História Lightning In The Dark - Roller Coaster

Eu tinha terminado de arrumar a minha mala 1h depois, com a ajuda de Logan. Perguntei a um dos seguranças que andavam de um lado para o outro no corredor e eles disseram que sairíamos de Las Vegas às 10h da manhã, enquanto o relógio marcava ser 9:43h.

- Eu levo essa. – Logan disse enquanto pegava a mala mais pesada – Você consegue levar a mais leve?

- Sim. – Disse enquanto pegava a outra mala.

Descemos com as malas até o estacionamento fechado do hotel, onde Scooter, o motorista e alguns seguranças já estavam lá colocando as malas dentro de um ônibus, aonde iriam nos levar até o aeroporto.

Logan colocou todas as minhas malas no lugar adequado do ônibus, onde havia dezenas da mesma. Virei-me pra poder fitar o Logan e me despedir dele, seria àquela hora.

- Boa viagem, Lu – ele disse enquanto nossos corpos estavam colados – me ligue assim que puder, não deixe de mandar noticias.

- Pode deixar – sorri – você também.

Logan selou nossos lábios com calma e eu mesma me distanciei.

- Não se esquece de mim. – Ele disse, fazendo biquinho em seguida.

- Não vou esquecer – ri baixo.

- Prometo que quando puder vou visita-lá.

- Estarei aguardando.

Ele me deu um abraço apertado e demorado, provavelmente sabendo que demoraríamos pra nos encontrar novamente.

- Já sinto saudade sem ao menos ir embora. – Ele sussurrou.

Logan era meloso e pegajoso demais, apesar dele tentar ao máximo controlar isso. Se existe algo que eu não suporto é gente grudenta.

Ele me deu um ultimo abraço e um selinho em seguida, separando os nossos corpos. Ainda me fitando, ele deu alguns passos pra trás, indo na direção da entrada do hotel. Sorri como se demonstrasse que tudo estava bem e ele virou as costas rapidamente, entrando pela porta e sumindo da minha vista.

- Belo casal – Scooter comentou sarcástico – parece até que foram feito um para o outro.

Virei-me podendo fita-lo por completo. Dei um sorriso falso, me encostando ao ônibus. Eu não conseguia acreditar no quanto falso e medíocre ele conseguia ser, suas palavras saiam com certa maldade que só quem estava no meu lugar conseguia enxergar, de resto, todos o idolatravam mostrando que ele era o rei da bondade.

Graças a Deus, antes que eu saísse às tapas com ele logo ali, Candy atravessou a porta do hotel, vindo junto com o Jaxon, Jazzy, Margarett e Justin. Os seguranças estavam atrás deles carregando algumas malas.

- Lucy – Candy gritou, correndo na minha direção.

- Oi pequena! – Me agachei, podendo ficar na sua altura e a abraçar forte.  

Eu e a minha irmã nos afastamos bastante por conta dos problemas que estava acontecendo e ainda mais agora que eu tinha a Margarett pra me ajudar, eu deixava tudo na mão dela sem me preocupar muito. Eu sabia que ela cuidava muito bem da minha irmã.

- Cadê o Logan? – Ela perguntou, me surpreendendo imediatamente.

- Foi embora, ele não virá conosco.

- Graças a Deus – ela comentou, revirando os olhos em seguida – como você gosta daquele cara?

Apenas ri pelo nariz e baguncei seu cabelo, parando imediatamente após ouvir alguns passos vindos à nossa direção.

Era o Justin de mãos dadas com a Selena.

No mesmo instante aquilo me deu uma ânsia, uma vontade de vomitar na cara de ambos. Mas eu colocaria o Scooter do lado deles e vomitaria também, só pra que eles soubessem o quanto nojento era todo aquele teatrinho. Tudo bem que eu estava fazendo o mesmo – ou tão pouco pior – mas não me importava, o meu era necessário. Motivos diferentes, digamos.

Entrei no ônibus junto com a Candy, Margarett e os irmãos do Justin. Depois de pequenos dois minutos, Justin, Scooter e Selena também entraram no mesmo.

Eu estava torcendo pelo ônibus chegar ao aeroporto e um carro estivesse esperando pela Selena e ela fosse embora. Não queria nem ao menos pensar na chance dela viajar na turnê ao meu lado, eu acho que seria capaz de mata-la.

Ouvi um barulho de motor sendo ligado, era apenas o ônibus. Candy estava sentada do meu lado contando todas as coisas que havia feito durante esse tempo e ela não parava de falar a nenhum instante, mas ao contrario de Logan, eu ouvia tudo com atenção.

Assim que chegamos ao aeroporto, Justin desceu do ônibus junto com a sua belíssima namorada, e nós descemos logo depois. Do lado de fora já havia um avião nos esperando, que adentramos logo em seguida com os seguranças trazendo todas as malas.

- Lucy – Candy sussurrou – o Justin voltou com aquela sem sal?

Disparei a rir do modo que ela falou. Eu tinha minhas sérias dúvidas de que a minha irmã tinha apenas nove anos, ela era muito esperta.

- Não sei nada sobre a vida intima dele, Candy.

Ela colocou suas duas mãos na cintura e me fitou com a testa franzida, como se eu estivesse acabado de falar a pior mentira do universo. E era.

- Lucy, por favor – ela resmungou, revirando os olhos em seguida – até dois dias atrás vocês estavam aos beijos e ele dizia que era seu namorado, agora você me fala isso? Eu não sou a Jazzy.

Gargalhei, colocando minha mão na boca em seguida pra abafar meus risos.

- Eu realmente não sei nada disso, Candy. Tivemos algo sim, mas infelizmente não podemos mais. Crescer nem é tão fácil.

- Você não ama mais ele? – Ela perguntou triste.

Senti uma pontada enorme no meu peito. Eu nunca disse a alguém que o amava, tão pouco a ele, mas eu tinha certeza que ele sabia. Naquele momento eu não sabia responder aquela pergunta, talvez fosse medo de me convencer que eu realmente estava apaixonada pelo Justin Bieber.

- Não sei – dei os ombros – é muito complexo essas coisas, nem eu mesma entendo, então, por favor, não tente entender.

- Não quero crescer nunca. – Candy resmungou.

Apenas sorri pra ela, passando a ponta dos meus dedos de leve no seu cabelo liso e moreno. Ela sorriu em seguida, mas virando seu pescoço para a janela e começando a olhar pela própria enquanto o avião estava ao ar.

Selena Gomez estava no mesmo avião que o nosso, me dando a pior certeza de todas: ela iria ficar com o Justin durante algum tempo na turnê e eu sem duvidas teria que aguenta-lá de boca calada. Eu só não sabia até quando eu conseguiria.

Eles estavam sentados a dois bancos depois do nosso, um pouco mais a frente. Da onde eu estava era capaz de ver o cabelo dourado do Justin, mostrando todo o seu brilho. Ao seu lado havia um cabelo negro de Selena, mas dava pra ver alguns fios somente já que ela era mais baixa que o Justin e que o banco de couro do avião era um tanto quanto alto, impedindo que eu tivesse a mesma visão que a dele. Graças a Deus.

Ela estava sentada ao seu lado e me lembrei como as coisas mudaram. Até a última viagem de avião que tivemos que não foi nem em menos de dois dias, eu que estava ao lado dele, rindo e ouvindo suas piadas sem graça. Hoje ele estava ao lado da Selena e quieto, enquanto ela dormia com um fone de ouvido.

Em menos de 40 minutos, estávamos decolando em Boston. Quando o avião pousou em terra firme diminuindo sua velocidade no mesmo instante, Justin ergueu sua cabeça e seus olhos foram de encontro ao meu. Involuntariamente, um sorriso estampou nos meus lábios e no mesmo instante, ele sorriu de volta e se levantou, ficando parado me fitando.

Ele não iria dizer nada?

Sua boca se abriu como se fosse sair algo, mas negativo, ele a fechou novamente após alguns segundos provavelmente por ter pensado no que iria falar e desistido. Olhei pra Candy que dormia do meu lado e a acordei calmamente.

- Chegamos rápido. – Ela sussurrou rouca enquanto esfregava suas mãozinhas nos olhos, despertando.

Scooter se levantou do primeiro banco, saindo primeiro que todos nós e Justin saiu logo depois dele. Levantei-me e vi que Selena ainda estava dormindo no banco, mas que ninguém havia a acordado.

Sai do avião e Justin já estava entrando em um carro preto.

- Justin – o chamei – você não vai acordar a Selena?

Ele me fitou, fazendo uma careta em seguida. Ele disse algo para o motorista e saiu do carro, voltando pra dentro do avião.

Mais um carro preto chegou, deduzi que aquele seria meu, da Margarett e das crianças. Alguns seguranças pegaram as nossas malas e levaram para o carro. Segurei na mão da Candy e fomos em direção ao próprio, entrando em seguida junto com a Margarett, Jazzy e Jaxon, que estava dormindo nos braços da babá.

O relógio marcava 12:40h e eu ouvia a minha barriga gritar de fome. Avistei o Justin saindo do avião e a Selena saindo logo após, com uma cara de cansada. O que esse povo fez essa noite pra sentir tanto sono assim?

O motorista logo ligou o carro e foi seguido pelo da frente, que era onde estava o Justin, Selena e o Scooter. Até o hotel o caminho foi rápido, uns 5 minutos. Quando estávamos chegando, dava pra saber qual hotel seria só pelas gritarias e a multidão presente na portaria. Vi Justin colocar seu braço pra fora do carro e acenar, então algumas garotas correram atrás do próprio e a gritaria aumentou ainda mais.

Os carros entraram no estacionamento, onde havia uma escota de seguranças impedindo a passagem das fãs. Assim que o portão eletrônico se fechou, sai do carro segurando a minha mala. Alguns seguranças e empregados do hotel correram para o carro onde eu estava e outros para o carro do Justin, ajudando a carregar as malas.

Fui em direção ao quarto que já estava reservado pra mim, entrando no próprio.

- Pode deixar as malas perto da porta, por favor. - Pedi que um dos empregados do hotel que carregava as minhas malas.

O corredor estava movimentado, havia alguns seguranças, empregados do hotel, galera da equipe e inclusive Justin. O seu quarto seria do meu lado (que, aliás, maldito azar).

- Lucy, vamos almoçar – Candy disse entrando no meu quarto – o Justin pediu pra te chamar. – Havia um sorriso sapeca estampado nos seus lábios.

Sorri ao ouvir que o Justin pediu pra me chamar.

- Já estou indo.

Tirei minha escova de dente e as minhas higienes intima que tinha dentro da bolsa e coloquei no banheiro, já organizando o próprio. Não tinha muito que organizar já que ficávamos tão pouco tempo em cada hotel e eu tinha uma mania horrível de esquecer as coisas, então tentava ao máximo deixar tudo em um lugar só antes que virasse uma bagunça.

Assim que sai do quarto, Candy, Margarett, Jaxon e Jazzy me esperavam no corredor. Fomos até o elevador e chamamos o próprio, que apareceu logo em seguida e adentramos.

Ao contrário dos hotéis que já fomos o restaurante daquele era no ultimo andar, então tivemos que subir um pouco mais até chegar nele. Quando sai, já avistei a equipe sentada em uma mesa extensa, que incluía a Pattie, Alfredo, Za e Scooter. Tirando o Scooter, o resto tinha vindo mais cedo pra Boston.

Sentei junto com eles – não queria ser chata e eu não tinha nada contra eles, pelo contrario, eu adorava a presença de cada um e trabalho é trabalho, o que eu tenho com o Scooter ou com o Justin, eles não absolutamente nada a ver e muito menos culpa. Pedimos o que iríamos comer já que todos os presentes na mesa demonstrava fome.

- Onde o Justin está? – Pattie perguntou – ele não vem almoçar?

- Ele deve estar no quarto descansando junto com a Selena. – Scooter respondeu.

Descansando? Estão transando, isso sim.

Antes mesmo que eu pudesse pensar mais porcaria, o avistei entrando no restaurante. Sozinho.

Za estava sentado do meu lado esquerdo, enquanto Candy estava sentada do meu lado direito. Assim que o Justin avistou a nossa mesa, logo veio na nossa direção.

- Senta aqui, Justin. – Za disse se levantando.

- Relaxa bro, eu sento nessa aqui – Justin apontou pra uma cadeira vaga ao lado da sua mãe.

- Não Justin – Za prostestou – senta aqui.

Justin sem falar nada, deu os ombros e veio na minha direção, se sentando do meu lado.

Ótimo, acho que o Za não gosta muito de mim. Ele se sentou na minha frente, no único lugar vago que tinha e que seria ocupado pelo Justin. Eu ainda o fitava confusa, mas assim que ele se sentou e relaxou seu corpo na cadeira, me fitou em seguida e deu uma piscadela.

O Za queria que o Justin ficasse perto de mim ou... ?

- Oi Lucy – Pude ouvir a voz rouca de Justin sussurrar perto do meu ouvido.

O fitei no mesmo instante, levando um pequeno susto ao perceber que estávamos tão perto ao ponto de eu sentir seu halito.

- Oi – respondi tentando não parecer seca, mas era quase impossível.

- Seu namorado decidiu não vir?

- Ele está trabalhando.

- Que bom, porque se ele viesse, não entraria no show e muito menos nesse hotel.

O olhei perplexa. Eu tinha certeza que o Justin seria capaz de fazer isso, mas eu não sabia se ele era capaz de ME FALAR ISSO.

- Muito educado você! – Falei irônica – Aliás, cadê a sua namorada?

Ele franziu a testa e abaixou a cabeça, soltando um riso em seguida.

- Ela decidiu ficar descansando.

- Ah... – disse como se fosse algo devagastador pra mim. Como eu era sínica.

Todos da mesa estavam conversando e nem perceberam ou ouviram meu papo com o Justin. Eu pelo menos achava.

Eu conseguia ouvir o que eles conversavam, mas da minha boca não saia nem uma miséria palavra. Meus olhos só estavam no Justin e eu percebia todo ou qualquer detalhe do seu rosto e o quanto perfeito ele conseguia ser. Eu tinha quase certeza de que ele era desenhado.

Seu cabelo bagunçado como se ele estivesse acabado de acordar, mas de uma forma que alinhava perfeitamente. Sua sobrancelha grossa e desenhada, seus olhos castanhos e brilhantes, sua boca rosada e com formato de coração. Como ele conseguia, oh céus?

- Lucy, aconteceu alguma coisa? – Justin perguntou em um sussurro, me tirando de todos aqueles pensamentos.

- Nã... Não! – Respondi toda perdida, engolindo seco em seguida.

Ele apenas riu baixo, soltando um suspiro firme. Eu parei de fita-lo, mas eu conseguia ver do rabo-dos-olhos que seu olhar estava todo em mim, me dando certeza de que agora era a vez dele de me analisar.

A comida chegou, fazendo com que todos da mesa quase a aplaudisse.

- Filho, a Selena não vem almoçar?

- Não mãe, ela quis descansar um pouco.

- Entendi. – Ela torceu a boca, dando os ombros em seguida.

Ao contrário do costume da mesa, quando todos estavam servidos, o silencio começou. Eu só conseguia ouvir a respiração de Justin, os barulhos dos talheres contra o prato e os ruídos das mesas ao lado, nada mais.

Depois de alguns minutos, Jaxon, Jazzy e Candy foram para o quarto se arrumar porque a Margarett iria leva-los pra uma praça perto do hotel.

- Não se esquece de levar alguns seguranças, Margarett. – Pattie acrescentou enquanto eles saiam da mesa.

Margarett apenas assentiu e de longe, os pequenos aceneram pra nós e correram pra fora do restaurante.

- Margarett é uma boa pessoa. – Pattie comentou.

- Sem dúvidas, fizeram uma boa escolha. – Eu falei dessa vez.

- Todos dessa equipe fazem uma boa escolha, inclusive o Justin – ela disse enquanto me fitava – você é uma mulher maravilhosa, Lucy. Fico encantada com o seu jeito e sua paciência com tudo isso.

Pattie era um amor de pessoa, mas ela não sabia nem da metade do que se passava apesar de demonstrar ao contrário. Eu sabia que ela era pura e honesta e que as suas palavras eram sinceras. Eu tinha certeza que ela não sabia de nem 10% do quanto ruim o Scooter era, apesar de ela conviver bastante com ele. Mas o quanto de ruindade ele tinha, de falsidade ele também era, então ficava o mesmo.

- Muito obrigada Pattie – sorri simpática, realmente feliz com todas aquelas palavras – me faz muito bem poder ajudar o Justin de alguma forma e ter certeza que eu sou vista por você com esses olhos. Você é encantadora.

- Oh, sem exageros querida – ela sorriu – encantadora é você, na flor da idade ainda.

- Você fala como se fosse muito velha – ri baixo – você é tão nova quanto eu e mais que muitas mulheres de 30 anos.

- Obrigada pelo elogio – ela sorriu, levantando sua taça de vinho como se fosse um brinde.

- Puxa saco. – Ouvi o Justin sussurrar no meu ouvido, rindo em seguida.

- Não é puxa saco – o fitei – sua mãe é mesmo encantadora, Justin.

Ele apenas assentiu com um sorriso ainda nos lábios, dando uma piscadela em seguida. Eu já havia terminado de comer e estava satisfeita, enquanto alguns da mesa ainda comiam.

- Eu vou subir, caso vocês precisem de alguma ajuda para o show de hoje a noite, podem me chamar.

- Pode deixar Lucy. – Pattie comentou.

- Não se preocupe Lucy, pode descansar. – Scooter disse. Falso.

Apenas sorri e me levantei da mesa, saindo do restaurante em seguida. Peguei o elevador e por sorte, estava vazio e parou rapidamente no andar do meu quarto. Fui em direção ao próprio e abri a porta, entrando e fechando a mesma em seguida.

Enquanto eu tirava meus sapatos, eu ia dando alguns passos em direção da cama, sentindo uma vontade imensa de relaxar meu corpo nela. Assim que deitei, fitei o teto e fechei meus olhos no mesmo instante.

Eu queria poder entender tantas coisas que não fazia sentido. Eu queria poder bater na porta do quarto do Justin mesmo se a Selena estivesse lá, só pra poder abraça-lo e beijar seus lábios rosados e aveludados. Eu sentia tanta saudade dele.

Só Deus sabe a saudade e a dor que eu guardava dentro de mim, mas enganava com um sorriso nos lábios. Eu tinha que ser assim, a vida me fez assim e apesar de eu desmoronar quase sempre, ninguém nunca sabia.

Duas batidas na porta do quarto me fez despertar de todos os meus pensamentos e eu me assustei. Fiquei deitada durante alguns segundos, sentindo uma preguiça enorme de tirar meu corpo daquele conforto.

Mais três batidas foram dadas.

- Já vai! – Disse enquanto me levantava da cama e ia até a porta do quarto, abrindo-a em seguida.

Entrei em estado de choque e surpresa. Senti meu estomago se revirar e mil e uma perguntas se passaram na minha mente, me deixando ainda mais confusa.

- O que você quer Justin? – Perguntei a ele.

- Você disse que se eu precisasse de alguma coisa, eu poderia vir até aqui.

- Eu disse a eles, não a você. Você não precisa de mim! – Disse seca.

- Preciso sim – sua voz saiu ainda mais firme que a minha – eu preciso de você, Lucy. Eu sinto a sua falta.

Oh céus! Eu também sinto a sua falta, Justin Bieber. Eu também preciso de você ainda mais agora. Mas, não podemos, é incerto, há tantas vidas em jogo nessa batalha que o mais correto nesse exato momento é me manter distante.

 - Não precisa! – Protestei, dando as costas pra ele e saindo da porta. – Só se o seu relacionamento com a Selena estiver um fracasso e você veio aqui pedir conselhos. – Disse irônica.

Fui até a minha cama e me sentei na própria, fitando o Justin com o seu olhar todo pra mim. Ele abaixou a cabeça e riu sem vida, fechando rapidamente a mão.

Se eu estivesse na frente dele naquele exato momento, eu tinha certeza que iria levar um soco fodido na cara.

- VOCÊ ESTÁ BRINCANDO COM A MINHA CARA, NÉ? – Ele berrou, entrando no quarto e fechando a porta com toda a sua força logo atrás. – Não é possível – ele passou a mão no rosto, mostrando estar indignado ou nervoso – você decide me trocar sem mais e sem menos, até semana passada estava tudo bem, aí do nada eu te encontro com aquele bosta, você faz todo esse teatro, ainda para na minha cama após cuidar de mim, transa comigo, eu acordo e você não está mais lá, volta a me tratar friamente e ainda tem coragem de falar sobre o meu relacionamento com a Selena como se fosse o motivo da gente ter se afastado? Lucy, eu não consigo acreditar que você está sendo capaz de tudo isso.

- Just...

- Espera – ele de aproximou de mim e pousou seu indicador nos meus lábios, impedindo que eu falasse algo e continuou – você vai me ouvir agora.

POV. Justin Bieber

- Aquela mulher que aceitou a proposta com o Scooter de trabalhar comigo, aquela que viajou comigo para a casa dos meus avós e ainda por cima foi pra praia. Aquela que eu defendi, bati e apanhei de um babaca sem me importar com os paparazzi, não é essa Lucy. Você mudou de um dia para o outro e me deixou sem explicações. Você acha que eu não percebo que o seu olhar foge de encontro ao meu? Que quando eu chego perto você se afasta porque sabe muito bem que não é capaz de fugir caso eu encoste-se a você? Eu não sou bobo, Lucy. Eu posso não ter cursado nenhuma faculdade, ser mais novo que você, mas eu já passei por muita coisa que me fez enxergar a realidade desse mundo. Eu pensei que você seria diferente. É isso. Eu achei por um momento que você não ia fugir de mim como todas fugiram, eu pensei que eu tinha finalmente acertado ou encontrado alguém que eu poderia compartilhar o meu dia a dia e que não se cansasse de estarem expostas 24 horas. Eu não consigo entender como aquela menina que me dizia todas aquelas palavras se tornou isso. Eu acreditei em você, Lucy, mas pior ainda: eu acreditei em nós. Eu estava disposto a lutar. Mas você estragou, você fugiu. Eu não estou triste por isso porque todas fazem a mesma coisa que você, todas procuram o Justin Bieber por uma noite pra terem o nome estampado na capa da revista no dia seguinte, aí cansa e dá um pé na bunda. Todas são assim. Eu só estou triste porque eu pensei que você não seria assim, que você pela primeira vez seria diferente.

Eu nem sei como consegui falar tudo aquilo, mas eu tinha tirado um imenso peso do meu ombro. Os olhos da Lucy estavam marejados, mostrando que ela segurava com toda a sua força não desabar ali.

Eu queria poder entender o que estava acontecendo. Era só isso que eu pedia desde aquele maldito dia do corredor.

- Justin... – sua cabeça estava baixa e a sua voz saia como um sussurro – me perdoa por tudo.

Saiu um riso sem vida dos meus lábios.

- Está tudo bem, Lucy. Apenas olhe pra mim.

Sua cabeça ergueu com calma, ela demonstrava ter medo do meu olhar.

- Eu não queria que fosse assim. – Foi à primeira coisa que ela disse, até desabar em lágrimas.

- Lucy – a chamei. Eu não queria vê-la chorar daquele modo.

Em passos rápidos, fui perto dela e me ajoelhei na cama onde ela estava sentada.

- Olha pra mim – pedi novamente – por favor, não chora. Diga-me o que está acontecendo, por favor.

- Posso te pedir uma coisa? – ela perguntou em soluços.

- Pode!

- Me deixa um pouco sozinha, por favor? Não pede nenhuma explicação, eu não sou capaz de falar nada. Eu não quero prejudicar ninguém e muito menos você.

- Sh...

- Por favor. – Ela implorou. Seus olhos estavam hipnotizados junto aos meus.

Levantei-me do chão e a fitei.

- Tudo bem.

Eu continuei a fitando esperando que saísse alguma palavra de sua boca, mas não saiu nada. Nada. Eu tinha perdido todas as minhas esperanças. Eu nunca iria conseguir ter nada com ela, o que tivemos acabou e eu tinha que aceitar isso. Eu fui burro de ter deixado tudo ir longe demais, de ter deixado ela me levar até a esse ponto. Eu só queria te-la de volta como todos aqueles dias, eu só queria saber que tudo ficaria bem e que eu teria ela e ela teria a mim, que cuidaríamos um do outro durante anos e anos.

Mas acabou e eu tinha que aceitar.

Virei às costas pra ela e fui até a porta em passos pequenos, tentando raciocinar tudo o que estava acontecendo. Eu sou uma pessoa orgulhosa e se eu cheguei até esse quarto hoje, significa que a Lucy significa pra mim mais do que eu achava que ela poderia significar. Eu estava quebrando todas as regras, eu estava disposto a te-la novamente, mas um relacionamento não é feito apenas de uma pessoa e ela não está disposta a fazer o mesmo que eu. Então, eu só sinto muito.

- Justin – ela me chamou assim que eu abri a porta. Virei no mesmo instante, já sentindo meu coração pulsar mais rápido – eu sinto muito. Se cuida.