1. Spirit Fanfics >
  2. Lie - Five >
  3. O menino dos meus sonhos.

História Lie - Five - O menino dos meus sonhos.


Escrita por: ParkGoJeon

Notas do Autor


Hello Hello! Eu disse que ia ter um capítulo em breve kkkk, meu TCC foi adiado para o dia 10/10, então até lá vou estar na correria, mas tentarei atualizar vocês o mais rápido possível, ok? Bem, boa leitura e beijos da omma!

Capítulo 5 - O menino dos meus sonhos.


Fanfic / Fanfiction Lie - Five - O menino dos meus sonhos.

 Comida é realmente  o melhor consolo quando se está triste ou com raiva, e eu estou com os dois sentimentos explodindo dentro do meu peito, então enquanto a minha vez não chegava eu apenas comia tudo que aparecia nas bandejas de metal. Eu deveria ficar triste mais vezes, estava realmente valendo a pena.


Eu só consigo repassar a cena na minha cabeça, e a cada vez que ela acaba recomeça novamente. Eu sempre imaginei que Dong Wook saia com alguém , era no mínimo óbvio, a senhorita perfeição se encaixava nisso. Eu ainda não consigo aceitar o fato dele estar dando amassos em Jimin, poxa! E a senhora perfeição? Preferia que fosse com ela.


O mais estranho de tudo isso, que em meio a esse turbilhão de sentimentos eu sei que não estou apenas com ciúmes de Dong Wook, eu também estou com ciúmes de Jimin. isso é um absurdo! Eu nem conheço o menino, mal falei com ele, mas eu não consigo parar de pensar que ele estava com os lábios vermelhos e carnudos grudados nos de Dong Wook. Eu devo ter batido a cabeça em algum lugar e ter enfim chegado ao meu ápice da loucura.


Fecho os olhos e paro de mastigar por uns três segundos, a cena vem a minha mente novamente. Será que eles continuaram? Será que continuaram abraçados enquanto se beijavam? Será que eles se gostam? Um bolo se forma na minha garganta. Eu sei que estou fazendo drama, sei que eu não tenho o direito de ficar com raiva ou triste. Eu não tenho nada com nenhum dos dois. Ainda assim eu sou um ser humano e eu não consigo me conter, e nem quero.


— Você está se sentindo bem? — Hyuk falou, ele estava sentado ao meu lado. Viro um pouco o rosto, ele tinha desistido completamente do estilo praiano e tinha voltado vestir suas roupas escuras e rasgadas.


— Não muito. — apoio minha cabeça em seu ombro fazendo biquinho — partiram o meu coração Hyuk!


— Ok, eu vou chamar Da Hye. — ele se levanta quase me derrubando — Agora tenho certeza que bebeu alguma coisa.


Reviro os olhos e seguro a barra da sua camisa o puxando de volta para o banco. — Eu não bebi.


— Eu sei, estava brincando. — sua voz parecia quase irritada, um de seus braços passam por mim e tocam o meu cabelo. Hyuk não  é o tipo de pessoa que sai distribuindo carinho, mas às vez quando ele acha necessário ele não hesita em fazer isso. Eu adoro esse lado dele, me faz lembrar de quando eu era pequeno quando uma moça acariciava meus cabelos até que eu dormisse. — o que o papa-anjo fez dessa vez?


— Desde quando você o chama de papa-anjo? — ergo uma sobrancelha e pelo canto do olho, ele estava tenso. Não era uma simples fala, eu tenho certeza — O que quer dizer com isso?


— Isso é outra história. — abro a boca para argumentar e ele levanta a mão me interrompendo — vai falar o que aconteceu ou não?


Respiro fundo, Hyuk é maravilhoso, mas ele tira a minha paciência rápido demais. E ainda me deixou curioso, ele que vá achando que eu vou esquecer essa outra história.


— Bem, você lembra do primo da Da Hye, certo?


Ele faz que sim com a cabeça, suas sobrancelhas estavam mais juntas do que o habitual — O que tem ele?


— Eu o vi beijando Dong Wook.

Hyuk ficou calado, seus dentes pressionavam seus lábios com força, suas veias do pescoço estavam mais destacadas. Seus olhos também estavam cheios de raiva.


— Como você está se sentindo ? — seus olhos não me viam, e sua voz estava controlada demais.


— Bem mal, mas já está passando. Dong Wook nunca foi meu para eu ficar na fossa, só estou fazendo drama. Não se preocupe.


Ficamos em silêncio, não havia mais nada a ser dito, e também porque tocava uma música muito bonita. Eu apenas fechei os olhos enquanto aproveitava o clima, Hyuk acompanhava a música em um cantarolar baixinho. Eu já estava quase dormindo quando ouvi meu nome ser chamado por uma voz feminina, me levantei já sabendo do que se tratava.


— Nos vemos mais tarde? — pergunto a Hyuk que apenas assente e coloca seus fones.

Deu as costas e vou em direção a fotógrafa.


A fotografa se revelou um pouco mais jovem do que eu imaginava, ela deveria ter no máximo vinte e cinco, usava um vestido bem colorido. Em minha percepção de beleza ela poderia ser considerada bastante bonita.


— Que tal fazermos em um lugar diferente? acho que suas fotos podem ser melhores.


Concordo e ela me chama com um gesto de cabeça.


Ventava mais na costa da praia, tudo era mais relaxante e rapidamente eu fui me livrando dos pensamentos ruins. A fotógrafa era bastante simpática, me dava algumas dicas e eu me agradava bastante, ela de vez em quando soltava algumas piadas que me faziam rir bastante. As cores do lugar também me deixava bastante relaxado, eu estava em um lugar completamente colorido, nada de preto e branco. Nada de ausência  de cor. Quando as fotos acabaram eu sorri, me sentindo leve ao ponto de quase cambalear, me despedi da fotógrafa com um sorriso e sai da praia.


O ar ficou mais pesado assim que eu vi Dong Wook, na verdade foi mais como se o ar tivesse faltado. Ele estava lindo, como sempre. Estava sentado no bar, com uma bebida escura assim como os seus cabelos. Logo atrás estava Jimin, Da Hye tinha o seu braço a sua volta. Gostaria de dizer que era apenas minha imaginação, minha forma fértil de enxergar as coisas, mas eu sei: todos os três estavam olhando para mim.


Tendo isso em mente eu coloquei as mãos no bolso da bermuda e dei de ombros, eu estava leve  demais para me preocupar com esse tipo de coisa. Embora meu subconsciente garantisse o contrário.

                                                                                              

.Jimin.

Assim que vi Kang Joon passar meu coração se apertou, fazia muitos anos que eu não via ele e agora saber e ver que eu sequer era reconhecido pelos seus olhos...machucava bastante.  Aperto Da Hye e enterro meu rosto na curva do seu pescoço, Da Hye já tinha ouvido falar muito de Kang Joon, quando eu era mais novo só falava dele. Me pergunto quando ela ligará os pontos, que na verdade o pequeno Seo Kang Joon que eu falava é hoje Min Kang Joon.

— Por que está tão tenso ? — Da Hye pergunta, suas mãos acariciam meus cabelos e suas pulseiras geladas tocam a minha nuca. — pode me contar o que quiser, Jimin.


Passo minha mão ao redor da sua cintura,  eu queria muito poder contar para ela sobre o que aconteceu entre mim, KangJoon e Dong Wook, mas eu tinha prometido para Wook-ah que eu não falaria nada até a viagem acabar.  Eu poderei me aproximar mais facilmente de Kang Joon, poderia faze-lo nos amar novamente. Assim como era antes.

Só de pensar que as coisas poderiam voltar a ser como antes  faz meu coração se aquecer, passar as tardes na casa de Kang Joon gargalhando e nos beijando, apenas os três. Apenas o amor. Dong Wook me prometeu que isso vai voltar a acontecer, que ele vai voltar a nos amar e que as coisas ficarão coloridas novamente,  e eu acredito em sua promessa.

Me afasto de Da Hye segurando apenas suas mãos, sorriu e dou um beijo em sua testa — Noona, eu estou indo me recolher. Nos encontramos amanhã, ok?

Ela assente e solta a minha mão, e antes de dar as costas olho para Dong Wook que me observava de longe, seus olhos estão cheios de ternura. Só de olhar para ele me faz lembrar de quando ele veio até mim quando recebeu a notícia sobre Kang Joon, na época eu não sabia o que havia acontecido, mas o desespero de ter ele totalmente sensível e magoado em meus braços foi assustador.  “Ele parece forte, sempre impondo sua vontade, mas na verdade ele é tão sensível quanto uma criancinha de colo, você vai perceber isso com o tempo” Kang Joon tinha falado isso uma vez, seus olhos estavam distantes e apaixonados. Seus olhos não haviam mudado, continuavam claros e cheios de brilho, mas agora a sua paixão era direcionada a outra coisa.

Um dia ele vai perceber que o nosso amor ainda existe, ele apenas não enxerga.

Assim que abri a porta eu pude ver seus cabelos castanhos esparramados na ponta da cama, ele dormia da mesma forma de quando criança, a cabeça do lado contrário da cabeceira e uma das pernas descoberta pelo lençol. Seus olhos estavam fechados e seus lábios estavam entreabertos, suas mãos apertavam o lençol com força, ele resmungava alguma coisa. Fechei a porta e me aproximei cheio de medo, não queria que ele percebesse que o observava, sabia que sua reação seria totalmente diferente de quando éramos mais novos.

Antes, quando ele me pegava o olhando apenas estendia a mão e me puxava pra cama, me abraçava como um ursinho e dormia novamente. Ele sempre era carinhoso, e nunca reclamava, na verdade nenhum de nós reclamava, tudo era tão perfeito, tão colorido, tão doce. Não havia motivos para reclamações existirem.

Eramos crianças envoltas de felicidade.

A porta do quarto se abriu e eu virei o rosto para olhar Dong Wook que estava entrando no quarto, ele havia parado  perto da porta observando a cena. “Ele está dormindo?” seus lábios se mexerem sem som e seus pés vieram até mim, me afastei para que visse Kang Joon, tendo assim sua resposta. Seus olhos brilharam, e ele sorriu, ele ficava lindo sorrindo. Ele estava bem próximo quando seus olhos se arregalaram e ao mesmo tempo eu senti algo me tocar, virei o rosto rapidamente.

Kang Joon tinha os olhos semi-abertos, ele sorria e sua mão tocava o meu ombro, seus lábios tremiam assim como o meu corpo. Seus olhinhos claros me fizeram lembrar de quando ele era pequeno, tão cheios de brilho e felicidade e eram direcionados a mim e a Dong Wook.

— Wookie, Minnie..por quê estão em pé? — eu estava paralisado não sabia como reagir, ele havia se lembrado ou apenas estava delirando? Por Deus que houvesse se lembrado. — venham pra mim.

E fomos, da mesma forma que fazíamos quando mais novos, sempre nos afugentando nos braços alheios.   

(〜^∇^)〜

Kang Joon.

Está frio, foi a primeira coisa que pensei antes de me enrolar ainda mais com o lençol. Ainda não tinha coragem de abrir os olhos, tinha dormido tão bem, fazia tempo que eu não dormia assim. Ainda havia o fato de que eu havia me sentido aquecido a noite inteira, chegava a parecer calor humano. Algo que eu não sentia a muito tempo, e que  sentia saudade. É um pouco estranho pensar isso, já que sempre estou perto de pessoas e, que na maioria das vezes eu sempre às abraço ou coisa do tipo, mas o tipo de coisa que eu senti ontem não tem explicação.

Abri os olhos e ouvi minha barriga roncar, me sento na cama, mas acabo caindo novamente no colchão. Algo me segurava. Olhei para baixo completamente confuso, Jimin estava sem camisa e segurava com força a minha cintura, seus lábios estavam semi abertos em um biquinho fofo. Eu iria ficar ali para sempre se uma mão não tivesse tocado meu ombro. Dong Wook estava curvado em minha direção, próximo demais. Ele tinha acabado de sair do banho,e já estava vestido — para a minha infelicidade — seus olhos apontaram para o Park e só quando ele começou a tirar as mãos de Jimin com cuidado eu me arrependi de fazer todo aquele alvoroço. Eu queria que ele continuasse a tocar em mim, assim como eu queria que Dong Wook não tivesse tirado sua mão do meu ombro.

Quando Dong Wook já tinha colocado Jimin na ponta da cama, o dando um travesseiro para abraçar, seu olhos se encontraram com os meus. Eles brilhavam e Dong Wook até mesmo sorria, levando um dedo aos lábios como forma de silêncio. Meu coração bateu mais forte ao ponto de que talvez fosse possível escutar, e mais uma vez eu me derreti por Lee Dong Wook, mesmo sabendo que aquele sorriso e aquele brilho no olhar foram causados por Jimin.


Desviei os olhos, estou começando a achar que não importa quantas vezes eu olhe para esse homem, ou descubra coisas sobre ele eu não vou perder o meu interesse. Me levantei, e segurando minha toalha que estava jogada sobre a mesinha de cabeceira, eu fui tomar um banho. Apenas para sonhar com Dong Wook e com o menininho dos meus sonhos, que detestava a chuva, e que adorava me amar. Assim como eu adorava amar ele.

(〜^∇^)〜


Dois dias se passaram e ainda estávamos a passeio, todos aproveitavam os ensaios e quando terminavam fugiam para algumas praias próximas, era a diversão deles, não a minha. Mas não posso negar que achava engraçado quando um grupo ou dois chegava bêbado e tentava disfarçar, eu sempre os seguia e observava o que iria se desenrolar. Era muito melhor do que observar como Dong Wook sempre estava acompanhado por Jimin e  a senhorita perfeição  — as vezes eu o via com Woo Bin e Tae Yeon, mas não passava de poucos minutos de conversa.

Eu já deveria estar acordado há horas, pelo menos é isso que o meu relógio mental diz. Já está de manhã e eu quero sair para ver mais uma vez o mar — ando fazendo isso sempre que posso —, e ficar com Hyuk e Da Hye, que discretamente estão ficando mais próximos.  A questão pela a qual eu não quero me levantar não é por conta do sono, ele já foi a muito tempo,  mas sim porque estou com Jimin me abraçando e não quero que ele me solte nem tão cedo. Isso é tão estranho, ter ele me abraçando e acariciando minha barriga, sentir alguns beijinhos dele em meu ombro e costas, tudo isso me faz feliz e meu corpo se sente desanimado quando ele me larga. Eu amo Dong Wook com os olhos e amo Jimin com o corpo. Não nego, posso não conhecer Jimin, mas adoro quando converso com ele e adoro mais ainda quando ele me toca.

Abro os meus olhos devagar e presto atenção na respiração calma de Jimin que batia nas minhas costas, eu tenho que levantar. Solto suas mãos com cuidado e me sento na cama, pego o meu travesseiro e dou para Jimin que o abraça sem demoras, ele murmura algo, morde os lábios e então volta ao normal. Olho para o sofá no canto do quarto, era nele que Dong Wook vinha dormindo todas as noites, o que será que ele pensa ao me ver dormindo com o garoto que ele beija pelos cantos do chalé? Será que ele sente raiva? Porque não é isso o que parece, a cada manhã meus olhos encontram cada vez mais os de Dong Wook, e eles não aparentam estar com raiva.

Depois de ter tomado um banho e ter o cabelo com cheiro de baunilha — é o shampoo de Dong Wook — eu saio do banheiro já vestido, Jimin ainda dorme ainda abraçado com o meu travesseiro e isso me faz sorrir. Ele é tão pequeno, tão fofo e carinhoso, idêntico ao menino dos meus sonhos. Talvez seja por isso que eu tenha tanto carinho por ele. Me aproximo da cama e o cubro com o lençol,  acaricio seus cabelos só para ver ele sorrir enquanto dorme, então me afasto e assim que estou prestes a fechar a porta olho para ele e sinto que estou me esquecendo de alguma coisa.

Me encontrei com Hyuk e Da Hye assim que terminei de descer as escadas, Hyuk me estendeu um sanduíche e Da Hye me puxou pela mão até a praia. Ficamos lá por alguns minutos, enquanto eu comia eles conversavam sobre um jogo que tinha saído e que iriam comprar assim que chegassem da viagem, falaram também dos shows de Hyuk e qual seria sua próxima música como Dean. Quando terminei de comer Hyuk estendeu um guardanapo até mim e limpou meu rosto. Estava me sentindo uma criança, era o mínimo dos cuidados — para os outros, é claro —, mas para mim, Min Kang Joon, o mínimo cuidado me cativa.

Depois de um tempo fomos para sala e lá estava Dong Wook sentado junto a Tae Yeon  e Woo Bin, eles conversavam baixinho com feições sérias, passamos por ele e assim que estávamos na porta passamos por um grupo da outra escola, Jimin estava no meio deles e parecia um pouco deslocado. Eu poderia até mesmo passar por ele e fingir que não podia ver o seu incômodo no meio de todos aqueles garotos que pareciam indiretamente dar em cima dele, mas eu não sou do tipo que ignora. Então, sendo bem eu, caminhei até o meio do grupo puxei Jimin e o trouxe para perto de nós. Nos olhamos rapidamente e sorrimos antes de continuarmos andando.

Alguns professores estavam reunidos em frente ao chalé, todos com roupas bem confortáveis. Hoje era o dia de gravarmos a coreografia e tirarmos as últimas fotos, e foi assim que fizemos. Eu nunca fui bom dançarino, mas esquecia disso toda vez que a música tocava bem alto e eu começava a me divertir. Gravamos o vídeo bem rápido e fomos trocar de roupa para as fotos, Da Hye e Hyuk foram os primeiros a tirar as fotos juntos, pareciam um casal.

— Eles ficam lindos juntos, não acha? — comentei  com Jimin.

Ele estava sentado em um banquinho que era bastante alto fazendo suas pernas ficarem suspensas, ele tirou o canudinho cor de rosa da boca e assentiu antes de começar a falar.

— Sim,  mas ele, digo Hyuk hyung namora, certo?      

— Sim.

Ele murmurou alguma coisa e levou a pequena mão a blusa a sacudindo para se refrescar, seu rosto se abaixou e seus cabelos negros caíram sobre seu rosto. E novamente eu me lembro do menino dos meus sonhos. Apoio o cotovelo em minha coxa e com a palma da mão sustento meu queixo, meus olhos percorreram seu rosto angelical e fofo. Estendo minha mão para afastar seus cabelos de sua visão e ao mesmo tempo ele inclina a cabeça para o outro lado, apenas um de seus olhos me encaravam e foi o seu olhar que me incentivou a esticar ainda mais meus braço e tocar em seu rosto.

Eu não tinha medo de ser pego o observando e muito menos de tocá-lo. O completo oposto de Dong Wook.

Seus lábios começaram a se abrir e quando eu achei que ele ia falar alguma coisa ele começou a cantarolar, sua voz estava meio desafinada, mas não deixava de parecer angelical. Sua voz enquanto cantava era tão familiar e acolhedora, era quase como se eu já o tivesse ouvido cantar diversas vezes.  Eu poderia ter continuado a ficar hipnotizado com a sua voz se não tivesse notado que ele tinha começado a choramingar em meio as letras, meus olhos se arregalaram e a única coisa que eu pude pensar foi em abraçá-lo assim como ele fazia comigo enquanto eu dormia.

Seus soluços eram baixinhos e suas mãos agarravam minha blusa, eu queria perguntar o que estava acontecendo, mas a minha mãe me disse uma vez que existem momentos que eu deveria parar de ser enxerido e apenas ajudar, acho que esse foi o  primeiro e único conselho que eu segui a risca. Enquanto acariciava seus cabelos e tentava acalmá-lo com algumas palavras meus olhos se encontraram com os de Dong Wook que estava na porta do chalé. Eu gostaria de entender suas feições, mas era algo tão misterioso para mim que só me desesperou mais ainda.

— Porque...— ele murmurava e eu apenas o abraçava ainda mais forte enquanto ouvia seus soluços e sentia pela primeira vez em muito tempo as coisas perderem a cor.

Levei minhas mãos até seus cabelos, os acariciei e beijei. Ele cheirava a algodão doce, assim como o menino dos meus sonhos, o qual eu chamava de ChimChim.

— Jimin?! — Da Hye gritou e logo estava ao meu lado junto com Hyuk que até mesmo parecia estar preocupado — o que aconteceu?

— Eu não sei, ele apenas—

— Acho melhor ele voltar para dentro. — Dong Wook me interrompeu, suas mãos grandes tocaram as costas de Jimin que o olhou de imediato, ele sussurrou alguma coisa em seu ouvido e Jimin se levantou ficando ao seu lado e o abraçando — obrigado por cuidar dele, Kang Joon. Eu assumo agora en—

Foi a vez dele de ser interrompido, a fotógrafa do outro dia estava bem próxima e nos olhava com um sorriso no rosto, ela ignorava toda a situação.

— Por que vocês não tiram uma foto juntos? Vocês três. — ela falou se referindo a mim a Dong Wook e a Jimin, meu coração quase saltou e meus olhos se arregalaram. — Vai ser perfeito.

E lá estávamos os três. Um homem tenso, um menino chocado e um pequeno chorão. Éramos as pessoas mais improváveis para tirarmos as fotos, e eu apenas “acordei” quando as fotos acabaram, era tudo muito estranho e também familiar, o que tornava as coisas mais confusas.


(〜^∇^)〜

Assim que a viagem acabou eu me despedi de Jimin, e entrei no carro dos universitários, dessa vez eu não tive a sorte de dormir como da ultima vez. Eu fiquei lá mexendo na barra da minha blusa em completo tédio, repassando na minha mente em que posição eu dormiria quando chegasse em casa e qual porcaria — que provavelmente estaria velha — eu me empanturraria.

Era fato que eu estava cansado, não fisicamente, havia dormido como uma pedra na noite anterior. Eu estava cansado do rumo das coisas, e eu estava odiando isso. Não era algo que eu faria, eu gosto tanto da minha vida — por mais que existam coisas que me façam querer jogar tudo para o alto —, ela é até divertida. Eu tenho amigos, um lugar para morar e pessoas estranhas para admirar. Até uma paixão não correspondida eu tenho.

É a minha vida perfeita.

A quem eu estou querendo enganar? Eu me sinto tão vazio. Afinal, enquanto eu observo as pessoas eu esqueço cada vez mais quem eu sou. Porque saber quem eu sou me dá nos nervos.

Assim que o carro parou eu ouvi o barulho do ônibus, agradeci a todos e sai, tinha deixado minhas coisas com Hyuk para não precisar esperar alguém abrir o porta-malas. Foi um bom plano. Assim que já tinha minha mochila nas costas eu só precisei me despedir de Da Hye e Hyuk e correr para casa.

Eu até poderia pegar um ônibus e ir divagando que teria mais alguns dias em casa para depois voltar ao trabalho, mas iria gastar o dinheiro que eu não tenho e eu “preferi” ir andando enquanto olho algumas barracas coloridas que iluminavam a rua com suas cores. Por algum motivo eu quero chorar, mas eu sei que é drama do meu próprio coração.

As ruas estão mais movimentadas do que normalmente estão, os cafés e restaurantes estão cheios e eu tenho que me desviar de algumas pessoas, e quanto mais eu ando mais as pessoas vão sumindo.  Respiro fundo ao chegar de frente ao que eu chamo de casa, sorriu. Eu estou desanimado demais, mas nada que uma boa dormida, uma agenda cheia — de trabalho — e comida gordurosa não possa resolver.

E com isso eu entro no apartamento, correndo pelas escadas quase tropeçando várias vezes e suando frio toda vez que isso acontecia.

Estava tão distraído que não tinha percebido o que estava acontecendo.

Assim que cheguei no corredor do meu apartamento pude ver da escada a porta do mesmo aberto, na porta havia dois homens enormes, seguranças. Ok, isso não é nenhum pouco normal, olhei para os lados me perguntando se eu tinha errado o andar e o apartamento, mas não. Eu estava certíssimo.

Então eu dei um passo para frente e os “seguranças” me olharam, um entrou no apartamento e o outro veio da minha direção. Eu não sou muito de falar ou pensar em palavrões, mas essa merecia um puta que pariu.

— O senhor Seo Jiwon o espera.

Meu sangue gelou, eu já tinha ouvido aquele nome antes, mas fazia muito tempo e eu não me lembrava de onde. O segurança segurou no meu braço e me levou até o apartamento, eu estava começando a ficar com raiva dele, eu sei andar tá! Eu queria gritar, mas não acho muito educado gritar com um homem que tem uns dois metros e tem o corpo que é  puro músculo.       

O senhor Jiwon era um homem bastante alto, de cabelos quase castanhos claros, seus olhos eram da cor mel e ele era bastante atlético e jovem para ser chamado de senhor. Assim que entrei no apartamento ele me olhou de cima a baixo e logo sorriu, fez sinal com a cabeça para que me aproximasse e eu o fiz.

Eu deveria estar enlouquecendo, deveria correr dali e ligar para alguém. Tinha um estranho dentro da “minha” casa e eu estava indo em direção a ele, qual o risco de dar errado? Uns 100% talvez?

— Kang Joon, consegue lembrar de mim?  — sua voz me desarmou, ela era bastante grossa e me forçava o que eu mais estava odiando nos últimos anos.

Lembrar.

— Não, quem é você e o que está fazendo na minha casa? — disparei, velhos hábito, fazer o que.

Seus olhos se arregalaram, mas ele logo sorriu. De alguma forma ele parecia comigo e isso me dava medo, deveria ser um parente, certo?

— Isso não pode ser considerado uma casa, nem a sua mãe por mais humilde que fosse consideraria isso uma casa. — ele cruzou os braços e me encarou, ele tinha o nariz bem arrebitado e o terno que usava era sem dúvida bem caro e sem graça.

Eu suportava que ele falasse de tudo, mas não da minha família. Por mais que a minha mãe não me ligue a mais de dois meses, que não mande uma carta e nem tenha me dado atenção durante a minha vida, ela, assim como o meu pai, sempre se esforçou.  

— Não fale da minha mãe! Ela se esforça muito para ter a vida boa.

O homem levou a mão até o terno e abriu um dos botões, ele se remexeu e se aproximou de mim. Eu me sentia bem pequeno comparado a ele, mas não intimidado.

— Estou falando da sua verdadeira mãe, minha falecida esposa. — seus olhos claros pareciam buscar algo dentro de mim. Eu me sentia no meio de um furacão, ele estava me cercando e me deixando tonto. Ele estava me forçando a lembrar, lembrar de algo que era indesejado para mim. Algo que talvez o meu próprio subconsciente tenha me forçado a esquecer. — ela era mãe de um menino chamado Seo Kang Joon. Ela era mãe do meu filho.        

          


Notas Finais


Obrigada por lerem, e o que acharam? Estão gostando desse triangulo amoroso?


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...