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História Leom - Festival de cerveja


Escrita por: MKimjin e kimiejeon

Notas do Autor


Yaaaay tudo bem com vocês?
Fugi um pouquinho dos padrões de atualização e voltei com Leom antes de SWM kkkkkk
Espero que gosteeeeem aaaaa
E, feliz aniversário @sweetcskess *----------*

Capítulo 10 - Festival de cerveja


Fanfic / Fanfiction Leom - Festival de cerveja

— Mesmo que eu não concorde com sua escolha caso ela seja sim, eu devo perguntar. — Taehyung chegou na cabine, me trazendo uma maçã. — Pegue, não foi tomar café hoje.

— Qual escolha? — Perguntei, aceitando a maçã, sem graça.

Estávamos no dia seguinte da festa da fogueira e eu não sabia onde enfiar minha cara, depois de ter sentado no colo de um pirata e tê-lo beijado até não aguentarmos mais e dormirmos abraçados. Sim, isso mesmo. Quando acordei, era impossível identificar onde começava o Taehyung e onde terminava eu. Só não digo que éramos um só, porque isso soaria muito gay, e eu não gosto de meninos.

Enfim, eu até tentei me afastar e sair dos braços dele para deitar no chão antes que ele acordasse, mas quanto mais eu tentava me afastar, mais embolado a gente ficava, até ele se pronunciar sem mesmo abrir os olhos.

— Quer fugir para fingir que a gente não dormiu junto, bem agarradinho? — Me puxou de volta, apertando os braços em volta de mim e rindo perto do meu ouvido.

— Taehyung, me solta. — Pedi, morrendo de vergonha.

— Por quê? Está tão bom ficar com você aqui.

— A questão é que isso não está certo.

— Nada na minha vida é certo, Jungkook.

— Taehyung, é sério, deixa eu sair daqui. As pessoas podem ver.

— Primeiro que absolutamente ninguém entra na minha cabine sem a minha permissão, e segundo que eu não ligo para o que pensam.

— Mas eu ligo de ficar aqui. — Reclamei, o empurrando e finalmente conseguindo me soltar dos braços dele.

— Como você é chato, Jungkook! Aff que preguiça. — Se virou para o outro lado, abraçando o travesseiro.

— Chato é você. — Resmunguei, ajeitando minhas coisas no chão, para deitar.

Depois disso, ele ficou um tempo resmungando sozinho, até que se levantou e saiu, e eu só saí de lá, para me lavar, afim de tirar aquele resquício de rum, da noite passada. Depois eu voltei para a cabine, para ficar lendo os livros e tentando descobrir mais coisa — ou só disfarçar mesmo.

— Qual escolha? — Voltei a perguntar, vendo-o se jogar na cama e pegar um dos livros.

Mordi a maçã que por sinal estava muito gostosa.

— Estamos a caminho para Itsukushima. — Folheou o livro. — Se você realmente quiser desistir de procurar o tesouro, eu ajeito as coisas para te deixar perto de Busan. Mas preciso saber com antecedência, porque terei que desviar o caminho para fazer isto. — Pigarreou. — E aí, o que me diz?

— Como eu voltaria, se para seu pai, eu sou um prisioneiro?

— Vou mudar o curso do navio e vou dizer que foi você. — Me encarou, sorridente e eu retribuí o olhar, cético. — Meu pai vai ficar puto e vai fazer você andar na prancha e cair no mar. Só que eu já terei preparado um bote e você vai poder remar até a praia.

— Está maluco?

— Único jeito de te deixar em Busan. — Deu de ombros. — O máximo que posso fazer pra você, é disparar um tiro de canhão na direção da cidade, e isso vai chamar a atenção deles, o que obviamente vai ocasionar em te verem e irem te salvar.

— Claro que não! Nunca concordaria com isso.

— Isso quer dizer que não vai voltar para Busan? — Riu de lado.

— Não irei. — Deixei um resmungo escapar e ouvi sua risada grossa. 

— Você é demais, Jungkook.

— Posso saber por quê?

— Está todo vermelho de vergonha de mim.

— Você sabe ser desagradável, né? — Ri cético.

— Isso não é ser desagradável, Kook. Eu entendo que você esteja sem graça por causa do beijo, mas não tem nada a ver, entende? Não precisa ficar com vergonha por causa disso. Beijos são normais.

— Não entre homens. — Retruquei.

— Entre homens também. — Insistiu. — Beijos são beijos e você gostou de me beijar, não adianta dizer que não.

— Taehyung, por que a gente não muda de assunto?

— Tá, tudo bem, você quem sabe. — Deu de ombros, pegando outro livro e abrindo por cima do que já estava aberto, nas mesmas páginas marcadas. — Nós devemos chegar em Itsukushima hoje de madrugada. Isto é, se o vento estiver favorável.

— É tão rápido assim?

— Na verdade, já estamos no meio do caminho. Seria um absurdo voltar para Busan a essa altura do campeonato e foi por isso que eu disse que não concordaria mesmo se você dissesse que queria voltar. — Riu sonoramente, vendo minha cara de tédio para ele. — Sério, estamos longe da Coréia. Mas, se quiser desistir de tudo, a gente rouba o Sereia da Gayoon e quando estivermos indo para a China, eu te deixo em Busan, mas naquele esquema que te falei.

— Não, obrigado.

— Tá, olha, pra você não me odiar muito, eu vou confessar que estava brincando sobre mudar o curso do navio e dizer que foi você.

O fuzilei com o olhar.

— Qual é, só queria deixar um clima agradável porque você está me olhando como se eu tivesse feito algo horrível com você. — Deu de ombros. — E sobre te deixar em Busan é verdade. Mas, para isso, terá que ser depois do festival, porque agora estamos entre as ilhas que cercam o Japão, ou seja, longe. E eu devo admitir que cheguei com esse assunto para saber se depois de ontem você iria querer desistir de tudo.

— Você é tão idiota, Taehyung. Sério, como você consegue me fazer mudar o ponto de vista a seu respeito assim, tão rápido?

— Sério? Que ponto de vista? — Semicerrou os olhos. — O que estava pensando de mim, antes?

— Argh, nada. — Desviei o olhar para o chão, sem querer render assunto. Ele realmente fazia ou falava coisas que me deixavam desconfortável.

O ouvi rir mais uma vez, e depois estalou a língua, dando um suspiro.

— Tá ok, vou parar de te deixar sem graça. — O encarei e vi que não havia uma expressão brincalhona e nem falsa.

— Sério?

— Sério. — Assentiu, dando um sorriso confortante. — Aliás, devo te contar que eu acho que descobri uma coisa que você vai gostar.

— E o que é?

— Espere. — Ele se levantou correndo e abriu uma das gavetas da sua escrivaninha, tirando de lá um papel enrolado, que eu acredito ser o que ele foi buscar ontem, enquanto estava em terra.

Com toda calma do mundo — ou cuidado, podia-se dizer também —, ele desenrolou o papel e o colocou sobre a cama.

— Veja. — Apontou para um desenho redondo no canto do papel. Era um círculo feito de três caveiras, as quais eu reconheci muito bem, por serem idênticas às caveiras dos nossos anéis. Parecia o Yin Yang, mas com três partes encaixáveis.

— O que é isso? — Senti meus olhos triplicarem sem a minha autorização. 

— O que acha que é?

— Não faço ideia. — O papel tinha algumas coisas escritas no cantinho, numa língua bem parecida com a dos livros, e bem no meio tinha o desenho de um tridente, onde cada um dos seus espetos recebia um detalhe extra, como uma garrafa de rum, uma serpente e uma moeda. Mas estava só o desenho, sem legenda alguma. Me aproximei mais e vi, bem pequeno, em cada lenço de cada caveira, estava um nome escrito. — Jun, Ichigo e Feng… — Sussurrei. — São eles? Os reis da lenda? Meu bisavô e aqueles outros? — Mesmo que seja óbvio, eu tive que perguntar.

— São. — Murmurou. — Encontrei esse pergaminho numa loja de antiguidades.

— Por acaso?

— Claro que não. Tinha um papel solto dentro de um dos livros com o endereço de lá, e eu fui atrás.

— Então a gente estava ancorado naquela ilha por armação sua?

— Exatamente.

— E por que não me contou?

— Eu queria ter certeza. — Piscou um olho. — Não acreditei muito que poderia ter alguma coisa valiosa lá, mas aí eu encontrei um velhinho. Ele me disse que já viu o Leom, porque é claro que eu perguntei se tinha algo lá à respeito da lenda.

— E aí ele te deu um pergaminho. — Fiz um bico e levantei as sobrancelhas.

— Exatamente. Sei que é estranho, mas é verdade, eu não estou mentindo.

— Bem cafajeste você. — Cruzei os braços. — Deveria ter me contado, Taehyung!

— Eu disse que não levei muito a sério.

— Não levou a sério e encontrou algo relativamente importante!

— Não gostou de ter achado isso?

— Não gostei de você saindo para resolver coisas que envolvem nós dois, e não me contando nada. Como posso confiar em você assim? O plano não é nosso?

— Hey, calma Jungkook. — Riu nasalado. — Para mim não era nada de mais.

— Aí você saiu meio que escondido só por isso. — Levantei as sobrancelhas.

— Ah, não pira, ok? — Fez uma careta, recolhendo o papel. — Achei que você ia gostar e iria acabar estudando mais este papel comigo para ver se encontramos mais coisa, mas vi que estava errado. Credo, seu sem graça.

Eu preferi ficar calado, a ter que ficar retrucando e ele tentando sair de inocente. E mais uma vez eu estava bobo por causa de uma trapaça dele, sendo passado para trás mais uma vez, por ainda não acostumar que ele é um maldito pirata.

Mas ok, se ele queria começar a fazer coisas por conta própria, talvez eu devesse fazer o mesmo e começar a guardar informações só para mim, afinal de contas, o Leviatã era meu, e eu já li 90% das coisas que tinham naquele quartinho do meu bisavô.

Eu sabia de muita coisa que ele não deveria saber.

— Ah, e só para deixar claro, esse era o símbolo da Aliança do Tridente, onde tinham os nomes dos três reis nas bandanas das caveiras. O velhinho me disse que o tridente nunca esteve sozinho e que alguns detalhes foram apagados com o tempo, porém tinha como recuperar, mas eu não sei o que ele quis dizer com isso.

O tridente não me era estranho e eu tenho quase certeza de que já havia visto ele em algum lugar. Provavelmente já li algo sobre ele em algum dos livros no quartinho do meu bisavô, e eu iria me esforçar para lembrar.

E quando lembrasse, seria a primeira coisa que eu deixaria guardado para mim.

{...}

Eu acordei com um solavanco e naquele momento eu tive certeza que estavam ancorando o Hebi de novo. O dia já estava muito claro, o que denunciava estar de manhã, e todas as minhas certezas vieram a ser confirmadas quando eu saí da cabine e vi uma fileira enorme de navios ancorados no porto.

— Itsukushima. — Murmurei, assustado com a beleza do lugar e com a quantidade de piratas que estariam ali para o festival de cerveja artesanal.

— Olha a Bela adormecida acordou. — O desagradável do Taehyung surgiu do nada, com aquele sorriso sarcástico nos lábios. — Achei que teria que te acordar com um beijo, hoje.

— Não enche, já falei que não gosto de meninos. — Eu saí andando, para pegar um balde com água e lavar o rosto.

— Vai ficar me ignorando hoje também?

— Não estou te ignorando, só estou abstraindo os comentários desnecessários que você anda fazendo.

— Ah qual é, não são tão desnecessários assim. Você que não vê que eu fico apenas tentando colocar um pouquinho de humor entre a gente, já que parece que quanto mais tempo passamos juntos, mais você me odeia.

— Eu não te odeio. — Joguei água fria no rosto e esfreguei com vontade. — Odeio seus comentários desnecessários e desagradáveis, só isso.

— Às vezes eu esqueço que você é um príncipe e te trato como as pessoas que eu tenho costume de conviver. — Ele falou relativamente baixo e eu o encarei, confuso. — Desculpa, sério.

— Tá, fica tranquilo. — Esfreguei mais o rosto, aproveitando para jogar água no pescoço.

— E então, ainda está bolado por causa do pergaminho que peguei sem você?

— Que isso, imagina. — Ri nasalado, de uma forma mais sarcástica possível.

— Vai guardar rancor, não vai?

— Nop.

Só irei esconder as coisas de você.

O pensamento me fez rir, e sua expressão ficou mais confusa ainda.

— Mas então, qual o plano para hoje? — Preferi perguntar, para que ele mudasse o foco e  parasse de me encarar como se eu fosse um maluco. — Já sabe se a Gayoon está aqui?

— Não sei, mas é bem provável que ela já esteja. Ela sempre vem, só porque ela é a dona da única tripulação feminina dessas águas.

— E como ela é?

— Ela é gostosa, mas chata, então não se anime muito.

— Taehyung, a última coisa que eu quero, é me animar para cima de uma pirata.

— Isso quer dizer que você se animaria para cima de um pirata? — Seu sorriso cafajeste me fez ter vontade de pegar sua faca e rasgar aquele rostinho perfeito.

— Só se for para encher ele de porrada.

— Hum, que agressivo. Adorei.

— Taehyung, menos, tá? Bem menos.

— Ah, Jungkook, caramba, eu não quero que esse clima bizarro fique entre a gente. Nossa, tínhamos combinado até de sermos amigos, e agora você fica me tratando com essa frieza, só porque… — Diminuiu o tom de voz. — Eu te beijei.

— É só você esquecer isso, Taehyung! Entenda que para mim é meio complicado lidar com essa realidade, enquanto você não para de falar sobre isso.

— Você parecia gostar quando eu investia em você, e foi só por isso que eu tentei alguma coisa. 

Levantei as sobrancelhas e fiz um bico, como quem evitava de falar uma besteira.

— Está vendo? Você gostou, não foi?

— Não interessa.

— Ah interessa sim. — Ele se aproximou mais. — É importante para meu ego. Você gostou?

— Claro que não, você é um garoto. — Resmunguei.

— Eu não sou um garoto. — Apoiou a mão esquerda num barril que estava à minha frente. — Eu sou um homem. — A firmeza em suas palavras me deixou até meio sem jeito.

— Grande diferença. — Revirei os olhos, tentando sair indiferente.

— Há uma grande diferença e você sabe disso. — Ele se aproximou mais um pouco. — A questão é que você não deve ficar se martirizando por isso. A gente se beijou e pronto, aja com normalidade. — Deu de ombros. — Foi só um beijo, nada demais, sacou?

— Mas para mim é.

— Por quê? Só porque sou um homem?

O encarei da forma mais desanimada possível, analisando suas sobrancelhas arqueadas e seu olhar de quem não está nem aí para o beijo que rolou.

— E a gente ainda dormiu junto. — Acrescentei.

— E a única coisa que mudou na minha vida foi ter sido acordado com você tentando se soltar. — Arregalou os olhos, com as sobrancelhas erguidas, fazendo uma careta me convencendo de que realmente não foi nada demais. — Entendeu como que você está fazendo alarde em coisa desnecessária?

— E por que você fica mencionando isso toda hora, já que não é nada demais?

 — É porque foi bom! Tipo, eu gostei pra caramba, e acho que foi bom pra você também, ter experimentado algo diferente, já que você se guarda demais.

— Taehyung-

— Você vai acabar se casando com uma garota, só para agradar seus pais e pelo desespero de foder logo. Fica com essa ideia de que não beija garotos, mas mal sabe que é exatamente isso que você gosta.

Eu não respondi nada, porque meu mais profundo interior sabia exatamente que ele não estava mentindo. Eu tenho meus princípios de me guardar, mas a questão é que eu não queria tornar contatos íntimos uma coisa banal na minha vida. Fico imaginando como seria estranho se em todo lugar que eu fosse e me sentisse atraído por alguém, eu transasse com essa pessoa e depois sumisse, sem saber o que a pessoa faz, onde mora, e mal, mal o nome.

Taehyung tem cara de que faz isso. Pelo visto, toda vez que o Hebi atraca em algum lugar, ele sai e fode alguém, para voltar com o prazer renovado, e isso é bizarro, porque ele bem provavelmente sequer já viu a pessoa, e na minha cabeça, deitar com uma pessoa, vê-la nua, ter um contato íntimo com ela, e nunca ter ao menos conversado, é bizarro demais. É como se eu tivesse pegando um copo aleatório achado na rua, bebesse bastante água nele e depois jogasse fora. É algo intenso demais para ser tratado com tanto descaso.

Mas por outro lado, eu sou um ser humano também. Sinto vontades, tenho desejos secretos, e um deles, ultimamente, está sendo o próprio Taehyung. Nunca antes na minha vida, eu tive atração por um garoto. Sempre me encantei por garotas, e das mais recatadas. Não que eu seja careta, mas eu acho chique e atraente uma menina que gosta de se vestir com elegância, que gosta de se manter arrumada, que passa um batom mais claro na boca, apenas para dar uma corzinha e não chamar muito a atenção. Sempre gostei de vê-las de salto, e do perfume que elas usam. Gosto de meninas delicadas, e as que eu tive o prazer de beijar, eram assim. Eram toques suaves, sem língua e carícias tímidas nos meus ombros. Minhas mãos sempre ficaram coladas em suas cinturas e o beijo durava pouco, porque elas eram tímidas demais.

Mas o Taehyung não. Ele era o completo oposto, e mesmo assim, me atraía. Ele é um maluco de cabelo vermelho, com várias tatuagens pelo corpo, usa roupas desleixadas e por vezes, rasgadas por algum corte que recebeu. Fala palavrão, cheira a rum e erva-doce, bebe o dia inteiro, flerta comigo na cara dura, me puxa pela cintura, me xinga, aponta uma pistola na minha cara, tem a audácia de cruzar uma espada comigo, me esconde as coisas, me beija com voracidade, beija meu pescoço, me faz sentar no colo dele, puxa meu cabelo, aperta minha cintura, me faz ficar duro e acima de tudo, é um maldito pirata.

— Eu não me casaria para agradar alguém. — Murmurei. Acho que ele nem se lembrava mais do assunto, porque dirigiu o olhar para mim, com a testa franzida. — Você disse que eu vou me casar para agradar meus pais e por causa do meu desespero de foder logo.

— Ah, e não é verdade? — Seu tom se suavizou.

— Taehyung, essa questão de me guardar, é porque eu não quero sair ficando com todo mundo por aí. Não quero ter uma lista extensa de fodas e mal saber o nome de quem eu fiquei.

— Kook, eu nunca disse para você ter uma lista extensa de foda. — Voltou a encarar o mar, se debruçando no barril. — Só falo para você experimentar as coisas — suspirou, ficando de pé normalmente. — Mas se você não quer, quem sou eu para mudar isso. Venha, vamos tomar café, porque hoje o dia vai ser cheio. — Deu o assunto por encerrado, mesmo que indiretamente.

{...}

O festival de cerveja artesanal era o seguinte: todo mundo é brother de todo mundo e mesmo se você for inimigo enquanto está na água, em Itsukushima, você também é brother.

O festival realmente acontecia no meio da ilha. Eles montaram muitos estandes de cerveja — e quando eu digo muitos, eu quero dizer muuuuuuuuuuuuitos —, e em todos eles tinham barris e barris de cerveja, que eram produzidas pelos próprios piratas que habitavam a ilha.

Taehyung me contou que ela meio que era um refúgio para piratas “aposentados”, e como não estavam mais no mar para sair saqueando e lucrando com isso, eles abriram esse negócio de cerveja, para faturarem muita grana nesses dias do festival, já que todos os piratas das redondezas iam para lá, como um encontro anual quase obrigatório.

A praia ficava vazia, não era possível ver nem um macaquinho pulando nas árvores. Mas quando se passava pela arquitetura de templo japonês que separava a areia do restante da ilha, já era possível ver todas as pessoas se divertindo, cumprimentando alguém que provavelmente viu no último festival e outros já se juntando com algumas garotas — prostitutas — que também moravam na ilha.

E mais uma vez eu estava surpreso. A imagem de piratas valentões estava sendo substituída por um grupo gigantesco de amigos, que também se juntavam para beber. No fim, era um bando de bêbados.

— Vou pegar uma cerveja pra gente. — Taehyung me puxou com cuidado para um dos estandes.

— Eu não vou beber. — Respondi de imediato, balançando as mãos negativamente.

— Ah qual é, Jungkook, beba uma caneca aí.

— Eu acho que-

— Olha só quem eu vejo por aqui. — Uma voz feminina me interrompeu, e o Kim se virou para trás, para saber do que se tratava. — Kim Taehyung. — Seu sorrisinho de lado parecia de uma pessoa completamente feliz por tê-lo visto.

— Jeon Jiyoon. — E o sorriso dele foi igual.

A garota não precisou nem de esticar os braços, e ele já estava segurando a cintura dela, a deixando colada nele, apertando forte.

— Quanto tempo. — Murmura, ainda sem notar minha humilde presença.

— Pois é! Chegou que horas?

— Estamos aqui desde cedo, Gayoon insistiu que chegássemos cedo e aqui estamos.

— E onde ela está?

— Por aí. Está bebendo desde que chegamos, e falou que vai fazer questão de beber os dois dias de festival. — Revirou os olhos. — Mas então, como estão as coisas?

— Ah, do mesmo jeito. E com um prisioneiro, desta vez. — Eu fui puxando sem o mínimo de cuidado, ficando ao lado dele.

— Prisioneiro? Por quê?

— Ah, sabe como é, coisa de pirata — balançou a mão como se não fosse nada. — Dinheiro.

— É, eu entendo. E qual seu nome, jovem prisioneiro do lindo do Kim?

— Sou-

— Esse aqui é o Kwon Dosung. Pai dele tem uma graninha e eu to chantageando um pouquinho.

— Huum… — Fez um biquinho e se aproximou de mim. — Aproveite, porque passar o tempo inteiro perto do Taehyung, é um privilégio para poucos.

— Eu preferia estar em casa. — Respondo de forma amarga, entrando no papel de sequestrado triste. — O Taehyung é desagradável e fica me ameaçando o tempo inteiro.

Ela arregalou os olhos e segurou o sorriso, quando o Kim fez uma cara emburrada e me fuzilou com o olhar.

A garota era exatamente o contrário das que eu disse que me sentia atraído. Ela usava roupas vulgares, o cabelo era tingido de loiro, tinha um batom bem vermelho na boca, se insinuava para cima do Tae, e não falava de forma delicada — apesar de parecer ser uma pessoa legal.

Ela me encarava, mas não parecia estar me julgando, mas sim com pena do que aconteceria com o prisioneiro, ou com um pouco de inveja por eu ter o “prazer” de estar ao lado do Taehyung.

— Então. — Ele se aproxima dela e toca seu queixo, capturando total a atenção da garota que sorriu largo. — O que você acha de ficar de guarda no navio amanhã? — Murmurou, acariciando o lábio inferior da garota com o polegar. Ela levanta as sobrancelhas. — Pode ser que eu faça uma visita.

— Eu realmente acho que o Smeraldo está precisando de uma certa limpeza — deu de ombros. — Vou me prontificar para ficar lá amanhã. — Piscou o olho esquerdo, se aproximando mais e segurando o pulso dele. — Se quiser, leve seu amiguinho também. — Desta vez, ela piscou para mim e instantaneamente abaixou a mão dele, até que tocasse seus seios. — Tem pra todo mundo.

Ela saiu andando e ele ficou com aquela cara de babaca, encarando os passos da garota que andava quase rebolando. Aí eu fiz questão de cruzar os braços e ficar olhando para a cara dele, pra ver se ele caía na real.

— O que foi? — Finalmente me olhou.

— Então o plano realmente é esse?

— Qual?

— Você vai transar enquanto eu faço o serviço sujo.

— Ah — riu descaradamente, voltando a atenção para o estande. — Jason, me dê duas canecas de 500, por favor. E anote na conta do Hebi. — Debruçou no balcão, usando seu sorriso amistoso. Jason nem se importou em fazer aquela anotação e tomar um calote depois. Pelo jeito, a tripulação do navio Serpente era bem conhecida e provavelmente, boa para os negócios. — Eu não vou transar com ela, Jungkookie. — Murmurou para mim.

— E essa visitinha?

— Então — esticou os braços, pegando as canecas, logo me entregando uma.

— Não, eu… não vou beber, já disse.

— Ande logo! — Estalou a língua no céu da boca, impaciente.

Acabei aceitando, a contra gosto. Eu sei que meus pensamentos secretos e qualquer tipo de álcool se dão super bem, e eu não queria que eles se encontrassem agora. Mas fazer o quê.

— Pois bem. — Iniciou, após dar um gole na cerveja e lamber os lábios limpando a espuma espessa. — Perfeita como sempre, Jason!

— Valeu, Kim! — Jason era até jovem para ser um “aposentado”. Imaginei que fosse filho de alguém ou só um morador aleatório da ilha.

— A gente vai fazer essa visitinha, e eu vou chantageá-la. Posso amarrá-la e a gente pega o Sereia.

— Você não vai ter coragem de fazer isso com ela, Taehyung.

— Você não me conhece, Jungkookie. — Mais um sorrisinho cafajeste.

— Ela parece gostar de você e você parece adorar ela.

— Nah — fez uma careta, voltando a andar. — Ela é afim de mim e eu estou me aproveitando da situação, porque eu não dou muita ideia pra ela. Eu não costumo dar muita ideia para mulheres.

— Mas… — Beberiquei minha cerveja, como quem não quer nada. — Vocês já…

— Não, e ela é louca para me ter. Por isso vai ser fácil.

— Você é muito convencido, não?

— Não mesmo! Isso foi ela que me contou. — Taehyung sentou em uma mesa de madeira e apoiou os pés no banco que estava em frente. Ficamos bem mais afastados das pessoas. Praticamente imperceptíveis. — Ela é irmã da Gayoon.

— Nossa! — Eu percebi que fiz uma careta, porque ele gargalhou alto e assentiu.

— Sim, ela é irmã da Gayoon, e diferente das garotas que você costuma beijar, Jungkookie, ela não é nada discreta.

— Ah é?

— Uhum — encheu a boca de cerveja mais uma vez. — Ela é uma pirata — deu de ombros, como se tivesse falando algo bem óbvio — ela não tem um pingo de decência. É uma pessoa legal e divertida, mas é bem promíscua.

— E vai falar que você não gosta. — Levantei as sobrancelhas, e o olhar que ele me lançou foi de alguém que eu acabei de ferir o ego.

— Então você realmente acha que eu sou o tipo de pessoa que fica com qualquer um que olha para mim?

— Ué, e não é?

— Claro que não. Eu tenho sim meus casos de uma noite só, mas eu tenho que ter um certo interesse na pessoa também, saca? Não fico com qualquer um.

— E agora o seu interesse está nela. — Eu tentei usar meu tom mais óbvio possível.

Ele virou o restante da cerveja e soltou o ar audivelmente, se deliciando.

— Nnnnão. — Respondeu finalmente, levantando as sobrancelhas e me encarando no olhos. — Agora o meu interesse está em você.

— Ah, para, Taehyung — abaixei a cabeça, envergonhado demais. — Não viaja.

— Claro. — Riu nasalado e eu sentia que ele estava me secando com o olhar.

Eu estava de pé ainda e foquei em ficar brincando com uma pedrinha que estava no chão, usando a ponta do meu pé direito. Ele se inclinou sobre a mesa e apoiou os cotovelos sobre os joelhos, me vendo beber a cerveja para disfarçar o incômodo. 

 — Vem cá. — Falou baixinho, mas num tom meio autoritário.

— Pra quê?

— Não enche — se inclinou mais e me puxou para perto, me fazendo enfiar entre suas pernas e me prendendo lá, ao colocar os pés no banco, de novo.

— Taehyung? — Eu admito que tentei desviar do olhar dele que estava penetrante demais, mas não estava adiantando muita coisa.

— Hm? — Segurou meu queixo e me fez olhar para ele.

— Que está fazendo? — Saiu como um sussurro. Eu estava desestabilizado por causa da proximidade e ele sabia disso.

— Eu quero beijar você. Sóbrio.

— Eu não to sóbrio, tá? Eu bebi muito.

— Meia caneca de cerveja não faz você perder a noção das coisas. Só ficar um pouco solto. — Ele pegou minha caneca e a colocou sobre a mesa. 

— Taehyung, não sei se seria uma boa ideia. — Murmurei. — Eu sou um príncipe.

— Eu sei. — Se inclinou, deixando um beijo no meu pescoço. — Mas você não sente vontade, às vezes? — Sussurrou no meu ouvido, puxando o lóbulo da minha orelha entredentes.

— Eu sinto e é por isso que não sei se isso é uma boa ideia. E se isso for além do que deveria e… — Não terminei a frase. Travei meu olho no dele e engoli em seco. — Taehyung, eu não posso me envolver com você. Eu sou diferente de você com essa questão de relacionamentos e…

— E? — Me incentivou, acariciando minha bochecha com o polegar.

— E se eu gostar?

— Já te falei que enquanto você estiver no navio, minha boca será sua. Se gostar, é só me beijar quando quiser. — Riu, daquela forma cafajeste. — E minha boca serve para muitas outras coisas, também, tá? — Seus lábios se direcionaram para meu pescoço, onde ganhei um beijo, e outro, e mais um, até ele me puxar para mais perto e deixar uma mordida bem forte ali.

— Ai, idiota.

— Jungkookie?

— Que é?

— Você é um príncipe, eu sei disso. Mas corre o sangue de um pirata famoso nas suas veias, e isso você não pode negar. — Voltou a me encarar bem de pertinho. — Enquanto você estiver na sua mansão, aja como um príncipe, mas enquanto estiver comigo, seja o neto do Jun?

— Bisneto. — Corrigi, o vendo revirar os olhos. 

— Que sejaaaaaaaa!

— Tá — gargalhei —, e o que você quer que eu faça? — Segurei a gola do seu colete e o puxei para um pouco mais perto.

— Seja um pirata. — Falou simples, mordendo meu lábio inferior. — Sem leis, sem princípios, e meu. — Senti suas duas mãos tocarem meu rosto e ele grudou nossos lábios, dando vários selinhos demorados e delicados.

— Mas eu não gosto de garotos. — Ri sobre seus lábios, porque eu só queria encher o saco dele, mesmo. Àquela altura, quem era o príncipe e quem era Jungkook? Ninguém!

— Mas eu sou um homem. 

Aí ele me beijou mesmo, puxando meu lábio inferior entredentes e enfiando a língua na minha boca, sem nem pedir permissão.

Era exatamente o tipo de beijo que eu disse ser totalmente contrário aos que as garotas tímidas costumavam dar. Taehyung iniciou segurando meu rosto, mas quando menos assustei, ele já tinha apertado minha cintura e agora suas mãos estavam na minha bunda, nos deixando colados enquanto ele se inclinava sobre mim, domando o beijo.

Eu era inexperiente e isso nem precisa falar, né. Se fosse uma garota, eu estaria com as mãos espalmadas na cintura dela, mas definitivamente não era uma garota, e eu estava sem graça de deixar minhas vontades falarem mais alto e acabar sentado no colo dele de novo, ou pior.

Mas eu não podia negar que estava tentado a puxar os cabelos dele, então eu deixei fluir. Fui subindo minhas mãos por seus braços, chegando no pescoço, e assim que senti o tecido de sua bandana preso num nó perto da nuca, eu o puxei, jogando em qualquer canto e emaranhando meus dedos naquele local, puxando os fios vermelhos e ouvindo ele resmungar sobre minha boca.

— Você não tem noção… — Chupou minha língua. — De como isso me atiça, Jungkookie. 

— Bom saber. — Ri.

— Olha só, está deixando o ladinho do neto barra bisneto do Jun fluir, hein.

— Culpa sua.

— Eu disse que ia te corromper, Jungkook. E olha só, está em meus braços de novo, mesmo depois de passar dois dias inteiro negando e me evitando.

— Vai começar?

Sua risadinha gostosa tomou conta dos meus ouvidos, e ele tocou meu queixo, me dando outro selinho.

— Relaxa, não vou começar. Eu vou é pegar outra cerveja pra gente.

— Olha, eu-

— Nem vem. — Se levantou. — Eu já volto.

Esse salafrário pulou da mesa e saiu correndo, me deixando perdido com meus pensamentos impróprios.

Eu tava ferrado e nem precisa comentar. Todos meus princípios de me guardar para minha esposa foram por água abaixo e o pior é que mesmo negando para mim mesmo, eu estava gostando disso.

E ele sabia bem disso.


Notas Finais


Pessoal, bora nos seguir no insta das fics ^^
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BEIJÃO, espero que tenham gostado ;D


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