lutas e estratégias de batalha a sério, e Lucy conseguiu ver isso na destreza que ele se movimentava pelo amplo salão cercado de armas. Mas não era para menos, desde pequeno foi treinado para tal tipo de coisa, e não era agora, na frente de uma moça que ele iria fazer feio. Pensando nisso, Lucy se pegou tentando se perguntar: Se ele é o príncipe, e tem total proteção do reino, por que treinar tanto?

 Vendo que Lucy já vira, ao menos o básico, de como suas pernas e seus braços devem estar em uma posição de luta, e como manejar uma espada, ele julgara que já estava perto do horário do almoço e decidiu parar por ali. Também precisou dar um tempo em seu treino já que estava cansado e ofegante, sem falar que sua camisa de linho, já desabotoada por completo, estava ensopada de suor, assim como a parte de cima do vestido branco leve que Lucy usava, de forma que lhe dava mais mobilidade.

 Lucy tentou ao máximo não olhar para o corpo másculo e forte de Natsu, mas era quase impossível, já que enquanto ela se sentara em um banco com um copo de água, ele se sentara a sua frente, não tendo mais para onde olhar. Ao contrário da loira, o Dragneel parecia estar bem à vontade com a situação, claro que nem comentara para a loira que o vestido úmido de suor que estava usando marcava ainda mais as curvas de seu corpo.

 - Ei, Lucy... – Natsu a chamou descontraído. – Acha que Gray ficou sabendo de alguma coisa que o Conselho disse na reunião de ontem?

 A loira deu de ombros.

 - Achei que você sabia se ele estava a par de tudo ou não. É amigo dele.

 - Não o vejo desde hoje de manhã... Ele passou a noite fora, eu acho... Vou conversar com ele hoje... Se bem que posso ter uma ideia de onde ele esteve...

 - Fairy Tail? – Lucy arriscou, arrancando uma risada rouca do rapaz.

 - Provavelmente não...

 - Então onde?

 - Bem... – Ele se aprumou, desconfortável com o assunto. – Digamos que é um lugar onde se tem várias moças... Mas nenhuma é como você, por exemplo. São todas... Prostitutas. – Ele finalmente disse. Claro que Natsu poderia ter simplesmente falado, mas ele se sentiu desconfortável ao falar desse tipo de coisa com Lucy o olhando inocentemente daquela forma.

 A moça arregalou os olhos e não pôde deixar de corar um pouco com o rumo que a conversa estava tomando.

 - E como sabe disso? – Ela perguntou olhando para o copo em suas mãos, e arrumando a barra de seu vestido, de forma que ela não se sentisse tão envergonhada.

 - Já fui lá com ele algumas vezes... – Ele falou se estirando no banco, com Lucy não o encarando, ele pôde relaxar mais. A loira se forçou a não dar um olhar de escárnio para ele.

 - Ah... É claro que sua Alteza já foi... – Ela disse mordendo na língua logo depois.

 “Por que está assim, Lucy? Você já sabia que ele visitava esse tipo de cosias, as notícias correm por toda Fiore... Esqueça disso.” – Ela se repreendia. Mas no final acabou por segurar uma risada. Quem iria imaginar que um príncipe hiperativo como Natsu fosse um frequentador de bordéis...

 Natsu percebeu que alguma coisa em Lucy mudara, e se inclinou em seu banco, ficando cara a cara com a mulher.

 - Aconteceu alguma coisa? – Ele perguntou estudando todas as feições que a jovem fazia. O olhar dela passou de surpresa, para um misto de raiva, e depois sorriu levemente. Ele segurou uma risada com isso, nunca vira ninguém mudar de feições tão rápido assim. Quando a boca de Lucy se abriu para falar alguma coisa, os dois ouviram o estrondo da porta de madeira sendo aberta, e uma jovem de cabelos brancos e curtos entrando sorridente.

 - Olá, Lucy! Olá, Natsu! – Ela disse sorrindo.

 - Lisanna. – Lucy falou simplesmente, não por falta de educação, mas porque ainda estava sem fôlego suficiente, tanto pela “luta” que tivera com Natsu, tanto pela proximidade que os dois estavam.

 - Bom dia, Lis. – Natsu, ao contrário, esbanjava boa forma e disposição, o que fez Lucy se sentir como uma senhora de setenta anos de idade. – O que veio fazer aqui?

 - Bem... Mira me pediu para vir aqui avisar que eu e ela estaremos organizando um baile aqui no palácio, ele vai acontecer daqui a dois dias. Vários nobres irão vir para cá... E acho que isso seria interessante para o caso de Gajeel. Muitas pessoas aqui podem saber quem ele é, só estão escondendo alguma coisa. – Ela disse séria e Natsu concordou com a cabeça.

 - Pode ser verdade... – Ele voltou a encarar a albina. – Só os nobres estão convidados? Quero dizer... Conheci umas a alguns dias, e pareciam ser bem legais...

 Lisanna riu com esse comentário, deixando Lucy sem entender muita coisa.

 - Se está perguntando sobre o pessoal da Fairy Tail... Bem... Acho que posso dar um jeito de fazer com que eles entrem no final da festa, mas não garanto nada. – Ela disse dando de ombros. – A segurança aqui é meio complicada.

 - Por que eles não podem entrar junto com os outros e aproveitar a festa inteira? – A loira perguntou curiosa.

 - Bem... Digamos que a lista de convidados vem do rei, ou melhor, ele é influenciado por outros nobres, e a maioria não gosta muito de camponeses nos bailes, por isso que a entrada deles é proibida. Mas sempre conseguimos dar um jeito de fazer alguns entrarem escondido, vamos ver se damos sorte nessa festa também. – Lisanna disse com animação na voz.

 - Vai dar tudo certo. – Natsu falou se levantando, e Lucy percebeu que a albina em seu lado o acompanhou com os olhos, com uma feição de impressionada. Será que ele realmente não percebia que ela gostava dele? – Ei, Lisanna, por acaso, Juvia também está convidada?

 - Sim, por quê? – A garota disse dando um tom de dúvida.

 - Lucy, você poderia conversar com ela. – Natsu falou pegando uma das espadas que estavam jogadas no chão e colocando de volta em um armário de armas que havia lá.

 - Eu?! – A moça disse perdendo o fôlego que estava juntando. Ela se lembrava da frieza do olhar da mulher, e definitivamente não queria ser encarada por aqueles olhos tão cedo. – Por que eu?

 - Bem... Por que vocês duas tem muitas coisas em comum.

 - E o que seria? – Lucy perguntou se levantando.

 - Bem... Começando pelo fato de que vocês duas são uma das jovens mais influentes do reino. Segundo, por que vocês duas vão ser moradoras desse castelo por um tempo. E terceiro... Seus pais foram vítimas de ataques misteriosos, onde tudo indica que o culpado de tudo no final foi o mesmo... Vocês duas juntas tem muitos segredo a serem descobertos. – Ele disse encarando os olhos castanhos da moça, o que fez com que ela se arrepiasse um pouco com a intensidade de seu olhar, como se esperasse qualquer movimento brusco vindo da parte dela. – Realmente acho que vocês duas precisam conversar. – Ele se virou para a porta. – Agora eu preciso ir... Tenho que ver Gray, e sinto que essa conversa não vai ser uma das melhores que já tivemos.

~~~~~~~~~~

Gray acordara com mais uma de suas imensas dores de cabeça. Passara a noite em Fairy Tail, e achara que exagerara na bebida com Cana Alberona... Novamente.

 Acordou e viu que estava nu em sua cama, olhou para os lados e, por sorte, não havia nenhuma moça desconhecida em seu quarto. Devia ter tirado a roupa quando chegara, um péssimo hábito que tinha. Levantou-se preguiçosamente e abriu as janelas de seu quarto. O Sol já estava quase a pino, e ele tinha certeza absoluta de que tinha perdido o café da manhã, e que estava prestes a perder o almoço. Por um lado, ele não se importava muito em perder esses horários, era de seu feitio fazer isso, mas pelo outro, seu estômago estava implorando por comida.

 Um ar quente percorreu seu corpo e ele gemeu desconfortável. Assim que fechou as janelas, foi para o banheiro e, na água morna tomou um banho rápido e logo se trocou, colocando uma calça peta de couro com uma camisa de linho bem solta verde musgo.

 Saiu rapidamente de seu quarto e foi até a cozinha, em busca de alguma coisa para comer, crente de que demorara demais no banho e não havia nada, por sorte, um dos cozinheiros lhe preparara um sanduíche, que fora rapidamente devorado com voracidade pelo moreno.

 - Gray! – Ele ouvira uma voz conhecida e se virou para cumprimentar o garoto Romeo Conbolt, que se aproximava sorrateiramente em direção ao moreno.

 - Olá, Romeo. – Gray disse bebendo um pouco de água logo em seguida.

 - Ei, soube que Juvia Lockser já está aqui! Você a viu? Ela é bonita como todos falam? – Ele começou a fazer um monte de perguntas, o que fez o rapaz rir.

 - Não, eu ainda não vi. – O moreno falou de boca cheia. – Tive uma missão ontem á noite, e atrasei um pouco, não fiquei para a reunião do Conselho com ela.

 - Entendi... Bem, soube que esse Conselho já tem um pretendente para a Juvia daqui do castelo. – Ele disse pegando um pedaço de bolo que estava em cima da mesa e o enfiando na boca logo em seguida. – Ela quer mesmo se casar...

 - Ora, Romeo, você sabe mais de coisas que acontecem aqui do que eu! – Gray disse e começou a rir.

 - Quem você acha que é? Natsu? – O menino perguntou.

 - Acho que não... Se não ele estava surtando agora... E fora que ele é o príncipe, se ele se casar agora, poderia gerar uma rebelião por todo o reino...

 - Como assim? – O menino perguntou com a boca cheia de glacê.

 - Com todos esses ataques, o povo poderia ver um casamento arranjado agora como uma forma de se esconder dos inimigos, ou mascarar alguma coisa.

 - Então... Quem será? – Romeo perguntou confuso. O menino não sabia muito das pessoas que moravam no castelo, mas mesmo Gray não tinha certeza de quem poderia ser.

 - Bem, com o pouco que conheço Juvia Lockser, ela provavelmente vai querer um rapaz com posses, ou algum título, já que ela também é assim. Mas como o rei não vai desposar seu filho, ele provavelmente vai escolher algum outro nobre, que mesmo tendo títulos e importância, o casamento dos dois não vai afetar em grandes coisas o reino. – Ele disse pensando nas possibilidades que existiam ali no castelo. – Bem, independente disso, tenho certeza que Lyon já se prontificou a se casar com ela. Seu pai iria adorar a vasta terra que o Lockser têm... Mas afinal de contas, não sei por que tem que ser um casamento...

 - Gray, já pensou se esse rapaz ser voc... – Romeo iria terminar sua frase, mas foi interrompido pela voz nervosa de Erza Scarlet.

 - Fullbuster! – A voz retumbante da ruiva ecoou por toda a cozinha. Com medo dela, Gray rapidamente se levantou e todo atrapalhado limpou sua boca e correu em direção á ela o mais rápido que podia.

 Erza estava usando um vestido simples vermelho, exatamente da cor de seus cabelos, que estavam soltos no momento. Seu olhar para ele o provocou arrepios, ela sabia ser assustadora.

 - E-Erza? O que aconteceu? – Ele perguntou parando em sua frente, perdendo Romeo de vista. – Alguém morreu para gritar desse jeito?

 - Bem... Ninguém morreu ainda, mas irei preparar seu funeral se não aparecer no escritório de Igneel agora. Estamos te procurando por todo canto desde hoje cedo! – Ela falou brava e saiu da cozinha em passos rápidos em direção á Sala de Treinamento.

 Respirou fundo, e olhou-se em um pequeno espelho que havia ali, preso na parede perto das grandes portas de madeira. Seus cabelos estavam bagunçados, como sempre, e sua roupa estava amassada, mas nada que o rei ou outro alguém reclamasse.

 Em menos de cinco minutos chegara á porta do escritório de Igneel Dragneel. Parou na frente e bateu três vezes na madeira adornada de enfeites de ferro e ouro. Fora Natsu que abrira a porta.

 - Natsu? O que o rei quer comigo? – Ele cochichou para o amigo, mas antes que o rosado pudesse responder alguma coisa, ouviu-se a voz de Igneel preencher o local.

 - Entre, Gray. Estávamos te esperando. Temos assuntos muito importantes para tratar.

 Igneel estava com suas roupas comuns, com um casaco de couro de javali por cima de uma camisa azul marinho, e calças pretas. Porém estava usando sua coroa de ouro vermelho, contrastando com suas madeixas avermelhadas.

 Dentro do escritório se encontrava seu pai Silver, Ur Milkovich, Natsu, Makarov e Igneel.

 - Majestade. – Ele curvou um pouco sua cabeça para Igneel, que correspondeu com um discreto aceno com as mãos. Olhou para Natsu e os dois se cumprimentaram. – Pai. Ur. Makarov. – Ele se virou para os três, que estavam próximos a janela do escritório, que dava para os fundos do castelo: um descampado, onde ao longe poderia se ver algumas casas, que era a parte pobre de Magnolia.

 - Filho. – Silver caminhou até ele e colocou a mão em seu ombro. – Apenas ouça com atenção o que Igneel e Makarov têm a lhe dizer.

 Confuso, o rapaz concordou com a cabeça e voltou sua atenção para o homem á sua frente, sentado em sua mesa, cercado por papéis, mapas e pergaminhos desenrolados.

 - Gray, primeiramente, queria perguntar uma coisa a você. – Igneel falou analisando cada movimento que o rapaz fazia. Natsu, percebendo a tensão no ar, se pôs entre seu pai e seu melhor amigo. Ele não sabia a razão, mas o clima mudara assim que Igneel abriu a boca para falar alguma coisa, ficou mais tenso. Percebendo o silêncio do moço, ele prosseguiu. – Até onde iria por seu reino?

 Gray ficou surpreso com essa pergunta. Ele olhou para Natsu, em busca de alguma explicação a mais, mas o rapaz mantinha os olhos fixos em seu próprio sapato.

 - Até onde for possível, Majestade. – Ele disse decidido.

 - Bem... – O rei se levantou e arrumou seu casaco. – Precisamos de você agora, Gray.

 - Alguma batalha? Mercenários? Os inimigos no Ocidente? – Ele começou a perguntar, mas o homem negou com a cabeça.

 - Gray... É mais do que isso. – Ur disse baixinho para o moreno. Ela era a única que estava mais distante de todos, e não estava com uma cara muito boa. – Não sou a favor disso, mas certas coisas têm que ser feitas.

 - Que coisas? – Gray perguntou.

 - Gray... – Igneel começou. – Sabe que Juvia Lockser está aqui, não sabe? – Ele concordou com a cabeça. – Ela veio aqui, não somente por acordos, mas por refúgio.

 - Acordos? Refúgio? O que? – Ele ficou confuso.

 - Quando nos separamos naquela viagem, você foi para o Norte, e eu e Ultear fomos prestar condolências a ela, tínhamos uma missão para fazer além de confortá-la. – Ur disse caminhando até o rapaz vagarosamente. – Tínhamos que convencê-la de vir aqui para o castelo procurar por um pretendente daqui. Assim que isso fosse feito, as terras do Litoral estariam seguras, pois não há nenhuma guarda mais forte que a do rei, sabe disso. E acho que já sabia da parte que ela queria se casar...

 - Certo... – Gray falou digerindo todas as palavras em sua cabeça. – E o que isso tem a ver com acordos? E sua proteção? Achava que ela só queria alguém com posses, já que todas aqui querem isso, ou pelo menos a maioria.

 - A Casa Lockser é rica graças ao comércio marítimo. Todos os seus produtos no exterior são bem disputados por vários comerciantes ricos em Caelum e em Mins, que são países muito bem desenvolvidos, assim como Fiore. Infelizmente, a maioria desses compradores já avisou que pararia de comprar os produtos dos Lockser caso uma mulher tão jovem como Juvia tomar todo o poder da frota de navios e de todas as terras do Litoral. Acham que ela é inexperiente, e que não iria dar tanto lucro á eles quanto os pais da garota davam. – Igneel explicou tudo detalhadamente para Gray, que prestava atenção em cada palavra pronunciada. – E ao mesmo tempo, vários mercenários perceberam a instabilidade das pequenas vilas do Litoral, sustentada pelos Lockser, e viram uma oportunidade para saquear as cidades. Com medo do que poderia estar acontecendo, Juvia começou a procurar um pretendente. Um homem que tenha títulos e poder...

 - Ela terminaria com dois problemas ao mesmo tempo. – Gray disse baixinho. – Agora sei porque ela veio até aqui para se casar...

 - Isso. – Silver disse atrás de seu filho. – Ela conseguiria força suficiente para reerguer o Império Lockser que eram antes, e também acabaria com o perigo no Litoral.

 - Claro que falando assim tudo parece uma excelente ideia. Mas aí entra um problema. – Makarov se pronunciou. – Vários nobres ficaram interessados nisso, já que o Litoral é uma das maiores áreas de Fiore, e uma das mais vulneráveis.

 - Nem todos os nobres têm armamento suficiente para a proteção total da área, e principalmente agora, com os ataques de inimigos do Ocidente. – Ur falou cruzando os braços, por algum motivo, um frio subiu em sua espinha, o que era incomum, já que ela não sentia muito frio. Mas apenas de olhar para os olhos gélidos de Gray encarando tudo, ela pode perceber que ele não estava gostando dessa conversa. – Todo esse poder em mãos erradas pode significar a morte de muitos.

 - Mas e os Lockser? Eles não têm proteção suficiente?

 - Não. Todo o ramo deles é focado no comércio exterior, claro que não precisariam de armamento forte. – Natsu disse pela primeira vez ali.

 - Certo, isso eu já entendi. Onde eu entro nessa história? Por que estão me contando isso? – Gray falou impaciente.

 - Com essa variedade de nobres interessados na moça, Ur e Ultear a chamaram para o castelo, fazendo uma proposta melhor. Claramente, ela veio. Essa proposta consistia em arrumar um marido bom o suficiente para, além de proteger todo o Litoral, também poderia lhe dar explicações sobre o sumiço dos corpos de seus pais, e por que isso aconteceu. – Makarov continuou calmamente. – Os Vastia ficaram muito interessados, como acho que deve saber.

 - É, sei disso. – O moreno comentou fechando a cara. Ainda não acreditava que Lyon seria capaz de se casar por puro interesse.

 - O problema é que, se os Vastia, ou qualquer outro ficar com as terras do Litoral, elas não vão estar protegidas o suficiente. – Ur falou. – Isso pode ser um grande problema.

 - Certo... E volto a perguntar, o que eu tenho a ver com isso? – O rapaz perguntou arqueando a sobrancelha. Não estava gostando nada do rumo que essa conversa estava tomando.

 - Gray Fullbuster... Existe vários rapazes nobres aqui no castelo... Bonitos, ricos, solteiros e de posses. Mas nenhum deles é confiável o bastante para tal coisa, que é se casar com Juvia Lockser e assumir esse poder que eles possuem. – Ur falou caminhando até ele, e parou do lado de Silver. – Sou contra casamento forçado, mas acho que se você fosse o noivo, não iria reclamar... Tanto.

 Por uma fração de segundos, ele perdeu seu equilíbrio. Ele ainda não conseguiu raciocinar o que a mulher a sua frente acabara de lhe falar.

 - O que? – Ele falou ainda confuso.

 - Gray, queremos que você seja o marido de Juvia. – Igneel falou seriamente. – Você, daqui de todos, é o único em que eu realmente confio, que é jovem e tem recursos suficientes para ajuda-la.

 - Eu? Casar...? Isso é... Ridículo. – Ele falou baixinho, ainda tentando assimilar suas ideias em sua cabeça, claro que em vão.

 Natsu olhou para seu amigo: sua feição estava assustada, e ele parecia estar em uma espécie de estado de choque.

 O rosado não estava surpreso, afinal, as palavras “Casamento” e “Gray Fullbuster” nunca caberiam em uma frase. Mas ele tinha que aceitar, pelo bem de todos. Ficou triste por ser o que não falara ali, mas ele tinha que aceitar, seria melhor se Igneel e Ur contassem tudo, depois iria conversar com o amigo quando estiver com mais calma.

 Gray olhou para Natsu assustado.

 - Você sabia disso, Natsu? – Ele perguntou caminhando até o rapaz. – Por que não me disse nada?

 - Eu não achava que seria certo se eu contasse. – Ele falou olhando para os próprios sapatos. Detestava ver seu amigo daquele jeito, ainda mais sabendo que tinha certa parcela de culpa por ter escondido isso dele. – Isso foi decidido na reunião do Conselho de ontem. Quando digo decidido, quero dizer que seu nome foi o mais citado dali. O seu e de Lyon.

 Gray deu alguns passos para trás.

 - Gray... – Ur o chamou, mas em vão. Ele nem sequer olhou para ela. Estava indignado. Como poderiam falar sobre seu casamento, quando ele mesmo só descobre isso depois? E como querem casá-lo com uma garota que mal acabara de perder os pais e que ele nem a conhece? Isso era simplesmente maluquice. Se sentia mais usado que suas botas de caça, como se todos ali decidissem por ele e ele teria que carregar todo o peso dessas decisões.

 - Gray. – Silver chamou o filho, e colocou uma de suas mãos em seu ombro. – Pense bem...

 - Pai! Vocês já decidiram tudo por mim, o que mais eu tenho que pensar?! Na cor da minha gravata de casamento? Ou como será as alianças?! – Ele falou explodindo. – Preciso sair... Preciso...

 - Vá. – Makarov falou, atraindo a atenção de todos. – Se quer sair, saia. Mas se lembre, Gray, que tudo isso que lhe falamos não irá desaparecer em alguns goles de álcool.

 O velho nem o olhava, e estava com a feição muito séria. Makarov sabia que Gray nunca iria aceitar isso. Todos ali sabiam. Gray Fullbuster era o sinônimo de liberdade, e era doloroso para todos ali ter de cortar as asas de um pássaro tão bonito quanto ele.

 Em passos firmes, Gray fez uma reverência rápida para Igneel e saiu quase que correndo do castelo. Assim que a porta do escritório foi fechada, Ur suspirou.

 - Por que ele tem que ser tão difícil? Quero dizer... Ele podia pensar mais no que está fazendo... Ou no que tudo isso pode acarretar. – Ela falou suspirando mais uma vez.

 - Faço de suas palavras minhas, Ur. – Silver falou frustrado. – Igneel, me perdoe, pelo meu filho. Ele, apesar de seus dezenove anos, é imprudente e ingênuo como uma criança.

 - Ele ainda é jovem, Silver. Suas cabeças são simplesmente uma bagunça. – Igneel falou esboçando um pequeno sorriso. – Natsu, acha que podemos confiar plenamente nele?

 - Gray é meu amigo desde sempre. Confio minha própria vida à ele. – O rapaz falou olhando para a porta. – Ele dizer tudo aquilo não foi uma grande surpresa para mim. Eu meio que já esperava que isso acontecesse. Gray não vai querer se casar tão cedo, mas ele é praticamente nossa única opção, e se eu entendo isso, ele também tem que entender.

 - Bem... De uma coisa eu posso dizer. Adie a viagem que você pretendia fazer. Espere tudo isso passar. – Makarov aconselhou e o jovem concordou com a cabeça. – Se sair agora, acho que só irá piorar as coisas.

 - Vou conversar com ele... – Natsu falou se dirigindo para a porta.

 - Não, Natsu. – Ur falou segurando com delicadeza o braço do rapaz. – Ele precisa digerir isso tudo sozinho. Amanhã vocês podem conversar mais. Vai ser melhor para todos... Ele está explosivo agora, vai acabar descarregando tudo em você, e a última coisa que quero ver hoje depois disso é vocês dois brigando.

 E, olhando para a porta, frustrado, ele concordou com a mulher tristemente.

~~~~~~~~~

 Estava uma chuva forte quando Gray chegara á cavalo em uma das tavernas mais movimentadas da cidade. Ele mudou um pouco seu trajeto usual, não queria ir para a Fairy Tail, já que corria o risco de encontrar alguém do castelo, ou até mesmo Natsu lá.

 Já estava noite, e ficara o dia inteiro andando à cavalo pelas ruas e arrumando briga com arruaceiros, e claro, ganhando todas elas. Era comum, depois que anoitecia, que algumas tavernas que antes funcionavam normalmente, mudavam um pouco a forma de “recepcionar” seus convidados.

 Assim que entrou ali, se viu cercado por mulheres com vestido coloridos e apertados, revelando muito bem seus decotes. Todas ali eram lindas, e tinha de todas as formas, alturas e idades diferentes. Resumindo, para todos os gostos.

 Se sentou em um dos bancos do bar, e logo foi atendido por Bob, o dono do estabelecimento. Ele sabia que ele e Makarov eram velhos amigos, e que, apesar de ser o chefe daquele lugar, era um homem de muito bom coração. Só achava um pouco estranho as roupas que ele usava, que eram um tento quanto femininas demais, e quando ele dizia femininas, era uma camisola de cetim rosa que estava usando nesta madrugada.

 Naquela noite, percebeu que não havia apenas mulheres, mas também bastante homens.

 - Posso ajudar, bonitinho? – Ele perguntou afeminando a voz, ou talvez ele já era daquele jeito. De qualquer forma, Gray nunca conversara muito bem com ele, então não o conhecia. Só sabia que ele conhecia vários tipos de drinques diferentes e exóticos.

 - Uma caneca de cerveja preta. – Ele disse carrancudo.

 Depois de alguns segundos, o anfitrião voltou com uma caneca farta e colocou em sua mente. Sentindo o aroma amargo da cerveja, deu um gole e fez uma careta.

 “O primeiro gole é sempre o pior.” – Ele pensou.

 Logo depois, sentiu uma mão tocar seu ombro esquerdo levemente, e essa mesma mão foi traçando o contorno de suas costas até chegar ao outro ombro. Uma mulher se sentou ao seu lado, com uma taça de um líquido transparente nas mãos.

 - Gray Fullbuster... Você de novo. – Ela falou sorrindo para ele.

 - Jenny Realight.– Ele comentou sério, e o que parecia ser um cumprimento, virou uma bronca.

 - Não parece de bom humor hoje...

 Jenny era uma mulher simplesmente estonteante. Tinha longos cabelos loiros, presos por um enfeite de uma flor lilás, destacando seus olhos claros e sua pele um pouco bronzeada, brilhando com as velas acesas nos candelabros de ferro do local. Seu corpo curvilíneo é muito atrativo para todos os homens dali, a fazendo ser muito disputada por uma noite. Gray, ao contrário, nunca pedira nada para ela, o que a faz ficar com o desejo de tê-lo, e não escondia isso.

 Já passaram algumas noites juntos, mas nada de especial, segundo Gray.

 - Não estou de bom humor. Estou servindo de amenizador de guerras no castelo. O saco de pancadas real. – Ele comentou rindo, porém de escárnio. Com três goles consecutivos, acabou com a cerveja e já pediu outra.

 - Vai se engasgar assim. – Ela comentou bebericando sua bebida.

 - Obrigado pelo aviso, mamãe. – Ele falou cínico. – O que quer comigo?

 Ela deu uma risadinha fina e discreta, enquanto olhava para ele de uma forma faminta.

 - Você sabe o que eu quero de você. – Ela disse sorrindo e passando a mão em seu braço. – O que eu sempre quero de você, Gray.

 - Estou sem dinheiro para você hoje, Jenny. É muito cara. – Ele disse bebendo mais um gole generoso da outra cerveja que pedira.

 - Sei que sou cara, afinal, todos me querem. Sei que eu, Hibiki e Ren somos os que mantém esse bar aberto a noite. Claro, somos discretos, mas trabalhar em lojas de roupas não dá muito dinheiro, você sabe. – Ela falou arrumando seu colar de diamantes.

 - Você é rica, pensa que não sei? – Gray falou rindo depois. – Seus pais são herdeiros de uma fortuna, óbvio que você não ficaria sem nada. Todos de Magnolia sabem disso. E isso é um dos motivos pelo qual você não consegue arrumar um emprego fixo por aqui.

 - Estava me referindo aos dois quando disse em trabalhar no comércio. Gosto muito deles... São esforçados em seus trabalhos, e os conheço desde sempre. Sinto por terem que passar a noite aqui com senhoras da corte e viúvas ricas. Ainda espero o dia em que melhorem de vida, eles merecem... – Ela falou sorrindo para sua bebida. Gray sabia que, de uma forma ou outra, Jenny gostava dos rapazes que considerava seus amigos. Queria o bem deles, afinal. E sabia que ali não era o lugar ideal para se buscar uma vida digna de que tanto falava que eles mereciam. Ali nunca será.

 - Mas e você? Por que está aqui? Nunca me disse isso... – O moreno disse terminando mais uma cerveja, já com outra nas mãos. Essa noite ele fazia questão de exagerar. Precisava esquecer, nem que seja por algumas horas, que Igneel, Natsu, Silver e Juvia Lockser existiam.

 - Meu pai é um homem muito estranho... Ao mesmo tempo me quer, ao mesmo tempo não me quer por perto... Ele não vai me dar nenhum tostão enquanto ele viver. E eles não aceitam muito filhas bastardas nos comércios ou em qualquer outro emprego... Então é isso daqui que me resta.

 - Ah, é verdade. Esqueço que sua mãe não era a mulher de seu pai. – Gray falou calmamente.

 - Minha mãe era uma concubina. Prometi a mim mesma não morrer do jeito que ela morreu. – Ela falou bebendo sua bebida de uma vez, e fazendo uma careta logo em seguida.

 - Como?

 - Desgraçada por um homem que nunca foi dela. – A loira disse amargamente e se levantou de sua cadeira, cambaleando um pouco. – Por isso fico aqui... Aqui eu tenho todos, e ao mesmo tempo ninguém. – Caminhando até Gray, ela envolveu seus braços em seu pescoço e o abraçou sedutoramente.

 - Não entendi. – Ele disse deixando sua cerveja de lado.

 - Ora, Gray... Você nunca vai ser meu... Nunca vou ser sua... Mas... Por essa noite, nós vamos estar em uma lua-de-mel de um casamento de mentira... – E virou o rosto do rapaz para o dela, ficando centímetros de distância. – Nunca vou me apaixonar por ninguém... E é isso que trabalhar aqui é o mais legal... Ninguém vem aqui por amor.

 - Vem pelo que, Jenny? – Ele perguntou, já extasiado pelo perfume cítrico da loira e pela cerveja.

 - Vêm pra esquecer os problemas. – Ela disse beijando o pescoço do rapaz. - Você pode me dizer tudo hoje, Gray... Vou esquecer amanhã. Todos aqui em Magnolia sabem que sou assim... – Ela falou sedutoramente o puxando para o andar de cima do bar. – Venha.

 - E como tenho certeza disso? – Ele perguntou desconfiado enquanto era puxado escadas acima rapidamente.

 Ela o puxou para um quarto e o jogou na cama, aproveitando sua moleza devido à cerveja.

 - Faz parte do meu pagamento. – Ela falou sorrindo, enquanto retirava seu vestido leve de peça única, ficando nua na frente dele. – Não se preocupe, faço um preço especial para você hoje, já que percebi que seu dia não foi muito bom. Tenho um bom coração para homens bonitos, afinal.

 - Acho que teria que te pagar a mais pelas coisas que vou lhe contar... Serão muitas. – Ele falou a puxando para a cama de uma vez só.

 

 


Notas Finais


Bem, espero que tenham gostado desse episódio. Personagens novos entraram e lugares também. Me digam o que acham que vai acontecer depois disso, e o que irá acontecer no baile que Lisanna citou em cima, não se esqueçam dele haha
Bem, sobre a Blue Pegasus, gente eu amo essa guilda, então quis colocar ela de um jeito mais diferente ali, e era o que costumava se passar no passado, eu paenas adaptei alguma coisas. Qualquer dúvida sobre esse capítulo podem me falar e estarei abrta á criticas construtivas.
Obrigada por ler :)
Até o próximo!


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