Andrez acordou com os primeiros raios solares daquele dia, nem os serviçais estavam acordados a essa hora. Ele dirigiu-se até a grandiosa janela e admirou o amanhecer do dia, enquanto o cômodo em que se encontrava estava a ficar mais iluminado e aquecido, já que o fogo que tinha na lareira já havia se apagado em algum momento durante a madrugada.
Então, voltou-se para a mesinha ao lado da poltrona na qual passara noite e pegou o livro que estava lendo e o devolveu a mesma estante da qual o havia retirado, se retirando em seguida, seguindo pelo curto corredor e subindo as escadas que o levaram até seus aposentos. Sua irmã, no dia anterior, enquanto estava a falar sobre o estado calamitoso de seu pai, deixou escapar que iria ir embora no dia seguinte, logo após fazerem a refeição matinal. Andrez comprometeu-se a ir com ela e assim, deixaria Antonie para trás. Apesar da tristeza em seu coração ao tomar tal decisão, está seria a única alternativa viável se quisesse o proteger.
Andrez arrumou todos os seus pertences em baús e malas para poder voltar para sua casa ao lado de sua irmã. Quando já estava tudo arrumado, saiu de seus aposentos e fora para a grandiosa sala de jantar, onde a família fazia suas refeições.
Só encontrara ali o patriarca da família. Andrez concluiu que seria um bom momento para que pudesse falar sobre o que queria fazer.
- Senhor Novachrono, gostaria de lhe falar por um momento! - Andrez comentou meio relutante quanto aquilo.
- Claro, o que gostaria de me falar? – perguntou calmamente.
- Como é do conhecimento de todos, meu pai não está muito bem de saúde e com a vinda de minha irmã ontem, eu não poderei ficar por mais tempo aqui em sua casa. Assim, lhe agradeço por tudo que o senhor fez por mim! - ele falou firme e determinado.
- Pois bem, eu não poço forçá-lo a ficar aqui, então espero que tenha uma ótima viagem e entregue meus cumprimentos a meu velho amigo! – só falou isso, o encarando brevemente.
Ele não participaria daquela refeição, pois ainda tinha coisas a organizar. Quando iria sair para terminar os preparativos da viagem, acabara vendo Antonie a adentrar ao local aonde estavam. Andrez saíra, não tendo coragem de encarar os olhos inquietos de Antonie, que ficou a sós com seu pai naquele ambiente.
Por sua vez, Antonie estava à procura de sua mãe e acreditava que ela já estaria ali, mas acabara por escutar o final da conversa de Andrez com o seu pai, então, pôs-se a perguntar para o pai sobre as duas coisas que queria saber.
- Pai? –perguntou, meio incerto do que fazia. Estava um tanto quanto inseguro de falar com seu pai, pois eles nunca tiveram muito tempo um com o outro - O senhor sabe aonde está a mamãe?
- Sua mãe está nos aposentos! - falou sem o encara-lo.
-Os Whistledon estão de partida hoje? – emendou e então Eduardo encarou o filho.
- Sim! Eles irão retornar para sua família hoje! Para ser mais preciso, em alguns minuto! - falou o Eduardo encarando o filho, receoso por seu filho ter lhe questionado sobre tal viagem - Qual a curiosidade sobre isso? Quem deveria estar fazendo perguntas é seu irmão Maurice, já que a noiva dele está indo embora!
- Não seria isso! - tentou desfazer a possível desconfiança do pai - Só me lembrei do motivo de Andrez estar aqui, já que ele foi atacado enquanto estava regressando para casa... - Antonie não deixou transparecer a angustia que estava sentindo. – Os ladrões não foram pegos, eles podem voltar a atacá-lo!
- Tinha até me esquecido desse assunto! - pensou um pouco e então concluiu - Irei mandar alguns guardas... –Antonie interrompeu o pai, apesar de saber que poderia ser severamente castigado pelo mesmo com a audácia que tomara.
- Não será necessário! Irei junto com os dois! Da última vez quem o ajudou fui eu e quero ver com meus próprios olhos que meu... amigo chegara bem! - o coração de Antonie se apertara quando tivera que falar que seu amado era apenas seu amigo.
Eduardo não gostara nem um pouco que o filho o interrompera enquanto estava a falar, mas deixaria passar daquela vez e por fim acabou concordando com o filho, recebendo um agradecimento sincero do filho, que se retirou em seguida, em busca da sua mãe.
Antonie estava à procura da mãe pois iria pedir a ela o anel da família e estava disposto a entregá-lo a Andrez, já que queria que o mesmo soubesse que ele estava a levar aquela relação deles muito a sério, tão a sério que até iria pedir o anel da família a sua mãe.
Ele andara da onde estava o pai, indo em direção ao corredor - logo depois de passar pelas escadarias - que daria aos aposentos de seus pais, para a frente da porta. Ele parou um pouco, respirou por conta do nervosismos e bateu brevemente na porta logo ouvindo da mulher ao lado de dentro a autorização para entrar.
Ele adentrara o cômodo e encontrara sua mãe a bordar um pano. Quando ela percebera quem era, largara o que estava fazendo e se levantou, indo em direção ao filho.
- Meu filho, precisa de algo? – ela perguntara, já que normalmente seus filhos não iriam aos seus aposentos.
- Mamãe, queria lhe pedir algo... - ele hesitou em falar por um momento, já que sabia que seria questionado pela mulher, mas estava decidido que iria até o fim – queria lhe pedir o anel da família.
Quando ele terminara de falar, o rosto de sua mãe estava surpreso e muito feliz com tal notícia.
Muitas das família nobres tinham seus anéis tradicionais e tais eram usadas e dados a outra pessoa quando a amassem de verdade e queriam passar o resto da vida com tal pessoa. Então a mulher colocou suas mão no rosto do filho, sentindo-se muito emocionada e prestes a chorar. Antoine só viu sua mãe em tal estado nos nascimentos de seus irmãos mais novos e constatou que no próprio e de Maurice também a matriarca chorara, mas fora isso, nunca viu a mulher chorar.
A mesma já estava a imaginar como seriam seus futuros netos. Ela esperava que eles puxassem a seu filho, que era um rapaz que para ela, era como um anjo de tão lindo que achava seu filho. Mas claro que ela teria que ser convicta quanto a essa decisão.
- Meu filho, tem certeza de que não está sendo precipitado? Você ainda tem tantas coisas a aprender e viver... – falava o mais sincero possível, por mais que queria muito ver todos os seus filhos casados e construindo suas famílias, mas teria que ter cuidado de quem agregara em sua família.
- Mamãe, eu tenho certeza! Sempre amei, mesmo depois que passamos vários anos separados e agora que voltara, quero que fique comigo para sempre... eu amo de verdade! - falava muito sincero e com um enorme sorriso apaixonado no rosto.
- Estou tão emocionada... um dos meus filhos mais velhos me pedindo o anel de família para dar a uma moça... - as lágrimas em seus olhos transbordaram de emoção - traga ela aqui assim entregar o anel a ela! - o sorriso de Antonie sumira um pouco e ficara um pouco triste com tal situação.
- Claro, Mamãe! Assim que eu voltar da viagem que farei com os Whistledon... - falara com um sorriso tímido.
A matriarca se virou, indo em direção ao seu porta joias e pegou um anel majestoso de prata com pequenos quartzos negros por toda a sua extensão.
- Irá viajar com os Whistledon? – voltou com o anel em suas mãos - Nunca perca esse anel, meu filho! - recomendou.
- Não perderei, mamãe! Esse anel será muito importante para mim! - ele pegou o anel e o guardou e com a outra mão acariciou a cabeça da mãe e beijou sua testa, saindo logo em seguida.
Ele iria entregar a Andrez quando estivesse a sós com ele, mas nesse momento iria arrumar suas coisas e depois iria se encontrar com Andrez para contar tal notícia sobre a viagem. Teria que ser rápido, já que estavam prestes a partir para o condado a qual Andrez pertencia.
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