1. Spirit Fanfics >
  2. Link >
  3. Quem diria...

História Link - Quem diria...


Escrita por: MKimjin e kimiejeon

Notas do Autor


Espero que gostem e boa leitura.

Capítulo 5 - Quem diria...


Fanfic / Fanfiction Link - Quem diria...

Eu fiquei completamente sem reação por conta da proximidade nos nossos corpos. A noite estava fria, mas eu comecei a sentir um calor estranho e eu não tinha forças para tirá-lo de lá.

Depois de um selinho bem longo, Jungkook deu um beijo estalado nos meus lábios e se afastou devagar. Acho que ele estava esperando que eu lhe socasse a cara, mas eu não fiz isso, eu nem tinha forças para isso e, estranhamente, eu não tinha vontade nenhuma de fazer isso.

– J-Jeon? – Chamei num sussurro quase inaudível.

– Kim, me desculpe? – Ele respondeu no mesmo tom.

– Tá, só não... – Não consegui terminar a frase, então eu me afastei dele e fui em direção à minha cama. – Até amanhã. – Falei simples e enfiei debaixo das cobertas.

Ainda bem que estava escuro, eu estava morrendo de vergonha e com certeza, meu rosto estava muito vermelho.

O garoto não devia estar diferente pois, ele nem me respondeu e saiu do quarto.

– Droga, droga... eu sou um frouxo... eu sou um frouxo... – Cochichei e apertei os olhos, na esperança de que o sono viesse mais rápido.

**

Acordei bem cedo hoje de novo, meu celular marcava 6:20. Eu até tentei dormir mais um pouco, mas não consegui, pois, lembrança do beijo do Jeon não saía da minha cabeça.

Levantei e vi que o mais novo não estava na sua cama, então eu decidi tomar um banho para tentar relaxar um pouco. Claro que me incomodava bastante o fato de ter sido beijado por um alfa e não ter reagido perante a isso, mas ao mesmo tempo, eu fico me perguntando como teria sido se eu tivesse aceitado o beijo... será que ele iria continuar? Será que ele iria rir da minha cara? Será que ele esperava que eu tivesse correspondido? Será que aquela atitude foi do Jungkook pessoa ou do Jungkook alfa?

– Aaah o que isso tem de importante? – Reclamei, enquanto secava meus cabelos.

Vesti uma roupa confortável, tomei meu café e desci para a arena.

Quando cheguei lá, vi que Jungkook já havia chegado e meu coração disparou. Será que ele ia comentar alguma coisa à respeito do beijo?

– Bom dia, Taehyung.

– Bom dia. – Respondi sem olhar para ele. – Acordou cedo de novo.

– Na verdade, eu nem dormi. – Parecia mais um pensamento alto, do que uma resposta para mim.

– Hum, entendi. – Óbvio que eu não ia perguntar o porquê.

– Kim?

– Oi?

– Me desculpe pelo que eu fiz ontem? Sabe, nem sempre eu consigo controlar e... eu acabo fazendo o que não devia.

– Tudo bem. Vamos começar o treino logo.

Entreguei a espada para o garoto e nós começamos com o treino do dia.

Para ser sincero, hoje estava meio complicado, porque nós dois estávamos com a cabeça no mundo da lua, então, as coisas estavam um pouco bagunçadas.

Eu pisei no pé dele umas três vezes, ele me deu umas cinco cotoveladas, com um golpe errado, eu cortei um pedaço do cabelo dele, o que o deixou muito enfurecido e fez a mesma coisa comigo.

– Foi sem querer, seu idiota. Agora eu estou com o cabelo torto.

– Eu também estou com o cabelo torto. – Ele retrucou.

– Da próxima vez, eu corto tudo, então. Aí você vai ter motivo para ficar com raiva.

– Nem se atreva a encostar no meu cabelo.

– Imbecil. Olha o tamanho do cabelo que você cortou, Jeon. – Peguei a mechinha e estiquei bem na frente do rosto dele.

Saí andando para perto de uma mesa e coloquei minha espada lá em cima.

– Deixa eu ver se ficou muito falhado. – Tomei um susto quando me virei e encontrei o moreno bem atrás de mim.

– Tira a mão do meu cabelo. – Reclamei e empurrei a destra do outro.

Eu tentei sair correndo de perto dele, mas como hoje eu estava o desastre em pessoa, eu tropecei nos pés alheios e perdi o equilíbrio, agarrando o moreno e indo de encontro ao chão, junto com ele.

Jungkook caiu em cima de mim e ficou me encarando, seus olhos alternavam entre meus olhos e minha boca.

– Você está bem? – Ele perguntou aos sussurros e a única coisa que eu consegui fazer, foi balançar a cabeça positivamente.

Há uma semana atrás, eu já teria tirado o moreno dali, nem que fosse aos chutes, mas agora, eu simplesmente passei a fitar seus lábios também. Nunca tinha reparado em como os lábios do Jungkook eram tão bonitos... nunca tinha reparado em como o próprio Jungkook era bonito...

Num ato sem pensar, eu mordi o meu lábio, o que fez Jeon passar a língua entre seus lábios e sussurrar:

– Não me provoque, hyung...

Soltei meu lábio inferior bem devagar, o garoto encarou os meus olhos profundamente e começou a aproximar o seu rosto do meu. Quando seus lábios encostaram nos meus, uma sirene soou bem alto, o que me fez arrepiar de susto.

– Aah – Reclamei e olhei para o lado, esperando ver um tanto de gente correndo.

– O que foi isso? – Jeon me perguntou, enquanto se levantava de cima de mim.

– Treino coletivo. – Passei a mão sobre a franja e me sentei.

– O que é treino coletivo?

– É quando todos do alojamento são recrutados para treinarem juntos. Normalmente, esses treinos são pra valer. Eu vou cuidar de você, mas mesmo assim, toma cuidado.

– Você vai cuidar de mim? – Ele gargalhou. – É mais fácil eu cuidar de você.

– Rum – Sorri sarcástico. – Quero ver se não vai precisar de ajuda. Vamos logo.

**

Fomos divididos em dois grupos, e ambos tinham a missão de encontrar uma bandeira com o símbolo do alojamento, que tinha sido escondida no meio das árvores.

– Os dois grupos terão que encontrar a bandeira. Lembrem-se, é só uma brincadeira para aproveitarmos e dar as boas vindas aos novatos. Eles não sabem jogar, então vamos jogar limpo. Não joguem para machucar, se alguém fizer isso, será punido. O objetivo do treinamento de hoje, é apenas diversão e colocar em prática o que vocês sabem para mostrarmos aos mais novos, como são as coisas por aqui. Dito isso, quando eu apitar, o jogo estará valendo. – O diretor nos instruiu e logo soprou o apito, iniciando assim, o treino coletivo.

Saí correndo, sendo seguido pelo moreno, eu entrei em vários cantinhos e ele não saía de perto de mim.

De longe, pude ver Jin criando um campo de força para atrasar as pessoas do outro grupo.

– Tae? – Hyungwon me chamou. – Sobe e procura lá de cima. – Ele apontou para uma árvore enorme na minha frente.

– Tá. – Quando eu segurei na mesma, Jungkook pegou no meu braço.

– Você vai subir aí?

– Vou. Se eu fosse você, eu subia também, por mais que as regras sejam claras, alguém vai tentar machucar outras pessoas. – Respondi enquanto escalava a árvore.

– Tudo bem. – O mais novo me seguiu.

Quando chegamos no topo, ficamos procurando por todo o perímetro.

– Qual a cor dessa bandeira? – Jeon perguntou.

– Costuma ser vermelha, por quê?

– Por que eu achei. Olha. – O garoto apontou para um lugar bem escondidinho e logo começou a descer da árvore.

– Ótimo, vou avisar o Hyungwon, aí ele fica invisível e vai pegar. – Disse enquanto me preparava para descer atrás dele.

– Tae, cuidado, tem alguns galhos bem finos. – Tae? Tae? TAE?

– Eu sei, Jungkook.

Continuamos descendo e quando eu vi Hyungwon, eu o chamei, antes mesmo de terminar de descer.

– Won, a bandeira está lá naquele lugar que eu você e o Yoongi fizemos um piquenique uma vez. Vá logo.

O castanho afirmou com a cabeça e ativou sua invisibilidade, saindo correndo na direção da bandeira.

– Taehyung? – Jeon me chamou desesperado.

– O que foi?

– Cuidado, olha o galho que você está. – Quando eu olhei para baixo, vi que estava em pé num galho extremamente fino.

– Ah droga.

– Ei, TaeTae. Cuidado para não cair. – Baekhyun começou a gargalhar e fez uma ventania na árvore, que fez o galho quebrar e eu cair.

Jungkook foi extremamente rápido e me pegou pelo braço.

– Não me solta, Jeon. – Eu falava desesperado, enquanto estava pendurado. – Por favor, não me solta.

– Eu não vou te soltar. – Jungkook também estava de cabeça para baixo, abraçando um galho com as pernas. – Eu vou te balançar e você agarra um galho aí em baixo.

– Não, não faz isso... eu vou cair. – Quando eu disse isso, alguém disparou uma flecha na minha direção, tal que passou de raspão no meu braço. – Aai... – Gemi e comecei a chorar.

– Taehyung? – Ele chamou. – Taehyung, olha para mim. – Nesse momento, alguém acertou uma flecha também de raspão no braço do Jungkook, que fez uma careta de dor, mas não me soltou.

– Jeon?

– Tae, você precisa ir para o outro galho. Minhas pernas estão ficando dormentes e eu não vou conseguir segurar por muito tempo.

– Que casal mais lindo. Então caiam juntos. – Baek falou de novo e jogou outra jorrada de vento no Jungkook, que não conseguiu se segurar e caiu junto comigo.

Bati no chão e já senti aquela dor me invadir, o moreno caiu praticamente em cima de mim, o que fez doer mais ainda, pois ele era bem mais forte que eu – admito.

– Taehyung? – Jeon começou a me chamar desesperado. – Você se machucou?

Não conseguia responder nada, a dor que eu estava sentindo, era demais para qualquer tipo de fala ou movimento.

Jungkook me levantou do chão de uma vez e me aconchegou no seu peito, saindo correndo com um Kim Taehyung praticamente desacordado no seu colo.

**

Acordei na enfermaria de novo, mas dessa vez, era Jungkook quem estava no sofá, ele puxou o móvel até minha cama e debruçou sobre a mesma.

Tentei levantar meu braço esquerdo, mas senti uma dor enorme nele e quando olhei, o mesmo estava todo enfaixado e imobilizado. Decidi levantar o braço direito e acabei esbarrando sem querer na cabeça no garoto.

– Taehyung? – Ele se levantou de uma vez. – Como você está?

– J-Jeon? V-Você se machucou. – Vi que ele estava com curativos na testa, bochecha e um no braço – provavelmente o da flechada.

– Não, isso não foi nada. Mas e você, me diz como está. – Ele insistia.

– Estou bem. – Respondi e olhei para o teto.

O moreno se apoiou na minha cama de novo, mas dessa vez, ele passou o braço esquerdo para cima da minha cabeça e começou a mexer no meu cabelo.

O machucado do meu braço doía bastante, então, eu comecei a pensar em coisas aleatórias.

– Hum...

– O que foi?

– Eu estava pensando num pedaço de bolo agora.

– Ah Taehyung, e eu aqui achando que você estava sentindo dor. – Jeon sorriu soprado. – Você gosta de bolo?

– Adoro. Desde que eu vim parar aqui, que eu não como um bolo digno.

– E o que seria um bolo digno para você?

– Um bolo de chocolate, com bastante brigadeiro e morangos. Eu amo bolo de chocolate com morangos.

– Huuum, o que você faria por mim se eu conseguisse um bolo desse para você? – Jungkook me olhou travesso e levantou uma sobrancelha.

– Que feio, isso é chantagem.

– Não é não. Isso é troca de favores.

– O que você queria que eu fizesse por você?

– Não me pergunte isso, Kim. – Mais um sorriso travesso se formou nos seus lábios. – Eu quero saber o que você faria por mim.

– Bem... – Decidi provocar e ser sincero ao mesmo tempo. – Como eu sei que você não vai conseguir, eu te falo: – Comecei a rir. – Se você me trouxer um bolo da Alice Table, eu deixo você encostar em mim.

Jungkook me olhou de um jeito assustado e desafiador ao mesmo tempo.

– Tem que ser da Alice Table? – Ele me perguntou com os olhos semicerrados.

– Sim. Se não, você vai fazer um bolo qualquer e me cobrar um abraço toda hora.

– Tae, você tem que tomar cuidado com as coisas que você fala. – Ele sorriu provocador.

– Tae? – Perguntei.

– Eu tenho preguiça de falar Taehyung toda hora. Então, eu vou te chamar de Tae e não estou nem aí se você não gosta.

– Que gentil. – Brinquei.

– Toma. – Jungkook enfiou a mão no bolso e tirou de lá, uma barrinha de chocolate. – Come para você adoçar a vida.

– Obrigado. – Peguei o chocolate e comecei a comer.

Antes que eu pudesse perguntar onde foi que ele arrumou aquilo, a enfermeira entrou no quarto.

– Resolveu desfilar pela enfermaria por esses tempos, Kim? – Ela brincou.

– Fazer o que né. Devo voltar mais vezes, se meus amigos continuarem a tentar me matar.

– Fala isso com o diretor, viu. – Ela me instruiu.

– Tá... – Respondi simples enquanto ela começava a me examinar.

**

Jungkook me ajudou a sair da cama da enfermaria e foi me acompanhando até a casa. No meio do caminho, Minzy veio correndo para perto de mim.

– Ei, Taehyung..

– Ei, Minzy. Como você está?

– Estou bem. Sabia que hoje eu estava brincando com a flauta que você me deu?

– É mesmo? E como foi?

– Eu consegui fazer algumas coisas.

– Ah depois você me mostra?

– Aham – A garotinha sorria alegremente e pulava. – Qual é o seu nome? – Ela se virou para o Jeon.

– Eu sou o Jungkook.

– Está vendo, Tae? Eu disse que vocês namoravam. E você tentou mentir para mim. – Ela fez um bico.

– Ele não é meu namorado. – Respondemos em uníssono.

– São sim. O garoto de cabelos pretos gosta do Tae. – Ela respondeu com os olhos semicerrados. – E o Tae...

– Gosto mesmo. Ele é um chato, mas é meu colega de quarto, tenho que gostar né. – Jungkook falou.

– É verdade. Mas cuida dele tá, Jungkook. O garoto de cabelo marrom quer bater nele. – Ela disse e saiu correndo de novo.

– Que menina doida. – Jeon comentou.

– Ela é linda.

– Gosta de crianças, Taehyung? – O moreno perguntou enquanto voltávamos para a casa.

– Descobri que gosto. – Sorri.

**

– Taehyung, eu preciso sair, fique aqui e qualquer coisa, chame o Yoongi.

– Sair para onde, Jungkook? Andar pelo alojamento? – Perguntei enquanto me sentava na minha cama.

– É, exatamente isso.

Jeon foi tomar um banho, vestiu uma roupa limpa e saiu. Desconfio que ele iria atrás do Baekhyun e não gostei muito da ideia.

De repente, alguém bateu na porta.

– Entra. – Gritei.

– Ei, Tae, como você está? – Yoongi entrou no quarto sendo seguido pelos gêmeos ruivos Jimin e Hoseok, por Jin e por Namjoon.

– Ei gente. – Acenei com a mão direita. – Ah estou melhor.

– O que aconteceu, afinal?

– Senta aí que eu te conto.

Pela primeira vez, eu não me senti mal por estar junto com quatro alfas. Contei-lhes tudo o que havia acontecido e parecia que Yoongi queria matar o Baek, porque o loiro tremia de ódio.

– E detalhe que quando eu caí da árvore, eu desloquei o braço. – Completei.

– Taehyung, quando você melhorar esse braço eu vou junto com você atrás desse merdinha e nós podemos acabar com ele.

– Nós ajudamos, se precisar. – Jin se manifestou.

– Com certeza. – Hoseok disse. – Gostaria muito de queimá-lo um pouco. – Os gêmeos se entreolharam e abriram um sorriso perverso, logo estalando os dedos e formando chamas sobre os mesmos.

– Vocês controlam o fogo?. – Perguntei entusiasmado.

– Sim. – Foi a vez de Jimin responder. – Nós podemos fazer qualquer coisa com essa belezinha. – Ele sorriu. – E você, faz o que?

– Então... – Suspirei. – Bem vindo ao quarto de quem não tem poderes.

– Você está brincando? – Jin ficou boquiaberto. – Você mora aqui por quê?

– Porque eu tenho a droga da marca, mas eu nem o Jungkook temos poderes.

– Quem é Jungkook? – Hoseok perguntou.

– O alfa do Tae. – Yoongi gargalhou.

– Deixa de ser idiota, Min. Ele é apenas meu colega de quarto desde o dia em que vocês chegaram.

– Bem que eu senti um cheiro de alfa aqui. – Jimin comentou e puxou Yoongi para seus braços. Ciúmes.

– Colegas de quarto, mas um já quase matou o outro. – Namjoon sorriu.

– Ele chegou depois de você e quis te matar? Que folgado. – Hoseok franziu o cenho.

– Aí que tá, fui eu que quase matei ele. – Sorri sem graça.

– Gostei. Ômega de atitude. – Jin sorriu de lado.

Fomos almoçar, e de longe eu pude ver Baek encarando todos nós, teve um momento que Yoongi percebeu e mostrou o dedo do meio para ele, o que fez Jimin o abraçar e soltar um rosnado baixo. Depois de comer, voltamos para o quarto para conversar mais um pouco, ajeitamos umas cobertas, uns travesseiros e almofadas e sentamos no chão. Confesso que eu gostei dos alfas, eles eram bem gentis e nenhum deles ficou me encarando de forma perversa ou desejosa.

Depois de um tempo, eles saíram do quarto e cada um foi fazer suas coisas.

Lembrei da carta dos meus pais que estava guardada dentro do meu livro.

– Vou ler essa coisa, não vai adiantar eu ficar adiando isso. – Falei comigo mesmo, enquanto me levantava para pegar a carta.

Sentei na minha cama, abri o envelope com cuidado e desdobrei o papel.

As palavras que tinham na carta não deviam me deixar triste, mas deixaram. Meus pais estavam bem, mas meu primo estava morto. Lendo aquelas palavras, eu fiquei com tanta saudades de casa, com tanta vontade de receber um abraço – de preferência dos meus pais – para me deixar mais calmo, tanta vontade de ouvir meus pais contando como foi o dia no trabalho, ganhar aquele cafuné e aquele chocolate quente antes de dormir, que minha mãe sempre me dava, ouvir as palavra confortantes do meu pai, ajuda-lo a capinar o jardim, ir para a cozinha com minha mãe e fazer um delicioso bolo de chocolate com morangos que ela fazia como ninguém...

Na carta, eles me contaram sobre a morte do meu primo e me contaram como estão as coisas em casa. Fiquei muito feliz por saber que, finalmente as coisas entraram nos eixos e pelas palavras, eles pareciam bem felizes, apesar da saudade.

Dobrei o papel e guardei de volta no livro, quando Jungkook chegou no quarto com um sorriso enorme, que se desfez instantaneamente.

– Quem estava aqui?

– O que? – Perguntei.

– Quem estava aqui, Taehyung? Estou sentindo cheiro de outro alfa.

– Ah, Nam estava aqui com Yoongi e os novos amigos dele.

– Quantos alfas?

– Quatro, por quê?

– Você estava sozinho no quarto com quatro alfas, Kim? – Ele gritou.

– E mais um ômega.

– Grande diferença.

– O que tem de demais nisso?

– Ah agora você passou a gostar de alfas?

– Eu gostei deles, sim. Por quê? – Quando disse isso, Jeon torceu o nariz.

– Então, quando for se encontrar com eles, saia daqui. Não quero outro alfa no meu quarto.

– Seu quarto? – Gargalhei. – Ah, Jeon, faça-me o favor.

– Não estou brincando.

– E nem eu. Você acha mesmo que eu vou deixar você tomar conta desse quarto? Vai esperando.

– Você é um idiota mesmo, Taehyung. Mais cedo um deles quase te mata e você fica com quatro deles dentro do quarto?

– Pra começar, não foi nenhum deles que fez isso comigo. E outra, Namjoon estava aqui e ele nunca deixaria os outros fazerem nada comigo.

– Ah então agora você aceita proteção de outro alfa? – Ele sorriu sarcástico.

– Enquanto eu não puder lutar, eu aceito ajuda de qualquer um. – Falei e saí do quarto. – Idiota. – Gritei.

**

Jungkook ON

Acordei de madrugada ouvindo os choros e soluços do Taehyung na cama ao lado. O moreno chorava igual a uma criança.

– Kim, o que você está fazendo? – Olhei para o lado e vi que o mesmo estava sentado e abraçando os joelhos. – KIM? – Fui ignorado.

Levantei da cama e fui até ele.

– Taehyung, o que foi?

– J-Jeon, E-eu sinto a f-falta deles. – Por fim ele disse alguma coisa.

– De quem? – Eu não sabia se encostava nele ou se mandava ele parar com palhaçada.

– D-dos meus p-pais... – Ele cochichou.

– Ah Taehyung, por que você não deixou para chorar de dia?

– P-Porque m-minhas crises de ansiedade a-atacam de noite, seu i-insensível.

– Para de chorar. – Acho que quanto mais eu falava, mais o Kim chorava, e ele estava chorando alto. – Por favor, Tae. As pessoas vão ouvir e vão achar que eu fiz alguma coisa com você.

– Você não fez nada.

– Eu sei né. – Não pude deixar de sorrir. – Sabe como que eu me curei das minhas crises?

– Não.

– Com abraços. – Respondi esperando tomar um soco na cara.

Surpreendentemente, Taehyung levantou o rosto do meio dos joelhos e me fitou, como se estivesse esperando que eu fizesse algo.

– Posso? – Perguntei e o moreno fez que sim com a cabeça.

Passei meus braços para sua cintura e o puxei para o meu colo, aconchegando seu rosto no meu pescoço e o abraçando forte.

– Eu estou com frio. – Ele sussurrou. – E você está quentinho.

– Ficou tão manhosinho, Tae. – Brinquei.

– Você nunca teve uma crise de ansiedade.

– Como você sabe? – Perguntei.

– Porque quem tem, fica assim. Então você me entenderia ao invés de ficar rindo de mim.

– Desculpa. – Respondi e abaixei a cabeça, inalando o cheiro do ômega, que era mais alfa que trinta alfas juntos. – Você realmente tem um cheiro gostoso.

– Você também tem. – Ele escondeu o rosto de vergonha.

Ficamos naquela posição por mais um tempinho, até o outro para de chorar completamente.

– Podemos deitar? Vou ficar com dor se ficar assim. – Pedi.

– Pode ir para a sua cama. – Ele disse já se levantando.

– Não. Eu vou dormir com você.

– Não vai, não.

– Vou sim. Porque se eu for para a minha cama e você me acordar aos berros de novo, eu te bato.

– Exagerado insensível. – O moreno xingou.

– Deita logo. – Ajudei o outro a se levantar do meu colo e eu fui para a minha cama buscar minhas cobertas e meu travesseiro. – Vá para o canto. – Mandei.

– Vá para a sua cama.

– Não. – Ele me ignorou. – Anda logo, Taehyung. – Cutuquei sua perna.

– Aaaah – Ele reclamou. – Você é muito chato.

Deitei na cama do lado do mais velho, que ficou encolhido no cantinho.

– Aqui está frio. – Ele reclamou.

– Vem cá, eu e esquento. – Chamei.

– Deixa de ser folgado.

Decidi não insistir, mas o outro não parava de tremer e de fungar por causa do choro.

– Tae, para com frescura e vem cá.

– Não... – Ele resmungou.

– Tae... – Segurei a cintura dele e o puxei para perto de mim. – Fica aqui.

– Deixa de ser abusado, Jungkook. Me solta.

– Kim, eu só vou te esquentar, não vou fazer mais nada com você.

– Você nem se atreva. Se não, quando meu braço melhorar, eu...

– Tae? – O interrompi. – Eu não vou te machucar e nem desrespeitar você. – Dessa vez ele ficou calado e parece que ficou mais relaxado. – Se você se sentir mal de novo, me chame. Mas tenta ficar tranquilo.

– Obrigado. – Ele respondeu por fim, se aconchegando no meu peito e soltando um gemidinho quando eu comecei a fazer cafuné do lado da sua cabeça.

Quem diria que aquele marrentinho ficaria assim comigo... quem diria.


Notas Finais


Pra quem não conhece, essa brincadeira é feita bastante em grupos de escoteiros. É claro que algumas são diferentes, e às vezes usam mais bandeiras e etc... mas achei bom explicar pra vocês ^^
Twitter: @kimiejeon
Beijos.


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...