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História Linha Tênue - Meu presente - Regina


Escrita por: moniquetayahh

Notas do Autor


Eu amo esse ep na série e amo esse cap na fic... Muitas das coisas que coloquei aqui para mim se passaram de verdade na cabeça de Regina, pelo menos eu gosto de imaginar assim hahahah
Boa leitura!!

Capítulo 11 - Meu presente - Regina


Fanfic / Fanfiction Linha Tênue - Meu presente - Regina

Eu estava tão feliz com Henry me amando tanto, que eu não consegui enxergar que ele não era meu filho. Como eu pude ser tão burra a ponto de não ver que aquele não era ele.

O amor realmente nos deixa cegos. O amor realmente é uma grande fraqueza, seja ele como for e de onde for.

Pan havia me roubado a maldição, eu estava com muito medo, não por mim, mas por Henry e Emma, eu estava com medo por eles, eu estava apavorada com o que poderia acontecer a eles. Eu não me importava o que aconteceria comigo, eu só queria que eles ficassem bem. E aquilo estava me matando por dentro. Uma sensação horrível tomava conta de todo meu ser, era como se a qualquer momento eu pudesse perdê-los. Mesmo que Emma não fosse nada minha, nem mesmo uma amiga de fato, eu não podia perdê-la... eu não queria ficar sem ela... sem ele... sem eles...

Henry e Emma eram tudo que me importava. Eu tinha meu filho de volta, mesmo em outro corpo, mas isso logo se resolveria. Tinha Emma como uma quase amiga, que estava bem e segura. Eu poderia finalmente ter meu final feliz... Ter uma vida boa e até ter alguns amigos.

Peter Pan não tinha o direito de tirar minha felicidade daquele jeito... Ele não podia simplesmente me roubar aquela maldição e lança-la pela segunda vez. Aquilo não podia ser feito.

Foi naquele momento em que me senti ainda pior... Eu não me arrependia de ter lançado a maldição, não me arrependia de todo o mal que fiz, não me arrependia de nada, porque foi com todo meu passado negro que consegui Henry... e Emma. Mas pela primeira vez na vida, eu senti algo estranho por me colocar no lugar daquelas pessoas, me senti mal por ver minha felicidade sendo arrancada de mim, por causa de uma maldição, por causa de um louco querendo poder. Eu me vi no lugar de todos aqueles que amaldiçoei.

— Mas o efeito dessa maldição? Será como a outra? – A voz de Emma fez com que eu saísse do meu mundinho e prestasse atenção no que eles falavam.

— Bem... – Rumple começou a responder, mas fez uma pausa como se pensasse antes de falar. – A ultima foi feita para servir os desejos da Rainha. Essa será feita para os desejos de Pan. – Ele fez mais uma pequena pausa olhando para o chão, mas logo voltou a olhar para Emma. – Eu realmente esperaria algo infernal... O que a Regina fez, chega ser brincadeira de criança perto do que ele é capaz de fazer.

— A maldição... – Eu disse olhando todos e parando meus olhos nos de Emma. – A maldição foi feita para ser irrefreável... Não há nada de possa ser feito... – Os olhos de Emma estavam apavorados.

— Na verdade... é possível parar... – Rumple disse fazendo-me ter a maior esperança do mundo. Meu coração chegou a bater forte.

— O que? – Eu perguntei confusa, mas feliz por dentro, era a minha chance.

— Utilizando o próprio pergaminho. – Ele também estava com medo. – A maldição só pode ser desfeita pela pessoa que usou... Você Regina! – Sua voz tinha um leve tom de esperança.

— Então o que eu devo fazer? – Eu perguntei já querendo matar o Pan com minhas próprias mãos.

— Pegar o pergaminho de volta e destruí-lo. Assim as duas maldições serão desfeitas. – Ele fez uma pequena pausa. – Mas haverá um preço, um grande preço... – Ele me avisou com os olhos que seria realmente grande.

— Então o que você sugere? – Minhas esperanças haviam partido, aquele preço deveria ser mais alto do que o preço de quando eu lancei a maldição.

— Vamos fazer a troca, vamos trazer Pan para seu corpo e levar Henry até o dele. – Rumple disse.

Com pressa e ainda sentindo muito medo, Emma, Snow, Henry – no corpo de Pan –, Rumple e Belle fomos para a loja, enquanto Tinker, Charming, Hook e Neal foram atrás da varinha de uma tal fada negra, que provavelmente estaria escondia na casa da fada morta.

Não demorou muito para que eles voltassem com o que precisávamos, junto com a noticia que eles haviam matado a sombra e que a fada morta agora estava viva. Final feliz para todos, queria ver se comigo também seria assim...

Rumple fez o que tinha que ser feito, pediu que Henry se deitasse enquanto todos nós olhávamos para o corpo de Pan, esperando que desse certo... que suas almas fossem trocadas.

Eu estava ansiosa, queria meu filho no corpo dele, queria abraça-lo e nunca mais solta-lo. Queria apenas um pouco de paz. Nada mais que tardes frescas de passeio com meu filho... torcendo para encontrando com Emma na rua...

— Deu certo?! – Eu quase gritei ao ver o corpo de Peter parar de se debater.

— Venha, vamos encontrar nosso filho. – Emma disse fazendo-me praticamente correr atrás dela. Estávamos com pressa de rever Henry em seu corpo.

Saímos da loja de Gold e encontramos com a Granny, ela quem nos levou até Henry, que saiu pelas portas da biblioteca e veio em nossa direção. Foi um alivio vê-lo, mesmo a gente tendo estado com ele a minutos atrás, mas era diferente tê-lo em seu corpo de volta.

— Sou eu! Sou eu! Funcionou. – Henry disse feliz vindo em nossa direção.

Emma e eu o abraçamos juntas e com força, aquilo era tão reconfortante, era tão bom. Eu tinha que aproveitar aqueles momentos, porque algo dentro de mim me dizia que seriam os últimos. E aquilo estava me apavorando, me deixando sem chão.

— Mãe, Mãnhe... eu acebei de ver vocês – Ele disse sentindo-se sufocado com o nosso abraço. Foi quase impossível não sorri ao ouvi-los nos chamando de mãe. – Vocês acabaram de me ver... – Nós o soltamos para olhar para seu rostinho lindo.

— Mas não vimos você. – Eu disse frisando a palavra vimos ao tocar seu queixo.

— Ele pegou. – Emma pegou o pergaminho da mão de Henry. – Toma, agora cabe a você... – Ela estava ofegante como sempre ficava quando estava nervosa. Emma o estendeu a mim e eu o peguei.

Naquele mesmo instante eu fiquei em choque, paralisada. Foi como me transportar para outro lugar. Eu tive uma visão, eu vi o que tinha que ser feito. Eu vi qual seria o grande preço a se pagar para realmente conseguir desfazer aquelas duas maldições.

Apenas eu poderia pagar o preço e não era um preço qualquer e nem apenas um de fato...

Eu teria que deixar partir aquilo que mais amo. Eu tinha que me desfazer de toda a minha fraqueza. Mas apenas Henry não seria o suficiente, eu teria que deixar dois amores... Porque dois corações foram usados para fazer aquelas duas maldições... Agora meus dois amores teriam que ser “sacrificados” para que eu pudesse desfazer tudo aquilo... Eu tinha que ser forte e sozinha outra vez... Eu tinha que deixar Emma também...

No final de tudo, nada serviu de nada... Nem tudo que conquistei, nem tudo que perdi, nem mesmo as mudanças dentro de mim, nem mesmo um esperado final felizes... Tudo seria esquecido outra vez... Nada mais fazia sentido. Era o destino pregando mais uma peça em mim. Eu perderia tudo. Eu esqueceria de tudo...

Finalmente eu havia entendido e aceitado, Henry e Emma teriam que partir... meus dois amores. Eu tinha que abrir mão da minha felicidade para que eles fossem felizes, eu tinha que deixa-los ir...

— Regina!? Regina! – Eu ouvi ao longe meu nome sendo gritado por Emma. Eu havia desmaiado? – Regina!? – Emma me chamou pela terceira vez, fazendo-me voltar a realidade, eu tinha que faze-la partir com Henry, eu tinha que tira-los daquele lugar. Emma era a mina única esperança de conseguir desfazer tudo aquilo.

— Emma?! – Eu sussurrei ao abrir os olhos e dar de cara com os seus verdes me olhando assustada.

— O que aconteceu? – Emma perguntou ofegante e preocupada. – Você está bem? – Ela completou ao me ajudar a levantar junto com Henry, eu havia mesmo desmaiado.

— Sim eu estou bem... só... – O que eu havia visto ainda estava confuso. As cosias estavam se encaixando aos poucos.

— O que aconteceu? – Era Snow perguntando. – O que houve quando você o tocou?

— Eu vi... – Eu disse ainda meio desnorteada. – Eu vi o que tem que ser feito.

— Mãe... – Henry estava a minha frente, também muito preocupado. – Você vai ficar bem?

— O importante é que você vai ficar. – Eu tentei sorrir para ele ao tocar em seu queixo, mas a única coisa que eu queria fazer, era chorar.

— Não, não vai... – Peter Pan disse ao tomar o pergaminho de minha mão com magia. Emma e eu abraçando protetoramente Henry.

— Ele pegou o... – Hook começou a dizer, mas fomos congelados por Pan.

Estávamos todos congelados quando Pan começou a falar. E quando ele começava, ele nunca parava. Meus ouvidos sempre tinham a sensação que iriam sangrar com tanta porcaria que saia daquela boca. Minha vontade era de arrancar seu coração e esmaga-lo, matando-o de uma vez por todas.

Para minha felicidade, Rumple logo apareceu para nos ajudar com aquele garoto velho. Gold disse algumas coisas, que mais me pareceram com uma despedida, mas eu nada podia fazer e nem mesmo dizer, estávamos congelados...

As coisas aconteceram meio confusas e rápidas. Uma sombra trouxe a adaga de Rumple para ele. Gold logo abraçou Pan, sem o deixar sair. Falou coisas de que Peter só morreria se ele também morresse. E quando eu vi ele já havia enfiado a adaga em Pan.

Uma fumaça preta os cobriu, em seguida Pan não era mais um menino e sim um homem. Ele havia voltado a ser apenas um cara comum. Apenas o pai de Rumpelstiltskin.

— Eu sou um vilão. – Rumple disse para o pai, que o tentava convence-lo de retirar a Adaga, que ainda dava tempo deles recomeçarem, que poderiam ter um final feliz juntos. – E vilões não tem finais felizes. – Foi a ultima coisa que ele disse ao virar a adaga, dar um beijo no rosto de seu pai e sumirem com uma explosão de luz. Deixando apenas o pergaminho para trás.

Saímos do congelamento... Mas eu ainda me sentia petrificada. Sem reação... Rumple não podia ter morrido, bem ou mal ele era meu único amigo. Ou o mais parecido que eu tinha com uma amizade. Como que eu faria as cosias sem ele? Ele me ensinou quase tudo que eu sabia.

Fiquei ali parada olhando aquele pergaminho ao chão. O único som que se ouvia era o vento e o choro de Belle. Eu não sabia como ela se sentia, mas eu estava mal por ela, triste. Mal por mim também, porque eu havia perdido um amigo. E estava prestes a perde meus amores também. Eu literalmente iria ficar sozinha.

Eu me aproximei do pergaminho e o peguei. Eu estava confusa, triste, com o coração despedaçado... Eu não queria perde-los, será que não havia outro jeito?... Mas mesmo se houvesse eu nunca saberia, porque quem poderia saber não estava mais com a gente.

— Regina? – Emma me chamou... Mas eu não disse nada, permaneci de costas e abaixada com o pergaminho em minhas mãos. Eu queria tanto que tivesse outro jeito, eu queria tanto poder ser um pouco feliz. Eu não queria deixa-los partir. Rumple não tinha que ter partido também.

— Você está bem? – Snow perguntou preocupada. Até mesmo ela... eu já não queria mais vê-la sofrer... Eu só queria que todos tivessem paz e que pudéssemos ser felizes.

— Eu estou bem... – Eu respondi ao me levantar lentamente, mas ainda de costas para eles. Minha cabeça estava rodando, meu coração queimando.

Eu ia mesmo perder meu filho, eu ia perder o que mais amava na vida, ia perder o presente mais lindo que Emma havia me dado. E perderia também ela junto, mesmo ela não sendo minha. Eu ia perder a oportunidade de ter uma vida feliz ao lado deles. Eu estava perdendo a minha família. Mas estava perdendo por um bem maior. Estava os perdendo para que eles fossem felizes, para que não ficássemos todos presos em um inferno para o resto da vida. Eu ficaria sozinha, mas eles ficariam juntos.

— Regina... Não deixe-o morrer por nada... – Neal havia dito coisas antes, mas foi apenas isso que consegui ouvir, mas apenas ouvir. – Regina? – Ele me chamou fazendo-me voltar os pensamentos a eles, agora sim eu estava captando as cosias.

— O que? – Eu perguntei ainda meio aérea de costas para eles.

— Estamos aqui por um motivo querida... Pan? – O pirata disse.

— Ele está morto. – Eu disse ainda em tom baixo, eu só conseguia pensar em Emma e Henry.

— Mas a maldição não! – O pirata continuou. – Você pode para-la? Ou devemos começar a rezar? Porque isso vai levar tempo, coração... – O pirata idiota estava mesmo fazendo piadinhas naquele momento, mas eu estava tão desesperada, que nem irritada eu consegui ficar. Eu tinha que pensar em como tudo iria acontecer. Em como eu ia dizer a eles que tinham que partir. Eu não podia simplesmente dizer que os amava e que eles tinham que sair da cidade.

— A maldição! – Alguém vinha correndo pela rua e gritando. – A maldição está aqui! – Era o anão. – Ela está vindo de todos os lados. – Ele parou a nossa frente, ofegante e assustado. – Não tem como fugir... – Ele estava apavorado.

— Não é tarde demais... – Charmin falando diretamente comigo. – Ainda podemos para-la não é? – Eu ainda estava meio paralisada com tudo. Eu ia mesmo perde-los. – Regina? – Ele chamou minha atenção, como se eu não tivesse ouvindo, de fato eu não estava mesmo ouvindo muito bem.

— Sim. – Eu disse tentando respirar.

— Qual o preço? Gold disse que havia um preço! Qual é o preço? – Emma perguntou para mim. Sua voz certamente me acalmou. Me virei para ela tentando tomar a coragem que precisava.

— Não é o nosso preço... – Eu tinha que acabar logo com aquilo. – É apenas meu.

— Do-o que está falando? – Seus olhos estavam com tanto medo, mas ao mesmo tempo pareciam querer me confortar.

— Eu preciso daquilo que guardei para lançar a primeira vez. – Eu olhei para baixo tentando tomar ainda mais coragem, mas voltei a olhar para seus olhos assustados. – Tenho que dizer adeus aquilo que mais amo. – Não consegui dizer que eram duas, eu não precisava me sentir ridícula nesses ultimo tempo com eles.

— Henry? – Ela perguntou ao chama-lo que estava ao lado de Neal, que logo se juntou a nós.

— Não poderei vê-lo novamente. – Eu disse querendo dizer no plural, mas eu realmente não conseguia, ela me chamaria de louca e eu não a queria me olhando estranho, não naquele ultimo contato. Mesmo que fosse esquecido, eu queria aproveitar ao máximo. – Eu não tenho escolhas, vou ter que terminar o que comecei...

— A maldições nos troxe para Storybrooke. – Snow disse confusa.

— Não, a maldição criou Storybrooke, aqui não é o lugar dela... Nem o nosso... – Eu estava fazendo o máximo que podia para me controlar.

— Então quebrar a maldição destrói a cidade. – Charmin disse pensativo olhando para o nada.

— Vai ser como se ninguém nunca esteve aqui... – Eu disse olhando para Emma e Henry. – E todos nós voltaremos para o lugar de onde viemos... Vai ser como se nunca tivesse existido... Não lembraremos de nada que aconteceu nesses vinte e nove anos.

— Então vamos todos voltar para a Floresta Encantada? – Emma perguntou tentando entender, seus olhos estavam tão confusos.

— Todos nós...– Eu queria dizer a verdade, mas não conseguia. – Menos Henry... – Eu nem sabia se aquilo era real, mas eu tinha que arrumar uma desculpa. – Ele ficará aqui, porque nasceu aqui...

— Sozinho? – Emma perguntou assustada com aquela possibilidade.

— Não... – Eu tentei conforta-la com um sorriso nos olhos. – Você ficará com ele, você vai leva-lo embora, porque você é a Salvadora. – Ela era realmente a Salvadora, ela realmente era incrível e talvez, apenas talvez, apenas ela poderia dar um jeito naquilo tudo depois. – Você foi criada para quebrar a maldição Emma... – Eu tentei sorrir para ela. – E mais uma vez... você pode escapar... – Eu tentei passar um pouco de segurança para aqueles olhos tão apavorados.

— Mas, eu não quero... – Emma disse sem ar. Ela estava com tanto medo. – Vamos voltar todos juntos... Vamos dar um jeito Regina... – Eu nunca havia visto tanto medo nela como naquele momento.

— Não é uma opção, Emma... – Eu tente explicar. – Eu não posso ficar com quem amo, essa é o preço que tenho que pagar. – “Eu não posso ter você dois ao meu lado”, eu quis dizer, mas apenas pensei. - E se eu não pagar o preço, nada disso vai funcionar... A maldição de Pan vai nos aprisionar e vai ser um inferno mil vezes pior do que eu mesma fiz com essa cidade. – A maldição estava cada vez mais próxima, dava para se ouvir os estrondos que ela fazia. Eu tinha cada vez menos tempo perto deles.

— Emma, você tem que ir... – Snow falou assustada e triste para a filha.

— Mas eu acabei de encontra vocês... todos vocês... – Ela olhou para os pais, para o Henry e por último para mim.

— Mas está na hora de nos deixar de novo... – Snow dizia triste, o que fez Emma voltar a olha-la. – É a sua melhor chance e a dele também...Vocês podem escapar.

— Não... e-eu... – Emma não sabia nem mesmo o que dizer. – Eu... eu não acabei de... – Ela me olhou de relance voltando a olhar para seus pais. – Eu sou a salvadora, deve trazer de volta os finais felizes não é isso? Como Henry mesmo sempre disse... – Ela estava desesperada e aquilo me doía ainda mais.

— Nós não adivinhamos qual será nosso final feliz, Emma... – Snow estava cheia de esperanças e com um sorriso nos lábios. De imediato eu pensei em Emma e olhei para ela a minha frente, tão confusa e cheia de medos. – Olhe ao seu redor, – Emma me olhou por alguns segundos, voltando a olhar para sua mãe. - Você mudou a vida de todos aqui Emma...

— Mas somos uma família... e família tem que ficar junto... – Emma disse como se fosse chorar, mas ainda não tinham lagrimas em seus olhos.

— E nós sempre seremos... Você nos mostrou isso. – Snow já estava chorando. Ela estava perdendo a filha dela pela segunda vez.

— Você e Henry... – Charming começou a falar, também sorrindo para ela, aquele otimismo de sempre. – Podem ser uma família... como você sempre quis. Você pode ser como os outros, pode ser feliz. – Emma olhou para mim com aqueles olhos verdes tristes, era como se quisesse me dizer alguma coisa, como se me pedisse "por favor"

— Está na hora de acreditar em si mesma Emma... – Snow disse otimista, com um sorriso nos lábios e lagrimas nos olhos. – Desta vez você tem esperança. – Snow olhou rapidamente para Henry.

— Eu a conheço faz um tempo... – Eu comecei a dizer, meio sem saber o que dizer. – Queria que você desaparecesse para eu ficar com meu filho. – Ambas olhamos para ele com amor, ele era nosso, não importa em que reino, e nem em que circunstancia, ele era nosso. – Mas o que eu quero de verdade Emma... – Eu queria dizer “É viver uma vida feliz com vocês dois ao meu lado”, mas me contive em colocar a mão no queixo dele e dizer. – É que Henry seja feliz. Que vocês sejam felizes. – Eu consegui dizer pelo menos aquilo. – Não temos escolha, Emma... – Eu olhei para ela engolindo o choro. – Você precisa ir agora.

— Está bem... – Ela disse com aqueles olhos arregalados, me olhando assustada e ainda me pedindo algo que eu não conseguia decifrar o que era.

Lá estávamos nós nos limites da cidade. Eu estava completamente quebrada por dentro, eu nunca havia me sentido tão mal em toda minha vida, nem mesmo quando perdi meu pai, minha mãe, ou Daniel...

Aquela dor, naquele momento... perder Henry e Emma... sem sombra de duvidas era maior dor de toda a minha vida. Eu não estava perdendo meu primeiro amor. Eu estava perdendo a minha família, o meu tudo. E não tinha nada que eu pudesse fazer a não ser assisti-los partir naquele fusca amarelo.

Henry se despediu de mim enquanto Emma se despedia de todos os outros.

— Isso não é justo. – Henry disse com a voz triste. – É tudo culpa minha.

— Porque está dizendo isso? – Eu perguntei triste por ele se sentir culpado.

— Se eu não tivesse ido procurar Emma... Se ainda tivesse sobre a maldição com você... – Ele realmente estava se sentindo culpado. – Nada disso teria acontecido... Eu pensei que estava sozinho, que você não me amava, mas eu estava errado...

— Henry... – Eu peguei em seu queixo me abaixando um pouco. – Eu também estava errada... – Eu tentei sorrir para ele. – Não foi culpa sua, foi minha... Lancei a maldição como vingança. E eu... eu sou uma vilã... – Eu olhei para baixo por alguns segundos, eu realmente não podia ter meu final feliz. – Você ouviu o que o Gold disse... Vilões não tem finais felizes.

— Você não é uma vilã, você é minha mãe. – Ele disse com lagrimas nos olhos e me abraçou com força, mas logo voltou a me olhar. – Nós somos uma família. – Ele disse olhando para Emma e voltando a me olhar. - Nós vamos nos encontrar de novo. – Ele sorriu para mim confiante e me abraçou novamente.

Henry foi se despedir dos avós, enquanto eu... respirei fundo e fui na direção de Emma, que havia acabado de se despedir do pirata idiota. Ela já estava indo para o fusca, não tinha mais ninguém para ela dizer adeus... Exceto eu.

Eu tinha que dizer algumas coisas para ela e tinha uma coisa para lhe dar também. Porque não era somente nós que esqueceríamos de tudo, ela e Henry também esqueceriam. Ninguém lembraria de nada, nós não existiríamos para eles e eles não existiriam para gente. Nossos mundos jamais se cruzariam outra vez. Como já havia dito, eu estava de fato perdendo tudo aquilo que eu amava. Nem mesmo as lembranças ficariam para contar histórias.

— Emma? – Eu a chamei tentando achar coragem. Ela voltou ficando de frente para mim, seus olhos com esperança. – Tem algo que eu não te contei.

— O que é agora? – Ela disse chorosa, como se não aguentasse mais nenhuma grande bomba. E seus olhos... seus olhos ainda me pedindo algo que eu não conseguia decifrar.

— Quando a maldição nos atingir... – Eu tentei falar com calma, eu não queria vê-la chorando. – Levará tudo, exatamente tudo de volta e nada vai ficar para trás... – Eu fiz uma pausa, eu queria coragem, mas aqueles olhos tão tristes não estava me deixando ter. – Incluindo todas as nossas memorias... as nossas e as suas... Isso é o que a maldição faz. – Ela ia chorar a qualquer momento, ela estava tão desesperada, mas eu tinha que continuar. – Storybrooke não existirá mais... e será como se nunca tivesse existido, tanto para gente, como para vocês... – Eu também estava quase chorando, eu já não estava mais conseguindo me segurar. – Todos esses anos, vão sumir de nossas memórias... Vai ser como se nunca tivéssemos nos conhecido. – Lagrimas comeram a querer transbordar de meus olhos, não só dos meus, como os dos dela também. Sua respiração era pesada, era nítido que ela estava se segurando ao máximo. – E todos nós, Emma... vamos voltar a ser apenas histórias para vocês.

— E o que vai acontecer com a gente? – Ela perguntou daquele mesmo jeito que antes, do jeito que eu nunca sabia de cara de quem ela estava falando, se era dela e de Henry ou de da gente mesmo. Mas aquilo não importava mais, a resposta seria a mesma.

— Eu não sei... – Eu senti uma lagrima escorrer em meu rosto, olhei para baixo rapidamente e voltei a olha-la.

— Isso não se parece nem um pouco com um final feliz. – Ela disse mais para ela do que para mim, seus olhos se perderam por segundos, mas logo voltaram para os meus. Ela inda me pedia por algo.

— E não é... – Mais uma lagrima escorreu de meu rosto, mas eu tentei sorrir para conforta-la. Na verdade esse era o momento para eu dar para ela o que tinha em mente. – Mas eu posso dar um para você.

— Pode preservar minhas memórias? – Ela perguntou com esperança.

— Não Emma...– Era a única coisa que eu podia fazer por eles, dar a eles uma vida feliz, dar toda a felicidade do mundo. - Mas posso fazer o que fiz com todos dessa cidade. – Ela me olhava curiosa e ainda me pedindo algo. – Posso te dar novas. – Eu sorri para ela.

— Mas você os amaldiçoou, eles estavam infelizes, Regina. – Ela disse confusa.

— Mas eles não precisavam estar... – Eu queria era abraça-la, forte e nunca mais solta-la, mas eu não tinha coragem... apenas peguei em sua mão, como ela mesma já havia feito antes, nada que não fosse normal. – Meu presente para você... – Eu disse deixando as lagrimas descerem, assim como ela também deixou as dela vazarem, não estávamos mais conseguindo nos controlar, éramos apenas emoção naquele momento.. – São boas memórias de uma boa vida para você... – Eu soltei a mão dela chamando por Henry com a mesma, mas voltando a olhar somente para Emma. – E Henry... – Eu sorri para ela entre lagrimas, que agora chorava negando com a cabeça. – Você nunca desistiu dele... Vocês sempre estiveram juntos... – Eu senti minha voz falhando.

— Você faria mesmo isso? – Ela perguntou como um cochicho com um sorriso nos olhos.

— Quando eu detiver a maldição de Pan e vocês cruzarem a linha da cidade, você terá a vida que sempre sonhou. – Era tudo que eu podia fazer por eles. Se eu pudesse fazer mais, eu faria.

— Mas não será real. - Ela dizia deixando algumas lagrimas rolarem em seu rosto. - Não terá... – Ela travou na hora de dizer. – Minha família. – Mesmo se referindo aos pais ela não olhou para eles, continuo me olhando daquele mesmo jeito, como se me pedisse alguma coisa. Aquilo estava me deixando agoniada.

— Seu passado não será real, mas seu futuro sim. E você terá o Henry... – Eu olhei para ele, mas voltei a olhar para ela. Ficamos nos olhando com lagrimas nos olhos, eu queria aproveitar aquilo, eu nunca mais olharia aqueles olhos únicos, eu nem mesmo lembraria que ela um dia existiu.

Ela respirou fundo uma única vez, seus olhos me implorando por uma coisa que eu não conseguia decifrar o que era. Ela negou com a cabeça sorrindo entre lagrimas, eu queria abraça-la, mas eu apenas fiquei ali olhando apara ela completamente arrasada com aquilo. Nossos olhos se despedindo, conversando coisas que nem mesmo eu entendia. Aquilo era tão único, tão nosso. Pareceram horas aquele nosso contato visual, mas não se passaram de dois ou três segundos... E como se mais ninguém estivesse ali, ela deu um passo a frente e me abraçou com toda a força e vontade de mundo, foi meio sem jeito, mas foi único e intenso, foi como sentir que ela me amava, que não queria me deixar... Depois de alguns segundos ela puxou Henry para o abraço, fazendo aquilo ficar ainda melhor.

Nossa família... nossa estranha família, nos abraçando e nos amando pela última vez.

— Mas não terei você... – Emma sussurrou em meu ouvido, antes de soltar do abraço, deixando-me ainda mais quebrada. Era isso que ela estava me pedindo... Ela não queria me deixar. A vida era mesmo injusta. O destino realmente brinca com a gente.

Eu fiquei parada olhando eles entrarem no fusca amarelo, eles estavam mesmo partindo, eu nunca mais os veria na vida, eu nunca mais teria meu final feliz. Eu seria sozinha para sempre. Mas o pior de tudo, não era saber que jamais lembraria que eles existiam, mas o vazio dentro de mim, esse vazio que Emma e Henry deixariam... aquilo jamais seria esquecido.

Rasguei o pergaminho e contive a maldição de Pan com a minha magia. Enquanto tudo se transformava, enquanto toda a fumaça verde se transformava em roxa... eu ainda pude observar o fusca sumir no horizonte, aquela era a ultima vez que eu via o meu final feliz.


Notas Finais


E ai, preparadx para a próxima parte da fic?


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