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História Les Trois Visages de L'amour - Acho que precisamos conversar


Escrita por: mills_trevosa e Nay_Migliori

Notas do Autor


Boa noite coisas lindas, tudo bem?

Enfim sexta em ... Eu espero que vocês gostem desse capítulo, está um pouco mais tranquilo, pq eu lamento informar que vem bomba por aí!

Bom sem mais delongas, boa leitura!

Ps: Desculpem qualquer erro.

Capítulo 14 - Acho que precisamos conversar


POV - Narrador 


   Frontenac sentia a raiva tomar todo seu corpo. O ódio e a repulsa que sentia causavam um gosto amargo em sua boca, se culpava por ter sido tão ingênua. 

   Não sabia de quem sentia mais raiva. Se era de Delphine por ter a envolvido em seu jogo egoísta de manipular as pessoas a sua volta, de Cosima por não ver os sentimentos que nutria por ela ou dela mesma por ter permitido ser arrastada para as duas situações acima. Se sentia culpada por estar onde estava naquele exato momento. 

   Alex parou por um instante notando que já estava em frente a entrada do Instituto, mas não se lembrava do caminho que havia percorrido até chegar ali. Estava tão absorta em seus pensamentos e lamentações que nem ao menos se preocupou em prestar atenção no caminho que fazia e muito menos para onde iria. Antes que pudesse reiniciar sua caminhada tortuosa e lamentativa ouviu uma voz a chamar.

   - Alex, por favor, espere! - ouviu a voz da mulher que fazia seu coração bater mais forte e por vezes perder algumas batidas. Não podendo simplesmente ignorar a presença de Cosima, cessou os pouco passo que começara a dar,mas não a encarou - Olhe pra mim - pediu Niehaus a alcançando e tocando seu braço, mas não obteve respostas - Por favor Alex! Precisamos conversar.

   - Não temos nada para conversar Cosima - respondeu pela primeira vez ainda de costas. 

   - Me deixe explicar pelo menos!? - suplicava Cosima.

   - Não tem o que explicar - se virou para encarar Cosima. Seus olhos eram um oceano de lágrimas - Você está apaixonada por ela, isso qualquer um, até mesmo um ignorante consegue ver - a cada palavra pronunciada seus olhos se enchiam mais com os seus sentimentos expostos - Encaremos os fatos. 

   - Não estou apaixonada por ela Alex ...

   - Cosima não minta pra mim e pior, não minta para você mesma - a mulher a sua frente desviou seu olhar do dela e fitou o chão - Você nem mesmo consegue esconder. Não sei nem dizer se tenta fazer isso.

   - Eu não sei o que estou sentindo, não quero que você esteja certa, mas também não quero que esteja errada - as palavras de Cosima só aumentaram a dor que a outra sentia. 

   - Como consegue gostar de uma pessoa como ela? - indagou - Uma pessoa que brinca com todos a sua volta só para ter o que quer. Como consegue sentir algo por aquela mulher? - Cosima não queria brigar com Alex, mas aquelas indagações estavam fazendo seu sangue começar a borbulhar nas suas veias. " Quem consegue controlar quem ama e quem não ama?", Pensou momentos antes de ser bombardeada com a pior das indagações - Como consegue concordar com isso Cosima? 

   - Escuta, eu não concordo com nada do que ela fez independe dos motivos que a levaram a isso, mas não posso escolher por quem me apaixono ou não. Nenhum ser humano é capaz de tal façanha, não conseguimos controlar por quem nosso coração escolhe bater mais forte - assim que proferiu tais palavras percebeu o peso e a importância que as mesmas carregavam tanto para Alex quanto para ela. 

   - Exatamente - concordou - Eu por exemplo estou perdidamente apaixonada pela mulher mais encantadora que conheço, mas ela está apaixonada pela mulher que eu mais desprezo nesse momento - admitiu - A vida é engraçada, não é mesmo? 

   - Alex ... 

   - Não Cosima - estendeu a mão impedindo Niehaus de se aproximar - O que eu menos preciso agora é de sua pena - passou a mão pelos grossos fios pretos que compunham seu cabelo buscando clareza e coragem para fazer o que era preciso - Eu preciso de espaço, preciso me afastar de você, preciso dar um jeito de matar o que mal nasceu, mas que já faz um estrago e tanto aqui dentro - fitou a mulher a sua frente por uns instantes e após soltar um pesado suspiro prosseguiu - Então eu peço que você respeite isso e não me procure. Eu gosto muito de você Cosima, muito mesmo, mas no momento não consigo continuar sendo apenas sua amiga, pois não é o que você é pra mim, pelo menos não apenas isso. Então deixe eu me afastar de você e se ou quando eu estiver pronta voltar - Alex lançou um sorriso de canto sem separar seus lábios, claramente um sorriso de tristeza e se virou novamente seguindo seu caminho e deixando Cosima para trás. 

   Naquela noite Alex não sabia qual seria seu destino, mas mesmo assim não parou de caminhar. As lágrimas escorriam pelo seu pálido rosto marcando sua pele. Em alguns momentos os sentimentos de dor e arrependimento por deixar sua vida tomar um caminho tão doloroso fazia com que as lágrimas aumentassem consideravelmente, porém em outros instantes a raiva a dominava e se sentia uma tola por ter desferido apenas um tapa na cara de Delphine quando a loira claramente merecia um belo soco para quebrar aquele nariz empinado que carregava no rosto. 

   Já cansada da batalha interna e da caminhada que por sinal já tinha se estendido o bastante parou secando as última lágrimas que deixara cair. Avistou um bar um tanto quanto convidativo no outro lado da rua e se pôs a caminhar naquela direção. 

   Não era nada muito impressionante, na verdade lembrava muito os bares que pessoas que acabaram de sofrer uma desilusão amorosa procurava para afogar suas mágoas recém criadas.

   Adentrou o local e logo se sentou em frente ao balcão. Retirou seus óculos e passou as duas mãos em seus rosto e depois as conduziu até seu cabelo e logo o prendeu em um coque desajeitado. Quando voltou sua atenção para seus óculos em cima do grande móvel a sua frente notou a presença de alguém parado de frente com ela do outro lado do balcão. 

   - Você está horrível - falou a mulher que a olhava - Dia difícil no trabalho? 

   - Antes fosse - respondeu apenas - Me vê a bebida mais forte que você tem aí, por favor - pediu. 

   - Bom se não é trabalho só pode ser relacionamento - disse já pegou uma garrafa que continha um conteúdo vermelho e despejando em um pequeno copo para shots - Brigou com o namorado? - indagou entregando o copo para Frontenac. 

   - Eu só fiz o favor de entregar de bandeja a mulher que eu amo para uma egocêntrica sem escrúpulos que não se importa com ninguém além dela mesma e o pior é que essa mulher, a que eu amo, amo a egocêntrica sem escrúpulos - explicou em um único fôlego e virou o conteúdo que preenchia o copo de uma única vez - Campari? 

   - Sim. Todos acham que pinga é a melhor saída para afogar as mágoas, mas nada se compara a umas boas doses de Campari - piscou para Alex lhe servindo outra dose e agora servindo uma para ela também - Mas essa mulher, a que você ama, ela sabe disso? 

   - Agora sabe - fez um pausa e bebeu a outra dose - Depois de eu ter permitido que a egocêntrica levasse nós duas para sua cama e depois de saber que ela me usou apenas para conseguir o que queria.

   - Que no caso era pegar a mulher que você ama!?

   - Exatamente - concordou - Como eu sou burra - disse passando uma das mãos em sua testa.

   - Infelizmente eu sou obrigada a concordar com você - sorriu e se apresentou - Sou a Sidney, prazer - estendeu sua mão para Alex que logo a pegou.

   - Alex - respondeu. 

   - Então Alex, você realmente foi um pouco burra, mas como você poderia imaginar que ela usaria de alguns fetiches para causar toda essa confusão? Não se culpe por isso, por que pelo o que eu entendi a única culpada nessa história é essa tal mulher egoísta. 


   A conversa entre elas ficou cada vez mais interessante e envolvente. Sidney mal se importava em deixar que outra pessoa atendesse os clientes que chegavam. Ela estava ocupada demais apreciando a ótima visão que tinha a sua frente para se preocupar com o que iria escutar de seu chefe depois por dar atenção demais a um cliente.

   - Como uma pessoa igual a você pode estar sozinha a tanto tempo assim? 

   - Porque as pessoas sempre estão brincando de amar... Mas eu não brinco e nem jogo. E hoje em dia ninguém mais valoriza pessoas assim.

   - Gosto de pessoas intensas como você - aquelas palavras de Sidney fizeram  um pequeno rubor tomar conta das bochechas de Alex que na mesma hora desviou seu olhar da mulher a sua frente para suas mãos apoiadas no balcão. 

    Frontenac fitou seu relógio de pulso e se assustou quando viu que era quase 02:00 da manhã. O tempo passou por ele sem que ela notasse. Em sua mente faziam penas duas horas, no máximo, que estava sentada naquele bar conversando com Sidney.

   - Bom, eu preciso ir - começou - Conversamos tanto que nem vimos a hora passar e eu não sei se amanhã, ou melhor, se daqui a pouco eu ainda terei um emprego já que agredi minha "chefe" - sorriu meio sem jeito.

   - O tempo voa mesmo quando a companhia é agradável... Espero que ela não seja tão cretina a esse ponto, e espero também que volte mais vezes.

   - Obrigada Sidney! - agradeceu - Você me ajudou bastante hoje e eu nem sei como agradecer. 

   - Volte aqui para continuarmos essa conversa e quem sabe tomar mais alguns drinks - respondeu - Ah Alex tome, esse é meu número, se precisar desabafar, xingar a sua chefe ou só conversar mesmo, me ligue - entregou um guardanapo para Alex com algumas coisas escritas - Agora preciso trabalhar já que você tomou todo meu tempo. Tchau Alex! - disse em tom de brincadeira e foi para algum lugar dentro daquele bar. 

   Mais uma vez Alex se pôs a caminhar por aquelas ruas que agora estavam extremamente desertas. Vez ou outra passava um carro apressado por ela, mas nada que a fizesse prestar tanta atenção assim no que se passava a sua volta.

   A caminhada até sua casa levaria no máximo 40 minutos se estivesse preocupada em chegar rápido ou apressar o passo, mas naquela madrugada a unica coisa que queria era alinhar seus pensamentos e sentir o tempo passar devagar por ela.

   Não demorou muito para que alguns pingos de chuva caíssem em seu rosto a fazendo olhar para o céu e agradecer, pois não havia coisa melhor que um banho de chuva para lavar a alma. Logo aqueles poucos pingos se transformaram em uma intensa tempestade e em instantes Alex já estava completamente encharcada. 

   Amaldiçoou o fato de já estar a uma quadra de distância de seu apartamento, pois amava ficar na chuva, seja parada ou em movimento, mas não poderia passar mais muito tempo ali, pois conhecia muito bem seu organismo e tinha certeza de que só aqueles poucos minutos já lhe trariam problemas com sua saúde instável.




****


   Faziam dois dias desde a pequena briga entre as cientistas e Alex ainda não tinha aparecido no instituto. O clima entre Cosima e Delphine era o pior possível. Elas não se falavam, pelo menos nada fora do que eram obrigadas a falar.

   Niehaus estava distraída fitando o nada quando sentiu uma mão tocar o seu ombro e a tirar de seus pensamentos, ou da falta deles. 

   - Tá tudo bem? - indagou Scott - Porque o clima não tem sido dos melhores e a Alex não apareceu essa semana. Aconteceu alguma coisa? 

    "Você não faz ideia", pensou. 

   - Nada demais, coisas de mulher, TPM, essas coisas, não se preocupe - respondeu - Algum avanço com as últimas cobaias testadas? - mudou o rumo da conversa.

   - Eu acabei de checar o estado de saúde delas e o avanço da vacina e acho que temos ótimas notícias. 

   - Cê tá brincando? - um largo sorriso se formou nos lábios de Cosima com aquela informação. 

   - Não, não estou. Hoje pela manhã fui até as gaiolas para checar os camundongos e eles estavam bem, na verdade estavam melhores do que quando a vacina foi ministrada neles - sem dúvidas aquela informação fez o dia de Cosima melhorar mil vezes - Acho que achamos a cura Dra.

   Cosima não se conteve e praticamente pulou nos braços de Scott lhe dando um forte abraço .

  - Calma aí, é só uma possível possibilidade - disse o nerd de dentes grandes. 

   - Já é o bastante pra mim Scott - respondeu - Você nem imagina a importância dessa pesquisa pra mim.

   - Então me conta, assim posso ficar tão feliz quanto você com esse avanço. 

   Cosima estava prestes a começar a falar, mas foi interrompida por um barulho familiar, a porta sendo destravada. Alex entrou e parou por alguns segundos antes de cumprimentar os dois.

   - Scott ... Cosima - o nome de Niehaus saiu quase como um sussurro.

   - Hey Alex achei que não apareceria mais essa semana - falou Scott - Não tá aguentando a pressão do Dyad? 

   - Você não faz ideia Scott - respondeu fitando Cosima intensamente - Você pode me atualizar de como andam os avanços na pesquisa? - falou diretamente com o único homem presente naquele local praticamente ignorando a presença da mulher que fazia seu coração pulsar mais forte.

   - Estamos prontos para começar os testes em humanos - o Dr. explicava enquanto a atenção de Alex era toda de Cosima que a fitava de volta. Ela estava tão presa naquela troca de olhares que nem prestou atenção no final da explicação - ... Alex, tá me ouvindo? 

   - Me desculpe Scott, o que disse? 

   - Eu perguntei o que veio fazer aqui, já que o expediente está quase acabando.

   - Eu vim deixar uns papéis com o pessoal do RH, tinha que justificar minha ausência, mas já estou indo. Passei aqui só para ter notícias da pesquisa.

   - Ah claro, mas você já está melhor? - perguntou Scott.

   - Estou sim - respondeu apenas. 

   O clima estava extremamente pesado. Alex e Cosima apenas se olhavam, Niehaus não respondeu a saudação de Frontenac quando a mesma chegou e elas não trocaram uma só palavra. Como se tudo já não estivesse muito estranho, como se já não fosse o suficiente, Dra. Cormier adentra o laboratório para completar o incômodo que já era demasiadamente grande. 

   - Dra. Frontenac, como é bom vê-la - sua voz saiu em um tom de cinismo inconfundível. Alex nada respondeu apenas a fuzilou com os olhos - Dr. Smith poderia providenciar algumas coisas que estamos precisando para prosseguir com a pesquisa? - pediu em tom de ordem - Lhe enviei um e-mail contendo tudo o que precisamos.

   - Claro Dra. Cormier! - se despediu de Alex e Cosima e as deixou sozinhas naquele laboratório. 

   - Não tenho mais nada para fazer aqui - disse Frontenac. Ela olhou para Cosima como se estivesse se despedindo dela e saiu andando em direção a porta. Nem se deu o trabalho de cumprimentar Delphine, apenas passou por ela e trombou em seu braço como quem diz para alguém sair de seu caminho. 

   - Tchau para você também Alex - falou e logo em seguida sorriu com seu deboche.

   Niehaus nada disse. Se preocupou em terminar de organizar as suas coisas e sair o mais rápido possível daquele laboratório. Pegando sua bolsa e desligando os computadores se pôs a caminhar na direção de Delphine que era a mesma que a da porta de saída. Cormier prontamente se colocou no meio da passagem impedindo a saída de Cosima. 

   - Acho que precisamos conversar Dra. Niehaus.


Notas Finais


Eai? Oque acharam?

Obrigada pelo apoio, vocês são demais!

Não esqueçam do feedback amorzinho!
Até sexta!


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