You know just what to say, things that scare me
I should just walk away, but I can’t move my feet
Regina ajeitou com paciência seu vestido vermelho, não querendo parecer arrumada demais, mas ao mesmo tempo não queria ir de qualquer jeito. Ela se olhou no espelho enquanto colocava seus brincos e sorriu. Estava realmente linda. O batom vermelho combinava com o tom de seu vestido, realçando ainda mais sua beleza.
Era uma mulher de tirar o folego.
A morena saiu do quarto após calçar seus saltos e desceu as escadas sem pressa. Henry já estava na sala com seu joguinho em mãos, arrumado e distraído. Ele estava lindo com uma calça jeans e uma camisa polo. Um verdadeiro príncipe.
– Está pronto, querido? – perguntou a mulher ao filho.
– Sim, tia Zel me ajudou a escolher a roupa. – Regina franziu o cenho. Não sabia que Zelena estava em sua casa.
Logo ela escutou a risada alta de sua irmã vinda da cozinha e decidiu ver que bagunça ela estava fazendo naquele momento. A advogada beijou o topo da cabeça do pequeno e foi em direção do barulho, rezando para que sua irmã não tivesse quebrado nada.
– Foi ridículo! Achei que Ruby seria presa por agressão. – Zelena falou rindo quando Regina entrou no recinto. Ali estavam Granny, Cora, Ruby e Zelena, fofocando.
– Oh, Gina! Demorou, ein? – Ruby disse ao ver a cunhada entrando na cozinha.
– Ela precisava ficar bonita para a namorada. – Zelena debochou fazendo com que a mulher lhe mostrasse a língua. Regina se sentia melhor com o fato da ruiva estar levando numa boa seu novo relacionamento com Emma. Se é que podia ser chamado assim.
– Onde está minha sobrinha? – questionou mudando de assunto. Não queria dar pauta para as fofoqueiras ficarem falando.
– Com a diva queen da minha sobrinha. – rebateu Luccas se levantando da mesa. – Ela é uma péssima influência na minha filha, sabia? Peguei Robyn essa semana fazendo um desfile de moda com os ursos dela e ainda teve a pachorra de me chamar de brega.
– Você é brega.
– Está vendo, esposa? – ela se virou para a ruiva, que estava fingindo não ouvir enquanto Granny e Cora cochichavam do outro lado. – Sua irmã e a prole dela são más influências.
– Eu tenho senso de moda assim como a minha filha, não é culpa minha que você não tem. – Regina disse rindo e ganhou um empurrão em troca. – Agressiva!
Elas continuaram se bicando até que Malia e Robyn descessem, extremamente tranquilas e muito arrumadas. Ambas pareciam que estavam indo para uma festa chiquérrima com Madonna e Lady Gaga ao invés de um churrasco na casa dos Swan’s.
– Estamos prontas.
– Graças a Deus! – exclamou Cora se levantando e pegando sua bolsa.
– Vamos antes que eu morra de velhice. – falou Zelena.
Malia revirou os olhos pelo enorme drama que sua família estava fazendo.
[...]
– Acha que eles estão se divertindo? – perguntou Cora à amiga, sem tirar os olhos das filhas. – Digo, acha que foi uma boa ideia esse churrasco?
– Eu acho que sim. – Barbara respondeu arrumando os óculos de sol e sorrindo ao ver o marido rir alto com os filhos em volta. – Frank está muito depressivo e, francamente, nós também estamos. – Cora não teve como discordar. – Acho que estar perto das crianças fará bem à ele.
– Barbie. – a mulher riu. – Eles não são mais crianças.
– Que seja. – Barbara revirou os olhos rindo também. – Mas é sério, olha para eles. – as duas olharam.
Frank estava na churrasqueira, onde ele normalmente ficava com Henry conversando. Zelena, Ruby e Emma se sentaram primeiro em volta dele, não querendo que ele ficasse sozinho ali. Logo Killian, Regina, Rose e August se aproximaram e puxaram suas cadeiras para perto também, formando uma meia lua em volta do homem. Ele não parava de sorrir.
Se precisasse de cerveja, um deles buscavam. Se ele pedisse ajuda com a carne, eles também buscavam. Até mesmo para servir Cora e Bárbara, que estavam em cadeiras de praia em volta da piscina.
Já Harriet e Amélia estavam no mundinho delas do outro lado da piscina observando as crianças brincarem na água. Elas haviam se oferecido para ficar de olho nos pestinhas para que os pais pudessem se divertir sem preocupações. E elas amavam os terroristas.
– Você acha que elas estão se divertindo? – Regina questionou a loira enquanto observava sua mãe.
– Eu acho que elas estão nos olhando e se perguntando a mesma coisa. – Emma riu. – Acho que minha mãe está fazendo o máximo para que a sua mãe se divirta.
– Você tem razão. – suspirou. – Eu só quero que ela fique bem, só isso.
– Pode demorar, querida. – respondeu. – Ela está de luto assim como todos nós. Você e Zelena perderam o pai, mas ela perdeu o único companheiro que teve em sua vida toda. As filhas já haviam saído do ninho, mas Henry sempre esteve com ela. E agora, de uma certa maneira, ela está só.
– Eu sei.
– O que nós podemos fazer é dar o máximo de apoio possível e deixar que ela se recupere no tempo dela, não podemos forçar nada. – disse calmamente. – Tudo bem?
– Sim. E obrigada.
Zelena se aproximou na hora e sentou no colo da irmã sem nem ao menos pedir licença. Interrompendo completamente a conversa das duas mulheres.
– Posso falar com você rapidinho? – perguntou a ruiva olhando diretamente nos olhos da irmã mais nova. Emma, vendo que a conversa era particular, saiu de fininho murmurando algo sobre ir pegar mais bebida.
– Agora que você espantou a Emma, pode sim.
– Não se faça de besta. – respirou fundo e se sentou onde Emma estava sentada antes. – Olha, eu quero dizer que eu realmente espero que você saiba o que está fazendo porque eu estou cansada de desentendimentos. Eu apoio você em tudo e dessa vez não vai ser diferente.
– Obrigada. Isso significa muito para mim. – as duas se abraçaram e decidiram dar uma olhada nos filhos.
Harriet estava com uma taça de vinho em mãos, enquanto Amélia segurava um relógio de bolso em pé ao lado da piscina. Regina não entendeu o que estava acontecendo até olhar para a água.
As duas senhoras estavam fazendo as crianças competirem para ver quem nadava mais rápido.
– Venham ver! Venham ver! – Harriet acenou rapidamente, chamando-as. – Robyn está ganhando de lavada. A garota nada bem demais.
– Jura? – Zelena questionou surpresa, não fazia ideia do talento da filha.
– Juro. – respondeu. – Malia tadinha, só sabe boiar. Henry é bom, mas ainda é bem lentinho. Pedro é o único que consegue chegar perto da Robyn e a Júlia sempre chega por último.
– Acho que deveríamos colocar Robyn e Pedro em uma escola de natação. – Ruby sugeriu chegando com Emma e Rose. – Eles são bons.
– Malia fez alguns meses de handebol quando estávamos na Inglaterra, mas depois que mudamos, não procuramos mais. – Regina contou. – Acho que todos eles deveriam praticar algum esporte. O que acham?
– Acho ótimo. – Rose falou. –Júlia já faz ballet e eu sei que ela ama. Agora o Pedrinho... acho que irei sugerir que ele troque o futebol pela natação. Ele não anda muito animado com os treinos.
– E quanto ao Henry, querida? – Harriet perguntou à Regina.
– Ele não mostrou interesse em nenhum esporte por enquanto, mas vou falar com ele. – disse observando o filho. – E vou falar com a Lia sobre o handebol.
[...]
As duas famílias se sentaram na mesa para, oficialmente, almoçar. Nenhum deles estava sentindo muita fome, pois passaram a maior parte do tempo só beliscando e comendo de pouquinho a carne que Frank estava assando, mas queriam sentar para comer do mesmo jeito. Só para ter todos juntos em volta da mesa.
– Essa costela foi eu que fiz – August anunciou colocando a costela na mesa – Estou aprendendo as artimanhas do churrasco ainda, então peguem leve.
– Não se preocupe, querido, você é um ótimo cozinheiro, não é crianças? – Rose perguntou olhando para os filhos que concordaram com a cabeça.
– Eu tenho certeza que está uma delícia, August. – Frank disse ao genro com bastante tranquilidade. De repente ele olhou em volta. – Não temos música hoje?
– A caixinha quebrou. – Killian disse ao pai de maneira triste. – Parou de funcionar ontem.
– Poxa. – suspirou Frank ao se sentar. – Adoro escutar uma música enquanto como, mas tudo bem. – Barbara revirou os olhos sabendo das manias que o marido tinha.
– E na maioria das vezes tem que ser Alan Jackson. – ela disse rindo aos filhos.
– Nós sabemos. – responderam em uníssono. Emma era uma que poderia citar todas as músicas dele de trás para frente de tanto que havia ouvido quando estava crescendo, durante a adolescência e em todos os momentos que compartilhou uma refeição com seu pai.
– Eu conheci a mãe de vocês em um show do Alan Jackson nos anos 80, então agradeçam à ele por terem vida hoje. – O Swan ergueu seu copo de cerveja como se estivesse brindando à isso.
– Nunca imaginei que o senhor fosse tão fã de música country assim. – Regina comentou.
– Só do rei Alan. – falou orgulhoso.
– Ele tocava e cantava também, mas parou depois que vocês nasceram. – Barbie contou, expondo os segredos do marido.
– Contou à eles também que você era uma dançarina brilhante? – ele riu ao ver a esposa ficar vermelha. – Nós íamos à muitos bailes juntos antes de vocês nascerem.
– E até mesmo depois. – Cora interrompeu com um sorriso. – Nós saímos de casal e deixávamos os pequenos com os mais velhos.
– E por mais velhos, ela quer dizer eu. – a ruiva disse revirando os olhos. – Eu que era babá e responsável por todos os pirralhos.
– Você sabe que eu era um desses “pirralhos”, não sabe? – Ruby comentou rindo. – E que nós só temos 3 anos de diferença.
– Ela gostava de se sentir adulta, querida, não ligue. – Amélia disse. – E eu odiava o Frank no começo. Ele era um pegador sem caráter algum e má influência na minha princesinha.
– Eu deixei minha vida de galinha quando bati os olhos nessa beldade.
– É, se você diz. – a senhora deu de ombros. – E nada do que eu disse à ela resolveu, não consegui separar os dois de maneira alguma.
– Eu te amo também, sogrinha.
Eles continuaram conversando durante todo o almoço. Rindo e se divertindo, fazendo o máximo para honrar a memória de Henry Mills. A saudade era gigante e o peito doía por ver aquela mesa cheia, mas faltando um enorme pedaço.
– Acho que deveríamos marcar alguma coisa. Só os adultos. – August sugeriu.
– Então nenhum de vocês vai. – Harriet rebateu.
– Hahahaha, você é tão engraçada, vovó. – Zelena disse. – Mas você tem razão, August.
– Nós podemos olhar as crianças, sem problemas. – Bárbara se ofereceu e Cora concordou. – Vocês precisam de uma noite para se divertir.
– Sem nós, os novos pirralhos. – Malia debochou da tia.
– Olha, nós temos onde ir! – Emma se pronunciou. – Vai rolar um encontro do ensino médio das turmas de 96 lá no ginásio.
– E como você sabe?
– O pessoal que tá organizando me pediu ajuda com algumas coisas essa semana e disseram que semana que vem vão começar a entregar os convites.
– Foi o ano que eu me formei. – Zel disse. – Então ainda fazia parte da turma de 96.
– Acho uma ideia ótima! Todos nós podemos ir. – Ruby falou feliz.
– É uma festa à caráter. – Emma anunciou e Killian gargalhou.
– Zelena não pode ir então, porque ela não tem.
Ali se iniciou uma discussão entre os Mills e os Swan’s. As crianças riam, Frank, Harriet e Amélia estavam preocupados com a comida e Barbara e Cora olhavam tudo nem um pouco impressionadas.
– Isso não vai dar muito certo. – comentou a matriarca Mills.
– Será uma vitória se nenhum deles for parar na cadeia. – disse a Swan.
Zelena se ofendeu com o comentário, mas antes que pudesse reclamar, Cora a interrompeu.
– Quem foi que foi presa por se meter em briga na faculdade? – a ruiva ficou quieta. – Foi o que eu pensei.
[...]
Já na mansão Mills, Regina despachou os dois filhos para o banho. Ambos estavam com os cabelos duro de tanto cloro e precisavam de um banho urgentemente. Nenhum dos dois protestou, estavam tão cansados que não tinham energia nem para isso.
– Estão acabadinhos, ein? – Cora comentou enquanto preparava o café.
– Estão. – concordou se sentando na bancada. – Gostou de hoje?
– Gostei. – disse. – Gostei muito. Foi bom me distrair um pouco e Bárbara é uma ótima companhia.
– Por que vocês se afastaram quando eu e Emma... bom, quando nós terminamos?
– No começo, tentamos manter contato, mas era difícil. Era muita tensão e Barbie se culpou muito pelo que aconteceu, mesmo ela não tendo culpa de nada. – Regina concordou. – Emma se afundou em uma depressão muito grande e começou a beber. – a morena não fazia ideia dessa parte da história, mas ficou quieta. – Bárbara não tinha mais tempo para nada e eu senti que a minha presença acabava atrapalhando de alguma forma. E fomos nos afastando. Depois Zelena e Ruby se mudaram para a Espanha e nossas vidas foram ficando muito diferente. Aconteceu.
– Entendi. – suspirou. – Sinto muito que nossos problemas tenham afetado a vida de vocês. Não imaginei que isso separaria todo mundo.
– Não quero que fique pensando nisso, minha filha. – Cora segurou na mão da menina após lhe entregar uma xícara. – Bárbara e eu conversamos muito e o nosso afastamento foi nossa culpa. Nós poderíamos ter mantido contato, mas não fizemos. De qualquer maneira é passado e veja onde estamos hoje.
– Parece o papai falando. – Regina sorriu com lágrimas nos olhos. – Tão sábia.
– É a influência dele em mim. Agora que ele se foi, alguém precisa ser a voz da razão nessa família e eu tenho certeza que não será você e nem sua irmã.
– Ok, ok, chega de me insultar. – riu – Vamos tomar esse cafezinho e ir tomar banho para descansar. Tenho uma audiência amanhã bem cedo e de tarde tenho outra.
– Tudo bem, querida. – falou – Quer que eu leve as crianças para a escola?
– Não precisa, mamãe. Já combinei com a Zel, ela vai levar os dois junto com a Robyn. Está tudo certo já.
[...]
Depois de tentarem várias vezes e falharem em todas, Ruby e Emma conseguiram, finalmente, se encontrar para tomar uns drinks. Seria a noite somente delas, sem interrupções de ninguém, sem filhos, sem sobrinhos e sem ex/ficantes/namoradas/esposas.
– Glória, glória, aleluia! Achei que você não chegaria nunca. – comentou a morena ao ver a amiga se sentar em sua frente.
Elas se encontraram no Habbit Hole, era um barzinho tranquilo que costumavam se encontrar quando estavam na faculdade. Tinha música ao vivo e bebida boa e barata. Era perfeito para as duas.
– Desculpe, uma das minhas aulas demorou mais do que planejei. – falou arrependida. – Então, como você está?
– Ótima e morrendo de vontade de beber. – disse rindo. – Ganhei meu passe livre hoje, a patroa me liberou, então não tenho hora pra voltar para casa.
– Bom, como eu não tenho uma patroa, também não tenho hora para voltar. – elas riram alto, mas Ruby a olhou como se pudesse ler sua alma.
– Ah, mas você tem uma patroa sim. E ela manda muito. – falou fazendo a amiga revirar os olhos – Mas eu não vou entrar nesse assunto agora. O que eu estou morrendo de curiosidade neste exato momento é: e a Lily? O que houve com ela?
– Lily está muito feliz. – respondeu – Ela está namorando com uma garçonete que conheceu. Me disse que a menina é ótima e ela parece estar bem apaixonadinha. Estou bem feliz por ela. Lilith merece muito essa felicidade toda.
– O término de vocês foi tranquilo mesmo?
– Na medida do possível, foi sim. Ela sabia que eu não sentia por ela o que ela sentia por mim e nunca sentiria. Lily aceitou e disse que o que ela queria era que eu fosse feliz. Eu queria a mesma coisa para a vida dela, então concordamos que seria o melhor a se fazer. Não iria adiantar e seguir com o casamento só para se divorciar em menos de 3 meses. – confessou. – Nós tínhamos os nosso problemas, mas eu nunca quis que ela sofresse. E ver Lily feliz agora me diz que o que tomamos a decisão correta.
– Olha só, que fofinha! Toda amadurecida. – debochou a morena – Mas estou orgulhosa de você.
– Enfim, como está o restaurante?
– Ahhhh, logo logo vamos inaugurar ele! – disse toda feliz. Ruby estava realizando um sonho e ver sua rede crescer da maneira que estava crescendo lhe causava uma felicidade imensa. – Não imaginei que chegaríamos tão longe. Já estamos planejando abrir mais 3 restaurantes em outras cidades, mas não é nada concreto ainda.
– Vamos brindar ao sucesso de vocês! – falou a loira e se levantou para pegar bebidas.
Ruby observou a amiga entrando na multidão e respirou fundo, contente pelo o que estava presenciando. Tudo o que ela sempre quis foi que Emma crescesse, olhasse a vida com novos olhos e que pudesse ser feliz de verdade. Ela acreditava que Emma Swan havia mudado e que merecia uma nova chance de todos.
Ela também sabia que seria complicado o relacionamento entre Emma e Regina, mas que se elas não se apressassem, dessem um passinho de cada vez e soubessem, acima de tudo, se comunicar, tudo ficaria bem.
Ruby Luccas esperava que a amiga fosse muito feliz nessa nova fase de sua vida, pois ela estaria ali para aplaudi-la em todos os momentos.
I didn’t know that I was starving till I tasted you
Don’t need no butterflies when you give me the whole damn zoo
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