Talvez voltar para Las Vegas depois de tantos anos não fosse uma ideia tão boa assim, talvez voltar para um lugar onde as memórias boas eram ofuscadas por todas as memórias ruins fosse realmente uma péssima ideia, mas Regina Mills jamais admitiria isso em voz alta. Não, Regina Mills enfrentaria isso de cabeça erguida e jogaria todas as sujeiras, bagunças e inseguranças de seu passado debaixo do tapete de pele de urso e depois passaria por cima com seu louboutin preto.
– Malia, você tem dez segundos para estar aqui em embaixo – ordenou no pé da escada enquanto mexia em sua bolsa em busca da porcaria das chaves – Onde foi que eu deixei? – se perguntou – Malia, eu não vou repetir!
– Ai, mamãe, por que as mulheres enrolam tanto? – a morena ouviu seu pequeno questionar com uma expressão de tédio e sorriu.
– Porque diferente de vocês garotos, gostamos de estar apresentáveis para o mundo, pirralho – a menina quem respondeu descendo as escadas com seu clássico uniforme da escola, a saia xadrez, a blusa branca e o blazer vermelho vinho.
– Não chame seu irmão de pirralho, Malia – ralhou a mais velha finalmente achando as malditas chaves – Vamos logo, preciso estar no fórum em uma hora.
– Que seja – resmungou a adolescente e Regina revirou os olhos, já estava acostumada com o palavreado da filha mais velha – Pode me dar dinheiro pro lanche?
– O que aconteceu com a sua mesada? – a morena perguntou incrédula e os três entraram no carro – Ponham os cintos.
– Gastei – deu de ombros – Você deu dinheiro pro Henry. Igualdade, lembra?
– Ele não recebe mesada – pontuou ligando o motor da sua BMW.
– Ainda – corrigiu – Vamos, mãe, é só para o lanche – falou cansada fazendo sua mãe olhá-la de rabo de olho.
– Pega vinte dólares na minha bolsa – a morena disse e Malia comemorou – Lia, eu não quero saber de você comendo porcarias, está me ouvindo?
– Tá, meu Deus, eu não vou.
– Mamãe, o papai vai buscar a gente hoje? – a pergunta de Henry deixou Regina desconfortável, mas a advogada sabia como disfarçar perfeitamente então apenas forçou um sorriso.
– Sinto muito, querido, mas não – Malia já esperava exatamente essa resposta então apenas revirou os olhos e colocou os dois fones no ouvido – Ele vai trabalhar hoje, vocês ficarão em casa com a Granny.
– Ah, mamãe, é tão chato – resmungou o pequeno fazendo manha – Ela não sabe brincar comigo e a Lia tem aulas de piano, não tem graça. Eu sempre fico sozinho.
– Querido, vamos fazer assim: quando a mamãe chegar hoje, eu brinco com você – falou olhando diretamente para o filho pelo retrovisor e viu quando a feição do pequeno mudou de triste para super empolgado em poucos segundos – Pode ser?
– Promete?
– Prometo – sorriu para seu príncipe e parou o carro em frente a escola onde estudavam – Agora, vão. Boa aula, mamãe ama vocês!
– Também te amo, mãe – Henry respondeu jogando beijos para a morena.
– Falou – Lia disse sem dar muita atenção e desceu do carro indo em direção ao seu grupinho de amigas.
Regina ficou alguns segundos olhando para seus dois maiores tesouros e se perguntando se tudo havia valido a pena. Para ela, a resposta era simples e não precisava pensar muito: sim, havia valido, se não fosse sua inconsequência e seu sofrimento não teria esses dois filhos lindos. Não sabia como teria sido sua vida se não tivesse sido presenteada dessa forma, primeiro Malia que mesmo não sendo planejada e ter causado um baita rebuliço na família Colter, foi e é muito amada. Poderia ter acabado com aquele maldito casamento mesmo antes de começar, mas se tivesse feito isso não teria seu anjinho mais novo, Henry, seu príncipe encantado. Então, sim valia a pena e continuaria valendo pelo resto da vida.
A advogada entrou no fórum atraindo a atenção de todos por onde passava com o barulho de seus saltos ecoando por todos os lugares. Era sempre assim, a mulher conseguia fazer todos pararem seus afazeres só para observá-la por alguns segundos, dona de uma beleza incomparável e imensurável, Regina tinha um caminhar de uma rainha, tudo nela exalava sensualidade e poder, e ela sabia disso.
– Srta. Mills, sua cliente está a sua espera – sua assistente já estava lá pronta para auxiliar a morena em tudo – Vocês ainda terão alguns minutos antes de começarem.
– Certo, obrigada – agradeceu e entrou na sala onde a secretária dos cabelos loiros havia indicado – Bom dia, Cate.
– Regina – a cliente, uma ruiva dos olhos verdes sorriu gentilmente ao ver sua advogada entrando na sala – Como estamos?
– Tudo certo, o caso é praticamente nosso, mas não devemos cantar vitória antes da hora – falou se sentando e retirando a pasta de dentro de sua bolsa – Eu ofereci o acordo ao seu ex-marido, mas ele recusou.
– Eu imaginei que ele faria isso – a moça massageou as têmporas completamente cansada – Michael nunca facilitou nada.
– Não se preocupe, é para isso que estou aqui – sorriu – Irei apresentar tudo o que me passou à juíza, como na audiência passada Michael acabou se descontrolando, ele perdeu muitos pontos nesse caso. A guarda das crianças será sua, Cate, não tenha medo.
– Obrigada, Regina – a ruiva agradeceu e logo a porta foi aberta pela assistente da advogada.
– A audiência irá começar – anunciou.
As duas seguiram para o local a tempo de ver Michael e o advogado entrando também, eles andaram lado a lado, mas sem trocar uma palavra. Não eram marido e mulher há muito tempo e depois de tantas desavenças, não havia mais espaço para cortesias e educação básica. O advogado de Michael, Victor Feather, puxou Regina gentilmente enquanto ambos os clientes seguiam para os seus lugares.
– Sua cliente pensou na proposta que fizemos? – perguntou com sua cara de cínico e a morena conteve a vontade de revirar os olhos, precisava se manter profissional.
– Sim, a resposta é a mesma da semana passada, Victor – disse firme, beirava a rudeza e malcriação, mas era sutil demais para alguém com tão pouca inteligência notar – Ela continua sendo não.
Regina caminhou até sua cliente, deixando o colega de profissão parado feito uma porta. Elas se sentaram por alguns segundos, mas precisam se levantar quando anunciaram a entrada da juíza Lena Petrovsky.
– Então, senhores, chegaram em algum acordo? – perguntou após iniciar a sessão e todos se sentarem.
– Sem acordos – os advogados responderam juntos e os clientes se entreolharam com raiva.
– Certo – a juíza ajeitou os óculos – Então, srta. Mills, pode chamar sua testemunha.
Regina chamou Elizabeth, irmã de Michael. O ex-marido ficou possesso ao ver seu próprio sangue fazendo o juramento para testemunhar sendo que ela mesma tinha recusado quando a chamou.
– Sr. Feather, sugiro que contenha seu cliente ou ele será preso por desacato – advertiu a juíza e Michael se calou.
– Então, Elizabeth – Mills começou a andar pelo local com uma caneta em mãos e uma cara pensativa – Qual é a sua relação com a minha cliente?
– Ela é minha ex-cunhada, mas continuamos próximas mesmo depois do divórcio – a testemunha respondeu seriamente.
– Então, a senhorita conhece bem o seu irmão? – apontou para o homem sentado com cara de poucos amigos e a moça afirmou – Como você descreveria a relação dele com os filhos?
– Ausente – respondeu sem se abalar com o grito do irmão xingando-a.
– Sr. Feather, eu não irei repetir – a juíza alertou novamente – Por favor, continue.
– A senhorita tem alguma desavença com o seu irmão?
– Nenhuma.
– Então, por que aceitou testemunhar a favor da sua ex-cunhada e não dele?
– Olhe, srta. Mills, eu amo irmão – esclareceu – mas acho injusto eles serem separados da mãe só porque meu irmão não aceita perder e tem um ego de macho alfa que não deixa ele ficar por baixo.
– Meritíssima – Victor se levantou apontando para a testemunha.
– Senhorita Elizabeth, contenha-se.
– Por que diz que seu irmão é ausente, Elizabeth? – Regina perguntou se apoiando na madeira, olhando da juíza para a testemunha com cara de inocente.
– Meu irmão nunca ligou muito para o bem estar dos filhos – olhou para o homem – Nem mesmo quando estava casado com Cate, ele sempre deu preferência ao trabalho e cansei de vê-lo faltar em festas de aniversários, peças de teatro e muitas coisas importantes para uma criança.
– Então, quer dizer que seu irmão amava mais o trabalho que os filhos? – perguntou se virando para o advogado da outra parte.
– Protesto – ele bateu a mão na mesa e a juíza o olhou com a sobrancelha arqueada – Ela está especulando.
– Deixe-me refazer a pergunta – Regina se adiantou antes que a juíza falasse – Elizabeth, você acha que o seu irmão deve ter a guarda dos seus sobrinhos?
– De maneira alguma – balançou a cabeça negativamente.
– Sem mais perguntas.
– Alguma pergunta, sr. Feather? – Lena perguntou advogado que prontamente negou – Próxima testemunha.
– Gostaria de chamar meu cliente, Michael Moore – Victor se levantou e a juíza fez sinal com a mão para que o rapaz se aproximasse, onde ele fez o juramento para poder começar – Sr. Moore, conte-nos, com que frequência visita seus filhos?
– Uma vez por mês – comentou como se aquilo fosse motivo para se vangloriar e Cate revirou os olhos.
– E por que os vê tão poucas vezes?
– Minha esposa quase não me permite vê-los, quando ela está de bom humor, ela liga para que eu possa pegá-los – olhou diretamente para a mulher.
– Ex-esposa, Michael, não se esqueça – Catherine rebateu e Regina cochichou algo em seu ouvido que a fez se manter calma.
– Enfim, como eu estava dizendo antes de ser interrompido – coçou a garganta – Eu quase não tenho contato com meus próprios filhos porque ela não permite.
– Você ama seus filhos, Micheal?
– Mais que tudo nessa vida – falou com uma voz amorosa forçada que não era nem um pouco real.
– Sem mais perguntas – o advogado se retirou e Regina se levantou sem expressão alguma.
– Boa tarde, Michael – cumprimentou, mas foi completamente ignorada – Disse que Catherine proíbe que você visite seus filhos, certo? – perguntou inocentemente e o homem confirmou – Isso é injusto e está estipulado em uma das cláusulas do papel do divórcio que vocês deveriam dividir a guarda das crianças, mas cá estamos nós, não é, Mike? – a advogada se apoiou na madeira para ficar mais próxima do homem e ela podia sentir a raiva emanando dele – Também está em uma das cláusulas do divórcio que você deveria pagar uma pensão de 37% do seu salário para os seus filhos, mas isso você não faz, não é?
– Protesto!
– Negado. Sente-se, sr. Feather – disse a juíza.
– Minha esposa disse que não precisava – se defendeu olhando para a morena com nojo – Então, não paguei.
– Bom, não interessa se ela disse ou não, era e é sua obrigação pagar a pensão – apontou e recebeu um olhar de reprovação da juíza – Retiro. Sr. Moore, é verdade que o senhor teve problemas com álcool e drogas durante muitos anos?
– Sim, é verdade – concordou contrariado – mas estou limpo há anos.
– Certo – murmurou e voltou até sua mesa, onde ela pegou uma pasta e ficou segurando-a – Eu li também em uma das cláusulas que se o senhor, ou até mesmo a sua ex-esposa, se envolvesse com coisas ilícitas, a guarda seria passada definitivamente para o outro, certo? – ele olhou para o próprio advogado antes de balançar a cabeça afirmativamente – Meritíssima, nós temos fotos recentes e um laudo do hospital central de Las Vegas que mostra que o senhor Michael Moore não largou o vício e está novamente nas drogas, quebrando assim, mais uma cláusula do divórcio e dando a guarda total à minha cliente, Catherine – concluiu com um sorriso presunçoso e entregou os documentos a juíza, ela analisou lenta e minuciosamente antes de guardar tudo.
– Não tenho outra alternativa, a não ser dar a guarda definitiva à Catherine Rogers – Lena Petrovsky bateu seu famosos martelinho e todos que estavam assistindo a audiência começaram a aplaudir enquanto a ruiva chorava de felicidade.
– Sua vagabunda! – gritou o homem para Regina, que não se abalou – Você está fodida.
– Levem ele daqui – a juíza pediu ao ver o ataque de fúria de Michael e os policiais tiraram-no à força de lá enquanto ele gritava ofensas e ameaças.
– Obrigada, Regina! Muito obrigada – Cate abraçou a advogada completamente emocionada e logo se virou para abraçar a ex-cunhada.
[...]
Depois da audiência, que durou praticamente a manhã toda, Regina voltou para o escritório onde ainda atenderia muitos clientes pelo resto do dia. Seria extremamente cansativo.
Horas mais tarde, a advogada chegou em casa cansada e foi retirando os sapatos pelo caminho, pegou o par e com ele em mãos, subiu até o andar de cima onde provavelmente seu filho mais novo estaria jogando alguma coisa ou brincando. A morena abriu a porta do quarto e se deparou com o menino rabiscando em um pedaço de papel, parecia estar desenhando.
– Oi, querido – falou se aproximando do menino com um sorriso manso, ele olhou-a e seu rosto se iluminou.
– Mamãe! – Henry correu para abraçá-la – Vamos brincar agora?
– Sabia que não ia esquecer – riu e deu duas batidinhas com a ponta do dedo indicador no nariz do menino – Mas primeiro a mamãe vai tomar banho e depois irei fazer a nossa janta. Quando terminarmos tudo, aí sim a gente brinca, pode ser?
– Pode – afirmou ainda sorrindo e abraçado com a mãe – Olha o desenho que eu fiz para a senhora – mostrou o papel que estava em cima da mesinha – Esse sou eu, aqui é a Lia e essa é a senhora, mamãe.
– Ficou lindo, meu pequeno – Regina beijou o topo da cabeça de filho e saiu do quarto levando o desenho – Lia, tá acordada? – perguntou batendo na porta do quarto da filha, mas não obteve resposta, então entrou encontrando-a com os dois fones no ouvido e mexendo no celular – Malia Mills Colter!
– Mãe? – levantou assustada com o grito da mais velha – Quem morreu?
– Você vai daqui a pouco se não parar com essa mania de andar com esse fone pendurado no ouvido – disse irritada – Eu falo e você não me escuta.
– Bem vinda ao meu mundo, mamãe – rebateu irônica voltando a deitar na cama com uma expressão de poucos amigos.
– Olha, Lia, eu não estou afim de brigar, ok? – murmurou cansada – Como foi a aula de piano?
– Foi legal – deu de ombros – Mas a partir da semana que vem a srta. French não poderá mais me dar aulas, ela disse que vai voltar para França. Que inveja.
– Suas aulas irão acabar? – questionou se aproximando e Malia afirmou com a cabeça.
– Pelo menos com ela sim, mas ela deixou o contato de uma colega que também dá aulas de piano e que é tão boa quanto – a menina disse olhando diretamente para a mãe – Entrei em contato com ela e ela me passou os preços de tudo, já mandei tudo pro papai e ele só está esperando a conta dela pra depositar o dinheiro.
– Às vezes eu esqueço que você cresceu – Regina comentou nostálgica acariciando o rosto da adolescente com devoção, sentia falta de momentos assim com a filha, mas um muro de gelo havia sido instalado entre as duas após mudarem para os Estados Unidos – Sei que sente falta da Inglaterra, querida...
– Mãe, de novo não...
– Não, Lia, me escute. Eu também sinto, vivi 18 anos da minha vida lá – falou – Dezoito anos, Malia, não dezoito dias, então eu sinto muita falta de tudo, dos lugares, do meu trabalho, dos meus amigos e todo o resto.
– Sente falta do papai? – interrompeu e Regina ficou muda, poucas coisas a deixavam sem palavras, mas quando o assunto era o ex-marido, ela nunca sabia o que responder.
– Não. – respondeu depois de tomar fôlego – Não sinto falta do seu pai, Lia, eu sinto muito.
– Por que não conta o motivo da separação? Eu não sou mais criança, mãe! – exigiu irritada e a morena balançou a cabeça negativamente – Ótimo, me trate como uma idiota.
– Eu não te trato como idiota, Lia. Eu só acho que há coisas que você não precisa saber, ok? Quando tiver filhos irá entender – suspirou e saiu do quarto deixando a menina com os próprios pensamentos.
[...]
– Daniel, você deveria ter mais responsabilidade com os seus filhos! – exclamou irritada com o homem.
Estavam na sala da morena há alguns minutos onde deveriam estar discutindo sobre trabalho, já que o ex-marido também advogava, mas nunca conseguiam manter uma conversa séria sem acabar discutindo. Era sempre assim, desde que Regina decidira pedir o divórcio, há exatos doze meses e estavam brigando por isso na justiça desde então. Daniel não facilitava nada, o fato do pai ser um juiz famoso na cidade também contribuía para sempre adiar as audiências e encontrar divergências nos acordos propostos. Nunca chegavam em um consenso.
– Eu mando a porcaria do dinheiro todo mês, quê mais eles querem? Eu pago aquela merda da aula de piano da Malia, pago a porcaria da aula de xadrez do moleque e ainda você vem me falar de responsabilidade? – bufou irritado batendo a mão na mesa – Você sabe que eu sou uma pessoa ocupada e tenho muito trabalho a fazer.
– Bens matérias não compensam a falta que você faz e eu também trabalho, Daniel – rebateu – mas ainda sim arrumo tempo para os meus filhos. Qual a sua desculpa?
– Você é mulher, Regina – deu de ombros e a morena fez uma cara de pura indignação.
– Some da minha sala e leve todo o seu machismo junto – apontou para a porta e o ex-marido a olhou incrédulo – Agora!
– Não terminamos – falou na defensiva sem se levantar.
– Terminamos sim. Vai sair por conta própria ou prefere que eu chame os seguranças?
– Se acha que isso vai ficar assim, está enganada – disse baixo apontando o dedo na cara da mulher, extremamente próximo.
– Vá à merda! – falou quando ele saiu pela porta, batendo-a com força.
A advogada desabou em sua cadeira, suspirando completamente cansada e frustrada. As conversas que tinha com o ex-marido sempre sugavam todas as suas energias, física e psicologicamente falando. Massageou as têmporas lentamente, tentando afastar aquela dor de cabeça maldita que insistia em se instalar naquele momento tão importuno, mas de nada adiantava e ela só aumentava. Soltou o ar que estava prendendo e seus olhos foram parar no porta retrato que havia em sua mesa, era uma foto dela com os dois filhos, eles sorriam alegremente para a câmera. Fora um dia bom, com memórias melhores ainda.
Flashback on
Malia corria atrás de um Henry de três anos de idade por uma das praias na Espanha. Os dois riam alegremente e o pequeno dava gritinhos de susto toda vez que a irmã mais velha o agarrava pela cintura. Regina assistia tudo com um sorriso no rosto enquanto caminhava lentamente com suas sandálias em mãos atrás dos filhos acompanhando a irmã e cunhada.
– Amo vê-los assim, sorrindo – Zelena comentou passando o braço ao redor do pescoço da irmã mais nova enquanto sua outra mão estava entrelaçada com a da esposa.
– Eu também, eles são tudo para mim – comentou orgulhosa.
– Crianças venham aqui com a tia Ruby – a morena de mechas vermelhas gritou para os sobrinhos, que vieram em sua direção rapidamente – Regina, chegue ao lado deles de costas para o mar, vou tirar uma foto de vocês.
– Ok – a advogada entregou as sandálias para a irmã e fez o que a cunhada estava pedindo – Assim está bom? – perguntou após se ajoelhar na areia e ajeitar Henry em sua perna, abraçou a filha pelos ombros e sorriu após receber um aceno afirmativo de Ruby.
– Agora digam: família Mills! – pediu com um sorriso largo e assim os três fizeram.
– Família Mills! – gritaram em uníssono com os dentes à mostra em sorrisos sinceros de felicidade.
Flashback off
Regina suspirou nostálgica após lembrar do dia na praia com a irmã, a cunhada e os filhos, mas logo espantou os pensamentos, precisava trabalhar já que infelizmente memórias boas não fazem ninguém ganhar dinheiro. Puxou os processos que estavam parados em sua mesa e começou a fazer anotações nos que lia, alguns eram mais complexos do que outros, mas a ajudava a manter a cabeça no lugar.
Quando seu expediente se deu por encerrado, decidiu que não prolongaria mais suas horas ali, havia coisas a se fazer, mas ficariam para o outro dia. Tudo o que a morena mais queria naquele momento era um banho quente e o conforto da sua cama, talvez até uma taça de vinho e se desse algum ânimo no caminho, faria até uma lasanha para o jantar. Fechou seu escritório e encontrou sua assistente/secretária/faz-tudo ainda sentada em sua mesa analisando alguns papéis.
– Senhorita Boyd, estou indo para casa – anunciou – Encerrei por hoje, está liberada.
– Claro, sra. Colter – sorriu amigavelmente.
– Mills, Boyd. Apenas Mills, sabe como odeio quando usam o sobrenome do meu ex-marido – que ainda não era ex oficialmente, mas para a morena, isso não importava, não tinha mais relação nenhuma com o homem.
– Claro, senhorita, mil perdões – desculpou-se envergonhada e Regina apenas balançou a cabeça antes de sair e deixá-la ali.
A morena desceu até o estacionamento, que já estava completamente vazio e foi até seu carro. Após entrar, pegou o celular e viu várias mensagens de sua irmã, respondeu cada uma delas com paciência e logo deu partida no carro, indo para sua casa. Precisava do conforto que somente sua cama poderia oferecer, deixaria a lasanha para outro dia.
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