1. Spirit Fanfics >
  2. Ligados Pela Liberdade (Imagine Ten) >
  3. Extra

História Ligados Pela Liberdade (Imagine Ten) - Extra


Escrita por: Xuchittaprr

Notas do Autor


Gente, esse é o último de verdade. Ja estava nos planos, só para vocês verem como ficou o futuro das crianças.

Isso possivelmente vai continuar na Sun & Moon da @Tentalice, até porque o Taeyang foi criado 70% por ela kkkkk eu fanfiquei em cima do personagem da fanfic dela.

MAS TUDO NO SEU TEMPO E NO SEU CONTEXTO.

Aqui é uma coisa, lá é outra.

Capítulo 134 - Extra


 

Estava muito quente naquele fim de tarde em Soul, o que deixava Kai levemente irritado. Não que se irritasse com muita coisa, ou que demonstrasse isso. Podia chamar seu estado de irritação apenas de desconforto e preguiça. Era um garoto muito despreocupado e não levava muita coisa a sério, mas sua saúde com certeza era uma das poucas coisas em sua lista de responsabilidades. Odiava ter falta de ar, e era exatamente isso que lhe impedia de ligar o ar condicionado do quarto no mínimo, e também de aproveitar a neve quando o inverno chegava, principalmente quando sua família ia esquiar. Não ligava de ficar olhando pelo vidro e tinha preguiça só de pensar em subir a serra, mas sabia que seu pai preferia acompanhar suas irmãs do que ficar tomando chocolate quente com ele na cafeteria, e isso fazia ele se sentir culpado. 

Naquela tarde, apesar do calor infernal, estava fazendo o que mais gostava: jogando videogame. Na verdade, era a segunda coisa que mais gostava. A primeira era jogar League of Legends. Não, talvez fosse dormir. Bem, uma dessas coisas. De qualquer forma,  era muito bom em ambas.

Adorava passar horas na cama ou na sua cadeira gamer, jogando. Se pudesse, essa seria a única coisa que faria na vida. Mas como era um adolescente de dezessete anos, precisava ir para a escola. E isso ele odiava. Pra ajudar, seus pais controlavam cada passo da sua vida escolar, principalmente sua mãe, que já estava acostumada a ser chamada pelo menos uma vez por mês na escola por algo que ele tinha feito, ou melhor, deixado de fazer, na maioria das vezes. Isso não acontecia com a sua gêmea, mas agradecia Sami por ter acostumado seus pais a serem chamados na escola por mau comportamento. No fundo, sentia pena de sua irmã mais velha, mas admirava a coragem dela de nunca ficar calada e lutar pelo que achava certo. Costumava sempre rir e apoiar suas causas de rebelião, e queria muito ter estudado na mesma escola que ela. Agora ele. Não sabia mais. Sami cada dia mudava de gênero e não ligava mais para pronomes. Até tinha deixado a barba crescer, embora ainda insistisse em se maquiar mais que sua mãe e usar roupas que apenas Lady Gaga e Harry Styles usariam.

Kai ouviu batidas na porta e nem se preocupou. Estava concentrado demais em seu jogo para responder. Mas como Yang era a pessoa mais próxima dele e sabia o quão preguiçoso Kai era, nunca esperava resposta e já ia entrando.

Assim que abriu a porta, encontrou o garoto jogado no sofá do quarto, concentrado na TV, como sempre. 

-Kai, levanta. Vamos na festa - Seu tom não foi autoritário, mas vindo de Yang, sempre soava como uma ordem. Ele era imponente por natureza. Nunca forçava nada, mas no final, todos, por livre e espontânea vontade, acabavam fazendo suas vontades.

-Não estou a fim - Respondeu com a voz arrastada. Kai não era uma pessoa introvertida, mas não dava a mínima para festas. O problema não era nem a festa em si, mas sim o fato de ter que levantar do sofá e se locomover até lá. 

-Vamos, anda logo. Eu não quero ir sozinho - Yang também era indiferente às festas, mas dessa vez tinha razões para estar lá, já que a pessoa que ele gostava, não era.

- Aah… - O outro resmungou, se espreguiçando no sofá, com o controle nas mãos - Tata, por que você não me deixa aqui sozinho, entregue à  insignificância da minha existência? É tudo o que eu quero!

- Nem pensar - Taeyang disse enquanto caçava alguma roupa no quarto bagunçado de Kai. Havia roupas jogadas no cabideiro, na cama, no chão e no sofá. Estavam por toda a parte.

-Anda, levanta logo - Yang pegou uma cueca do chão com a ponta dos dedos - Argh, eca! Kai, por que você não joga suas roupas sujas para lavar?! 

O garoto ainda estava concentrado no jogo. Já estava acostumado a ouvir coisas parecidas dele, de seu pai e de sua mãe. Ten não deixava os empregados arrumarem seu quarto há dez dias, pois estava tentando fazer com que o próprio Kai arrumasse seu quarto pelo menos uma  vez na vida. Mas claro que ele estava procrastinando essa tarefa o máximo que podia, como sempre fazia.

-Não estão sujas. Deixe elas aí, depois eu dobro.

-Toma, veste isso - Yang jogou uma camiseta preta na direção de Kai.

Ele pausou o jogo e pegou a camiseta, sem vontade nenhuma, fazendo cara de birra.

-Aaah, meu amorzinho... - O menino levantou do sofá e abraçou Yang por trás - vamos ficar em casa e pedir comida. Eu deixo você ganhar no CS. Vamos aproveitar que meus pais estão trabalhando.

-Seu pai está lá embaixo - Taeyang o olhou pelo canto dos olhos, afastando carinhosamente os braços de Kai, que o envolviam - E falou que você não vai no cruzeiro de férias do colégio se não melhorar suas notas.

Kai apenas virou os olhos. 

Achava Chittaphon o melhor pai do mundo, mas não gostava quando ele usava Taeyang para, indiretamente, pegar no seu pé. 

Ten sabia muito bem da influência que o garoto  exercia sobre seu filho, e por isso o usava como aliado para tentar convencer Kai a fazer a coisa certa, que era levar os estudos um pouco mais a sério. Até porque Taeyang era muito responsável e tinha ótimas notas. Era com certeza uma boa influência, e não é à toa que era capitão do time de basquete, presidente do grêmio estudantil e também o garoto mais popular do colégio. 

Desde criança Kai e Tayang eram muito grudados. Cresceram juntos, faziam tudo juntos e não se separavam para nada, a não ser no horário de aula, já que estudavam em salas diferentes. 

Kai era o mais velho, mas claramente parecia mais novo do que Yang. Enquanto ele era despreocupado, brincalhão e medroso, Taeyang era mais sério, responsável e corajoso. Sempre cuidou do primo mais velho. Quando eram crianças, o confortava quando ele chorava e o arrastava pela mão quando não conseguia correr. Entrava na sua frente quando arrumavam briga e batia em quem tentasse roubar seus brinquedos. Taeyang, por natureza, odiava injustiça, e sentia que era seu dever proteger todos que amava, principalmente Kai, que era mais sensível que as outras pessoas. Admirava muito quem ele era e apesar de ser frágil, o achava muito corajoso. Para ele, não se preocupar com o futuro era um verdadeiro ato de coragem. 

Ele mesmo não se dava esse luxo. Até mesmo seu pai dizia que ele não devia se preocupar tanto com as coisas. Taeyong sempre falava o quanto tinha orgulho dele e que ele devia se cobrar menos, mas Yang não sabia como fazer isso. Não se achava digno de tanto orgulho e também não fazia nada por pressão ou para agradar seu pai. Simplesmente era assim. Nasceu assim. Sami costumava dizer que ele era perfeito até mesmo em ser virginiano, mas era cético quanto à astrologia. 

E tinha certeza que não seria tão perfeito aos olhos de todos se descobrissem o que ele sentia de verdade. 

-Vamos logo, Kaka. A Minah já está lá - Empurrou um shorts na direção dele - Se veste logo. 

Minah. Não sabia porquê, mas sua cabeça chegava a doer de preocupação só de pronunciar o nome dela.

O que ela estava fazendo? Com quem estava? Que horas saiu de casa? Ten a levou ou ela foi sozinha à festa? Foi dirigindo? Estava bebendo? Devia contar para sua tia? Não, jamais ia ferrar ela, por isso ele tinha que tomar conta dela por si só. 

-Tá… - Kai concordou, a contragosto, trocando de shorts.Não ligava para roupas e nem para sua própria aparência, mas sua mãe não deixava ele sair de casa só de cueca ou de pijama. 

Kai trocou de roupa e os dois saíram do quarto. Quando estavam passando pelo jardim, Ten os avistou. Estava trocando a areia dos gatos.

-Vão sair? - Perguntou.

-Sim, tio. Vamos numa festa - Taeyang respondeu.

-Ah, sim - Ten analisou os dois garotos. - Não bebam, mas se forem me desobedecer, não dirijam. Me liguem ou liguem para o Taeyong buscar vocês. 

-Meu pai foi para Busan de última hora. Mas pode deixar, tio, eu ligo para o padrinho…

-Pode deixar que eu busco vocês, qualquer coisa - Ten se apressou em responder e forçou um sorriso. Não gostava de falar na frente de Yang, mas nunca confiou e não é agora que ia confiar os garotos nas mãos de Yuta. O japonês era um bom padrinho para Taeyang, mas ainda achava imprudente Taeyong ter escolhido ele como padrinho, só para fazer birra, já que Ten tinha escolhido Hendery para ser padrinho de Sami. Por sorte, S/n ainda era a madrinha, mas como estava viajando a negócios com Sami, não podia atender os garotos.

Yang pensava que Yuta era seu padrinho simplesmente por ser amigo de seu pai, e Taeyong preferia que fosse assim. Achava melhor não contar os detalhes sórdidos de como ele tinha sido concebido. Já era muito para o garoto ter que conviver com a morte da mãe.  

-Tchau, pai.

-Juízo, meninos - Chittaphon sabia que juízo era o que os dois mais tinham, mas era melhor reforçar. 

Sorriu fraco enquanto eles entravam no Lotus Emira que Taeyong tinha dado de aniversário para Yang. Ainda ficava admirado por terem criado garotos tão incríveis. 




 

xxxXxxx




 

A festa já estava na metade quando chegaram. Todos estavam dançando, tinha gente na piscina e alguns já estavam bem bêbados. Kai sorria, cumprimentando alguns colegas, e Yang ia na frente. procurando Minah com os olhos, discretamente. Costumava ser simpático com todos, mas naquele momento estava preocupado em achar ela.

-Vou lá dentro - Yang disse - Já volto.

-Ok - Kai deu de ombros, despreocupado. 

Assim que seu primo saiu, ele foi até a mesa e pegou uma bebida. Não era muito fã de bebidas alcóolicas, mas gostava de coquetéis fracos com gosto de frutas. 

-Pega essa. É mais forte - Chaeon, uma amiga de sala de aula, ofereceu com um sorriso meigo. Apesar de serem amigos, Chaeon mantinha uma paixonite por Kai desde sempre. E ele sabia disso. E ela sabia que ele sabia. Não fazia questão nenhuma de esconder dele, e isso não atrapalhava a amizade dos dois.

-Ai, Chaeon… - Kai suspirou com um sorriso divertido e cansado ao mesmo tempo. Seu cabelo bagunçado e a franja no olho combinavam muito com suas roupas e seu ar despojado - Não adianta me embebedar. Sabe que não vamos ficar.

-Ué, nunca se sabe - Ela respondeu no mesmo tom brincalhão, mas por dentro um pouco decepcionada. Nada de novo. Já era até uma brincadeira entre eles. Já estava acostumada com isso. Todos estavam.

Kai era assexual. Demorou para entender porquê não sentia atração sexual por ninguém. Chegou a achar que era gay, que tinha algum problema na sua libido, que era um alienígena, que simplesmente não tinha encontrado a pessoa certa, mas na verdade, apenas não sentia nada disso que as pessoas ao seu redor diziam e demonstravam sentir. Não se interessava por sexo. Não tinha se apaixonado ainda. E estava muito bem com isso. Estaria mais, se as pessoas não o pressionassem. Volta e meia era mal interpretado ou tinha que aturar piadinhas e assédio. Algumas garotas ainda o tratavam como um objeto a ser conquistado, diziam que Kai apenas era difícil e exigente demais, e ele chegava a sentir pena. Sabia que a tentativa de conquistá-lo era em vão. 

A primeira pessoa a notar foi Yang, mas ele nunca deu bola para isso. Depois, foi seu pai, e ele sim achou que tinha algo ‘’anormal’’ no comportamento pré adolescente do filho. Kai sempre foi um garoto bem singular e seus pais sabiam disso, mas em algum momento da vida todos demonstravam algum tipo de interesse quanto à sexualidade. Mas não acontecia com Kai. E descobriram, então, que não tinha problema nisso, que era apenas sua orientação sexual. 

Como era um streamer com certa relevância na internet, Kai aguentava muitos comentários. Procurava não comentar sobre o assunto quando fazia lives, mas sua lista de admiradoras e admiradores era grande. Com o tempo, aprendeu a ignorar e a fazer piada quando davam em cima dele.  

Kai pegou o copo da mão dela. CHaeon riu, vendo ele virar o copo destemidamente.

-Bem, no final da festa vamos ver. Vai que dessa vez dê certo? - Ela brincou. Sabia que ele ia ficar alegremente bêbado e obviamente não ia beijá-la, como já tinha acontecido várias vezes. 

Yang se juntou aos dois e passou um braço em volta do primo.

-Ah Chaeon, não me diga que já está tentando convencer o Kai a te beijar…

-Não. Eu já desisti - Ela cruzou os braços, derrotada. 

Taeyang virou o rosto e deu um selinho rápido em Kai, apenas para irritar a menina. Os dois começaram a rir da cara emburrada dela.

-Isso não é justo! Por que eu não posso?! - A garota bateu o pé.

-Foi um selinho inocente.

-Ele é praticamente meu irmão e ao contrário de você, não quer arrancar minha roupa - Kai disse.

Taeyang ia dizer algo enquanto ria, mas assim que olhou para o lado, viu Minah em cima da mesa, rebolando. Os garotos do time claramente estavam adorando ver aquela cena, e aquilo o enfureceu. 

Geralmente ele escondia bem os seus ciúmes e, por natureza, odiava fazer cena. Tentava não demonstrar o que sentia por ela, principalmente perto de Kai, pois sabia que aquilo era bizarro demais. Minah era sua prima e não devia ficar tão confuso quanto à ela. Mas às vezes era difícil controlar suas emoções. Não era explosivo, mas se tinha uma pessoa que o tirava do sério, essa pessoa era Minah.

-Mas que merda! - Esbravejou, num tom de ofensa, como se ela tivesse ferido o orgulho dele - Que porra ela ‘tá fazendo?!

-Claramente, se divertindo…

-Eu vou arrancar ela de lá AGORA! - Saiu apressadamente, batendo o pé.

Taeyang foi até a mesa e puxou o braço de Minah. A garota olhou confusa para ele e não deu muita bola.

-Desce daí agora, antes que eu suba e te tire à força!

-Me deixe em paz, moleque! 

Taeyang sabia que ela não ia descer, por isso puxou ela pela cintura e antes que ela pudesse cair, apoiou a garota no chão.  

-Seu idiota! - Ela esbravejou - O que pensa que está fazendo?!

-O que VOCÊ pensa que está fazendo?! Não ‘tá vendo como estão te olhando?!

-E daí? Acha que eu ligo?! - Ela rebateu. 

Os dois se entreolharam por alguns poucos segundos, irritados, e Minah saiu. Não queria discutir com Taeyang naquele momento, até porque nos últimos tempos só o que faziam era discutir. Tinha ido na festa para se divertir e se distrair, mas sempre que fazia isso,Taeyang aparecia e estragava seu momento. Não. Estragar era uma palavra forte. Ela gostava da atenção que recebia dele e às vezes até fazia de propósito. Taeyang era agradável e atencioso com todos, então quando ele dava mais atenção à ela, adorava, mesmo que fosse negativamente. Mas aquele momento não era um deles. Realmente só queria se divertir um pouco. 

Ela sabia que gostava dele, e sabia que isso era errado, mas não se importava mais em se sentir culpada. Teve dúvidas por muito tempo, mas agora sabia exatamente o que sentia, e na sua cabeça, nada era impossível. Mas Yang não parecia sentir o mesmo. Quer dizer, às vezes parecia. Seus sinais eram confusos. Era irritante o quanto ele fazia de tudo para esconder que também gostava dela. 

De qualquer forma, ele não pensava como Minah. Nunca iria admitir. Ninguém podia descobrir o que sentia e não conseguia nem imaginar a reação de seu pai se soubesse. Tinha certeza de que seus tios teriam um infarto na hora. Não. Primeiro Ten ia matar ele, depois teria um infarto. A tragédia na família seria grande. Não gostava nem de terminar seu pensamento. Seria o culpado pelo fim da família Lee. Talvez se estudasse muito, se pudesse construir seu próprio negócio num lugar bem longe dali, talvez pudesse falar para Minah tudo o que sentia. Talvez houvesse uma chance. Talvez pudessem se esconder. Mas ninguém, jamais, poderia descobrir. Não queria causar uma desonra dessas, não podia sujar a imagem de sua família, não podia perder o controle desse jeito, logo ele, o único herdeiro de Lee Taeyong e seu império…

Mas não conseguia parar de pensar no dia em que se beijaram em seu quarto, enquanto ele jogava videogame e ela teimava sobre alguma coisa com ele, como sempre. Minah era sempre cheia de si, impulsiva, de personalidade forte. Sempre sabia como agir e o que dizer. Nem sempre tinha razão, mas fazia com que as pessoas pensassem que ela tinha. Ele também sempre achava que estava certo, e geralmente, estava. Mas Minah conseguia fazer com que até mesmo ele duvidasse de si. 

Ele se lembrava bem daquela noite. Tinha ficado com uma garota do colégio e Minah estava desdenhando, dizendo que beijar era nojento. Ele desconfiava que ela estava com ciúmes, então disse que não tinha como ela saber se beijo era nojento, já que nunca tinha beijado. E então a beijou. E foi aí que tudo começou. Foi aí que seus sentimentos ficaram confusos e que ela mudou de comportamento, inclusive com ele. 

Minah nunca foi muito carinhosa, mas agora usava sarcasmo com ele, e até o ignorava às vezes. Arrumava briga com todas as meninas que davam em cima dele, mesmo que fossem do time de líderes de torcida junto com ela. E ele, por sua vez, ainda ficava furioso só de lembrar de quando ela ficou com um menino do time. Não conseguia nem justificar seu comportamento raivoso para o Kai, então percebeu que teria que disfarçar melhor se não quisesse que ele descobrisse sobre seus sentimentos. 

E isso era sufocante. 

Taeyang saiu atrás dela sem pensar muito bem em como estava agindo. 

-Minah! Para! - Ele segurou a mão dela.

-O que foi? Não posso andar também? Para de me perseguir!

-Não estou te perseguindo. Só quero o melhor para você! Sou seu primo…

-É, e você tem que lembrar disso a cada segundo! - Falou irritada. 

Ela não ia confessar para Taeyang tudo o que sentia. Nunca. Pelo menos não até ele confessar também. Mas para ela, nem tinha o que ele confessar. Ou talvez sim? Não sabia. Mas se tivesse, jamais iria acontecer, pois sabia que ele não teria coragem. Yang era perfeito demais para isso, e a sua falta de coragem a irritava. Ele era bom demais. Mas ela também era. Era bonita, inteligente, e estava começando sua carreira como modelo. Talvez ele jamais fosse falar ou demonstrar, mas ela podia pelo menos pressioná-lo. E sabia que ele sempre se superava quando era pressionado. 

-Olha só, por que não volta para suas fãs, hein? - Ela cruzou os braços e o olhou de cima a baixo - Não precisa se preocupar comigo. Sei me cuidar muito bem sozinha.

-Ah, estou vendo mesmo! Em cima de uma mesa com todos os caras olhando sua calcinha!

Ela deu um passo e se aproximou de Yang. Seu rosto estava muito próximo ao dele.

-Isso não é da sua conta - Disse com um sorriso sarcástico. 

Taeyang sentiu o álcool no hálito dela e franziu o cenho. Minah realmente o tirava do sério.

-Você bebeu? - Segurou o rosto dela e o analisou - Bebeu e veio dirigindo?

-Ah, me poupe! - Ela se soltou. Ele sempre estragava o momento com seu senso de perfeição e regras. 

-Ah, aí estão vocês dois - Kai entrou na sala onde eles estavam - Estava procurando vocês. 

-Sua irmã bebeu - Taeyang acusou.

-Tá, e daí? - Kai ficou confuso. Não era a primeira vez que ela bebia, e ele também tinha bebido. Não entendia qual era o problema. 

-Ela não pode dirigir. Você leva o carro dela, e eu levo ela embora…

-Ninguém vai embora - Ela entrou na frente de Taeyang - A festa acabou de começar.

-Não vou levar o carro de ninguém, sabe disso - Kai falou como se fosse óbvio, com uma pontada de tristeza. Ele tinha batido o seu carro quando foi sair da garagem há uns meses, e ficou traumatizado. Odiava dirigir. Não tinha coordenação para dirigir nenhum automóvel na vida real. 

 -É melhor não dar bola para o Taeyang - Minah cruzou os braços e foi caminhando para fora do cômodo - Deve estar surtado assim por causa do campeonato.

Kai e Yang se entreolharam assim que ela saiu da sala. Yang não costumava tomar decisões precipitadas, imprudentes e nem agir por impulso. Não fazia sentido para Kai ele querer mandar sua irmã para casa, e Taeyang percebeu que ele estranhou sua atitude. Então fingiu realmente estar preocupado com o Campeonato.

- Tatá… Sabe que vamos ganhar o jogo amanhã, né? Não sou o melhor jogador do time, mas vou dar o meu máximo - Kai passou o braço em volta dos ombros do primo.

-É, eu sei - Taeyang balançou a cabeça, afastando seus pensamentos sobre Minah - Vamos nos divertir por hora - retribuiu o meio abraço do primo e os dois foram caminhando para fora da sala.

-Sabe que a minha diversão tem uma HD e botões, né?

-Sei, mas eu tinha esperanças de que você dissesse que sua diversão sou eu.

-Tá, tudo bem, então. Você pode ser minha segunda diversão.




 

xxxXxxx




 

-Você vai na minha apresentação, né? - Sami perguntou para sua mãe enquanto jantavam no restaurante do hotel. Estava ajudando S/n na empresa e sabia que um dia poderia ser presidente no lugar dela, já que adorava cosméticos. Nas horas vagas fazia teatro como hobby. Começou a atuar no início da adolescência, para se soltar mais e perder a timidez, e acabou virando seu principal passatempo. Adorava teatro. 

-Sim, claro que eu vou… - O celular de S/n começou a tocar. Era Ten. - Só um momento - Disse para Sami e atendeu - Oi, amor.

-Oi… Quando você volta?

-Amanhã. Por que? - S/n estranhou. Percebeu que ele estava nervoso.

-O diretor quer falar com nós dois na reunião sexta feira - Suspirou - Parece que o Kai desbloqueou a internet da sala de computação e fizeram um campeonato no meio da aula, escondido da professora.  Claro que ela descobriu.

-Eu não acredito - Ela virou os olhos - Tira o computador dele. Eu chego amanhã. 

-Ok. To com saudades. Te amo.

-Também te amo - Ela desligou o celular, puxando o ar. 

-Kai? - Sami perguntou. 

-Acertou - Ela forçou um sorriso impaciente - Seu irmão aprontou de novo na aula. 

-Mãe, devia deixar ele jogar. Você sempre apoiou minhas vontades. 

-É, mas é diferente.

-Por que? Por que sou adotado? 

-Não - S/n encarou Sami nos olhos - Porque você terminou a escola.

-E ele vai terminar também.

-Ele não parece muito interessado nisso…

-Mas vai - Sami largou os talheres e segurou a mão de S/n, a encarando nos olhos - Olha, Kai é muito famoso na internet. Ele tem futuro. Não devia tirar o computador dele. É sério. 

S/n pensou por um momento. Sabia do público de Kai, mas não achava que pudesse virar profissão algum dia.

Ela, Taeyong e Hyuck sempre foram dedicados aos estudos e ambos se deram muito bem profissionalmente. Mas pensava em Ten. Tinham se casado justamente porque o pai dele não apoiava seus sonhos e suas vontades.

No fundo, não queria que o mesmo acontecesse com Kai. 

-Desde quando é você quem me dá conselhos, hein? - S/n sorriu, orgulhosa de Sami. 

-Pois é. E eu nem precisei fazer faculdade para isso. Só um pouco de atuação para te manipular - Sami disse com sarcasmo, devolvendo o olhar amoroso de S/n. Em seguida, pegou os talheres e voltou para sua comida - Enfim… Acho que aquele pirralho tá me devendo uma. 

-Ten já deve ter escondido a CPU dele. 

-Mãe, qual é - Sami virou os olhos - Todo mundo sabe que o papai esconde tudo no estúdio dele. Não é segredo para ninguém. Kai vai pegar a CPU de volta assim que ele for dormir.

S/n olhou incrédula para Sami. Tinha acabado de descobrir que ela e Ten foram enganados por muitos anos pelos seus filhos.

-Toda educação que eu achei que tinha dado para você foi uma farsa, é isso?

-Hey, relaxa - Sami sorriu - Vocês são pais perfeitos. Vai por mim.

 


Notas Finais


É ISSO!

AGORA É OFICIAL O FIM

NAO VAI CONTINUAR. NAO AQUI PELO MENOS


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...