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História Lilith - Imprevisível.


Escrita por: paradisepalvin

Capítulo 22 - Imprevisível.


Fanfic / Fanfiction Lilith - Imprevisível.

 

Justin Bieber 

Os olhos azuis de Lilith possuíam chamas, mas não de paixão e de desejo como sempre transmitiam quando encontravam os meus, estavam transbordando fúria. Eu poderia pegar fogo a qualquer momento se ela me olhasse dessa forma por mais dois segundos. Seu olhar caiu sobre Dylan ao lado dela, e agora estava repleto de ternura. O mar cristalino e agitado naquele olhar parecia estar em seus dias calmos agora.

Lilith comprimiu os lábios e me encarou novamente, eu cheguei até a abrir a boca para questionar o que estava acontecendo — mesmo já fazendo ideia — mas nenhum tipo de som conseguiu passar dos meus lábios. Todas as perguntas ficaram presas na minha garganta. E Dylan sempre era mais rápido e esperto que nós dois juntos, não perdeu tempo. 

— Nós podemos passar a noite aqui, pai? — os olhos claros e redondos de Dylan brilhavam em meio a pergunta. Eu o olhei surpreso pelo "nós". 

A expressão de Lilith deixava explícito que ela só ficaria até o garoto pegar no sono. Eu seguro o riso ao imaginar Dylan a importunando até ela aceitar fazer o caminho até meu quarto. 

— Ahn... Claro, pequeno, entre — respondo quase atropelando todas palavras, meio eufórico, e finalmente eu deixo o caminho livre para que os dois adentre o quarto. Eu ouço um riso baixinho de Lilith, e tenho certeza que o motivo é pela bagunça do cômodo enorme. 

Minha mala está aberta e algumas peças de roupas reviradas. O carrinho do serviço de quarto ainda está no meio do cômodo e há restos de comida ainda no prato. Sem contar nas duas toalhas de banho molhadas e jogadas na poltrona. 

Eu até tento organizar pelo caminho, ganhando mais alguns risos fracos e baixos de Lilith. Eu olho para ela, que tem seu olhar disperso. Por favor, me deixe ouvir sua voz. Eu estou com uma ansiedade do caralho, e ela nem abriu a boca ou sequer interagiu comigo. 

Lilith se senta na poltrona sem toalhas molhadas e ao lado da cama, enquanto eu me deito com Dylan na cama. Minha língua se coça para chamá-la, mas eu não tenho esse direito. É cômico pensar que não posso ter esse momentos por falhas minhas. Eu torço mentalmente para que Dylan a chame para cama também, mas ele não faz, talvez a mamãe tenha imposto alguns limites e condições. 

Nós assistimos Zootopia, ou quase assistimos, porque Dylan preferiu tagarelar durante todo o filme. Não estou reclamando. Ele sempre me fazia rir com seus comentários maduros demais para sua idade e me deixava em paz com sua própria paz de uma criança. Mesmo o incomodo de Lilith não ter movido nenhum centímetro ou dito sequer uma palavra tenha se instalado por todo o meu corpo. 

Aposto que ela estava quase pegando no sono naquela posição que não era nada confortável, minha dúvida se confirmou quando o toque do seu celular se instalou pela quarto e ela remexeu seu corpo assustada. Ela deixou seu olhar sobre mim e Dylan antes de caminhar até a sacada do quarto para atender a ligação. 

Deveria passar das uma da manhã, e eu me perguntava quem teria tamanha intimidade e liberdade para fazer uma ligação para Lilith a esse horário, ela não gostava delas nem a luz do dia. 

Minhas paranóias correm até o nome de Matthew, e concluem que ele deve estar sentindo falta dela na cama. Afinal, eu não sabia que merda eles tinham juntos então eu poderia me torturar e morrer de ciúmes. Vir até Paris acompanhar Lilith em um desfile já dizia muita coisa, sua intimidade com Dylan muito mais. Mas ele estaria no quarto deles esperando enquanto ela e Dylan estão aqui comigo? 

É possível ter uma bela visão do seu corpo atrás da janela enorme de vidro. Ela se senta em uma das duas cadeiras entre a pequena mesa que há do lado de fora. Fico inquieto com os sorrisos distribuídos facilmente durante a ligação, Lilith chega a jogar sua cabeça para trás para conter sua gargalhada, que não é ouvida aqui dentro por conta do vidro que nos separa. Eu desvio meu olhar para Dylan rapidamente quando noto sua cabeça se mover e ela deixar seu olhar sobre mim, pelo rabo de olho é notável ver sua boca se mover em mais algumas palavras e ela finalmente finalizar a ligação. 

Levo meus olhos até ela novamente. Lilith parece distante, sua atenção parecia estar presa na Torre Eiffel que era localizada há menos de dois quilômetros do hotel e na cidade iluminada, mas parecia uma desculpa qualquer para manter seu olhar preso. Seus dedos seguem pelo bolso da sua calça jeans, fico inquieto novamente quando vejo a carteira de cigarro completar seu dedos, ao lado do isqueiro. 

É um trabalho bem lento até que ela leve o cigarro em seus lábios, ascenda e puxe a fumaça para dentro do seu peito com força. Ela parecia apreciar o caminho que as chamas de fogo do isqueiro fizeram até queimar o tabaco. 

Lilith cantarola dispersa e batuca os dedos enquanto fuma, e eu poderia passar a noite toda observando-a fazendo esse processo. Era tão surreal tê-lá tão perto. 

Minha mente se deu ao trabalho de criar inúmeros cenários várias vezes ao pensar em quando nos encontraríamos. Eu não deveria fazer isso, pois sei que acabaria me decepcionando de alguma forma. A mulher que eu amo é imprevisível pra caralho. Você pode imaginar uma reação de Lilith e receber uma completamente diferente. Foi assim hoje à noite, quando a vi praticamente traçando o caminho da minha morte desfilando daquele jeito na minha frente, ao som da música que eu fiz pra ela, quando me lembrava do seu sorriso, dos seus olhos e do nosso sexo. 

E eu gostei. 

Eu gosto de tudo nela, afinal. 

É tudo muito rápido para que eu tenha uma reação imediata. O corpo de Lilith passa correndo pelo quarto até o banheiro, e graças a porta aberta eu consigo ouvir o barulho da tampa do vaso sendo levantada e o barulho que sua garganta faz indicando um vomito em seguida. 

Deixo o corpo de Dylan com cuidado e devagar na cama, mas apresso meus passos para chegar até o banheiro. 

— Você está bem? — eu pergunto visualmente preocupado, me abaixando ao seu lado e, levando as mãos até os seus fios de cabelos, os penteando para trás. 

Lilith concorda, passando as costas das mãos pela boca, fecha a tampa do vaso apertando o botão da descarga em seguida. Eu entrego uma escova de dentes reserva para ela que há dentro do gabinete do banheiro, como sempre, ela escova seus dentes e a língua no mínimo de quarto vezes. 

— Está tudo bem, Justin — é tão gostoso ouvir meu nome depois de tanto tempo sair de sua boca que só escuto as seguintes palavras porque é chocante demais:  — O doutor disse que é normal vomitar desse jeito no primeiro mês de gestação, na verdade até o terceiro.. — ela para de falar quando nota meu estado atônico. 

Meus olhos estão arregalados e talvez eu não me lembre de como respirar. Ok, meu coração está fora do ritmo também. Eu vou morrer de um ataque e sou tão jovem. Caralho.

— Quê? — é quase um grito — V-Você.. Puta-que-pariu. Lilith. Não! — soa como um pedido de desespero para que aquilo não seja verdade, e talvez daqui cinco segundos a cena comece a ficar vergonhosa pois a bile sobe a minha garganta e eu sinto vontade de chorar como um bebê. 

Mas vai embora quando Lilith começa a gargalhar. 

— Você tá me zoando? — eu pergunto tensionando o maxilar. Eu saio do banheiro rapidamente e sigo até a varanda. Ela me segue, segurando sua gargalhada descontrolada quando passamos pelo Dylan. 

— Você precisava ver a sua cara... — ela comenta quando cessa seus risos. 

— Você é uma filha da puta... — eu quase rosno, mas minha carranca desmancha, porque Lilith está sorrindo largamente e é impossível não se contagiar com sua gargalhada, mesmo que seja às custas do meu pequeno sofrimento. 

— Qual é, você mereceu isso. Eu mereci esse momento  — ela debocha levantando uma das sobrancelhas. Eu concordo, não querendo entrar nesse assunto, mesmo querendo passar longas horas me desculpando — É só a merda da anemia, Bieber. Não há nada demais para se preocupar. 

— Não é “só a merda da anemia”, é sua saúde Lilith. Você não estava melhor? O que aconteceu? — eu pergunto como um pai preocupado com a filha, e Lilith é a filha que desvia da minha resposta. 

Ela parece incomodada com as minhas perguntas, apenas nega com a cabeça e desvia o olhar. 

— Nada demais, já disse. — ela decreta e eu concordo. 

Ela passa minutos olhando para mim, dos pés à cabeça. 

— Você poderia ter ficado um pouco mais feio, não acha? Engordado um pouco, criado um pneuzinho, sei lá, qualquer coisa que te tornasse menos atraente — ela comenta como se estivesse realmente brava comigo. Coisa que acredito que seja verdade. Eu levanto as sobrancelhas surpreso — Você raspou também a porra do cabelo só porque é meu corte seu preferido? Sinceramente... 

Ela se aproxima mais, me fazendo rir com sua falsa chateação. 

Quem esperava isso dela? 

Imprevisível do caralho, e eu amo isso. 

Eu passo a língua pelos lábios quando estamos perto demais. 

— Lilith.. — eu chamo seu nome olhando diretamente para seus lábios rosados. 

— Cala a boca, eu preciso fazer isso. Talvez role uma mão na sua bunda, você sabe, eu sou meio safada — ela brinca e morde meus lábios. 

Sua língua toca a minha devagar, nos beijamos como se tivéssemos todo o tempo do mundo. Todo o tempo do mundo parecia ter parado na verdade. 

Ela não mente quando dizia que rolaria uma mão na minha bunda, também rola na dela. Nossos corpos estão tão colados que posso sentir seu corpo quente, mesmo estando uma madrugada fria. 

O sorriso entre o beijo se cessa quando eu penso demais, quando os planos que eu faço para depois desse beijos despencam em pensar ela dizendo um “não”. Em ela me chamando de louco e me dando um tapa na cara pelos últimos quatros meses. 

Eu penso em me explicar, seria um ótimo jeito de tentar recomeçar. 

— Lilith... — eu chamo seu nome em um sussurro. 

— Shhh... — ela coloca seus dedos gélidos entre nossos lábios, deixando um beijo mesmo assim. 

— Eu não quero que você se explique.. — ela começa, eu abro os olhos para encara-lá, mas os seus continuam fechados. Eu apenas continuo a encara-lá, seus lábios entre-abertos me chama atenção, suas palavras ainda mais. — Eu não te beijei porque quero nós dois novamente, eu te beijei porque sinto sua falta. Apenas isso. 

Aquilo dói, mas ela ignora a minha dor e me beija mais uma vez. 

— Caralho, como eu senti sua falta — ela murmura em meio a um riso sem-humor. Ela desce seus beijos para meu maxilar, me fazendo automaticamente juntar nossas cinturas mais próximo. Ela chupa a pele do meu pescoço com força e deixa um beijo delicado e molhado em seguida. Eu sei que Lilith não queria transar, mas dessa forma ela estava complicando. 

Sinto sua respiração mudar quando ela repousa sua cabeça em meu ombro, suas unhas cravam em minha nuca e depois trilham um caminho do meu pescoço até meu maxilar, fazendo um carinho gostoso e ficando por um tempo assim, permanecendo em silêncio. 

— Fui até o apartamento de Khalil uma semana depois que nós.. Uh, bom, que nós terminamos. Eu gritei e o culpei por tudo que aconteceu, nada disso na minha vida estaria acontecendo se eu não tivesse ido até aquela maldita festa, afinal. Eu quebrei alguns objetos também, você sabe, sou meia descontrolada. Ele riu da situação, eu ri também e depois chorei no seu colo como uma garotinha. 

Eu não sabia onde aquela conversa chegaria, não entendia porque ela começou a contar tudo contra o meu pescoço, sem que eu pudesse olhar em seus olhos. Talvez seja melhor assim, acho que estávamos fracos e frágeis demais no momento para um contato visual. 

Esse não era o único fato que me incomodava. A entonação da sua voz mostrava o quanto aquilo havia afetado Lilith, e talvez contar tudo à mim esteja a afetando muito mais. Sempre há risos sem humor e o sacarmos a acompanha. 

— Você acredita que ela se explicou para mim? — meu coração acelera e eu fecho os olhos. Isso era uma merda. Não por achar que minhas ex’s juntas seja um problema, e sim, porque eu não queria que Lilith tivesse que passar por essa situação — Eu senti vontade de voar no pescoço dela enquanto ela falava, mas eu já estava cansada do meu nome em site de fofocas, e não queria ele em um boletim de ocorrência, imagine só... 

— É errado rir disso, Lilith? — eu pergunto em meio ao riso e sinto um beliscão no meu abdômen — Ok, já entendi. 

Era um momento tenso pra caralho mas mesmo assim Lilith tinha o jeito dela de deixar as coisas mais simples. O seu jeito era estourado e engraçado. E eu amava pra caralho. 

— Eu odeio você, sabia? — Lilith resmunga me fazendo rir pelo nariz, ela levanta a cabeça por um breve segundo e consigo olhar em seus olhos. Me arrependo. Eles brilhavam. E não era o brilho que eu costumava enxergar nos meus olhos azuis preferidos — desculpa mãe, o seu se tornou o segundo —, em qualquer segundo minha garota poderia chorar e eu não me aguentaria. Eu choraria também caralho. 

— Eu pensei em varias vezes voltar correndo com Dylan para o Texas, eu não aguentava mais meu nome vinculado com essa merda de mídia. Eu queria e ainda quero mandar todos se foderem, eu estive mais desequilibrada que o normal nos últimos meses, Justin, você não tem noção — ela ri verdadeiramente dessa vez — Mas eu queria ainda mais você ao meu lado, mesmo sendo o causador de toda essa porra. 

— Eu fui contraditório pra você, não fui? — eu tento controlar minha voz, a fazendo sair rouca — Eu insisti pra caralho em você, a fiz fazer parte da minha vida, nos fiz uma família e estraguei tudo. Eu não vou ficar surpreso se tudo isso que está fazendo é uma forma de dizer que me esqueceu e que me quer longe. 

Eu mordo os lábios de forma nervosa. Eu não queria ouvir sua resposta. 

— Claro que não, idiota. Meu coração não vai esquecer você, por mais que eu lute por isso. Eu queria que meu cérebro falhasse nas memórias com você, porque é torturante pra caralho. Eu ainda amo você, Bieber. Só não posso estar com você agora — ela espalha sua mão pelo meu rosto, fazendo um carinho e provavelmente sentiu minhas lágrimas se misturarem com sua pele — Meu coração não te perdoou completamente e seria injusto com tudo que nós criamos até aqui desgastar dessa forma. 

Eu quem fui injusto com a nossa relação. Não você, meu amor. 

Eu queria dizer isso a ela. Queria passar um dia dizendo que sinto falta de cada detalhe seu. 

Mas ela se afasta. Enxuga minhas lágrimas e depois as delas, deixando um beijo demorado em lábios por último. 

— Bom, eu encontro vocês dois amanhã no café, ou no almoço, mas tenho minha dúvidas que Dylan vai conseguir acordar pro café — Lilith tem o dom de mudar drasticamente o assunto, ela solta um riso baixo e depois pressiona os lábios um no outro. Lilith não parece se incomodar com o fato que não paro de encarar seu rosto por um segundo que seja. 

Olhando-a disperso e ao mesmo atendo desse jeito, tenho medo que eu pense alto demais pedindo para ela ficar. Por essa noite, ou mais alguns minutos.


Notas Finais


Uhuul, Finalmente!!!!!! Gente, me desculpem mesmo pela demora, passei e ainda estou passando pela fase de bloqueio criativo que toda autora tem (eu acho). Esse capítulo era para ter mais cenas, mais falas importantes, mas simplesmente elas não conseguem sair da minha cabeça para o “papel”, então aí está o capítulo, melhor do que nada não é?

Eu queria muito saber a opinião de vocês sobre o capítulo agora, mais do que nunca, porque estou insegura pra caralho e insatisfeita. Eu ficaria muito agradecida.

Obrigada por lerem até aqui e não desistirem de Lilith, amo vocês.


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