História L'Amore per Caso - 43

Era sábado, não precisavam trabalhar e assim podiam colocar as coisas em ordem. Itachi deu carona para Sasuke e depois iria direto em busca de sua noiva, que estava ainda irritada pelo o dia anterior. Quando entraram na mansão vozes alegres e risadas altas os assustaram. Ambos os Uchihas seguiram a gritaria e encontraram na sala de jantar Hinata com seus amigos. 

--Bom dia a todos! - Itachi falou animado. 

--Olha só! Os irmãos gostosos chegaram! - Gaara cumprimentou do seu jeito, fazendo Lee revirar os olhos. 

Sasuke tinha esquecido completamente da visita deles. 

--Bom dia pessoal! - Ele olhou para Hinata que lhe sorria gentil, como se o dia anterior nunca tivesse acontecido. 

--Vocês já comeram? - Perguntou a jovem. 

--Ainda não, viemos direto pra cá. - Itachi anunciou. 

--Então senta aí, Gaara trouxe um presente para Hinata. Algo que ela não teve tempo de levar. Vamos ver as fotos da família Hyuga. - Kiba dizia animado. 

Itachi sentou-se próximo a Gaara, Rock Lee não se incomodou. Hinata foi até a cozinha e foi seguida pelo segundo irmão. Sasuke ficou calado observando seus movimentos, ela estava tentando ignorar sua presença. 

--Lucy, me desculpa não ter finalizado com você. 

--Tudo bem. Espero que todos gostem. 

--Eu já estou gostando só de ver. - Hinata apreciava o bolo. 

--Posso provar um pedaço? - Agora não tinha mais como fingir que Sasuke Uchiha não estava ali. 

--Claro. 

Ela cortou uma fatia, depositou em um prato pequeno e entregou a ele. Sasuke aproveitou essa aproximação e segurou seu pulso. 

--Hinata, vamos conversar por um momento. Por favor. 

Gaara passava os álbuns de mão em mão, Itachi folheava o que era da fase bebê de uma das Hyugas, mas foi quando viu três pequenos Hyugas que perguntou quem era o mais velho. O ruivo viu a foto e puxou outro álbum, folheou algumas páginas e mostrou a Itachi. 

--Esse é o primo de Hinata, Neji Hyuga. Ele, infelizmente morreu durante o acidente. Ele era três anos mais velho, além de gato era muito legal. 

--Ele era tipo o nosso irmão mais velho. Apesar de termos a mesma idade. - Lee pronunciou. --E muito inteligente. Ele mal tinha começado a estudar em Stanford. - Lamentou. 

Itachi olhou atentamente o jovem sorrindo, seus longos cabelos castanhos e olhos perolados. Pensou que isso seria impossível, então lembrou do dia em que Gaara questionou se já se conheciam. Olhou para aquela turma e depois para a foto, aquilo não podia ser verdade. 

--Desculpa pessoal, eu preciso ir. - Levantou-se e partiu apressado. 

Levou um tempo para Itachi dá partida no carro, sua mente analisava suas lembranças e as fotos de Gaara. Seria uma coincidência muito grande, o mundo não poderia ser tão pequeno assim, um pouco atordoado e tentando afundar lembranças dolorosas ele finalmente chegou em casa. 

Ele tinha um cofre extra particular, que ficava embaixo do carpete protegido pelo criado mudo pesado. O que fazia Ino desistir de limpar o quarto por conta própria, afastou o pequeno móvel, já fazia tanto tempo que não olhava aquele cofre que seu coração palpitava ansioso. Abriu e tirou uma caixa ainda intacta, sentou na cama e ponderando sua decisão e a abriu. 

Um celular em perfeito estado ainda estava ali, totalmente apagado. Folhas e mais folhas, conversas trocadas, segredos revelados e sentimentos expostos. Palavras que ele nunca pronunciou a sua noiva. E um pequeno envelope onde continha fotos e mais fotos. Há anos Itachi dizia para si mesmo que tudo aquilo era apenas uma paixão avassaladora, que algum dia teria seu fim de um jeito ou de outro. 

Mas ele nunca conseguiu jogar tudo aquilo fora. Abriu o envelope e começou a olhar as fotos, era o mesmo sorriso, era o mesmo olhar apenas a cor foi alterada por lentes. A mesma estrutura corporal e cabelos castanhos longos. Fotos tiradas em um quarto de hotel privativo, de finais de semana romântico e selvagem e agora ele sabia quem exatamente era aquele rapaz que o arrebatou à primeira vista. Neji Hyuga, o primo de Hinata. 

Itachi agarrou aquela foto e começou a chorar e depois rir. Como a vida podia dá essas reviravoltas? Pegou o antigo celular, um número esquecido a qual ele fazia questão de manter ativo, na esperança da tola ilusão de um dia ele voltar a lhe chamar. Mas agora ele nunca de fato voltaria. Neji estava morto. Ele riu. Nunca soube seu verdadeiro nome, apenas o apelido ‘Anjo’ estava salvo. 

Com certeza agora ele é um anjo. Ele tentou ligar o celular e nada, viu o carregador na caixa e o conectou na tomada. Agora, mais do que nunca ele deveria dar um fim, dizer adeus. Olharia por uma última vez as mensagens de voz e vídeo. Itachi sabia que Ino agora deveria estar no hospital, então não voltaria para casa tão cedo. 

Foi em seu pequeno bar, pegou uma garrafa de vinho e se permitiria extravasar toda a dor acumulada. O celular mal tinha pegado uma carga e ele o ligou, deixou de lado e olhou as fotos, vários sons chamaram sua atenção e olhou para o telefone. Várias mensagens na caixa postal e notificações de chamadas perdidas, todas vindo do mesmo contato: Anjo. 

Itachi ouviu atentamente cada caixa postal e anotou palavra por palavra. Ele mantinha sua mente fechada para a esperança, talvez, apenas encontraram o telefone dele, ou o telefone estava próximo de uma das vítimas. Não podia criar expectativas. Ele partiu para São Bernadino sem avisar a ninguém. 

Ino passou o dia no hospital, na esperança de encontrar seu príncipe encantado na frente do hospital com um buque de flores vermelhas, pedindo desculpas pelo ocorrido. Ela conhecia bem seu noivo, mas ele não estava lá. Pensou que com certeza ele teria feito algo delicioso e super romântico em casa, e partiu cantando feliz com a possibilidade. 

--Itachi! Cheguei! - A casa estava escura, ligou as luzes esperando uma surpresa e apenas o silencio preenchia o lugar. 

Olhou cômodo por cômodo sempre o chamando, mas o apartamento estava vazio. Olhou o guarda roupa e viu que sua mala de viagem e algumas roupas tinham sumido, ligou para o moreno que caía na caixa postal, desistindo ligou para sua sogra. 

--Olá Ino! Já ia ligar para vocês. Podem vir aqui em casa, por favor? 

--Desculpa, eu liguei porque pensei que Itachi estaria por aí. 

--Ele esteve de manhã bem cedo com Sasuke, mas logo voltou para casa. 

Ela olhou o guarda roupa e achou estranho. 

--Mikoto, ele tinha alguma viagem de trabalho programada? 

Houve um breve silencio e a matriarca respondeu: 

--Fugaku disse que não. Por que? 

--Ele saiu de casa. Não sei aonde foi, sua mala não está aqui, ele não atende minhas ligações. 

--Certo. Mantenha a calma que vou tentar localiza-lo. 

Elas encerraram a ligação e Ino chegou a pensar que era sua culpa, não devia cobrar uma posição de Itachi. Foi Sasuke que gritou e a acusou, ele que deveria se desculpar. Mas descontou sua raiva e revolta no noivo, que não tinha como controlar as ações do irmão caçula. Determinada ela foi até a mansão Uchiha, cobrar a pessoa certa.