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Escrita por: MKimjin e kimiejeon

Notas do Autor


Espero que gostem e boa leitura.

Capítulo 34 - Novidades


Fanfic / Fanfiction Link - Novidades

JUNGKOOK ON

Infelizmente, ou felizmente, chegou a hora de voltarmos para o alojamento. Eu queria voltar para lá, já que eu considerava aquele lugar como um verdadeiro lar, onde eu vivo numa imensa e verdadeira família; mas ao mesmo tempo, me incomodava ver o jeito que o Tae ficou, na hora da despedida.

Ele já estava bastante triste por ter que deixar seus pais mais uma vez, o que me levou a pensar se foi uma boa ideia ter vindo para cá, ao invés de irmos direto para o alojamento, quando ele recebeu alta. Apesar de estar sendo triste vê-lo assim, foi bom. É estranho dizer, mas foi bom ele ter vindo para casa, ter tido esse contato com a família, ter ficado nesse ambiente que ele tem costume e já sentia saudades.

Foi ótimo passar esse tempo aqui com ele. Não tínhamos que treinar, seguir regras do alojamento, ficar com medo por coisas que pudessem acontecer, não tínhamos que dar satisfação das nossas vidas para ninguém... éramos só nós dois ali, tendo um momento só para nós, um momento para conversarmos, desabafarmos, nos amarmos mais um pouco – nem que essas demonstrações de amor se resumissem a bolinhos de carne e batata frita.

Nós ficamos juntos, nos divertimos juntos, sorrimos juntos, assistimos a alguns filmes, comemos besteiras... e esses três dias se resumiram a isso; como se um estivesse reconhecendo o outro, como se estivéssemos recomeçando depois de toda essa confusão – o que tecnicamente era o que estávamos fazendo. Recomeçando.


 

– Prometa para nós que você vai cuidar bem dos nossos bebês? – Minha sogra me perguntou chorosa, enquanto tinha seu filho agarrado ao seu pescoço, chorando como se não fosse vê-los nunca mais.

– Eu prometo. – Também a abracei para passar confiança. – Prometo que darei o meu melhor para que eles fiquem bem.

– Qualquer coisa que precisar, pode entrar em contato conosco, que estaremos prontos para ajudar. – Meu sogro sorriu docemente. – Se puderem sair do alojamento de novo, saibam que nossas portas sempre estarão abertas para recebe-los.

– O-obrigado, p-papai... – Tae o abraçou dessa vez e continuou chorando. – Eu vou sentir muita falta de vocês...

– Nós também sentiremos sua falta, filho. – O mais velho acariciou os cabelos do ômega. – Mas não fique triste. Olha só... – Ele se afastou e pegou no rosto do Tae. – Isso tudo é pelo seu bem. Você gosta das pessoas de lá, elas são legais, agora você tem o Jungkook, que é um alfa ótimo para você, que gosta de você; agora você está esperando um filho dele... nó sentiremos muitas saudades, mas no fim, tudo valerá a pena. Nós sempre estaremos aqui te esperando, sempre vamos conversar com você, te mandar mensagens ou te ligar, para saber que vocês estão bem... é tudo uma questão de tempo. O alojamento te fez bem. Você fez amigos, conheceu um alfa que te respeita e te ama, você mostrou que um ômega não é tão frágil quanto dizem, você se tornou uma grande pessoa, Tae, e eu e sua mãe estamos muito orgulhosos de você.

– O-obrigado. – Foi o que ele respondeu, antes de dar mais um abraço nos dois e se afastar, provavelmente evitando adiar o sofrimento de ir embora.

– Vamos? – Acariciei seu rosto e limpei suas lágrimas. Ele assentiu.

– Obrigada por cuidar do nosso filho e protege-lo, enquanto não podemos fazer isso. – A ômega sorriu para mim e me abraçou.

– Eu que devo agradecer por terem me recebido tão bem. – Sorri de maneira terna. – Serei eternamente grato a vocês.

– Que nada. – O alfa sorriu e também me abraçou de maneira calorosa, antes de segurar sua esposa pela cintura e a afastar de nós, provavelmente evitando que ela grudasse no Tae de novo e nós nunca fôssemos embora. – Estaremos esperando por vocês.

– Podem esperar, porque nós voltaremos. – Assegurei. – Vamos, amor. – Abri a porta do carro para o Tae, e assim que ele entrou, eu dei a volta e entrei no lado do motorista. – Tchau.– Falei para os mais velhos que nos encaravam com um sorriso no rosto.

– Até mais. – A ômega sorriu e acenou.

Dei partida no carro e o Tae voltou a chorar desesperadamente, mas de maneira silenciosa. Eu passei minha mão direita para o seu colo e segurei a sua canhota, passando a fazer carinho ali, tentando passar confiança a ele, mesmo sem dizer uma palavra.

Taehyung também ficou em silêncio, apenas deixando suas lágrimas rolarem, ao que ele apoiava na porta e fitava o lado de fora.

**

– Você vai devolver esse carro hoje. – Kim falou, assim que paramos em frente ao alojamento.

– Eu não sei. – Respondi.

– Sim, você vai. – Insistiu e me fitou com aqueles olhos vermelhos. – Jungkook, você pode querer distância dos seus pais e eu te respeito por isso, porque o que você passou, só você sabe. Mas se tiver que ser assim, que seja direito.

– O que você quer dizer com isso? – Perguntei.

– Que se você realmente pensa isso deles, eu não quero depender deles para nada.

– Mas esse carro é meu. – Dei de ombros.

– Você entende o que eu estou falando. – Respondeu baixinho. – Olha, Kook, eu não quero brigar ou implicar com você. Eu só quero que as coisas sejam feitas da maneira correta. E se você quer se distanciar da sua família, faça direito. Eu não me sentirei bem com as coisas assim.

– Amor, eu posso precisar do carro para te levar ao médico, para comprar alguma coisa para você, para o bebê... não posso abrir mão dele agora. Depois que o nosso filho nascer, eu até devolvo, mas até lá...

– Jungkook?

– Por favor, Tae? Só até ele nascer?

– Tá. – Suspirou. – Só até o bebê nascer.

– Tudo bem. Então vamos entrar, porque o Jin já me mandou umas 15 mensagens hoje, perguntando se nós já estávamos vindo. – Falei de forma brincalhona, o que fez ele sorrir um pouco mais alegre.

Eu tirei as nossas coisas do carro, e pela segunda vez, nós entramos no alojamento pelo portão principal.

Obviamente, os nossos amigos já estavam na frente da casa, se reunindo num tipo de complô da fofoca, para nos receber. Quando eles nos viram, Yoongi e Jin vieram correndo para perto de nós e, como se eu fosse invisível, pularam no pescoço do Tae, o envolvendo num abraço caloroso.

– Oi para vocês também. – Brinquei.

– Eles vão dizer que estão te vendo em todos esses dias, mas o Tae, não. – Jimin comentou.

– O que tecnicamente não deixa de ser verdade! – Hoseok falou ansioso e correu para se juntar ao abraço.

Mais uma vez, Taehyung chorou, mas aparentemente, esse choro era de felicidade, por ver que depois de tudo o que passamos, estávamos ali mais uma vez. Todos juntos.

Eu sabia que esse choro não era de tristeza, porque eu consigo sentir o que ele sente, tal coisa que está me deixando meio perturbado, já que suas variações de humor por conta da gravidez, me deixam confuso.

Quando eu assustei, o bolinho de abraço aumentou de tamanho, e até quem eu nunca tinha conversado, estava ali, abraçando ele também. Muitas pessoas foram se aproximando, e além de me cumprimentarem, eles iam e cumprimentavam o Tae também, fazendo algum tipo de agradecimento – o que eu ainda não entendia o porquê.

– ESPERA! – Ouvi Jinhong – acredite, Jinhong – gritar pela primeira vez, e logo pegou a mão do Tae. – Vocês estão noivos? – Perguntou boquiaberto, ao fitar minha mão e também encontrar uma aliança dourada no meu dedo.

– Ah, sim, nós vamos nos casar! – Tae mostrou aquele sorriso que aquecia o meu coração e me abraçou. – Jungkook me pediu ontem.

– PARAAA! – Jin veio nos abraçar e foi seguido por todos os outros, que fizeram mais uma vez, um bolo enorme de gente. Acho que esse foi o maior abraço que eu já ganhei.

Eu não preciso descrever a reação de todos os outros né? Eles pegaram nas nossas mãos, fizeram carinhas de apaixonados, alguns zoaram com a nossa cara, outros cantaram músicas românticas, tudo isso, Jin, Jinhong e Ji Yoon, Yoongi e Jimin, Hoseok, Namjoon e Kisu, respectivamente.

– Vamos ajeitar suas coisas lá no quarto, porque hoje depois do almoço, o diretor tem uma reunião com todos nós. – Jimin falou sério. – Ele disse que esperaria vocês chegarem e assim, poderíamos conversarmos.

– Uma reunião? – Franzi o cenho.

– Uma reunião, na arena de campeonatos... com o alojamento todo. – Namjoon levantou as sobrancelhas e mordeu o lábio inferior. – Eu não sei do que se trata, mas levando em consideração o tamanho da reunião, eu tenho medo.

– Droga. – Respondi meio tenso.

**

TAEHYUNG ON

Depois daquela recepção extremamente calorosa e depois de guardar todas as nossas coisas de volta no quarto, Jungkook foi tomar um banho, e eu fui me sentar sob a árvore que eu mais gostava no jardim.

Eu sentei na grama verdinha e fitei o céu azul, respirando fundo e pensando nos acontecimentos dos últimos dias.

– Tae? – Ouvi a voz do Baek e olhei na direção dele.

– Baek? – Sorri e me levantei correndo, para abraça-lo. – Você está bem?

– Eu é quem devo te perguntar isso. – Ele me olhou me maneira fofa. – Quando disseram que você e o Kookie tinham chegado, eu estava dando banho nos cavalos, e não podia sair de lá. Mas fiquei sabendo que vão se casar!

– Ah sim, nós vamos. – Sorri tímido e mostrei meu dedo com a aliança.

– Eu fico muito feliz por vocês, de verdade. – O alfa segurou minha mão e acariciou o dorso da mesma. – Eu espero do fundo do meu coração, que sejam felizes!

– Obrigado, Baek!

– Ah, olha... – Ele acenou e chamou um casal que passavam por ali. – Deixa eu te apresentar os novos integrantes do nosso grupinho de amigos, Tae, esses são Jéssica e Luhan.

– Ah, vocês foram os que nos ajudaram a fugir da clínica! – Me lembrei do casal de cabelos acinzentados. Uma garota beta e um garoto ômega.

– Sim. – A garota sorriu com um jeito muito meigo. – Obrigada por nos salvar, Taehyung. Todos nós temos uma dívida enorme com vocês. Os outros eu já agradeci e agora falta você e o seu alfa.

– Não precisa agradecer.

– Ah precisa sim! – O garoto arregalou os olhos. – Vocês não têm noção do que nós passávamos lá dentro daquele lugar.

– Fico feliz em ter ajudado. – Fui sincero. – O cheiro daquele lugar era tão confuso, desde o início eu desconfiei que tinha algo de errado ali.

– O cheiro era confuso por conta da mistura de raças. – Jéssica falou, apontando para os próprios olhos. Aqueles olhos azuis.

– Vocês não são daqui. – Observei, boquiaberto. – E eu achava que eram apenas descendentes de outros povos. – Gargalhei da minha própria ingenuidade. – Vocês são de onde?

– Inglaterra. – Luhan respondeu. – Você achou que nós éramos daqui, porque nós falamos seu idioma fluentemente, certo?

– Eu acho que sim. – Cocei a cabeça.

– Nós já moramos aqui há cinco anos. – Jéssica crispou os lábios. – Assim como os demais campistas novos. Nós temos indianos, africanos, chineses, brasileiros, canadenses, franceses, portugueses, espanhóis...

– Aquela mulher foi buscando vocês pelo mundo? – Arregalei os olhos e eles assentiram. – Ela era louca. – Franzi o cenho. – Espere. Ela morreu, não morreu?

– Nós achamos que sim. – Baek levantou uma sobrancelha. – Mas o diretor convocou uma reunião com todo alojamento hoje e nós estamos com medo do que possa acontecer.

– Eu não sei de nada. – Luhan sorriu de lado. – Mas depois daquela explosão que o Namjoon fez, eu duvido que ela tenha sobrevivido.

– Eu espero que ela não tenha sobrevivido. – Respirei fundo. – Se não eu vou ter que caçá-la.

– E eu espero que não tenha ouvido isso direito! – Jungkook apareceu do nada e me passou um susto. – Você está proibido de passar por grandes aventuras, mocinho. – Me abraçou por trás e sorriu para os três na nossa frente. – Olá!

– Olá. – Responderam em uníssono.

– É um prazer conhece-lo. – Jéssica falou sorridente.

– O prazer é meu, por conhece-los direito, longe daquela confusão toda! – Kookie apertou as mãos dos outros.

– Por falar em confusão... – Me lembrei na hora. – E a Minzy? E o Minhyuk? E os pais deles?

– Calma, Tae. – Baek levantou as sobrancelhas e respirou fundo. – Eles estão na enfermaria desde que chegaram aqui. A Minzy teve um choque ao vê-los e ficou meio desnorteada, o que levou alguns campistas curadores de mente tentar curá-la e trazer suas memórias de volta.

– Mas ela está bem? – Jungkook parecia preocupado.

– Ela está bem, sim. Só a mente dela que está um pouco confusa, e com isso, acharam melhor deixarem seus pais e seu irmão, juntos.

– Depois dessa reunião, eu vou vê-la. – Falei preocupado.

– E eu vou com você. – Jeon murmurou perto do meu ouvido. – Ela vai ficar feliz em te ver.

– Espero que sim. – Respondi, triste.

Nós ficamos ali por mais um tempinho, repassando as informações e agradecimentos para o Kookie, até que chegou a hora do almoço e todos fomos para o refeitório. Durante o almoço, podia-se ouvir burburinhos sobre o que será que era a reunião que o diretor havia marcado, convocando o alojamento inteiro. Várias e várias hipóteses foram colocadas, mas não podíamos ter certeza de nada, porque nem o Namjoon, que era filho dele, sabia coisa alguma sobre o assunto que seria tratado.

Eu particularmente achei um pouco estranho ele nem ter vindo cumprimentar eu e o Jungkook depois que voltamos da minha casa. Ele sempre foi uma pessoa querida para mim e sempre demonstrou carinho comigo, o que me deixou meio chateado por não tê-lo visto, após o meu regresso.

Nós almoçamos com aquela conversa na ponta da língua. Por mais que fosse desconfortável, nós tínhamos muitas dúvidas sobre o que aconteceria daqui para frente.

Finalmente, o sinal de treinamento coletivo soou, nos anunciando que a reunião começaria logo, logo, o que nos induziu a ir na direção da arena, e ouvir o que nos aguardava. Todos nós sentamos nas arquibancadas, e aos poucos, os campistas foram se posicionando e lotando o lugar, à espera do diretor.

Alguns minutos se passaram, e ele finalmente apareceu na arena e lançou um sorriso na minha direção, o que me deixou mais feliz.

– Boa tarde, pessoal! – Começou a falar, com a ajuda de um microfone que a Ji Yoon conseguiu para ele. – Eu sei que muitos de vocês não fazem ideia do que andou acontecendo nesses últimos dias, e sei que todos vocês estão sem entender o porquê de eu ter marcado essa reunião. – Pigarreou. – Bem, não sei por onde eu começo...

– Do começo! – Ji Yoon sorriu abertamente o que fez ele rir soprado e assentir.

– Tudo bem, vamos do começo. – MinHo caminhou até um cantinho e pegou um banco, o trazendo para o centro da arena, onde se sentou. – O nosso alojamento era liderado por um grupo de pessoas, que acreditava que todos os especiais como nós, deveriam se manter presos aqui por um tempo, com o intuito de aprenderem a controlar seus poderes. Dessa forma, viemos trabalhando muito bem, até agora. O alojamento tinha uma clínica, onde até então, servia para tratamento da mente daqueles que se tornavam rebeldes demais e até impiedosos com o uso dos poderes. Eu sempre acreditei, que essa clínica servia como um tipo de tratamento para as pessoas, com o intuito de ajuda-las, mas há mais ou menos dez dias, eu descobri, que estávamos sendo enganados esse tempo todo. Um de nossos campistas, foi sequestrado daqui de dentro, pela líder da clínica, e levado para lá, para servir de isca para outro campista. Dando nomes, para que fique de melhor entendimento, eu digo que Kim Taehyung foi sequestrado, com o intuito de atraírem o Jeon Jungkook, já que descobriram que ele é um alfa lúpus completo, ou seja, ele se transforma em lobo.

MinHo olhou para nós, eu percebi que meu coração estava disparado, prestes a sair pela boca.

– No meio dessa confusão, o meu filho e seus amigos, saíram para resgatarem o Taehyung e acabaram descobrindo que dentro dessa clínica haviam vários outros campistas, que essa mulher foi buscando pelo mundo. Acima de todos ali, ela tinha um plano, que era pegar os melhores poderes – assim julgados por ela – e juntarem numa pessoa só... ela mesma. Esse experimento foi feito em várias pessoas e todas morreram, o que fez com que ela apelasse para crianças, tornando Minzy, seu irmão Minhyuk e o filho do Tae, como as principais iscas de teste. Fazendo um resumão do que aconteceu, já que eu não estou autorizado a entrar em detalhes, os nossos fujões... e verdadeiros heróis... – Deu ênfase na palavra heróis. – Destruíram aquele lugar por completo, acabaram com aquela mulher sem caráter e salvaram a vida de todos os prisioneiros que estavam lá. Todos aqui corriam risco de serem aprisionados por ela e esse grupinho nos salvou. – O diretor apontou na nossa direção, e Ji Yoon passou a bater palmas, sendo seguida pelo restante dos campistas, que ficaram de pé e também nos aplaudiram.

Eu fiquei bastante emocionado com isso tudo e senti as lágrimas descerem.

– Com isso! – MinHo voltou a falar. – Eu tenho informações importantes para vocês. Primeira, nós adotamos esses novos campistas, e vamos recebe-los de braços abertos! Temos gente do mundo inteiro aqui, e espero que vocês se enturmem com eles e os façam se sentir em casa. Segunda, muitos ainda não sabem e apesar de já ter dito aqui, a Minzy tem um irmão gêmeo, então, mais uma criancinha irá nos fazer companhia. Terceira, teremos o primeiro bebezinho aqui, já que o Taehyung está grávido do Jungkook, então, também vamos recebe-lo de braços abertos, já que ele será o nosso mascotinho. Quarta coisa... – Ele respirou fundo. – Eu não serei mais o diretor de vocês...

– O QUE? – Dei um grito, em meio àquele burburinho que se instalou na arena. – NAMJOON? – Chamei pelo meu amigo, que parecia estar tão boquiaberto quanto eu.

– Eu não sabia... – Ele murmurou e seus olhos marejaram.

– Pessoal? – MinHo nos chamou. – Pessoal, me deixem terminar de falar? GENTE? – Deu um grito, e aí sim, conseguiu a atenção de todos. – Obrigado. – Sorriu perversamente. – Eu não serei o diretor de vocês, porque eu fui convocado para ser o líder do alojamento. Então, eu criarei regras, eu mandarei em tudo o que vai acontecer nesse lugar... eu sou o dono disso aqui agora!

– AAH! – Suspirei aliviado e mais uma vez, os campistas o aplaudiram de pé, gritando feito loucos.

– Obviamente, como eu não estarei na direção dele, eu tenho que conseguir um substituto, e com isso, convido a nossa prestativa Ji Yoon para assumir o meu posto de diretor. Aceita? – Ele se virou para a beta, que mantinha os olhos arregalados para ele, incapaz de dizer qualquer coisa.

– Eu? – Perguntou assustada. – M-mas eu...

– Aceita ou não aceita, adotar esse pessoal todo como seus filhos?

– Ah, mas é claro que sim! – Respondeu de forma animada, me deixando muito feliz por isso.

– Que ótimo! – Gargalhei e bati palmas.

– Tudo bem, temos uma nova diretora! – MinHo segurou na sua mão e sorriu. – Agora, como eu sou o novo chefe disso aqui, eu já tenho uma nova regra. – Ele ficou em silêncio por um tempo, até começar a esboçar um sorriso. – A partir de hoje, todos os campistas terão direito de passar o fim de semana com seus familiares! Não é obrigatório sair daqui, mas quem quiser, terá a minha permissão!

– Kookie!! – Senti meus olhos marejarem. – Nós poderemos voltar para casa!

– Eu fico muito feliz por você, amor. – Respondeu com um sorriso triste.

– Por que não fica feliz por nós? – Murmurei para ele.

– Eu não tenho f...

– Não ousa falar isso. – Franzi o cenho. – Se você não considera meus pais, eu e o nosso bebê como sua família, o que somos para você?

– Você entendeu amor. – Respirou fundo e me deu um beijo na bochecha. – A minha família está aqui, eu não tenho para onde ir.

– Tem a casa dos meus pais. – Insisti. – Você faz parte da família.

– Então eu fico feliz por nós. – Jungkook sorriu um pouco mais alegre. – Nós vamos poder passear e comprar mais coisas para nosso pequenino...

– Ou pequenina. – Lembrei.

– Eu acho que é um menino. – Levantou uma sobrancelha.

– Eu também acho, mas existe a possibilidade e ser uma princesinha... – Acariciei minha barriga. – Independente do que for, será muito amado por nós.

– Vai sim! – Ele sorriu e beijou o cantinho da minha boca.

Nós ficamos ali mais um tempinho, absorvendo todas as informações, até que algo no cantinho da arena me chamou atenção. Um menininho de aparentemente uns cinco anos de idade, entrou no espaço e se sentou num cantinho, para encarar todos ali. Logo atrás dele, Minzy entrou toda sorridente e seu olhar se direcionou instantaneamente para mim, antes da mesma acenar toda alegre.

Meu coração se aqueceu ao vê-la e ao perceber que ela estava bem. Parece que o tratamento com a mente havia surtido efeito, já que ela se sentou ao lado do menininho e ficou cochichando com ele.

– Aquele é o Minhyuk, para caso você não tenha reparado na clínica. – Jungkook sussurrou.

– Eu vi ele mais ou menos, mas poderia reconhece-lo de longe, já que ele e a Minzy se parecem. – Comentei. – Eles ficam lindos juntinhos.

– Ele é louco por ela. – Deu uma risada soprada.

– Bem pessoal! – MinHo voltou a falar. – Agora eu tenho um assunto importante para tratar, então, a reunião está encerrada. Podem voltarem a seus afazeres.

Antes que ele terminasse de falar, eu já levantei correndo, e saí desesperado atrás da minha pequena alfa, que veio ao meu encontro com aquele sorriso lindo que só ela tinha. Sem pensar em qualquer coisa, eu já a peguei no colo e a abracei forte, sentindo seus bracinhos envolverem meu pescoço.

– Ah que saudade que eu senti de você, minha pequena!! – Falei.

– Eu também senti saudades, Taetae! – Ela desfez o abraço e mexeu as perninhas para descer do meu colo. – Olha só, esse é o Minhyuk, ele é meu irmão!

– Ei, Minhyuk. – Agachei e fiquei na altura deles.

– Ei. – Respondeu tímido.

– Então você é o irmãozinho da Minzy. – Comentei.

– Ele é o meu irmão gêmeo! – Minzy caminhou até ele e ficou ao seu lado. – Olha como ele se parece comigo.

– Parece mesmo! – Sorri. – Ele é lindo igual a você!

– Obrigado. – Minhyuk respondeu baixinho e sorriu de maneira tímida.

– Taehyung? – Jungkook apareceu atrás de mim. – Você não pode ficar pegando a Minzy no colo! – Advertiu.

– Desculpa. – Fiz um bico. – Mas eu estava com saudades dela.

– Eu sei amor, mas não pode.

– Eu vou levar o Minhyuk para conhecer o alojamento! – Minha pequena segurou na mãozinha do irmão e saiu correndo com ele.

– Eles são lindos. – Falei.

– São sim.

Eu e Jungkook saímos da arena e começamos a andar rumo à casa, porque eu pretendia tomar um banho. No meio do caminho, algo chamou a atenção do Kook, o que fez ele parar de andar na hora, e congelar no lugar.

– O que foi? – Perguntei.

– Meus pais estão aqui.

– Onde? – Segui seu olhar e encontrei um casal caminhando junto com o diretor e com a Ji Yoon. Jungkook saiu correndo atrás deles. – Jeon? – Chamei, mas ele não me deu ouvidos. Eu corri atrás dele, torcendo para conseguir alcança-lo antes de ele fazer alguma besteira.

– O QUE VOCÊS ESTÃO FAZENDO AQUI? – Esbravejou, atraindo a atenção de todos ali.

– Jungkook? – Sua mãe o fitou, meio preocupada.

– Kookie? – MinHo chamou. – Vá para a casa, por favor?

– O.que.vocês.estão.fazendo.aqui? – Perguntou novamente, fazendo sua presença ser sentida.

– Tae, leva o Kook para a casa? – Ji Yoon me pediu.

– Amor? – Chamei baixinho.

– Eu não vou sair daqui enquanto vocês não me disserem o que vieram fazer aqui! – Respondeu entredentes. – Vocês já me expulsaram de casa e agora vieram fazer o quê aqui? Vieram atormentar a minha vida? POR QUE NÃO ME DEIXAM EM PAZ?

– Meu filho, não é bem assim. – O alfa tentou amenizar a situação.

– Eu não sou o seu filho.

– Jungkook, volta para a casa, eu estou ordenando! – MinHo se pronunciou de forma séria. – Isso aqui é assunto do alojamento e não lhe diz respeito.

– Me diz respeito, porque eles vieram aqui por minha causa. – Falou nervoso.

– Filho, as coisas não aconteceram do jeito que você pensa. – Sua mãe começou a chorar.

– Do jeito que eu penso? – Perguntou, soltando uma risada sarcástica. – Do jeito que eu vi e vivi, você quer dizer!

– Amor, por favor? – Chamei.

– Jungkook, nós temos um assunto importante para tratar com eles. – Ji Yoon o olhou de forma piedosa.

– Vocês vão acreditar em tudo o que eles disserem, não vão? – Meu alfa perguntou de modo choroso. – Eles me deixaram de lado, eles me sedaram para que pudessem me trazer para esse lugar, eles me proibiam de sair de casa, por vergonha de verem quem eu era, por vergonha de saberem que a família Jeon Perfeita tinha um filho anormal, que tinha a marca, mas não tinha poder algum! Eles tinham vergonha de mim...

– Jungkook? – Sua mãe começou a chorar mais e a balançar a cabeça negativamente. – Não foi isso...

– Kookie? – Chamei de forma calma e toquei seu rosto. – Vamos para a casa? – Olhei nos seus olhos e fiz com que ele me obedecesse.

– Tá, eu vou... – Ele fungou. – Mas se vocês vieram aqui para tentarem acabar com a minha vida...

– JUNGKOOK, JÁ CHEGA! – MinHo esbravejou e me encarou suplicante para que eu o tirasse dali.

– Vamos? – Segurei sua mão e o puxei para perto do jardim, afim de nos sentarmos debaixo da árvore que eu gostava de sentar.

– Podemos ficar a sós em outro lugar? – Ele pediu. – Pode ser até no quarto, mas aqui não...

– Podemos. – Assenti. – Vamos para o quarto.

Nós caminhamos em silêncio até o quarto e ficamos lá, sentados, de frente um para o outro.

– Você tem algo para me dizer? – Perguntei.

– Me desculpe? – Jeon não me olhava, apenas fitava suas mãos que estavam repousadas nas suas pernas.

– Não quero que você me peça desculpas. – Me aproximei e levantei seu rosto. – Eu quero conversar sobre a sua família.

– Por favor, não.

– Jungkook, nós vamos nos casar! – Insisti. – Seus pais terão um neto e você nunca fala deles comigo! Você sempre vira essa pessoa agressiva quando o assunto é eles e nunca realmente me contou o que aconteceu!

– Eu não gosto de falar sobre eles.

– Mas agora você vai falar. – Respondi de maneira séria.

– Não vou, não.

– Sim, você vai.

– Não, Tae!

– Sim, Jungkook! Para de guardar seus rancores só para você!

– E por que eu devo compartilhar coisa ruim da minha vida com você? Para te deixar triste?

– Não! Para desabafar, para compartilhar comigo suas angustias, suas tristezas... para ouvir um ponto de vista que não seja seu, para ouvir palavras acolhedoras que possam te confortar...

– Não me faça falar disso?

– Você é tão forte, Jungkook... – Murmurei. – Por que não se abre para mim? Eu sou o seu ômega, eu posso te ajudar.

– Eu nem sempre fui assim, Tae. Acha que eu sempre fui essa pessoa agressiva, que perde o controle fácil e que sempre está pronto para passar por cima de qualquer coisa?

– Você não é agressivo. Você fica agressivo. É diferente.

– Vamos falar sobre o bebê?

– Nós podemos falar sobre o bebê, mas antes, eu quero falar dos seus pais.

– Você não vai me deixar em paz enquanto eu não falar, não é?

– Não.

– Mas acontece que você já sabe de tudo. – Ele insistiu. – Você já sabe que eles passaram a me ignorar quando eu ganhei a marca... eles me excluíam dos passeios em família, eles me proibiam de sair de casa, me escondiam das pessoas... – Suspirou.

– É por isso que você disse que eles tinham vergonha de você?

– É. – Kookie abaixou a cabeça. – Aparentemente eles tinham medo de mim, quando descobriram que eu tinha ganhado a marca. Depois, eles se aproximaram um pouco mais, por verem que eu não tinha poder algum, mas isso fez com que eles me escondessem das pessoas, como se eu fosse uma aberração. Quando me disseram que eu viria para cá, eu disse que ia fugir, mas eles deixaram que me sedassem e me trouxessem a força. Minha família nunca foi tão unida, mas antes dos meus 10 anos, eles me amavam, ou pelo menos fingiam que me amavam.

– Por que você não esquece isso, ou tenta conversar com eles? – Sugeri. – Você me disse que eles te mandavam mensagens, tentando falar com você...

– Eu tentei, Tae. – Dessa vez ele me olhou, com os olhos marejados. – Eu fui todo feliz contar para eles sobre a sua gravidez, mas a primeira coisa que eles me disseram, foi que eu sou um irresponsável e que eu não deveria ter colocado um filho no mundo logo agora.

– Logo agora? – Perguntei.

– É. Eu também achei esse comentário meio estranho, mas eu estava tão cego de ódio, que nem quis render assunto.

– Jungkook, tem algo de tão errado nessa história. – Balancei a cabeça negativamente. – Não encaixa, sabe? Eles te escondiam, eles brigam porque você vai ser pai, sua mãe diz que é o tipo de mãe que protege, eles insistem em dizer que as coisas não são do jeito que você pensa...

– Esse é o jeito que mentirosos arrumam para jogar a culpa nas costas de outras pessoas.

– Se eu te pedisse para falar com eles, você falaria?

– Não.

– Mas e se eu quiser que eles sejam presentes na vida do nosso bebê?

– Amor, eu também tenho o direito de escolher quem eu quero que participe da vida do nosso filho. E se eu não quiser a presença deles, o bebê não terá.

– Deixa de ser teimoso? – Sussurrei e me aproximei mais, colocando minhas pernas em volta da sua cintura. – Ou deixa eu falar com eles?

– Não insista? – Choramingou.

– Por favor? – Continuei falando aos sussurros. – Faça isso por mim? – Segurei seu rosto e fui me aproximando para lhe dar um beijo, mas ele se afastou.

– Você não vai mexer com a minha mente de novo, Taehyung. – Falou sério.

– Eu juro que não estou tentando fazer isso. – Assegurei. – Estou pedindo numa boa. Eu quero que você concorde por vontade própria com isso tudo.

– Meus pais queriam que você tirasse o bebê. – Jungkook falou num tom raivoso, o que me causou um calafrio.

– O-o que? – Engoli em seco.

– É esse tipo de gente que você quer presente na vida do nosso filho? Alguém que sugeriu que o matássemos?

– E por que você nunca me contou isso?

– Pra quê? Para você ficar sabendo que os próprios avós dele queriam o matar? Pra você tomar ódio deles, assim como eu tomei?

– Deve haver alguma explicação para isso... – Tentei convencer a mim mesmo. – Não, não pode ser.

– Mas é.

– E a sua prima? O que ela diz sobre isso?

– Ela nunca toma partido e nunca é contra ou a favor deles, mas ela sempre está ao meu lado. Sempre me ajuda. Eu queria muito ter procurado ela, mas fiquei com medo, porque eu não estava autorizado a falar com familiares meus. Só podia sair daqui, para te fazer companhia e te deixar bem.

– No fim de semana nós vamos falar com ela, tudo bem?

– Você vai comigo? – Ele sorriu animado.

– Eu vou sim. Vou aonde você for. – Me aproximei mais uma vez e selei nossos lábios num beijo doce. Jungkook passou a acariciar minha nuca, ao que pedia passagem para aprofundar o beijo, mas uma batida na porta nos fez separar.

– Jungkook? – Ji Yoon chamava do outro lado da porta. – Eu sei que está aí, pode abrir por favor?

– Vá embora! – Ele respondeu alto. – Vá com seus amiguinhos novos.

– Kookie, eu não tenho culpa de nada disso. – Falou baixinho. – Eu só quero ajudar...

Eu me levantei da cama, e me desviei rapidamente do alfa, que tentou me segurar. Abri a porta e encarei a beta com os olhos avermelhados do lado de fora.

– Tae... – Sussurrou. – Eu não sei o que vocês estão pensando de mim e do MinHo agora, mas... – Balançou a cabeça negativamente. – Nós sabíamos que o Jungkook não chegaria perto deles, então arrumamos um outro jeito e eu te peço que nos ajude.

– Do que você está falando? – Perguntei nervoso, antes da garota levantar as mãos e esticar um envelope amarelo para mim. – O que é isto?

– É a verdade. – Falou simples. – Acho que vocês deveriam ler. – Uma lágrima escorreu dos seus olhos e ela a limpou rapidamente. – Não tenham pressa para ler, mas peço que leiam. – E assim, ela deu as costas e saiu andando.

– O que é isto? – Jungkook se aproximou de mim e pegou o envelope.

– Ji Yoon disse que é a verdade. – Fechei a porta e respirei fundo. – Talvez realmente tenha algo de errado nessa história toda. – Mordi o lábio inferior.

– Eu não sei se... – Ele foi interrompido por mais dois toquinhos rápidos na porta. – Ah, o que foi, Ji Yoon? – Abriu a porta rapidamente, mas não tinha ninguém lá. No chão, tinha apenas um par de sapatinhos vermelhos, embrulhados num papel celofane transparente, com um enorme laço de fita azul.

Eu agachei bem rápido e peguei o pequeno embrulho e li a descrição do cartãozinho que estava pendurado ali.

– Que esse bebê nasça com saúde e que receba amor de todos à sua volta. Com amor, Vovó e Vovô.

– Eu não acredito que tiveram coragem de mandar isso. Quanta hipocrisia.

– Jungkook... eu acho melhor você ler essa carta. – Recomendei. – Essa história está realmente muito estranha.

Pelo contrário do que eu pensei, o alfa acatou a minha sugestão e caminhou lentamente até a cama, pondo-se a encarar o envelope amarelo na sua mão.

– Eu vou ler, porque estou muito curioso e porque você não vai me dar sossego. – Ele respirou fundo e abriu o envelope.

– Você quer privacidade? – Perguntei.

– Não. Na verdade, eu quero que você ouça o que eu vou ler.

– Tudo bem. – Caminhei até ele e me sentei ao seu lado. – Pode começar.

Meio relutante, Jungkook tirou o papel dobrado de dentro do envelope e o desdobrou, revelando uma caligrafia fina, que eu poderia julgar ser da sua mãe.

– Jungkook, meu filho... – Começou dando uma risada irônica. – Nós sabemos que ultimamente, nenhuma palavra de pedido de desculpas, será o suficiente para nos redimirmos com você, por tudo que o fizemos passar desde os seus dez anos. A nossa família era tão perfeita e eu e seu pai, pensamos que nada pudesse acabar com isso. Eu queria que todos nós fôssemos felizes, do jeito que eu não fui quando eu era criança. – Jeon suspirou e me encarou. – Ela está brincando, não está?

– Me deixe ler. – Peguei o papel nas suas mãos e continuei. – Você nunca soube, mas você tinha uma tia. Esta que era a minha irmã e sempre foi meio maluca, o que me fez esconder você dela. Quando você nasceu, eu torci e pedi tanto que não tivesse nenhum tipo de poder, mas aos seus dez anos, nosso mundo desmoronou. Eu queria te contar tudo pessoalmente, mas vejo que isso não será possível, então, eu quero te dizer que tudo o que fizemos com você, foi para te defender dessa sua tia. Essa mulher sempre foi louca e obcecada por pessoas com poderes sobrenaturais, já que ela não nasceu com nenhum; e isso fez com que ela criasse planos maquiavélicos e nos jurasse que seria capaz de matar um por um de vocês, caso ela também não pudesse fazer parte desse mundo. Vejo que agora, melhor do que ninguém, você pode contar sobre os feitos dela, já que esta, agora era conhecida como Doutora Lee. – Me calei e fitei o alfa, que mantinha os olhos vidrados em mim, de uma forma meio assustadora.

– Continue? – Pediu.

– Você sabendo que ela era esse tipo de pessoa, quero que entenda o porquê que sempre nós te escondíamos dos passeios em família, sempre te mantivemos preso em casa e o obrigamos a ir para esse alojamento... Dessa forma, pensamos que poderíamos te proteger dela e evitar que algo de ruim te acontecesse. Depois de e encontrar na sorveteria, eu pensei em mil coisas e acabei me desesperando, por ver que vocês estavam sem a proteção adequada. Você pode pensar que não, mas foi a maior alegria do mundo para nós, sabermos que teríamos um netinho; mas o medo de que algo acontecesse com vocês, me fez pensar em possibilidades drásticas, como o próprio aborto, e já te peço mil desculpas por isso. Peço perdão para você e para o Taehyung, por não ter sido o exemplo de avó e avô, mas mesmo assim, gostaríamos de dizer que nossas portas estarão abertas, para caso você queira conversar conosco, e apresentar seu ômega para a sua família. Por mais que não pareça, nós te amamos, meu filho. Sempre te amamos e sempre iremos te amar. Nos perdoe por tudo. Um grande beijo dos seus pais. Ps: Deixamos um cheque em branco para vocês, para que possam fazer todas as compras necessárias para dar um nascimento digno para o bebê. Qualquer coisa, pode nos procurar.

– Uau. – Foi o que ele disse, antes de esconder o rosto entre as mãos. – Minha vida foi uma mentira.

– Mas não foi uma mentira por mal, amor... – Coloquei a carta num canto e o abracei. – Eu disse que você deveria conversar com eles... Vamos fazer isso, por favor? – Pedi.

– Eu não sei se tenho condições para encará-los.

– Mas você terá que tentar. – Suspirei. – Eu vou com você, amor.

– Eu não esperava por isso e não sei se vou aguentar mais notícias como estas.

– Eu estarei com você. – Assegurei. – Eu te darei forças para aguentar tudo isso.

– Sabe aquela sensação que você tem, quando parece que seu mundo desmoronou? Quando você vê que tudo o que você acreditava era mentira?

– Eu sei a sensação de quando parece que mundo desmorona. – Sussurrei. – Senti isso quando nós terminamos e eu achei que tudo entre nós tinha acabado. Mas você me deu forças para superar tudo, Kookie... e agora é a minha vez de fazer isso por você.

– Com que cara que eu vou encarar eles agora? – Ele levantou o rosto e deixou uma lágrima escorrer. – Mas também, não seria tudo mais fácil se eles tivessem contado a verdade desde o início?

– E se eles te contassem a verdade, você aceitaria de bom grado? – Levantei uma sobrancelha. – Ou você iria se revoltar e dizer que eles usavam desculpas para te manter afastado deles?

– Eu não sei... – Sussurrou e passou a chorar silenciosamente.

– Isso mesmo. – Apoiei sua cabeça no meu ombro. – Chore, coloque tudo para fora.

Jungkook ficou um tempo apoiado em mim, chorando tudo o que guardou para si nesse tempo todo. Eu sentia sua tristeza e sentia que ele estava arrependido do que andou fazendo.

– Você me promete que vai ficar ao meu lado e vai me ajudar a enfrentar isso? – Choramingou.

– Eu te prometo. – Assegurei. – Vamos até a sua casa e vamos conversar com eles?

– Ah Tae... – Fungou. – V-vamos. Mas pode ser amanhã?

– Quando você se sentir pronto.

– Tudo bem, obrigado.

Depois do Jungkook chorar bastante no meu colo e depois de eu falar as melhores coisas para confortá-lo, nós resolvemos tomar um banho e ir dormir. Ele estava bem mal pelo que aconteceu e até queria enviar uma mensagem para seus pais, mas nós resolvemos fazer uma visita surpresa no fim de semana, o que poderia ser melhor.

Enfim, as coisas pareciam estarem se acertando.


Notas Finais


Twiier: @kimiejeon
Beijos.


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