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História La vie en rouge - Prólogo


Escrita por: _corujajuvenil

Notas do Autor


Olá, essa não é minha primeira tentativa de escrever aqui,mas vamos lá. Não sei ao certo o que falar ou se alguém vai ler, mas bem, sou apaixonada pelas PPG desde pequena e depois de ler tudo que encontrei desse universo durante a quarentena, entre elas uma fanfic maravilhosa chamada "Lírios do Vale Nevado ou The Lillies Of Snow Valley" no AO3, brilhantemente escrita pela TeaLovingTooru e ambientada em um século diferente do XXI, pensei: Por que não usar minha experiência com a Julia Quinn e Jane Austen e tentar escrever algo nessa linha? Esse foi o resultado.

Capítulo 1 - Prólogo



     

A temporada de baile e festas acaba de começar. Como de costume, as mães ambiciosas já estão ávidas por encontrarem maridos adequados para suas filhas. Para a sorte ou não dos rapazes, as adoráveis senhoras, ou temíveis dependendo de quanto o nome do cavalheiro esteja em alta e do título que ostenta, parecem especialmente empenhadas naquele ano em tornar esbarrões acidentais e convites desinteressados de dança cada vez mais frequentes.

Afinal, não é todo ano que há uma quantidade agradável de pretendentes carregando títulos respeitáveis e fortunas nada modestas. Existe cenário mais ideal que este para acirrar a competição entre as mães, deixando-as sob um estado de frenesi, em que ansiavam como predadores pelo momento oportuno para cravar as unhas enluvadas no braço do mais primoroso dos genros? Ninguém podia culpá-las por querer o melhor para suas filhas e se isso despertaria a inveja e admiração das vizinhas, era apenas um acaso.

Ao que tudo indicava, - e quando se diz tudo, quer se dizer as mulheres cujas todas as filhas já estavam casadas e agora desempenhavam o papel de sentinelas devotadas, buscando atentar-se aos pretendentes mais atrativos e repassar suas identidades às mães de esposas em potencial -, os solteiros mais cobiçados daquela estação eram o visconde e dois jovens igualmente aprazíveis que acompanharam Brick Jojo em seu retorno aos prados de Townsville, de onde se distanciara para ir estudar na capital desde tenra idade e só regressara agora para assumir as responsabilidades do seu finado pai.

Charmosos, elegantes e ricos, o trio era um prato cheio para movimentar as conversas nas lojas e salões de beleza, principalmente pelo fato que ninguém realmente os tinha visto até o presente momento, gerando inúmeras especulações acerca de como se pareciam, se eram altos ou baixos, fortes ou esguios. Não havia outros nomes na boça das moças, que suspiravam sonhadoramente com o momento que teriam oportunidade de conhecer os distintos cavalheiros e quem sabe fisgá-los?

No entanto, nem a fortuna avaliada em mais de 50 mil libras anuais que cada um deles dispunha, fazia a primogênita dos Utonium desentortar o nariz à menção daqueles indivíduos. Na sua opinião, não passavam de libertinos incorrigíveis, que acrescentavam corações partidos das pobres almas, que caíram nas suas lábias sem precedentes, às suas listas, sem quaisquer cerimônias.

Como a fama deles parecia passar despercebida aos olhos atentos das harpias casamenteiras - que sua avó e a esposa de seu pai não sonhassem com sua escolha de palavras, mas não estava sendo nada mais que sincera sobre as senhoras que frequentavam sua casa em tardes de chá e costumavam olhar para ela e Buttercup com um certo ar de superioridade, que faria um rei verificar se suas roupas não estavam demasiadamente curtas ou manchadas - a ruiva não fazia a mínima ideia. Talvez o fato de uma herança gorda ser capaz de obscurecer qualquer traço oblíquo de caráter e ausência de bons costumes. A vontade de entregar as filhas a um homem rico parecia nublar qualquer julgamento coerente daquelas mulheres e jovens, o que por vezes a enervava.

Francamente, apresentar as filhas como se fossem tecidos para um nova roupa só porque um homem tinha um valor substancial em mãos era no mínimo vexatório.

Ela não era romântica, passava longe disso. Reservava seus devaneios líricos e questionáveis apenas aos livros e poemas que lia. Sabia que alguns casamentos tinham fundos meramente comerciais e não condenava quem o fazia, nem todos podiam se dar ao luxo de esperar pelo amor verdadeiro, ela tinha plena consciência, porém céus, que se mantivessem alguns padrões ou mínimas exigências.

Felizmente o julgamento dela e o de suas irmãs não sofria essas influências, ao menos Buttercup parecia partilhar da mesma opinião que ela, porque a caçula há muito tinha se perdido entre as fofocas e rendas de vestido e era pega hora ou outra, suspirando pelos três, com a cabeça loira cheia de fantasias sobre como seria dançar com os forasteiros, sem que tivesse posto os olhos neles uma vez na vida.

Isso fazia um vinco pronunciado surgir na testa de Blossom, Bubbles, ao contrário dela e da irmã de olhos esverdeados, era uma romântica nata e perigosamente doce e gentil. Se a loira não fosse tão devota à ideia que cada pessoa tinha uma alma gêmea prometida, por quem se apaixonaria no instante em que seus olhos se cruzassem, provavelmente já teria saído de casa, inúmeros eram as propostas e visitas que recebia.

A ruiva não sabia se ficava preocupada ou não com a crença fervorosa da mais nova, uma vez que o imaginário sobre casamentos e romance que as pessoas nutriam muitas vezes não passava de fantasia, porém agradecia que isso a mantinha mais ou menos imune às conversas açucaradas e sedutoras dos homens dúbios que a cercavam.

Ela respeitaria suas decisões, é claro, contudo, na posição de alguém que a amava, Blossom não podia deixar de querer vê-la feliz, e se sua vontade era casar, que se casasse com alguém cuja companhia fosse agradável. Não apenas agradável, que o ser que escolhesse como objeto de seu afeto a amasse em igual intensidade e a tratasse de acordo.

Era o mínimo que suas irmãs mereciam.

Sendo conhecedora dos encantos e beleza das irmãs, sabia que os rapazes de quem toda a cidade vinha falando não tardariam a vir cortejá-las. Por esse motivo, a mais velha prometera para si que os avaliaria de forma minuciosa, não deixando passar qualquer detalhe de suas condutas que fosse condenável. Caso eles não se mostrassem dignos de estar no mesmo ambiente em que suas duas irmãs mais novas, ela mesma daria um jeito de mostrar o quão terrivelmente enganados aqueles três estavam em pensar que sequer poderiam cruzar a porta de sua casa.

Não era essa uma das utilidades de ter aprendido a atirar? E sua pontaria era inegavelmente boa. Estava mais que preparada para lidar com mais uma longa temporada de bailes, ainda que estes pouco a entretessem.

O que a primogênita dos Utonium não esperava é que não seria apenas ela a observar minuciosamente outras pessoas nos espaçosos e bem ornamentados salões. E muito menos que seria a direção para onde os olhos castanhos avermelhados do visconde estariam voltados. A garota de olhos exóticos, no entanto, descobriria que Brick Jojo era tão obstinado quanto ela em alcançar seus objetivos, sobretudo quando estes consistiam em tirá-la dos eixos.

 



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