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História Lembranças - Ela


Escrita por: staargirl

Notas do Autor


Espero que gostem, babes <3

Capítulo 4 - Ela


Fanfic / Fanfiction Lembranças - Ela


Cuspi o estofado da boca e com extrema facilidade, apenas para não mencionar a queda, me soltei, apoiei-me de joelhos no chão, mal raciocinando de ódio quando a porta abriu, o vulto ruivo entrou e bateu, selando os trincos.


- Isso...é...sequestro!


- Consegue ficar calado só por um minuto, Dunga?


- Do que me chamou? Huh? Repete!- dei um salto, tropeçando em algo, desaparecendo, reaparecendo, recuperando a postura- Repete!!


- Dunga!- o empurrei e o fato de estar gargalhando como se tivesse feito a piada do século, deixou-me ainda mais possesso- Ouch! Talvez você acerte na próxima- segurou meus pulsos no alto e me empurrou para o lado como se eu fosse uma mísera faísca de pó- Quieto -novamente me imobilizou e nem mais tentei ir contra até por fim sentir o estofado da poltrona em minhas costas.


- Para com isso!!- empurrei suas mãos para longe e finalmente me soltei.


- Para de falar!!- imitou meu sotaque, ofendendo-me pela milésima vez na noite, parou de frente a porta, parecendo suar frio.


- Hilário - sussurrei com medo de mais um golpe, mas ao menos tinha o poder da fala, sempre teria o poder da fala e de persuasão e não seria diferente agora- Toda essa brutalidade e está se cagando de medo dos pais.


- Cala a boca.


- Por que? Tem medo de que eles subam e eu abra a boca? Já sei! Por que não peço para checarem os armários?


- Você vai dar o fora daqui - mais voltas perdidas- Quando eles forem dormir- se aproximou e apontou o dedo em minha cara - ah mas ele não ousa!- Se fizer um barulhinho eu...eu...eu...e


- Vai me espancar? 


- Te jogo pela janela!!


- Ah claro- gargalhei e dei um tapa em sua mão, agarrei seu indicador com força - Nunca mais aponte isso para mim, não sabe com quem está se metendo.


- Morrendo de medo, estou tremendo, consegue ver?


- Não, idiota, as luzes estão apagadas...Chega! Eu não vou ficar aqui e perder minha festa por causa de um babaca não emancipado - o empurrei e corri até a porta, não encontrando a chave.


- Boa sorte - o ruivo sorriu e a balançou entre os dedos.


- Boa sorte você - retribuí a risada irônica e me lancei na porta, causando um estrondo e provavelmente algum machucado em meu ombro - SOCORRO! SOCORRO! SOCORRO! O FILHO D...


Senti o gosto salgado da pele humana quando sua mão cobriu minha boca, tentei mordê-lo, mas quando o ar foi se tornando escasso, balancei a cabeça positivamente em rendimento - Vai ficar quietinho? Olha, dunga, só por alguns minutos, quebra esse galho, vai, não posso dar mais mancada com eles!


- O que foi que você aprontou, hein?


- Vai cooperar? - revirou os olhos  e assenti, me soltou.


- O que eu ganho com isso?


- Com isso o quê?


- O meu silêncio e minha majestosa cooperação.


- Por meia horinha? Nada! - foi bruto e dei alguns passos até a porta, fechei a mão, ousando fazer barulho, estreitei os olhos- Tá, tá, tá bom, o que é que você quer, dunga?


- Vamos entrar em um acordo - continuei na porta, ameaçando-o - Para começar quero que pare de me chamar de Dunga.


- Jamais! É igualzinho.


- Certeza? - encostei a mão na porta.


- Tá, tá, sem Dunga.


- Segundo ponto - fui até ele - Quero que pare de tentar roubar o meu lugar...


- Que?


- Não me interrompa, a partir de hoje nada festas, nada de panfletos pela escola, nada disso, você não vai destruir tudo o que lutei nesse circulo acadêmico, e fique sabendo que posso acabar com você naquela escola em um piscar de olhos, ficou claro?


- Que?


- Ficou claro?


- Sim?- sua vez de se aproximar- Então foi por isso que veio aqui?


- Claro.


Gargalhou alto - Tem noção do quão fútil é?


- Terceiro ponto, quero que fale direito comigo- o empurrei - Tem noção de quem eu sou?


- Um idiota qualquer.


Corri até a porta- Tem certeza?


- Sim, tenho grande noção, ó meu Deus, você é o novo Messias, pronto?


- Está caçoando?


- Eu? Caçoando de você? Jamais!


- Acho bom que pense nas consequências - grudei o dedo em sua face- Estamos entendidos?


- Vai sentar ali e ficar calado até meus pais subirem?


- Sim, vai parar de fazer festas e voltar a ser um zé ninguém na escola?


Ele estreitou os olhos, fazendo uma expressão indecifrável, semelhante a nojo - Sim.


- Acordo fechado - estendi a mão, e ele a rejeitou - Acordo fechado - insisti e ele apertou meus dedos com força e má vontade.


O ruivo se jogou no colchão suspirando pesado e me encolhi na poltrona, tentando visualizar algo na escuridão do quarto - Hey, maluco, como é o seu nome mesmo?


- Isso importa?


- Estou caminhando até a porta.


- Dave.
- Dave...- dei um salto e acendi um abajur, ele levantou o rosto, xingando algo, mas logo deitou de novo - Não vai perguntar o meu?


- Não.


- Obviamente já deve saber.


- Não.


- Não está interessado?


- Você disse que ia ficar quieto!


- Estou quieto.


- Não, não está quieto! - ele levantou, parecia estressado, levou as mãos até os cabelos avermelhados - Quer saber, eu não dou a mínima, o acho um babaca forçado de merda com razões de merda, um fútil de merda, quer descer e contar? A vontade, mas some daqui, garoto!


- Tudo bem - dei de ombros e estendi a mão, pedindo pela chave - Acha melhor eu começar a contar da quantidade absurda de menores de idade fumando uma erva aqui dentro ou da bebida? Já sei! E dos adolescentes enfurecidos transando em cima da cama do seus pais e no sofá, aposto que vão adorar saber! Me diga, Dave, o que prefere?


- Só mais vinte minutos, só mais vinte minutos - ele não cedeu, apenas se jogou no colchão de novo.


- Não sei não, Dave, acho que depois dessa sua atitude vai ficar difícil confiar em você, como vou saber se devo te prestar esse favor agora se não sei se cumprirá com sua parte do acordo? - sentei em seu colchão, ao seu lado, ele levantou o rosto fechado, raivoso, lhe dei um sorriso sarcástico, ele cerrou visivelmente o maxilar- Wow, wow, wow, o que é aquela belezinha ali?


- NÃO TOCA NELA!


Corri até a guitarra encostada na parede, não conhecia nada de instrumentos musicais, nunca nem me interessei pelos mesmos, mas ao julgar pelo desespero em seus olhos e a rapidez com a qual tentou me alcançar que deveria ser algo importante para ele, e aquele maldito pagaria por brincar com a minha cara e abaixar minha moral, a tirei da espécie de pedestal e com extrema dificuldade passei a alça pelo corpo. Deus, isso pesa!


- Solta ela- me barrou.


- Ela? - gargalhei - Apelidou sua guitarra? Já sei, com certeza é o mais perto de algo feminino que consegue chegar, não é mesmo, Dave, que peninha - o empurrei - Escutou?- a porta ao lado bateu - Acho que essa é a minha deixa, foi um prazer negociar com você, nossa confiança está muito mais do que restabelecida.


Ele avançou, o segurei com os braços, cheguei ao bolso de seu jeans e puxei a chave, chegando ao corredor, ele parecia querer explodir, gritar, ao julgar pela vermelhidão em seu rosto - Você não é louco - Dave tentou pegar o instrumento e recuei, correndo até a segunda e única porta do corredor, ousando bater, ele respirou pesado pesado diversas vezes- Te pego lá fora - cerrou os punhos.


- A escolha é sua - sussurrei e o mínimo de barulho pareceu assustá-lo - Sempre soube que era minimamente inteligente- sorri e acenei falsamente com a mão, antes de descer e ganhar a rua rapidamente com o instrumento ainda pendurado. E que fique clara a lição, ninguém deve só pensar em mexer comigo, dito e feito.


(...)
- Helle, esse é um dos meus restaurantes favoritos.


- Sério? - a garota esperou que eu fosse puxar a cadeira para ela e apenas dei de ombros a vendo se sentar, fitei o relógio sabendo que teria de ser rápido nesse encontro pois tinha mais um no fim da noite, e com certeza Nastasja deveria ser mais agradável que ela- O que vamos pedir?


- Peça o que quiser.


- Qualquer coisa?


- Qualquer coisa - bati a mão na carteira e ela sorriu.


- Depois podemos dar uma volta no seu conversível?


- Não, querida, hoje não vai rolar, estarei mais ocupado tarde da noite.


- Quando vai estar disponível de novo?


-Quando quiser- pisquei e ela obviamente se derreteu, dei de ombros com um sorriso convencido e retirei a jaqueta, fitando meu relógio mais uma vez e esperando que essa tortura acabasse logo, o que não faço para manter a imagem de rei das garotas?

- Vou querer a lagosta - gritou e era mais do que óbvio...o prato mais caro do cardápio.


- O mesmo - bati o cardápio e acenei para o garçom, reclamando audivelmente de sua demora, e enquanto esperávamos o pedido, Helle empurrou a cadeira e a grudou na minha, sorri em sua direção, a vendo derreter e foi quando senti sua perna passando pela minha descaradamente, abaixei a mão e envolvi seu joelho a empurrando sem cuidado algum, engoli em seco, onde aquela garota queria chegar? Me estreitei e a beijei rapidamente, podendo sentir o gosto enjoante de gloss de melancia que partia de seus lábios.


- O que acha de irmos a minha casa e deixar o jantar para depois? - sussurrou e passei as mãos pelos meus cabelos, uma hora isso vai ter que acontecer, Lars, pensei comigo mesmo, mas com ela? Definitivamente não.


- Já disse que estou ocupado - tomei distância e pensei imediatamente em reclamar com o gerente a enorme barulheira que tomou a entrada do restaurante e me distraiu do encontro, virei rapidamente assim como todos sentados em mesas luxuosas como a que eu estava e foi quando vi o vulto ruivo caminhando apressadamente em minha direção, Dave parou na cadeira vazia, minha língua paralisou prestes a soltar algum xingamento ou chamar o segurança quando ele pegou a minha taça e deu um longo gole, batendo a mesma na mesa e soltando um arroto, que ultraje.


- Desculpa aí- acenou para Helle- Ele vem comigo hoje - me puxou com força e como de costume, saiu me arrastando pelo local.


-Está me machucando...


- É a intenção.


Notas Finais


E então?


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