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História Liberté - A Retaliação


Escrita por: caulaty

Capítulo 35 - A Retaliação


28 de maio de 3660

 

O escritório de Gregory é um lugar sagrado, vou te dizer. Reflete muito quem ele é enquanto pessoa. Mesa de mármore, janelões, cortinas azuis lavadas uma vez a cada dois meses, uma estante perfeitamente organizada com livros, retratos, estatuetas e prêmios. Um retrato romancista enorme de um guerreiro lutando contra um leão gigantesco. As pastas estão coordenadas por cores e em ordem alfabética. Ao fundo, toca uma música islandesa antiga e muito suave. O som da caneta escrevendo no papel também se dissipa pelo espaço. Ele está sentado à mesa, vestindo uma camisa azul clara tão bem passada, um sorriso leve esboçando em seus lábios porque o sol penetra a janela aberta nessa manhã, e tudo parece em equilíbrio.

Isto é, até um furacão chamado Kyle Broflovski invadir a sala em três, dois…

O estrondo da porta se abrindo violentamente faz com que Gregory levante a cabeça, mas não há surpresa em sua face. Ele nem franze as sobrancelhas, apenas observa curiosamente enquanto Kyle adentra o escritório e marcha até a mesa, gritando:

-Você é um filho da puta!

Gregory mantém o olhar preso ao dele durante alguns segundos. Então, repousa a caneta sobre o papel, apoiando os cotovelos à mesa, unindo as mãos em frente ao rosto, esfregando-as uma na outra. Não é bem um sorriso que aparece em seu rosto, mas há um brilho de divertimento em seus olhos que ilumina sua expressão, apesar da boca permanecer em linha reta.

-Até que demorou. - Gregory responde, engolindo a saliva na boca. Qualquer outra pessoa que dissesse isso provavelmente estaria tirando sarro, mas não ele. Kyle sabe disso.

-Você tem merda na cabeça?!

-Kyle. - Sua voz calma é de quem fala com uma criança enlouquecida, voz essa que Kyle odeia profundamente.

-Não. Não, não tem “Kyle”. Como é que você tem coragem, Gregory? - O tom de Kyle quase soa magoado agora, mas o descontrole da raiva voltam a tomar conta logo em seguida. Ele esmurra a mesa com os dois punhos e Gregory segura a pequena coruja de cristal que treme muito próxima à beirada, quase caindo no chão. Isso faz com que ele se levante, a coruja ainda em seu punho. - Você não tinha porra nenhuma que ter falado com ele! Se você tinha alguma coisa pra perguntar, tinha que ser pra mim!

-Eu sabia que você ia mentir pra mim. - Gregory responde com toda honestidade do mundo, sem um pingo de vergonha.

O verde quase desaparece dos olhos de Kyle quando sua pupila dilata, como se ele fosse um tubarão sentindo o cheiro de sangue. Ele não reage durante um segundo, apenas recua com a cabeça e arregala os olhos, um sorriso amargo brotando nos lábios, os dedos se contraindo como se quisessem se fechar em punhos. Em um movimento súbito, ele alcança o livro – Cem anos de solidão – repousado sobre a escrivaninha, em uma pilha de papeis organizados, e o atira com toda a força de seu braço contra a parede. A capa dura do livro produz um barulho estrondoso, as páginas se abrem e amassam conforme ele cai no chão, mas nada disso faz com que um fio de cabelo dourado de Gregory saia do lugar. Ele não se altera, apenas coloca a pequena coruja no centro da mesa e cruza os braços, muito ciente de que Kyle fez isso com o para não esmurrá-lo. Melhor assim.

-Você se escuta?! - Kyle gritou para ele. - É claro que eu ia mentir, eu não queria que você soubesse! E você sabia disso, então por que caralhos você se sente no direito de ir questionar outra pessoa?! Você tem noção do quanto isso é invasivo?!

-Eu não fui acusá-lo de nada, eu só queria entender o que tinha acontecido. Em que mundo eu pensaria que você não iria me contar se tivesse sido estrangulado, Kyle?

-Não é da sua conta!

-Você é da minha conta. Sempre. - É a primeira vez em que a voz de Gregory se levanta, embora não seja exatamente por conta de raiva, mas sim pela firmeza do que ele diz. Ele inclina o tronco para frente, aproximando-se mais de Kyle enquanto solta as palavras. - Queira você ou não.

Isso suaviza a expressão de Kyle por não mais do que três ou quatro segundos de silêncio, em que ele fecha os olhos e enche os pulmões de ar, afastando-se da mesa. Esfrega o rosto, não enxergando que Gregory empurra a cadeira para trás e dá a volta na escrivaninha para se aproximar dele.

-É sempre assim. - Kyle murmura, mais para si mesmo do que para o outro. Sua voz é mais forte quando os olhos verdes encontram os olhos azuis novamente. - Na sua cabeça, eu ainda sou aquele garotinho imbecil de vinte anos que precisava de você na prisão. Você nem confia em mim pra saber que merda é melhor pra minha própria vida, é exatamente por isso que eu não queria que você soubesse.

-Kyle, pelo amor de Deus, a gente não tá falando de um soco! - Gregory não chega a gritar, mas é algo muito próximo disso. Ele ergue a mão, gesticula para a porta sem motivo algum. Mas contém toda a alteração de repente, pressionando os lábios e tomando fôlego, sua mão abaixando de forma lenta. - Eu nunca vou me desculpar por tentar te proteger. Nunca. Pode me odiar o quanto você quiser, eu faria a mesma coisa quantas vezes fosse necessário.

-Você perguntou a ele o que aconteceu? - Kyle leva as duas mãos ao quadril, erguendo um pouco o queixo, sua entonação mais suave e acusatória ao mesmo tempo. Gregory o encara de volta, apoiando-se contra a mesa, limpando a garganta. - Perguntou?!

-Eu não precisei perguntar nada, eu vi nos olhos dele. Eu conheço o Toupeira.

-É por isso que eu não entendo. É justamente por isso. Você é o melhor amigo dele, a única pessoa nesse mundo que consegue entender ele de verdade, e você… Você nem pergunta o que aconteceu, você só faz ele se sentir um monstro.

-Sinceramente, Kyle, eu não dou a mínima pros motivos dele. Porque não importa, poderia ter sido o meu próprio pai fazendo essa merda com você, - Ele aponta em direção ao pescoço de Kyle, os hematomas roxos ainda tão visíveis contrastando com a pele branca dele. Kyle não faz mais questão de escondê-los. - eu teria dito exatamente a mesma coisa.

-Você não presumiria isso com qualquer pessoa! Você presumiu porque você acha que ele é capaz de uma coisa dessas, é isso que me dá vontade de quebrar a tua cara.

Gregory franze as sobrancelhas, parecendo bastante desarmado diante do que Kyle diz. A verdade é que, apesar de esse homem estar acostumado a se colocar em um pedestal e não sair do sério por ninguém, Kyle tem a habilidade peculiar de penetrar essa barreira e entrar na pele dele, porque Gregory o escuta de verdade. E o respeita de verdade.

-Espera, o que você tá dizendo? Como assim, “eu acho que ele é capaz”? Não foi ele? - Agora Gregory parece um pouco assustado, um tremor em sua voz que revela culpa, ainda que ele não queira demonstrar.

Mas o rosto de Kyle apenas o confunde mais. Gregory tem a habilidade sublime de ler o que ele está pensando, tamanha é a conexão entre os dois, mas nesse momento, ele não faz a menor ideia. E Kyle dá mais um passo embriagado para trás, esfregando os olhos, sacudindo a cabeça de forma confusa.

-Você não… - Kyle tenta responder, abaixando as mãos. Seus olhos tão verdes fitam o outro de forma muito mais suave, desarmada. - Você não faz ideia do que aconteceu, Gregory.

O loiro não responde de imediato. Primeiro, seus olhos buscam o tapete sobre o qual Kyle pisa. Depois, sobem lentamente pelo corpo dele, enquanto seu cérebro não registra as coisas que enxerga. Ele umedece os lábios, aproximando-se de Kyle com o cuidado de quem chega perto de um animal silvestre que pode fugir a qualquer momento.

-A gente não faz isso, Kyle. A gente não esconde essas coisas um do outro. - Ele agora se utiliza daquela voz suave, a voz que sempre aparece quando Gregory quer amansá-lo, e talvez isso irrite Kyle mais do que sua voz de condescendência. Sua mão tão branca tenta tocar o braço de Kyle quando ele está perto o suficiente, mas o ruivo recua de forma furiosa, negando o contato visual. - Kyle, sou eu. - Gregory diz com mais firmeza, encarando-o de perto. - Se alguém te machucou desse jeito… Se alguém tentou te matar, eu preciso saber o que aconteceu. Você não pode querer que eu veja isso e não faça nada.

Você pode não entender o silêncio de Kyle. Pode não entender porque ele simplesmente não explica o que houve, mas existe um balanço muito delicado acontecendo aqui. Vou tentar te fazer entender, enquanto nós assistimos os dedos de Gregory traçando um caminho delicado pelo pescoço de Kyle, sua pele marcada por uma cor roxa tão forte que não deveria fazer parte da tez humana, agora com pontos verdes e rosados em volta das marcas dos dedos grossos de Christophe, porque o corpo está buscando uma cura para o trauma. Kyle não recua quando ele toca, apenas continua encarando a janela atrás de Gregory, os olhos tão fragilizados que o peito do loiro arde por impotência. Por não poder protegê-lo.

De alguma forma, Gregory sabe que Kyle está cuidando de Christophe da única maneira que pode. Ele não sabe o que aconteceu, mas sabe que o silêncio de Kyle, assim como seus estouros de raiva, são protetores. Porque se Kyle contasse a verdade, estaria expondo uma fragilidade que não é sua, que o próprio Christophe não quis expôr. Kyle jamais faria isso com ele. Jamais contaria algo tão íntimo sabendo que não era o que Christophe queria. Esse também foi o motivo de Christophe para não contar nada a Gregory, não expôr Kyle, não se expôr. Não era seu papel. Os dois têm esse pacto silencioso sobre o que aconteceu ficar apenas entre eles, e isso mata Gregory por dentro.

-Eu não preciso que você me proteja. - Kyle murmura, finalmente rolando as órbitas para encarar Gregory diretamente, afastando-se do seu toque. - Isso é minha escolha. Eu não sou seu filho, você não pode passar por cima da minha decisão quando eu não quiser te contar alguma coisa. E você não pode falar merda pro Christophe achando que tá me protegendo de algo, Gregory, você não faz ideia da merda que você fez com ele. Você tem ideia de como isso é difícil?! Ele acha que te perdeu. Pra mim.

-Foi ele que fez isso?

-Caralho, você não tá me ouvindo?!

-Estou! Lógico que estou! Eu amo o Christophe, você sabe muito bem disso, eu o amo mais do que é humanamente possível, e é por isso que eu sei das coisas que ele é capaz quando ele fica com raiva. Não adianta você justificar, dizer que ele tava fora de si ou qualquer coisa, nada disso me importa.

-Ele já se sente um merda pelo que aconteceu, aí vem você enfiar o seu nariz onde ninguém chamou, pra jogar mais sal na ferida?! E achar que tá me ajudando?! Vai se foder, Gregory!

Antes que ele tenha a chance de responder, uma terceira voz preenche o cômodo:

-O que tá acontecendo aqui?! Cacete, dá pra ouvir vocês dois lá de baixo. - A voz de Stan é baixa, aquele tipo de grito sussurrado de quem quer colocar panos quentes em uma situação, ainda que ele não saiba exatamente qual é. Egon também está aqui, o cão guia de Stan, você se lembra dele? Com a língua rosada para fora e os olhos brilhantes, completamente alheio aos dramas humanos.

Gregory limpa a garganta, levando uma mão à testa. Então, ele tira um pequeno lenço de bolso da camisa para secar a superfície úmida da pele, tentando se recompor. Mesmo que Stan não possa vê-lo, a presença de uma terceira pessoa faz com que Gregory perceba o quão fora de controle ele estava, e isso é inadmissível para uma pessoa como ele. Kyle tem esse efeito em Gregory.

-Está tudo bem, Stan.

-É, tudo ótimo. - Kyle responde, cuspindo a voz de maneira raivosa, dando alguns passos para trás, erguendo as mãos. - Eu não tenho mais porra nenhuma pra te dizer. Eu só vim aqui pra te avisar que eu não sei o que eu sou capaz de fazer se você fizer uma merda dessas de novo. Eu não dou a mínima pro que você pensa, só deixa ele em paz.

-Kyle… - Gregory murmura sem ar, soando extremamente magoado. É difícil ver seus olhos tão tristes, eles nunca ficam assim. Nunca, nem mesmo diante de toda a escuridão que eles já passaram. - Eu só quero que você entenda…

-Entenda você que isso não é da sua conta.

Você já deve conhecer Gregory bem o bastante, a essa altura, para saber que ele não é um homem de desperdiçar palavras. Não é a primeira briga que ele tem com Kyle – ou que Kyle tem com ele – e certamente não será a última, ele já tem uma vasta experiência com esse homem para saber quando é melhor deixá-lo ir, quando ele diz coisas que não pensa de verdade porque está profundamente magoado.

Quando Kyle está muito próximo à porta, onde Stan continua parado escutando, com uma expressão pesada de preocupação em seu rosto, Kyle se vira novamente para Gregory e diz:

-Se ele for embora de novo por causa do que você fez, eu não sei se consigo te perdoar.

Essa é uma das coisas que Kyle não vai mais pensar quando estiver calmo, mas no momento em que as palavras deixam sua boca, elas carregam muita verdade. E isso faz com que Gregory precise de um copo de vodka. Kyle desvia de Egon e de Stan sem olhar para nenhum dos dois, deixando o escritório, marchando em passos barulhentos. Stan sente o cheiro dele quando Kyle passa. O som dos passos se afastando indicam a Stan que ele e Gregory estão a sós.

Depois de alguns instantes de silêncio, Stan adentra a sala. Egon cheira o tapete, sacudindo as orelhas preguiçosamente e bocejando. Gregory deixa um sorriso sutil aparecer em sua expressão triste enquanto dá a volta na mesa para se sentar novamente. Durante algum tempo, Gregory apenas abaixa a cabeça, escondendo o rosto nas mãos, os cotovelos apoiados nas coxas. Dentro do seu crânio, ferve. Stan é sensível o bastante para saber que ele precisa de um momento, pode perceber isso no ar da sala. A luz delicada da manhã banha o rosto de Stan, ele sorri pelo calor em sua pele. Egon emite um som baixo, entendendo que pode se deitar, pois Stan não está se movendo.

-Você está bem? - Stan pergunta.

É como se Gregory tivesse se esquecido por um momento que ele estava ali. Ao levantar a cabeça, ele esfrega os olhos cansados e libera o ar dos pulmões bastante devagar, encolhendo os ombros. Começa a ajeitar os objetos dispostos na superfície de sua mesa, precisando ocupar as mãos.

“Não exatamente”, seria a resposta verdadeira, mas Gregory prefere dar respostas certas a dar respostas verdadeiras.

-Claro. Você sabe como ele é, só precisa de um tempo.

Stan pressiona a língua por dentro da bochecha e assente com a cabeça devagar, pensando um pouco. Ele não sabe se acredita nisso.

-Quer me contar o que você fez?

-Não acho que isso seria prudente. - Gregory responde com honestidade, um pequeno tom irritado em sua voz de quem quer ser deixado em paz. Os ouvidos de Stan são aguçados o bastante para perceber isso.

-Isso é sobre os hematomas no pescoço dele? - Stan pergunta, soando extremamente calmo. Sem cerimônias, sem choque.

Gregory levanta a cabeça de imediato, as mãos espalmadas sobre uma folha branca de papel, os olhos estreitos.

-Como você…?

-Kenny. Ele não sabe o que aconteceu, só sabe que o Kyle não queria que ninguém visse. E… Bom, é o Kenny, ele não se mete. - Explicou, encolhendo os ombros, coçando atrás da cabeça com a mão que não segura a coleira do cachorro. - Você não acha que…? O Toupeira?

-Eu não sei o que eu acho, Stan, honestamente.

Stan percebe o quanto a voz de Gregory soa cansada. E não é de se surpreender, porque mesmo de longe, ele acompanhou, de certa forma, a aproximação dos dois. Ele sabe que Kyle é a pessoa no mundo inteiro com mais capacidade de drenar as energias de Gregory, um homem que parece tão intocável.

-Eu sei que isso não é da minha conta. - Stan diz. - Mas… Gregory, pensa um pouco. O Toupeira não faria isso, não com ele.

-Então por que nenhum dos dois diz que ele não fez?

Essa é uma pergunta excelente para a qual Stan não tem a resposta, é isso que aparece em toda a sua expressão. Ele tem os ombros tensos, um aperto mais forte do que o necessário em torno da coleira do cão guia. Porque os assuntos tocantes a Kyle Broflovski ainda conseguem deixá-lo nervoso, especialmente quando ele corre algum tipo de risco. Kyle é uma pessoa muito difícil de ajudar. Você pode presumir isso pelo quanto ele é teimoso e autoritário, mas… Você ainda não tem uma ideia concreta, não como Stan tem. Infelizmente, em nossa narrativa do passado, nós nos aproximamos cada vez mais do momento em que Kyle, aquele menino jovem e inocente em muitos aspectos, morre. Não uma morte literal, não como eu e meus companheiros morremos, mas uma morte simbólica. Uma morte em um corpo vivo pode ser imensamente pior do que desprender-se da carne realmente.

Acredito que, ao conhecer as coisas que mataram a inocência de Kyle e o transformaram no homem difícil e resiliente que ele é hoje, você será capaz de entender o quão insuportavelmente complicado é ajudá-lo a se reerguer quando ele cai. Stan tem essas lembranças muito vivas em sua mente, sempre terá.

Chega de provocações.

-Eu não sei. - Stan responde em uma voz suave. - Talvez… O que aconteceu realmente seja pior do que isso.

-Pior? - Gregory pergunta como se tal coisa nem fosse possível, repousando o braço sobre a escrivaninha. Ele pensa. - É… Eu não faço a mínima ideia. Esses dois, pelo amor de Deus… - Ele leva uma mão à testa e massageia as têmporas como um pai preocupado.

-Talvez você devesse confiar um pouco mais nele. Os dois se entendem, você sabe disso. Do jeito deles, mas se entendem. Tem que haver uma boa razão para ele não querer que você saiba.

Gregory respira fundo enquanto reclina a cadeira para trás, passando as costas do dedo indicador pelo queixo, cruzando a perna de carne por cima da perna mecânica, pensativo. Enquanto o silêncio se instaura no escritório, Stan se inclina para frente e faz carinho no topo da cabeça de Egon, que pisca preguiçosamente e abana o rabo.

-Stan. Eu teria uma reunião com o secretário da saúde em vinte minutos, você acha que pode ir no meu lugar? - Ele pede enquanto abre a gaveta da escrivaninha, procurando por um remédio para a dor de cabeça. Ele não vai encontrar. Sua cartela de remédios está no porta-luvas do carro, eu posso vê-los de onde eu estou. Posso ver tudo de onde eu estou.

-Claro, Gregory. - Stan responde com um aceno sutil de cabeça, entendendo que ele não quer mais conversar sobre isso. Puxa a coleira de Egon para indicar que o labrador se levanta e o guie para fora da sala, fechando a porta atrás de si, bloqueando a imagem de Gregory sentado em sua cadeira, a cabeça baixa, os olhos escondidos na palma da mão. - Me chame se precisar de alguma coisa.



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