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História Legalmente Loira - Legalmente infiltrado


Escrita por: Queridinho

Capítulo 2 - Legalmente infiltrado


Fanfic / Fanfiction Legalmente Loira - Legalmente infiltrado

Assim que coloquei os pés no campus daquela universidade de riquinhos, eu entendi o motivo de ninguém querer pegar essa missão: 

Não tem um Burger King em um raio de 10km! 

Me pergunto o que essas pessoas comem nesse lugar, porque não é possível que não exista um rei do hambúrguer por aqui. Por todo lugar que eu olho só tem… mato? — E olha que eu não estou falando do gramado bonito da Sunny, mas do restaurante vegetariano do outro lado da rua —. Agora eu nem sei o que vou fazer sem meu Cheddar Duplo Bacon de cada dia no almoço. 

Mas infelizmente precisamos fazer alguns sacrifícios pela segurança do país. Quem sabe assim eu não consigo ganhar meu merecido título de herói nacional? Porque só sendo um herói para sobreviver de alface e desespero.

Tirando isso, parece que vai tudo bem por aqui. Eu estou absolutamente irreconhecível com meu disfarce, o céu está azul e o sol brilha para todos nós por trás das nuvens negras de chuva. Se tudo correr bem, logo logo eu pego esse suspeito em flagrante e consigo minha confissão.

Aliás, eu devo agradecer a equipe de caracterização do FBI que conseguiu criar uma versão ainda mais gostosa de mim mesmo. Até ganhei um par de peitos fofinhos e super realistas — que me dá muita vontade de apertar, porém não posso fazer isso em público ou as pessoas vão me achar pervertido —, além desse mega hair loiro perolado 9.89, que com certeza fiz questão de anotar a numeração para minha cabeleireira reproduzir mais tarde. 

Namjoon também me deu o smartwatch fodão que só agentes do FBI recebem, e pessoalmente eu acho que combinou demais com meu esmalte. Além de lindo, o relógio tem alguns recursos especiais pra me ajudar na missão. E nossa! Eu me sinto o próprio Jimin Bond todo infiltrado assim.

Bom, mas antes de tudo eu precisava encontrar o meu alojamento, fazer amizades e reunir informações necessárias para chegar no suspeito. Só que o único obstáculo era conseguir achar o maldito prédio, porque pra mim são todos iguais, por isso eu dei uma olhada em volta procurando alguém que seja no mínimo um pouco simpático para poder me ajudar.

— Com licença — perguntei para uma garota de sorriso doce e franjinha, que era um pouco menor que eu e estava parada perto de uma árvore. — Você sabe onde fica o alojamento Sigma

Só que em vez de me responder, ela me olhou de cima a baixo.

— Deve estar do lado do latão de lixo que você comprou essas roupas, queridinha — meu queixo quase foi ao chão com a resposta da garotinha, que de fofa não tinha nada. 

Não é possível que em todo lugar que eu vou tem uma aspirante a Regina George achando que manda em tudo! O mais chato foi ver suas amiguinhas rindo de mim também. Infelizmente parece que eu tenho um imã pra esse tipo de gente, argh! Mas isso nem me afeta mais, até porque eu não costumo ouvir calado sem fazer nada.

Pois é… A única coisa que eu levo pra casa é minha sacolinha de lanche pra viagem, já que o desaforo eu faço questão de devolver.

— Lixo é esse seu cabelo, amiga! Olha esse ressecado, cruzes! Se quiser passa lá no meu quarto pra eu dar um banho de brilho nesse castanho desbotado. Isso é, quando eu encontrar o meu quarto, né fofa.. Mas é claro que eu não ia deixar assim, então respondei a mesma altura com um sorrisinho fofo e sarcástico no rosto.

Ah qual é, eu tenho que encarar a chata da Bae Suji todo santo dia, se ela acha que isso vai me intimidar, vai precisar de muito mais. 

Eu sabia que tinha vencido a primeira batalha contra a garotinha quando ela ficou me olhando sem nem saber o que dizer, e no fim acabou indo embora com raiva junto com as outras duas amigas dela. Mas definitivamente brigar com três pirralhas não iria me ajudar a encontrar meu prédio, aliás aquilo não iria ajudar em nada.

Porém assim que me virei para pegar minhas malas e seguir em frente, esbarrei em um poste, o melhor em um Sr. Poste.

— Ops — ele disse, enquanto segurava meus dois braços me impedindo de cair.

Quando levantei a cabeça, que estava presa no peitoral alheio, e vi de onde veio aquela voz maravilhosa, foi como uma cena de dorama onde o protagonista aparece rodeado com uma aura brilhante e flores de cerejeira caem em volta dele enquanto o mundo inteiro simplesmente pára quando ele sorri. 

Eu devia estar tão encantado pela beleza, pelo sorriso e por tudo naquele moço, que acho que até escutei uma música romântica no fundo e anjinhos tocando harpa ao nosso redor.

Mas era só Camila Cabello mesmo.

E não eram anjos, eram mosquitos.

— Você está perdida? — Precisei respirar fundo várias vezes para tentar reduzir as batidas do meu coração a uma frequência que os cardiologistas podem considerar saudável assim que ele perguntou isso com um sorriso.

— SIM… QUERO! — Disse inconscientemente e só depois me dei conta da merda que estava fazendo. — Digo, quero ajuda para encontrar meu alojamento.

A verdade é que eu queria muitas coisas que a classificação indicativa infelizmente não me permite dizer.

I love it when you call me señorita

— Eu ainda não tinha oferecido, mas posso ajudar, sim — ele sorriu de novo, e puta merda! Tive que me segurar pra não começar a uivar porque simplesmente não aguentava mais latir internamente. — Em qual alojamento você está hospedada?

— Sigma… — quase que minha voz não saiu de tão sufocado que eu fiquei pela beleza dele.

— É ao lado do meu, logo ali! Vem, eu te levo lá — o anjo lindo, alto, moreno e super gentil falou, antes de pegar minhas malas com aqueles braços gostosos e musculosos. Deus é bom!

Assim que ele deu as costas eu esperei alguns segundos antes de acompanhar o bonitão, porque eu queria admirar um pouquinho aqueles ombros largos e a sua bundinha. Mas para minha infelicidade ele se virou pra trás para ver se eu estava acompanhando.

Então eu fingi que estava olhando para uma moita qualquer no outro lado do pátio e o casal fofo que se pegava atrás dela, só pra disfarçar do fato de ficar secando o corpo dele na maior cara de pau.

— Er...  Quem é aquela garota? — Eu perguntei tentando fingir que nada aconteceu, apontando com a cabeça na direção do grupinho que olhava para nós dois como se estivessem prestes a lançar um míssil em cima de mim.

— Ah, é a Yoo Jeongyeon… 

— Por que eu sinto que vamos ser grandes amigas? — Eu disse sarcástico, dando uma piscadinha junto com um sorriso fofo pra elas . — Sabe, tipo os Estados Unidos e o Irã.

— É que ela parece ser um pouco difícil no começo, mas depois que você conhece ela… — o moreno lindo me encarou com um olhar pensativo. — Isso se torna impossível! — Ele riu.

Eu também ri um pouquinho da sua tentativa de piada porque você sabe né… Ele é tão lindo que eu iria rir até se ele estivesse chorando, porque assim eu ia fazer ele rir de novo e Deus sabe o quanto esse sorriso dele é lindo!

— Mas a verdade é que a Jeong só costuma provocar meninas que são mais bonitas que ela. Deve ser algum complexo de inferioridade — ele continuou dizendo a medida que tentava se equilibrar entre carregar minhas malas, que particularmente nem estavam tão pesadas, e me dar atenção, o que achei bem fofo da sua parte. 

Ok, vamos processar toda essa informação. Pra começar, nesses oito minutos e trinta e dois segundos que eu me infiltrei nessa universidade, já senti saudade do meu Burger King,  fiz uma inimiga e conheci o meu príncipe encantado. E o amor da minha vida ainda falou que eu sou linda. 

Sim, eu sou uma garota muito linda, tá? Foi ele que disse.

Mas nós ficamos em silêncio o restante do caminho até o prédio de tijolinhos vermelhos, que provavelmente era meu alojamento, e tudo isso porque meu cérebro deu perda total assim que o homem mais lindo que já vi na vida me elogiou. Eu estava me sentindo um adolescente de novo e isso era super estranho.

Quer dizer, eu tive lá minhas experiências no colegial e na faculdade. E no exército… Bom… Vou deixar pra falar sobre isso mais tarde, porque naquele momento eu me sentia completamente sem reação perto dele.

— Chegamos — infelizmente tudo que é  bom dura muito pouco e logo paramos na frente do meu prédio. — Me desculpe, esse é um alojamento feminino, então não posso entrar com você.

— Eu entendo... — nem escondi a decepção na minha voz. — Então… Obrigado! Quer dizer, obrigada! Aliás eu sou a… Selena Gomez? — Perguntei meio incerto. — Desculpa é que eu esqueci até do meu nome quando te vi.

— Você é engraçada! — Achei lindo quando ele franziu o nariz assim disse isso. — Eu sou Jeon Jungkook, Senhorita Selena — ele completou sorrindo e na mesma hora um estalo veio na minha mente.

Eu fui um puta sortudo por dar de cara logo com o suspeito.

— ENTÃO É VOCÊ!

— O quê? — Ele me olhou confuso.

— O homem mais legal e gentil do universo — disfarcei, me sentindo o pior dos idiotas por ter acreditado naquela sua fachada de bom moço. Mas eu não vou cair nessa, não mesmo. — Hehe, obrigada queridinho, algo me diz que ainda vamos nos ver de novo… 

— De nada… — e o criminoso sorriu. Devo admitir que ele é muito bom nesse lance de se fazer de bonzinho. — Ei, você ainda não me disse seu...

— Bye bye! — E com isso eu chutei minhas malas para dentro do saguão do alojamento e fechei a porta antes que ele pudesse responder.

Por muito pouco eu consegui me safar, mas mesmo assim tudo me parecia ainda mais estranho agora. Jeon Jungkook não se encaixava nem um pouco no perfil de suspeito, não o perfil que o FBI me mandou. Ou ele era um ótimo mentiroso, ou algo não estava batendo.

E por falar em bater, eu mal fechei a porta de entrada quando um manada de adolescentes loucas vieram descendo as escadas correndo.

Como fiz o meu dever de casa, eu sabia exatamente quem eram: Im Nayeon, vinte e três anos, passou com uma nota excelente para o curso de Matemática e atualmente está no último ano; Kim Dahyun: vinte aninhos, quieta, tímida e calada, é filha de uma mulher empoderada do ramo de cosméticos e faz administração, provavelmente para ajudar a mãe nos negócios; e por último Minatozaki Sana: uma japonesa de vinte e dois anos que fala muito bem o nosso idioma, aliás pelo que sei ela adora “línguas” principalmente as que estão na boca dela, porque ela é conhecida por ser a maior piriguete da faculdade — e se orgulha muito disso.

— AI MEU DEUS! — Sana foi a primeira a gritar vindo na minha direção. — VOCÊ É UMA IMPOSTORA!

— FALSA! — Nayeon completou e nesse momento eu senti todo meu sangue evaporar.

Eu mal cheguei no alojamento e meu disfarce já foi comprometido?

— Porque você é ainda mais bonita que a foto da sua ficha? Aigoo... me sinto enganada! — A japonesa cruzou os braços se fingindo de ofendida.

— Vocês que me enganaram suas… vacas! — assim que disse isso, eu fechei os olhos me condenando mentalmente. Será que foi meio exagerado? E se elas se sentirem desrespeitadas?

— Já gostei de você!! — Sana praticamente pulou em cima de mim só pra segurar meu braço esquerdo. — Vem, eu te levo pro seu quarto!

— É o mais simples porque a vagabunda da Sana escolheu o quarto maior — Nayeon segurou meu outro braço, puxando a mala que estava na minha mão e me levando em direção a escada. 

— Ei! Eu preciso de um quarto grande pra caber toda a minha gostosura — ela rebateu, mandando língua pra Nayeon.

— Mas essa casa é enorme, deve ter uns dez quartos aqui — eu disse achando meio curioso o fato de só morar quatro pessoas naquela casa gigante.

— É porque aqui é o lar dos renegados que não pertencem a nenhuma fraternidade — pela primeira vez, Sana falou séria, suspirando em seguida. — Mas nós estamos tão felizes de  ter uma nova colega! Faz tempo que não entra gente nova aqui.

Elas ficaram tão empolgadas de ter uma nova colega de quarto que não paravam de tagarelar desde a hora que cheguei. Em resumo elas só falaram de festas, horário das aulas, melhores lugares para comer e estudar e por último, sobre garotos bonitos. Nada disso me interessava no começo, mas no meio daquela conversa tinha algo que me interessava, e muito!

— Sana tem uma lista de pessoas que ela quer beijar — Nayeon mencionou e eu ri.

— E você é a primeira delas, lindinha — ela mandou beijo pra Nayeon, que fez cara de nojo.

— Quem mais está nessa lista? 

— Todas as pessoas que tem boca e respiram — mais uma vez a Im provocou.

— Jeon Jungkook está nela? — Fui direto mesmo, já que eu queria saber mais sobre ele.

— Com certeza! — As duas falaram ao mesmo tempo, e só então eu percebi que Dahyun continuava paradinha no canto dela sem falar nada.

— Ah, e o que vocês sabem sobre Jeon Jungkook? — Perguntei como quem não quer nada, enquanto terminava de colocar minhas malas dentro do quarto. — Foi ele que me trouxe até aqui e foi tão simpático comigo… Então achei que vocês talvez o conhecessem.

— Jeongguk, o filho do reitor? Bom, ele é…

— Ele é tão lindo que parece aquele integrante do Bangtan Boys! — Nayeon interrompeu eufórica.

— Sério, quem? — Sana olhou para a Im curiosa.

— Não lembro o nome — ela coçou a cabeça enquanto pensava.

— Ah…

— Ele parece legal, mas é bem fechado com as garotas. Sorte sua ele te trazer aqui, geralmente ele não costuma fazer isso…

— E o que ele costuma fazer? Tipo, com quem ele anda, que lugares ele vai… Essas coisas — me joguei na cama fofinha olhando fixamente para as minhas novas informantes.

— Por que você ficou interessada no Jeon tão de repente? É do FBI agora? — A japonesa me olhou de cima a baixo e depois olhou para Dahyun que só sabia ficar calada. E nem pra me oferecer um pouco das batatinhas que ela estava comendo, que feio em!

— Acho que tá na cara, Sana — Nayeon ergueu uma das sobrancelhas.

— O q-que? — Só sei que engoli em seco sob o olhar das três, isso porque Dahyun não falava, mas também apertava os olhinhos pra mim.

— Jimin está super interessada no Jungkook! — Sana completou, batendo palmas quando achou ter descoberto meu “segredo”. Imagina o que ela vai querer bater quando descobrir que na verdade tenho um pau.

Minha cara no asfalto, é isso.

— É… — as outras duas disseram ao mesmo tempo.

— Ai amiga, ele tá tão na sua! Vai fundo! — Nayeon falou e Dahyun colocou uma batatinha na boca antes de fazer um joinha com as duas mãos. — Mas você sabe, né?

— A Jeongyeon é doida pra ficar com ele — eu nem precisei perguntar e a garotinha logo completou.

— E por falar nela… Qual é a dessa garota?

— Ela se acha a rainha da Universidade só porque o pai dela é dono daqui — as três se jogaram na minha cama enorme e eu nem me surpreendi com isso, porque provavelmente caberia uma família inteira naquela cama.

— É… — Sana apoiou a cabeça em uma das mãos enquanto me olhava pensativa. — É por isso que ela pensa que é dona do Jungkook também, já que ele é filho do reitor.

— Mas o que ele acha disso? Tipo… eles já tiveram alguma coisa, ou sei lá… 

— Ai meu Deus, você tá caidinha por ele! — Ela deu um pulo da cama enquanto Dahyun e Nayeon me olhavam rindo.

— Nem é isso…

— Se quer saber, o Jeongguk não é uma pessoa muito sociável. Eu também nunca vi ele se aproximar de nenhuma garota até hoje, acho que essa foi a primeira vez. — Sana colocou uma mão no queixo, andando de um lado para o outro. — Mas como eu queria que ele namorasse uma garota muito melhor que a Jeong! Aquela vaca magricela precisa se colocar no lugar dela!

— Eu ia amar ver alguém detonando ela — Nayeon deitou de barriga pra cima sorrindo maliciosamente.

— Mas por quê? Ela é tão simpática… — Ironizei.

— A Jeong meio que odeia a gente — ela se virou para o lado, abraçando a Dahyun.

— Ela expulsou nós três da Ômega Pi — Sana também se jogou na minha cama para abraçar a Kim.

— Então é por isso que vocês não estão em nenhuma fraternidade?

— Nós somos a lei! — As duas falaram juntas mais um vez e eu me perguntei por quanto tempo elas ensaiaram pra ser tão sincronzadas.

— E por que ela… 

— Ah… — Nayeon pigarreou entendendo de cara o que eu ia perguntar. — É que a gente não queria seguir o padrão de beleza que ela tentava impor.

— "Você deve pesar 45 quilos", "Sua pele está muito oleosa", "Deixe o cabelo crescer", "Não use óculos"... Argh! Era insuportável — Sana completou. — A gente só queria ser nós mesmas, sabe? Sem ninguém controlando o que a gente deve ou não fazer pra se encaixar no seu padrãozinho de beleza. Ok, elas são bonitas? São. Mas são todas iguais, parecem um jogo de talheres.

— Mas por um lado foi bom. Pelo menos aqui a gente não escuta alguém forçando vômito a cada corredor — as outras duas garotas assentiram quando Nayeon disse isso. 

De repente elas me deram uma ótima ideia. E  se eu me aproximar do suspeito de uma maneira um pouco mais… íntima? É isso! Desse jeito vai ser super fácil conseguir uma confissão dele. 

— Ai amigas… Eu vou confessar uma coisa —  coloquei minha mão na bochecha tentando parecer sério. — É verdade, eu tô suuuper a fim do Jeongguk, ele é muito lindo!

— Eu sabia!! Dava pra ver os coraçõezinhos saindo dos seus olhos, amiga! Se quer saber, acho que vocês dois seriam o casal da nação! — Nayeon sorriu antes de apertar Dahyun como se a coitada fosse um travesseiro. — Eu shippo!

— Só que vai ser bem difícil tirar a Jeong de perto dele... Mas a gente vai te ajudar, não é meninas? — Sana falou estranhamente animada para as outras duas que acenaram com a cabeça sorrindo. 

— Se for para acabar com a alegria daquela cobrinha, pode contar comigo! — Dessa vez a Kim finalmente se manifestou, se levantando da cama. — E vocês sabem o que eu estou pensando? 

— COMPRAS! — As três jogaram os braços pra cima e começaram a gritar enquanto davam pulinhos no ar. 

E o mais estranho disso tudo é que eu meio que fui contaminado pelos pulinhos delas, e no fim nós quatro estávamos pulando mais que minhas músicas quando assinei spotify premium.

(...)

Antes que você comece a pensar que minhas novas amigas são mimadas, materialistas e fúteis, eu gostaria de dizer que sim, elas são mimadas, materialistas e fúteis. Ah, e escandalosas! Principalmente a Sana, essa daí merecia ser o centro de todas as atenções, ainda mais depois do que disse assim que entramos na loja chique:

— Eu quero uma roupa que deixe minha amiga com cara de prostituta, mas ao mesmo tempo fofa. Como se ela fosse uma puta virgem! — A atendente olhou pra nós com uma cara assustada, que logo mudou para pensativa antes de virar para mim.

— Hum… Difícil… Mas eu tenho algo perfeito pra ela! — E depois ela me puxou até uma das araras de roupas em um cantinho no fundo da loja.

Enquanto a vendedora procurava algo naquela sessão. eu tentava não ter um colapso nervoso com o preço das roupas. Minha nossa, eu não sabia que ser mulher era tão caro! Então a vendedora tirou de lá um conjunto de cropped com uma saia godê amarelinha em renda, que custavam mais do que o meu salário de um ano inteiro de trabalho. Eu já estava pensando qual dos meus rins iria vender pra pagar pelas roupas. 

— Sabe o que é amigas, eu não trouxe o meu cartão de crédito e… 

— Eu pago — Dahyun levantou seu black card, que eu juro que tinha algum tipo de efeito especial que fazia ele brilhar muito.

Fazer compras com elas foi bem divertido e o mais legal de tudo nem foi ver o cartão preto bancando tudo, mas sim como essas meninas se esforçaram para serem legais comigo mesmo quando acabaram de me conhecer, e disso eu nunca vou me esquecer. 

E no fim aquela arrumação toda tinha uma razão: a grande festa de confraternização para os novos alunos, uma oportunidade perfeita para me aproximar do Jungkook. É claro que eu precisava impressionar meu mais novo “crush”, não só sendo linda, loira e gostosa, mas mostrando todo o meu potencial e um grande acervo de cantadas. 

Assim que saímos da loja, carregando várias sacolas de compras depois de gastar dinheiro suficiente pra comprar um carro de luxo, eu fiquei pensando no que elas me falaram mais cedo sobre Jeon Jungkook. Ele não parecia ser o tipo de traficante convencional, tinha algo bem diferente nesse suspeito. 

Mas se fosse só uma suspeita de tráfico convencional, o FBI não estaria no caso. E meu trabalho é descobrir tudo o que puder para pegar o criminoso por trás desse esquema. Mesmo que esse criminoso fosse lindo, cheiroso, simpático… Droga! Eu estava começando a ficar frustrado e naquele momento eu só queria aquela coisa com S que todo mundo adora, pra aliviar meu estresse.

Isso mesmo, sorvete.

E de casquinha!

Só que para minha infelicidade, nós acabamos de dar de cara com a última pessoa que eu queria ver naquele dia.

— Olha, mas que surpresa! A nerd, a piranha e a mudinha fizeram uma nova amiga brega — Jeongyeon riu sarcástica, parando na nossa frente. — Agora o clube das perdedoras ficou completo.

— Ei — eu me coloquei na frente das meninas. — Quem você pensa que é pra falar assim com elas?

— Tudo bem amiga — Nayeon colocou a mão no meu ombro.  — Se essa bruxa pensa que isso é ofensa, ela tá muito enganada. Ser você mesmo não é um defeito, é a coisa mais bonita do mundo. Selena Gomez disse uma vez que ser diferente não é ruim, é raro  — ela falou antes de se colocar do meu lado e eu quase chorei de emoção com a referência às palavras bonitas da minha ídola. — Eu tenho é pena de você Jeong. Deve ser difícil fingir o tempo todo, hum?

— Claro, estar no topo é insuportável — ela falou em deboche passando um dedo pelos lábios, olhando para o lado esquerdo

Eu apertei meus olhos reparando naquela expressão. Nos meses de treinamento que fiz para o FBI, eu aprendi várias coisas, como por exemplo, se você colocar uma M1911 ou uma Glock em uma S&W de calibre .40, a arma vai ficar sobrecarregada e não vai disparar. E também aprendi a identificar o sinais de que alguém está mentindo.

Um gesto típico de quem não está falando a verdade é tocar a própria boca. A preocupação com a boca significa que inconscientemente a pessoa tem vontade de impedir que os demais escutem a sua mentira. E também, para pessoas destras, o lado esquerdo é o da criação, então, quando uma pessoa move os olhos para a esquerda, pode estar com a intenção de criar uma resposta, ou seja, uma mentira.

— Ainda mais quando você está completamente sozinha — Sana falou e só então eu percebi que todas estavam do meu lado.

— Queridinha, tá  ouvindo isso? — Apontei para o alto fingindo ter escutado algo. — Acho que tem alguém te chamando lá do chiqueiro que você saiu.

— É o que? 

— Dá pra deixar a gente em paz sua… — mas quando eu ia terminar de falar, Jeongyeon pegou o frozen yogurt que estava na mão de uma das suas amiguinhas e simplesmente jogou na minha cara.

Então eu apenas fechei os olhos enquanto pegava um pedacinho de chocolate que estava na minha bochecha e coloquei na boca sem parecer ofendido com aquilo, embora estivesse com sangue nos olhos. 

—  Foi você mesma que pediu por isso, fofa! Agora é guerra!

Porque eu vou descobrir o que você está escondendo, Yoo Jeongyeon.


Notas Finais


Ah, postei dois capítulos de uma vez porque eu sou a lei!
Vou tentar postar os capítulos no wattpad e spirit simultaneamente, diferença é que vou precisar censurar algumas partes aqui né...

Link do wattpad
https://my.w.tt/8FgZ8XfFY3

Então até o próximo!


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