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História Legendary - Roller Coaster


Escrita por: findapurpose

Notas do Autor


Oi, meus nenês. Olha quem chegou com um novo capítulo, isso mesmo, euzinha. Esse capítulo é dedicado a Taís, vulgo @parrishais, que está fazendo aniversário hoje. Parabéns de novo, amorzão! <3

Boa leitura!

Capítulo 9 - Roller Coaster


“Nós caminhamos, rimos, e passamos o tempo. Caminhando na beira do mar. Nossas mãos se entrelaçaram docemente, um sentimento que não consigo descrever. Todo esse tempo demorou tanto, pensando que não poderíamos pertencer a algo tão lindo.“
— Imagination, Shawn Mendes


Brooklyn Cartier • 23ºC 

O clima pesado que se instalou depois do desabafo de Justin não me faria desistir dos planos que eu fizera para aquele dia. Nós aproveitaríamos nossos dias ao máximo, e nenhuma briguinha boba seria capaz de mudar isso. 

Eu tinha tudo traçado em minha mente, iríamos ao parque de diversões da cidade e, depois que voltássemos para casa, assistíramos a um filme qualquer agarrados um ao outro e ao pote de pipoca. Não era um programa absurdamente incrível, mas eu tinha certeza de que nossas aventuras nos brinquedos daquele lugar seriam muito divertidas.

Justin deixou a cozinha, anunciando que ia tomar banho, e eu continuei a enfiar os utensílios dentro da lava-louças. A fechei, deixando que ela fizesse seu trabalho, imensamente grata por tê-la, afinal, ninguém merecia ter que ficar lavando os pratos sujos. Subi ligeiramente os degraus da escada e adentrei o primeiro cômodo do corredor, meu quarto. 

O barulho da água caindo do chuveiro chegou aos meus ouvidos seguido do timbre afinado do garoto, que cantarolava alguma coisa enquanto tomava banho. Sua voz era abafada pela porta fechada, mas ainda assim continuava linda e fazia bem aos meus ouvidos. Um sorriso bobo preencheu meus lábios e eu pensei em continuar ali, apenas escutando-o, mas eu tinha outras coisas a fazer. 

O dia agora era quente e ensolarado, diferente do comecinho da manhã. Tudo conspirava para que o nosso dia fosse fantástico, até mesmo a temperatura. Ele não seria lobo, pelo menos não hoje. 

Abri as portas do guarda-roupa, revelando a enorme desordem que minhas roupas formavam, emboladas umas às outras. Certo, aquilo precisava ser arrumado. Revirei aquela bagunça procurando por uma roupa decente e sorri, vitoriosa, ao encontrar o traje perfeito — camisa xadrez preta e branca, shorts jeans surrado e uma bota preta de cano baixo. Após me vestir, encarei meu reflexo no espelho e fiz algumas poses diante do mesmo, avaliando se meu look estava realmente bom.

 

– Caralho! – Saltei de susto, estava tão distraída com minha imagem no espelho que nem notei que a porta do banheiro tinha sido aberta. – Sou mesmo um cara de sorte... – Seus olhos dourados deslizaram pelo meu corpo, admirando-me. 

 

Fitei seu reflexo no espelho, algumas gotas de água escorriam por seus braços e abdômen, havia uma toalha branca amarrada em sua cintura e seu cabelo loiro estava molhado e despenteado. Eu achava que isso era impossível, mas ele estava ainda mais sexy daquele jeito. Justin arqueou uma sobrancelha e sorriu malicioso quando percebeu que eu o encarava, embasbaca com tanta beleza. Senti minhas bochechas ferverem com a vergonha e desviei do espelho, caminhando até o guarda-roupa novamente, mas seus braços fortes me seguraram e me puxaram de encontro a ele. 

Fechei os olhos quando seus lábios quentes encontraram os meus, dando início a um beijo calmo, e espalmei a mão em sua nuca molhada, puxando-o para mim. Sua língua pediu passagem e eu logo cedi, deixando-a invadir minha boca e explorar cada canto da mesma. Seu hálito tinha gosto de menta e era refrescante como se ele recém tivesse escovado os dentes. As mãos dele escorregaram pela lateral do meu corpo, parando em minha cintura, e ele a apertou com certa força, fazendo-me arfar. 

Quando a falta de fôlego fez a simples tarefa de respirar se tornar algo quase impossível, Justin interrompeu o beijo e selou meus lábios algumas vezes. Abri meus olhos, mirando-os no rosto do garoto a minha frente, e sorri com as diferentes sensações que sua presença me causava. 

Não havia nada do mundo que eu desejasse mais do que ele. 
 

***

 

True Issues, do Drake, soava pelos auto-falantes do carro e Justin cantava de olhos fechados no banco ao lado, como se cantasse com o coração. Eu, definitivamente, não tinha nenhuma vocação para cantar, então apenas batia os dedos contra o volante ritmadamente. 

Feixes de luz solar entravam pelas janelas semi-abertas, aquecendo e iluminando o interior do carro, o loiro parecia extremamente tranquilo e em paz, diferente do garoto que surtara na cozinha essa manhã. Por mais que eu quisesse me manter positiva para não estragar nosso dia, suas palavras se repetiam inúmeras e inúmeras vezes em minha mente, eu não pensara em mais nada desde que saímos de casa, aquilo tinha se cravado em meu peito como facas afiadas. 

“Estou indo para o fundo do poço, Brooklyn, e não estou disposto a trazer você junto comigo.”

Sua mão firme apertou minha coxa, me tirando dos meus devaneios, e eu sorri fraco sem tirar o olhar da estrada, não queria que ele notasse meus olhos lotados de lágrimas. 

 

Justin Bieber • 23ºC

Brooklyn se negou a dizer para onde iríamos, disse que era uma surpresa e eu teria que ser paciente, mas eu soube qual era nosso destino pouco tempo após a viagem de carro ter começado. 

Enquanto percorríamos o caminho que nos levaria ao único parque de diversões da região, o Enchanted Park, senti a nostalgia me embriagar, fazendo-me viajar pelo mundo das lembranças. 

Carl, o Alpha do bando, era como um pai para mim. Depois do incidente com meus pais, eu descobri que minha própria casa não era mais um lugar seguro, e Carl, o lobo que me mordeu e causou tudo aquilo, foi quem me abrigou no casarão no meio da mata. O parque de diversões foi o primeiro lugar ao qual ele me levou quando eu, enfim, decidi deixar a solidão do meu novo quarto. Aquele foi o meu primeiro dia feliz depois de ter sido mordido. 

Agora, sentado ao lado da minha garota de verão, eu estava tendo meu primeiro dia feliz depois de ter aceitado minha transformação definitiva. Ela parecia mergulhada em seus pensamentos, mas me lançava alguns olhares ansiosos durante o percurso, e eu apenas sorria, tentando compartilhar com ela o quão feliz eu estava por voltar àquele lugar. 


***

Segurei sua mão pequena e macia quando atravessamos o enorme portão colorido que dava acesso ao parque e a sensação nostálgica de antes emergiu subitamente. Tudo estava exatamente como eu me lembrava: a enorme roda gigante ao fundo, carrinhos vermelhos correndo pela velha montanha russa, barracas de jogos e comidas, e mais incontáveis brinquedos espalhados pelo parque a céu aberto. Brooklyn e eu trocamos um olhar rápido, ambos sorrindo como duas crianças que acabaram que encontrar o paraíso. 

 

– Eu não acredito que você vai me obrigar a fazer isso. – A loira choramingou numa tentativa de me convencer a desistir daquela ideia, mas óbvio que ela não havia conseguido. Ri de sua manha e ela revirou os olhos, impaciente. – Justin, eu tenho medo de montanha russa! – Ela berrou, fazendo com que todos da fila nos lançassem olhares reprovadores. 

– Eu vou estar lá com você, não precisa ter medo. – Apertei sua mão carinhosamente e ela suspirou, receosa. – O máximo que pode acontecer é você despencar de lá e morrer. – Provoquei e explodi num gargalhada quando seu rosto perdeu a cor e ela me encarou de olhos arregalados. 

– A-acho que foi uma péssima ideia trazer você aqui. – Gaguejou, nervosa, e respirou fundo umas três vezes para manter-se calma. – Eu não preciso ir nessa coisa com você, você pode muito bem ir sozinho e eu fico aqui, só olhando. – Brooklyn abriu um sorriso enorme, mostrando quase todos os seus dentes, e eu fechei a cara.

– Você me trouxe até aqui pra me deixar ir sozinho em todos os brinquedos? – Perguntei com desdém e ergui uma sobrancelha, jogando um olhar mortal para a loira, que engoliu em seco com aquilo. 

– Não... – Seus olhos castanhos correram pelo parque, estudando-o. – Eu posso ir com você no – Ela olhou ao redor uma última vez e um sorriso iluminou seu rosto. – carrossel! – Bufei com sua resposta.

 

Antes que eu pudesse xinga-lá, o funcionário que controlava a fila, vestido num uniforme vermelho e azul, anunciou que nossa vez tinha chegado. Brooklyn se virou para ir embora, mas eu fui ágil e a agarrei pelo pulso, puxando-a para dentro do brinquedo. A garota se debatia em desespero e eu apenas ria de todo aquele drama. Era apenas uma montanha russa, não uma ida para o corredor da morte.

 

– Shawty. – Guiei a garota até os carrinhos e segurei em seus ombros para mantê-la quieta. – Eu prometo que não vai acontecer nada ruim, tá bom? – Ela não parecia estar segura com aquilo e eu suspirei, pensando em algo que pudesse conforta-la. – Eu estarei lá com você o tempo todo, de mãos dadas. – Brooklyn assentiu, rendendo-se, e foi se sentando um dos carrinhos. 

 

Brooklyn gritou mais do que qualquer outra pessoa na montanha russa, mas não porque tinha medo, ela gritou porque tinha se divertido. Durante as curvas e as quedas bruscas, ela apertou minha mão com tanta força que eu pensei que teria alguns ossos quebrados a serem curados, mas isso felizmente não aconteceu. Quando deixamos o brinquedo, a garota implorou para irmos novamente, mas meu estômago embrulhado denunciava que uma segunda ida me faria vomitar todo o meu café da manhã, então eu fui obrigado a negar. Mas não pense que isso a desanimou, ela me arrastou por todas as outras atrações daquele parque, desde as mais radicais até as mais infantis, incluindo o carrossel. 

 

– Só você pra me fazer ir nessa coisa. – Murmurei mal humorado, tropeçando em meus próprios, ainda tonto por causa daquele maldito carrossel cor de rosa. O sorriso estampado no rosto dela fazia as idas à todos aqueles brinquedos imbecis valerem a pena. 

 

A abracei de lado enquanto caminhávamos em passadas lentas pelo local, e ela pousou a cabeça em meu ombro. Esse lugar se tornou fantástico para mim quando Carl e eu passamos o dia ali rindo feito doidos, mas ela fazia tudo parecer extraordinário, até mesmo dar voltas e mais voltas em um brinquedo bobo cheio de cavalinhos. Qualquer lugar — fosse a floresta, a livraria, sua casa ou seu carro — se tornava mágico quando eu a tinha por perto. 

Ela era o meu lugar.

Avistei uma barraca de tiro ao alvo, que tinha como prêmio enormes pelúcias de todos os tipos — ursos, cachorros, gatos, girafas — mas o que realmente me chamou atenção foi a pelúcia de lobo pendurada no teto da barraca. Sua pelagem era branca salpicada de manchinhas azuis e seus enormes olhos de plástico eram de um azul gelo exagerado. 

Minha determinação tinha se inflado dentro de mim, aquele lobo seria meu, quer dizer, da Brooklyn, e ninguém podia me parar. Marchei com minha garota até lá e paguei dois dólares pela primeira — e única — tentativa. O funcionário me entregou um rifle carregado com três balas de mentira e eu apontei arma para o primeiro alvo, fechando um dos olhos para ter uma melhor visão. Brooklyn se divertia ao meu lado, tinha uma sorriso sapeca nos lábios e um olhar intimidador que me dizia “duvido que você consiga”. Esbocei um sorriso no canto dos lábios, pronto para mostrar para a loira do que eu era capaz, e apertei o gatilho.

 

Brooklyn Cartier • 19ºC

– O nome dele será Bizzle. – Justin exclamou se referindo ao lobo de pelúcia ao qual eu estava agarrada. Uni as sobrancelhas num franzir de cenho e encarei o loiro, que exibia um sorriso de triunfo por ter acertado os três alvos de primeira.

– Bizzle? Mas que porra de nome é esse? – Perguntei, indignada.

– Eu ganhei, eu escolho o nome. – Ele piscou e rompeu em risos altos, me fazendo revirar os olhos. Certo, o pequeno lobinho branco e azul em meus braços se chamaria Bizzle, e a discussão estava encerrada. 

O Sol já começara a se pôr no horizonte, dando ao céu uma coloração degradê que ia do laranja até o rosa. O clima estava um pouco frio agora, mas nada com o que nós precisássemos nos preocupar. Justin apenas vestiu seu moletom, que esteve o tempo todo amarrado em sua cintura, e continuamos nosso passeio.

O loiro revelou que estava morrendo de fome, então nos sentamos nos banquinhos da lanchonete e fizemos nossos pedidos. Enquanto eu pedi apenas um milk shake de morango e uma porção de batatas fritas, Justin tinha pedido quase todo o cardápio, fazendo com que eu risse da expressão da atendente conforme ela anotava desesperada tudo o que ele pedia. Fome de lobo, eu imagino. 

Alcancei a mão dele sobre a mesa e a segurei, acariciando seu dorso com o polegar. Justin parecia radiante, seus olhos amarelos cintilavam com um brilho que eu só vira quando o calei com um beijo. Ele estava feliz, mas eu estava muito mais. Eu estava extasiada pelo nosso dia juntos, tão embriagada de felicidade que, de repente, todos os nossos problemas tinham se esvaído. Nada mais importava, a não ser a mão dele na minha, sua risada escandalosa e o acentuado brilho em seus olhos. Estávamos feliz, e nada importava mais do que isso. 


Justin Bieber • 14ºC 

Quando deixamos o parque, a temperatura estava baixa de novo. O vento frio fazia com que meu corpo tremesse sem parar, o moletom preto que eu vestia mal fazia diferença. Brooklyn não tirava os olhos de mim, seu semblante preocupado me deixava ainda mais desconfortável conforme corríamos até o carro. 

A loira desativou o alarme do carro com uma rapidez descomunal e abriu a porta do passageiro para que eu entrasse. Me sentei no banco, me encolhendo no mesmo, e fechei os olhos, suplicando para o meu corpo que a transformação não acontecesse, não naquela hora, não naquele dia. 

Escutei o baque da porta sendo fechada e ela enfiou as chaves no contato, ligando o carro. O aquecedor foi colocado na intensidade máxima e ela se aproximou, me envolvendo num abraço tão apertado que era difícil respirar. Eu podia farejar seu medo, ele tinha um cheiro forte e intenso, quase entorpecente. Mas, a medida que o meu corpo foi ficando estável e parando de tremer, a fragrância que ela exalava foi se dissipando até se tornar apenas um suspiro de alívio que escapou de seus lábios. 

Eu me sentia esgotado, a batalha travada contra o meu animal interior sugara todas as minhas energias, mas ainda era eu mesmo e continuava no calor dos braços dela. Quando me senti seguro o suficiente para abrir os olhos, deixei que eles se perdessem no rosto dela e, sem pensar duas vezes, a beijei. 

Eu estava convencido de que ela não existia, mas, naquele momento, Brooklyn foi minha cura.

 


Notas Finais


Não acredito que a Brooklyn e o Justin inventaram o otp, hahahaha. <3


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