1. Spirit Fanfics >
  2. Laços (Hiatus) >
  3. Aquele que é pai de 3

História Laços (Hiatus) - Aquele que é pai de 3


Escrita por: langa

Notas do Autor


Meu presente de aniversário para o deus Kaoru: Uma família.

Me inspirei muito em Minha Mãe é uma Peça, então, já sabem como a Hermínia é, né?

Sou grata a @Ksakurayashiki que está praticamente fazendo a fanfic enquanto eu apenas superviso (sou péssima em comédia), meu segundo braço, dedico essa fanfic para ela.

É uma fanfic "family", então em caso de capítulos hot, escreverei separadamente.

Espero que gostem.

ps: Palavras em negrito são alternâncias para alteração de voz/grito


[20.09.2021]//capa alterada//:@yamasuke040

Capítulo 1 - Aquele que é pai de 3



CAPÍTULO 1


Esse é um cotidiano de uma família comum, talvez, como várias outras famílias.

Pode ser a sua, ou de um conhecido.

Ela poderia ser um caso ocorrendo nos Estados Unidos ou na Rússia, se andar mais um pouquinho, na China ou Coreia, ademais, na esfera social, esse é um cotidiano de uma família que deveria seguir princípios tradicionais em Tóquio, no Japão.

Por entre as ruas asfaltadas, sem quaisquer resquícios de lixo no chão, a famosa rua da classe média-alta – e das casas tradicionais – era como uma passarela para com turistas curiosos e encantados, de princípio, a humilde residência de dois andares do caligrafo famoso japonês, Sakurayashiki Kaoru.

– Por que você está sujo de lama? – Sua voz autoritária fez o jovem Miya tremer, por, sem querer, ser pego de supetão.

Seus olhos verdes estavam tremendo como um tique nervoso, assim como seu corpo. Olhar o homem delicado com as mãos na cintura, projetando um semblante sério, lhe fez sorrir sem graça para com uma resposta descente.

Ou uma resposta que não colocasse seu outro pai em jogo.

– Eu... estava... catando formigas no quintal.


– Quintal de quem, Miya? – Retrucou, semicerrando os olhos dourados em tom ameaçador.

– Quintal da... do... quintal normal, pai. – Miya abraça seu corpo pequeno, sentindo-se acanhado e pressionado. – Quintal da namorada do papai.

– Teu pai tá te levando de novo 'pra casa dessas infelizes? – Kaoru, dessa vez, tinha um semblante sério com as bochechas infladas.

Com certeza se Miya não temesse a vida, iria sorrir.

– Pai, o senhor tá entendendo errado.

– Não aguentei quatro meses da papelada de adoção pra te ver passando pano pro idiota do seu pai! Você está imundo, vai logo para o banheiro, some da minha frente. – Exaltou a voz, assustando o mais novo.

– Poxa, não grita comigo.

– E eu vou gritar com quem? Vou gritar com a vida? – Grunhiu.

“Esse seria o certo, o marido era seu" Miya pensou, suspirando profundamente. Os histerismos de seu pai de fios rosados, com certeza, eram-lhe terríveis. Mas tinha dias piores, ou dias que eram-lhe muito engraçado aos momentos de fúria vindo de Kaoru.

– Eu queria dizer também que, o Reki me chamou pra andar de skate... – Sua voz saiu falha, como um gatinho recém-nascido.

Kaoru olhou bem para a expressão pedinchona no rosto de seu filho, a boca levemente curvada esperando um “sim", e os olhos esmeraldas, grandes, como os olhos do Gato de Botas.

– Você tá de castigo, não vai sair pra canto nenhum! – Ordenou, andando em direção ao menino.

– Mas o Reki está me esperando---

Como assim o Reki está te esperando, você veio com quem para casa?!

Miya novamente suspirou, arregalando os olhos, pedindo aos céus que, se existisse algum Deus, que Ele tivesse compaixão para com seu outro pai. Queria mentir, mas sabia que era impossível escapar dos olhos observadores e analíticos de Sakurayashiki Kaoru.

– O Reki foi me buscar na cama da namorada do papai, porque papai bebeu de noite e eu não queria incomodar. – Sussurrou, sentindo seus olhos lacrimejarem.


– Como assim Reki te trouxe para casa se isso é responsabilidade de seu pai? Eu vou matar aquele idiota. – Kaoru bufou, pegando a chave de sua moto jogada desleixadamente na mármore cinza. Seus olhos estavam fulminantes.

– Reki, Langa, socorro!

Miya foi o primeiro a correr em direção a porta principal, esta que fora aberta abruptamente por outros dois adolescentes, ambos nervosos.

– Ele acha que é quem pra deixar uma criança sozinha?

– Eu já sei comprar pão e normalmente você deixa eu sair sem dizer para onde eu vou! – Miya abraçava o corpo esguio em desespero. – Me ajudem!

– Ele pediu uma criança e eu fui atrás de uma criança! Ele acha que você é um gato pra sair assim? E se alguém tivesse te sequestrado? – Kaoru bufava, sendo segurado pelos três adolescentes.

– Eu estava com ele, Cherry. – Langa, o novo amigo anêmico e estrangeiro de Miya rebateu, estufando o peito, orgulhoso.

– Pior, vocês dois iam ser sequestrado.

– Mas eu também tava com eles, vamos lá, tio. Entra. – Reki, melhor amigo de Miya e aluno de Kaoru, exclama, puxando delicadamente o braço do mais velho.

– Eu nem vou responder porque não quero argumentar com você. Me soltem! – Gritou, recebendo a atenção dos três.

– Você vai bater no papai? Ele vai bater no papai! – Miya se desaproximou, abraçando Reki, escondendo o rosto no peitoral do menino ruivo, que acariciou os fios negros. – Papai não tem culpa, ele ia me trazer mais tarde, eu que saí escondido.

– Agora eu não quero saber, para de fingir choro e vai tomar banho, você não vai pra lugar nenhum! – Kaoru retomou a posse mandão, cruzando os braços e jogando a chave, novamente, sob a mármore.

– Não tô fingindo choro.

– Eu conheço a peça que eu tenho, vai agora pro banheiro garoto.

– Eu vou se eu quiser! – Miya limpou as lágrimas falsas, espalhando a lama por todo o rosto.

– Que porco. – Langa fez uma careta desagradável.

Kaoru arqueia a sobrancelha, estupefato. – O que você disse?

– E-Eu disse que eu tô com chulé, vou tomar banho, pai. – Bufou, subindo as escadas.

Reki e Langa observaram o amigo sumir pelo corredor, sendo assim, alvos do olhar mortífero e estressado de Kaoru.

– E vocês dois querem o que aqui?

– Andar... Skate. – Langa foi direito, embolando-se nas palavras.

– Cala a boca. – Reki sussurra. – Ele está aprendendo a se comunicar ainda, já que estamos aqui, por que não podemos ficar e fazer um almoço?

– Reki você me estressa, aparece aqui para ficar com o Miya, quem é Kaoru Sakurayashiki na vida de vocês? Eu sou um palhaço? Eu sou um idiota? – Murmura, sentando-se elegantemente na cadeira de forro fofinho.

Langa queria sentar naquela cadeira também.

– Tio, er... quer que eu fique com o senhor hoje? Sei que é chato essa situação, já passamos por isso várias vezes. – Aproximou-se do mais velho, oferecendo um sorriso gentil. – E como eu tô tão atarefado, nós não temos muito tempo como antes.

Kaoru sorrir minimamente. – É que Kojiro me estressa, se eu pudesse eu mandaria ele para os quintos dos infernos mais nem diabo merece sofrer esse pesadelo.

– Verdade, verdade. – Como um bom filho postiço, Reki concorda.

Kaoru Sakurayashiki é caligrafo famoso, atuando também como supervisor e presidente anônimo de uma empresa relacionada com Inteligência Artificial, para que se estressar com homens? Principalmente se ele for seu ex-marido.

As revistas diziam que o temperamento estressado era por conta da solidão, mas Kaoru sabia que não estava sozinho.

A companhia do filho mais novo lhe era o maior presente que poderia ter, e nem se importava de ter subornado os advogados e as donas do orfanato para tê-lo, dando-lhes milhas de dinheiro para o processo ocorrer mais rápido, estava bem com o pequeno Miya aproveitando a adolescência de uma maneira que ele não imaginava. Também tinha o amigo de seu filho e seu aluno de caligrafia, Reki, que também está no seu lado em qualquer situação, e agora tinha o anêmico estrangeiro, que olhava avoado para cada canto da casa.

– Esse menino comeu hoje? Ele é tão branco e magrelo. – Kaoru sussurra para Reki, que observa desajeitadamente o amigo de fios azuis, que divagava.

Parecia admirado com o ambiente.

– Eu vou fazer a comida. – O ruivo puxou Langa em caminho para a cozinha, ambos sussurrando e rindo de algo.

Kaoru soltou uma lufada de ar, ouvindo os pisos duros vindo do segundo andar – segurou-se para não ir brigar com o menino –, logo, imediatamente pegou seu celular, ligando para o número que ainda se mantinha nos mais recentes.

Alô, Kaoru?

Por entre a ligação, sorriu cinicamente. – Oi, Kojiro.

Está tudo bem?

– Tá tudo ótimo!

Mesmo?

– Onde você tá, Kojiro? – Apertou as mãos em punho, nervoso.

Tô no supermercado.

– No supermercado?

Pudera ouvir a risada outro lado da linha, rouca. – Está precisando de alguma coisa, Kaoru?

– Não.

Tá com saudades, né?

– Tô com saudades de te mandar a merda, seu corno, como você leva minha criança para casa dessas mulheres? Queria ter que te mandar a merda gratuitamente ontem mas agora eu consegui uma justificativa, se fizer isso de novo vou falar desse teu bronzeado falso.

Elas adoram.

– Adoram o cacete, Miya não vai te ver esse mês, nem nesse que vem, muito menos no próximo, seu imprestável! – Resmungou.

Você não pode agir assim.

– Eu  posso como eu vou, menino parou aqui em casa cheio de lama sendo acompanhado pelo Reki e pelo anêmico, já pensou se esses meninos são sequestrados, Kojiro? Reki e Miya são sequestrados e o anêmico desmaia e lá se vai meu dinheiro pro resgate.

Eu disse pra esse menino que eu ia levar ele depois do almoço.

– Para de culpar o menino, Kojiro, viu só, nem ele te aguenta.

Eu vou aí hoje, chego em dez minutos.

– Vem aqui nada, fiz minhas malas e vou levar todo mundo pra bem longe de ti.

Deixa de fazer charme Kaoru, você sabe muito bem porque Miya fez isso.

– Óbvio que eu sei, tem que fugir do gorila que você é. Minha casa tá fechada para você, aparece na próxima reencarnação!

Vamos resolver isso no diálogo, por favor.

– Não quero dialogar, quero paz, tchau Kojiro, você tá me estressando.

Mas foi você qu---

Kaoru encerrou a chamada, sentindo seu sangue ferver e o coração palpitar aceleradamente.

– Ele é da terceira idade, acalma ele, Reki. – Langa apontou para o mesmo, sentado na cadeira com o rosto vermelho.

– Saí da minha casa.

– Tio Cherry, espera---

– Não quero saber, tira o anêmico daqui antes que eu compre e exporte ele de onde ele veio. – Bufou, indo em direção as escadas. – Miya, desce agora daí e vamos conversar, aproveita e traz essa merda de celular aqui porque eu recebi uma conta de mil reais gastos no meu cartão nesses cacetes que tu joga.

– Para de gritar, me deixa em paz!

E essa é uma simples rotina de um homem no trono tradicional, com uma família nada convencional.

 


Notas Finais


Estaremos usando uma escrita coloquial, já que o método é só proporcionar comédia.

Já deram amém e parabéns ao deus cherry hoje?


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...