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História Livin' on a prayer - I hate everything about you


Escrita por: Evil_Queen42

Notas do Autor


Boa leitura

Capítulo 40 - I hate everything about you


Fanfic / Fanfiction Livin' on a prayer - I hate everything about you

Fiquei atoa no sofá, pela metade da tarde, depois fui fazer uns exercícios que o professor passou. É sobre História da Arquitetura, coisa boba.

Terminei o exercício e voltei para a sala, procurando algo decente pra assistir. Deus, que falta faz a Netflix… Tv aberta é uma desgraça, simplesmente odeio. Fiquei assistindo um musical da Disney, o filme parece que fala sobre os filhos dos vilões de contos de fadas… nossa, pelo menos a protagonista de cabelo roxo que quer roubar a varinha da fada madrinha é bonitinha, então meio que vale a pena mesmo que o filme pareça ser uma bosta. Mano, nem criança deve gostar disso… parece que os personagens da Disney fizeram um surubão, todos têm filhos da mesma idade, isso é estranho.

Alguém bateu no portão e eu fui atender, meu coração se alegrou quando vi a Sakura… nossa, estamos há mais ou menos três horas de tempo sem nos ver e ela já sentiu saudade?

— Amor? — Arregalei os olhos e dei passagem pra Sakura entrar.

— Minha mãe saiu… — Deu de ombros, entrando — Não tava a fim de ficar sozinha.

— Ah, sim…

Entramos na sala e Sakura ficou estática, fitando a televisão. Ela não conteve um riso.

— Assistindo Descendentes, Sasuke?

Eu sei lá que bosta é essa.

— Meus pais mudaram a senha da Netflix, só tem Tv aberta agora… Os filmes que tenho baixados já vi todos… — Se bem que qualquer coisa é melhor do que esse negócio aí que tá passando.

— Só lamento. — Gargalhou, sentando no sofá — Mas esse filme até que é legalzinho…

Só que não!

— Tenha dó!

Antes que eu pudesse sentar a bunda no sofá, alguém bateu de novo no portão.

Que desgraça é essa? Aqui virou a casa da sogra agora, é?

Suspirei, então caminhei a contragosto até o portão. Eu não tô esperando ninguém, se for visita pro Itachi não há nada mais justo do que ele atender, né? Mas o bonito deve estar no décimo sono agora… pelo menos dá sossego.

Abri o portão e me deparei com Izumi.

— Sasuke… — Ela sorriu — O Itachi tá aí?

— Tá… — Dei passagem para ela entrar — Ele não comentou que você viria, que surpresa! — Fechei o portão.

— Vim de surpresa mesmo. — Assentiu — Seu irmão disse que precisava falar comigo pessoalmente.

Ah, Senhor! Já até sei.

— Ah, sim… — Não segurei um meio sorriso — Vai lá no quarto dele… Se o traste estiver dormindo, pode acordar.

Entramos em casa e Sakura estranhou ao ver a Izumi. As duas se cumprimentaram rapidamente, então minha provável futura cunhada se surpreendeu quando virou as costas a fim de seguir para o quarto de Itachi e deu de cara com ele.

O maldito aparece do nada feito fantasma, vá se foder!

— Eu pensei ter escutado a voz da Izumi… — Itachi comentou, coçando a nuca — Não era sonho.

— Hum… — Sakura riu maliciosa — Já está sonhando com ela… quero nem imaginar o tipo de sonho que você estava tendo. — Debochou.

— Pouparei esforços para te responder, rosinha. — Itachi respondeu — Não sou como você, que precisa sonhar que faz alguma coisa, já que meu irmão…

— Ei! — Protestei — O que eu faço ou deixo de fazer com a Sakura é problema meu!

— Ai, Sasuke, você tá sensível demais… — Itachi passou a mão pela testa — Bicho fresco.

— Você fica falando coisa desagradável. — Retruquei — Intimidade é intimidade, tá?

Na boa, não tem porquê ele falar certas coisas na frente da Izumi.

— Meu saco. — Bufou — Estufa o peito pra falar isso agora, mas se não fosse a rosinha pra tirar teu lacre… — Riu debochado — estaria só na punheta até hoje.

Porra, a Sakura é minha namorada — e já é constrangedor ela ouvir certas coisas —, mas Itachi não precisa falar de intimidades minhas na presença da Izumi. Não tem nada a ver, mano!

Meu sangue ferveu. Cara, que ódio, que ódio! Desnecessário ele falar isso, ainda mais perto da Izumi.

— E você tá pensando que é o quê? — Engrossei o tom de voz pro lado dele — Deve ser uma pessoa muito frustrada mesmo, tendo que humilhar os outros pra se sentir bem! Não tenho culpa do seu complexo de inferioridade, tá?

— Olha aqui, seu dramático arrogante, abaixa o tom comigo! — Itachi apontou o dedo na minha cara, falando no mesmo tom arrogante — Acha que é só tu que sabe gritar?

As meninas ficaram estáticas, sem reação. Acho que elas nunca haviam presenciado uma briga assim entre Itachi e eu… na verdade acho que nós dois nunca chegamos nesse nível antes.

— Quem procurou foi você! — Rebati — Começa com a palhaçada e depois não aguenta, é?

— Quem veio dar uma de machinho e começou a gritar foi você, seu escroto! — Itachi aumentou o tom de voz, tá tão puto quanto eu.

— Ah, e você é um santo! — Ironizei — Pensou que eu fosse aguentar suas provocações calado por quanto tempo?

— Olha só quem tá botando as asinhas de fora… Quer aparecer na frente da namoradinha, é?

— Podem parar! — Izumi interrompeu a discussão, se colocando entre Itachi e eu — Daqui a pouco estão se esmurrando aí.

Sakura saiu da sala, correndo para o meu quarto. Não sei o que ela quer lá, mas pouco me importa agora.

— É minha vontade, Izumi, como é que você adivinhou? — Respondi, mas olhando ferozmente para o meu irmão.

Meu sangue nunca ferveu assim antes, cara… parece que uma coisa ruim me subiu à cabeça, não dá nem pra pôr em palavras.

— A gente pode resolver isso facinho. Bora ver se você aguenta. — Itachi deu um passo para a frente, como se fosse vir para cima de mim, mas Izumi o segurou.

— Ei, vocês são irmãos! — Izumi nos repreendeu — Puta merda, aprendam a conviver em paz! Vocês não são mais crianças, já são dois homens!

— Vamos, Sasuke. — Sakura apareceu com a minha mochila nas costas — Quero nem imaginar vocês dois sozinhos, vamos comigo.

— Cuida de um que eu cuido do outro. — Izumi falou enquanto Sakura me arrastava pelo braço.

Eu tô tremendo de raiva, meu coração tá quase saindo pela boca, minha respiração é audível.

Sakura não falou nada, caminhou ao meu lado na rua em completo silêncio, mas nem isso contribuiu pra eu colocar meus pensamentos no lugar.

Quando foi que eu me tornei tão explosivo? Ah… já não importa mais.

Chegamos na casa de Sakura e fomos juntos até o quarto dela, onde eu me sentei sobre a cama e suspirei pesadamente, apoiando a cabeça nas mãos…

Sakura colocou minha mochila perto de seu guarda-roupa, então puxou um puff cor de rosa para perto da cama e sentou de frente para mim.

Acho que Sakura espera que eu diga algo, espera alguma explicação, mas não tem o que falar… eu aguentei tanta coisa calado por tanto tempo, hoje foi a gota d'água.

Senti um nó na garganta, meus olhos arderam e as lágrimas caíram contra a minha vontade.

— Amor, você tá chorando… — Sakura levantou meu rosto, mas desviei o olhar. Não consigo encará-la — Não, Sasuke… — Quando alguém pede pra não chorar parece que dá mais vontade — Amor, por que vocês tiveram uma discussão tão feia por um motivo tão bobo?

— Bobo… — Ironizei — Eu não aguento mais as provocações do Itachi. É o jeito dele, eu ignoro, mas uma hora cansa.

Sakura passou a mão pelo meu rosto, limpando minhas lágrimas. Porra, não acredito que tô me humilhando a ponto de chorar feito criança na frente da Sakura.

— Vocês são irmãos… gêmeos. — Grande coisa — Deveriam ser amigos, cúmplices, não inimigos declarados!

— Porque nós somos muito diferentes.

— Isso não é desculpa.

— Eu sempre vivi na sombra dele, sempre. Eu era só o gêmeo do Itachi… — Abaixei o olhar — Ele sempre teve opinião, eu não; Ele sem teve voz, a minha ninguém nunca ouviu; Ele sempre teve muitos amigos, tinha influência entre as pessoas, e eu andava no rastro… Eu nem pude escolher onde iria fazer faculdade, Itachi simplesmente tomou frente e resolveu tudo por nós dois como sempre fez, e eu só aceitei tudo pacificamente como sempre fiz. Ninguém nunca parou pra perguntar e ouvir o que eu quero, porque o que o Itachi decide sempre está bom para os dois...

Itachi sempre foi um furacão, enquanto que eu nunca passei de uma brisa fraca. Ele sempre soube se impor, tem lábia, atitude… tudo que eu nunca tive, nunca consegui ter. Até meu primeiro beijo teve um empurrão dele porque eu não tomava uma atitude de pelo menos conversar com a garota de quem eu era a fim… tá certo que meu primeiro beijo rolou num jogo de verdade ou desafio, mas eu não sou burro e sei que teve dedo do Itachi. Foi só ele descobrir que eu gostava da menina e tomou uma atitude pra coisa desandar, enquanto que eu nunca tive iniciativa.

Sempre foi assim, desde a infância. As roupas que usávamos — mamãe gostava de vestir os dois iguais —, os temas dos aniversários, as nossas brincadeiras… tudo ele se impunha, eu sempre fui o “tanto faz” até pra ganhar presente, a pessoa que qualquer coisa agrada.

— E você tá frustrado por isso?

— Não é só isso, Sakura… É tudo. Tudo que o Itachi sempre foi e tudo que eu sempre fui. — Enfatizei — Eu era o certinho, ele era o descolado… Itachi sempre foi um vagabundo e eu me matava de estudar, às vezes as notas dele eram mais altas do que as minhas. — Resmunguei — “Nossa, o Itachi é muito inteligente, fecha as provas sem nem pegar nos cadernos. Meu moleque é um gênio!”. — Repeti as palavras do meu pai, coisa que já ouvi várias vezes — Eu sempre fui apagado perto dele, Sakura, sempre. Itachi era o mais desenrolado, desinibido, o centro das atenções em todas as reuniões de família; O mais carismáticos entre as garotas desde que descobriu a atração pelo sexo oposto… O mais tudo!

— Frustração. — Sakura riu sem humor — Você queria ser como ele em alguns quesitos, né?

A quem eu quero enganar?

Sempre olhei para o Itachi na escola, o tempo todo rodeado de amigos, as garotas dando em cima, e pensei “Nossa, por que eu não sou assim também?”. Nunca consegui ser como ele.

— Às vezes… — Admiti — Quando ele jogava na minha cara que eu era virgem por não ter atitude, por não tomar iniciativa, nossa, eu me roía de raiva por dentro, mas porque eu sabia que era verdade… — Senti mais lágrimas escorrendo pelo meu rosto — Porque todas as brincadeiras idiotas dele são verdade, então não dá pra eu simplesmente fingir que não tô escutando. Eu sempre me calei, mas machuca, porque no fundo eu sei que é verdade. — Enfatizei.

— Vem cá. — Sakura sentou ao meu lado e me abraçou — E você guardou isso consigo por tanto tempo… uma hora tem que extravasar, né? — Ela me beijou no rosto — Já tentou desabafar com o Itachi? Deveria tentar se abrir com ele.

— Nem vem, Sakura.

— Talvez melhore a situação entre vocês dois. — Disse sugestivamente — Diz o que te incomoda. Sei que pra você é difícil se impor, mas tenta.

— Tenho até amanhã pra pensar nisso.

— Ei. — Ela se desprendeu de mim, segurou em meu queixo e olhou fundo nos meus olhos — Você não tem que ficar triste por não ser como seu irmão. As pessoas que gostam de você, Sasuke, gostam do jeitinho que você é… inclusive eu. Você é uma pessoa incrível, não precisa se torturar por não ser como outra. — Sakura me abraçou forte — Eu te amo do jeitinho que você é. Me apaixonei pelo Sasuke, não pelo gêmeo do Itachi.

Senti vontade de chorar mais ainda, dessa vez de emoção. Retribuí o abraço de Sakura… eu precisava disso.

— Obrigado por tudo, Sakura…

— Você não tem que me agradecer por nada. — Ela segurou em meus ombros e se afastou de mim — Agora, vai lavar esse rosto… vou na cozinha, ver se tem alguma coisa pra comer.

Assenti.

Céus, o que seria de mim sem a Sakura aqui?

Fui até o banheiro, lavei o rosto e voltei para o quarto. Acho que Sakura vai fazer alguma coisa para nós jantarmos.

Fiquei pensativo por uns instantes… eu ainda tenho anos até concluir a faculdade, tendo que conviver com Itachi, me estressando… não tá sendo fácil. Pensei que não estar na mesma sala de aula que ele facilitaria minha vida, mas pelo visto não. Na casa dos nossos pais parecia tudo tão mais fácil.

Não sou de tomar atitudes por impulso… Sakura que me perdoe, mas preciso pensar em mim também.

Peguei o celular e liguei para a minha mãe, não demorou muito e ela atendeu.

— Oi, querido?

— Mãe… — Falei, logo senti as lágrimas descendo de novo — Mãe, eu quero ir embora.

— Embora, Sasuke? — Questionou preocupada.

— Quero voltar pra casa. — Pedi — Eu não aguento mais.

— O que aconteceu, filho?

— Eu briguei com o Itachi… Ele fica com brincadeirinha idiota, a gente brigou. Quero ir embora, mãe, não quero mais ficar aqui.

Ouvi minha mãe respirar pesadamente do outro lado da linha.

— E eu pensando que a coisa era séria. Você quer largar a faculdade e voltar pra casa porque brigou com seu irmão? — Indagou retórica e seriamente — Sasuke, para de agir como criança mimada e aprende a ser homem.

— Mãe…

— Seu pai estava certo. — Ela me interrompeu — Você e seu irmão precisam amadurecer. Estavam mesmo precisando sair de baixo das nossas asas pra aprenderem a viver… Resolva seus problemas com seu irmão, você não vai largar a faculdade por causa de uma briga. Sejam homens e se entendam.

— Mãe, a gente brigou feio. Eu tô na casa da Sakura, deixei ele lá.

— É uma boa oportunidade pra você se acalmar, respirar fundo, pensar direito nas coisas e não tomar decisões com raiva pra não se arrepender depois. Deixa sua cabeça esfriar, amanhã você conversa com o Itachi.

Ela mal se despediu de mim e desligou o celular.

Parece que não vai ter como eu fugir disso mesmo… Mas minha mãe tem razão, não dá pra tomar decisões de cabeça quente. O jeito é colocar as ideias no lugar, esperar o sangue esfriar e encarar o Itachi amanhã.

[...]

Que raiva daquela praga do Sasuke! Fica irritadinho por nada e sai soltando fogo em cima de todo mundo… sério, nunca meu irmão falou com aquela ferocidade, nem parecia ele.

Izumi me encarou séria, então sentei no sofá e suspirei pesadamente.

— Bonito, hein… — Brigou — Você e o Sasuke, irmãos, parecendo que estão num campo de guerra!

— Quem estava nervosinho era ele. — Me defendi.

— Quem procurou foi você! — Acusou — Desnecessário você falar aquelas coisas, parece que sente prazer em deixar o Sasuke constrangido.

— É sacanagem, ele sabe disso, mas hoje o moleque estourou! Queria dar uma de valente na frente da namorada, só pode!

— Já pensou que ele pode estar de saco cheio das suas brincadeirinhas? — Izumi cruzou os braços em frente ao corpo e ergueu uma sobrancelha, então eu permaneci calado — Por que você pega no pé do Sasuke assim, hein? O que ele fez?

— Além de ser sempre o filho perfeito? — Soltei um riso anasalado — “Por que você não é responsável como seu irmão? Deveria ser dedicado como seu irmão… Vê como o Sasuke é estudioso? Deveria seguir o exemplo.”. — Repeti as palavras de minha mãe — Acho que eu comecei a irritar ele por causa disso…

Sasuke sempre teve a confiança total dos nossos pais, sempre foi a criança exemplar, o adolescente exemplar. Era comportado, estudioso, obediente, parecia um cãozinho adestrado… eu sempre fui uma peste, dava dor de cabeça pra todo mundo e acabava tendo que ouvir que deveria ser como o meu irmão comportado.

Na escola, mesmo que eu tirasse notas boas, era criticado pelo meu comportamento e Sasuke elogiado pelo dele. Era a coisinha fofa das meninas, a grande maioria era gamada nele, mas ele sempre foi lerdo e sem atitude; Se quisesse, teria ficado com muito mais garotas do que eu na escola — e sem fazer esforço algum —, já que babavam por ele… inteligente, bonitinho, fofinho, educado, cavalheiro… Argh! Dava nojo quando algumas meninas próximas a mim começavam a tecer elogios ao meu irmão!

— Ora, Itachi… Isso tudo é porque você não é como ele?

— Às vezes eu queria receber elogios ao invés de broncas depois das reuniões de pais… e sempre tinha que ouvir pra eu ser como o Sasuke, estudioso e dedicado. — Fiz uma careta — Eu sempre tirei notas boas, mas era uma peste no colégio… acho que todo mês eu ia pra fora de sala pelo menos três vezes, vivia assinando advertência, dormia na aula, já fugi da escola… — Suspirei — Eu nunca prestei… o Sasuke já presta até demais.

— Aí seu jeito de se aliviar por isso é provocando seu irmão?

Mais ou menos isso aí.

— É. — Assenti — Ele nunca protestou, sabe? Eu era implicante quando criança, às vezes provocava o Sasuke a fim de causar briga mesmo, mas ele era pacífico até demais e nem me dava bola… acabou que as coisas não mudaram.

Izumi respirou fundo e se sentou ao meu lado.

— Infantilidade da sua parte achar que porque o Sasuke não diz nada ele também não sente. — Falou seriamente — Palavras machucam. Não tô defendendo somente a ele, porque a partir do momento que o Sasuke foi arrogante daquela forma ele perdeu totalmente a razão, mas você começou com comentários pra constranger ele… isso é chato, Itachi. Brincadeira tem limite.

Talvez pelo fato de Sasuke sempre relevar as coisas eu acabe não sabendo dosar minhas brincadeiras com ele… talvez eu tenha passado dos limites.

— Você acha que eu devo pedir desculpas para o Sasuke?

— Com certeza. — Afirmou — Ambos devem desculpas um para o outro, Itachi. Vocês dois passaram dos limites hoje.

Eu nunca tinha visto o Sasuke daquele jeito, cara… descontrolado, furioso. Ele nunca foi de briga, mas acho que teria partido pra cima de mim caso Sakura e Izumi não estivessem aqui.

Eu odeio muitas coisas no Sasuke, mas também amo ele… Caralho, nós somos irmãos! Quando foi que viramos inimigos?

Mamãe faz falta pra apaziguar as coisas entre a gente.

— A gente nunca brigou feio assim. — Confessei — Eu sempre fui esquentado, mas o Sasuke… porra, nunca esperei aquilo dele.

— O Sasuke é daquele tipo de pessoa que vai guardando as coisas, mas uma hora não aguenta mais e explode. Foi o que aconteceu hoje, Itachi. — Deu de ombros — Agora vocês têm que conversar como duas pessoas civilizadas.

Difícil isso.

— Sasuke deve estar com ódio de mim.

— Sasuke é sensato, não é uma pessoa difícil de lidar… — É disso que eu falo, o perfeitinho — Espera a cabeça dele esfriar… ele tava muito nervoso, então dá um tempo pra ele pôr as ideias no lugar.

— É… — Suspirei — Vou esperar mesmo.

— Ah… e você não precisa ficar com raiva por não ser como o Sasuke em alguns quesitos. — Sorriu — O que te torna único é não ser igual aos outros. Você é divertido, é engraçado, é gente boa e eu gosto de você justamente por ter uns parafusos a menos. Só aprende a dosar suas brincadeiras quando alguém não gostar.

Eu ouvi direito, ela gosta de mim? Ai… ela pode estar falando de gostar como amigo, Itachi, seu trouxa, para de se iludir.

— Obrigado.

Gente, esse sorriso da Izumi me derrete. Puta que pariu, sorriso lindo da porra!

— Então, eu vim até aqui por causa da sua mensagem… disse que tinha algo pra me dizer, que precisava ser pessoalmente.

Meu sangue gelou!

Ai, meu caralho, ela veio até aqui por isso e realmente não existe mais clima! Depois dessa discussão toda com o Sasuke, não tem clima.

— Agora não… — Sorri minimamente — Acho que não é o momento… o clima tá cortado.

— Ah… — Ela riu. As bochechas dela coraram ou é impressão minha? — Entendi… Tudo bem, então. Eu já vou indo.

Ela se levantou e eu me levantei também.

Sem dizer absolutamente nada, levei minha mão até sua nuca e a puxei para um beijo… Izumi retribuiu como se já esperasse.

Nós somos como fogo e gasolina, o beijo da Izumi me incendeia de dentro para fora… é perfeito. Tira o fôlego.

— Eu te levo até o portão. — Falei com os lábios ainda próximos aos dela quando nos afastamos.

— Tudo bem. — Ela assentiu.

Voltei para a sala e me joguei no sofá assim que me despedi de Izumi. Eu não queria que ela fosse embora, mas fiquei sem jeito até de pedir pra ela ficar… eu gosto da companhia dela, queria mesmo que ela ficasse.

Floyd subiu no sofá e miou.

— Sai, coisa demoníaca!

Esse gato sai das profundezas do inferno pra me atrapalhar no momento em que estou recordando meu beijo com a Izumi e sendo trouxa.

A carniça miou de novo.

— Exorcizamus te, omnis. Immundus spiritus… — Fiz o sinal da cruz, então o bicho se aproximou de mim e pôs a pata em minha coxa — Eu tô te exorcizando, imundo, sai!

Ele é persistente.

O bicho começou a miar feito um desesperado… Coisa esquisita.

— Seu dono não está aqui… Sai!

O Floyd desceu do sofá e correu para a cozinha. Espero que morra por lá.

Meu celular tocou e eu corri para o quarto, peguei o aparelho e vi que é a mamãe. Atendi.

— Oi, mãezinha linda do meu coração.

— Itachi, o que aconteceu entre você e o Sasuke?

Ih, merda…

— O bebezão já foi fofocar? — Revirei os olhos, me sentando em minha cama.

Puta que pariu, Sasuke não sabe resolver nada se não correr para trás das saias da nossa mãe. Isso foi mimo demais… também, Sasuke sempre foi o preferido!

— Ele me ligou chorando, Itachi! — Eita, porra, ele ficou tão magoado assim? — Itachi, o que aconteceu? O Sasuke tava nervoso demais pra eu questionar isso.

— Ah, mãe, eu fiz uma brincadeira com ele e com a namorada, aí ele ficou nervosinho e veio gritar pro meu lado, daí eu gritei também. — Expliquei — Não sou obrigado a ouvir desaforo do Sasuke.

— Seu irmão não é de dar grito em cima de ninguém. — Enfatizou. Olha aí, não falo que Sasuke é o preferido? Mamãe vive defendendo ele.

— Mas ele deu. Veio pra cima de mim que nem um bicho. — Contei — Aí a gente brigou… a namorada dele pegou as coisas dele e arrastou o esquentadinho pra casa dela…

— Sim, ele me falou que tá na casa da namorada. — Contou — Só fiquei preocupada porque ele me ligou chorando.

Eis que Sasuke corre chorando pra baixo da asa da mamãe… um total de zero pessoas surpresas.

— Ele tá inteiro, mãe.

— Vocês dois precisam aprender a virar gente, a conviver como dois adultos. — Mamãe brigou — Agora eu concordo com seu pai mesmo, vocês precisavam de desprender de nós… amadureçam!

— O que ele falou pra senhora?

— Pediu pra vir embora.

O Sasuke anda comendo merda? Se ele for embora, eu vou ter que ir também. Bicho egoísta, só pensa em si mesmo!

— A gente vai voltar? — Perguntei aflito.

— Tá pensando que as coisas se resolvem assim, é? — Brigou — Não, senhor! Vocês não quiseram ir embora? Não concordaram em morar aí? Então, estão aí, morando longe de mamãe e papai como queriam, agora descasquem os abacaxis de vocês! Não quero mais receber ligação pra saber de desentendimento!

Receber ligação numa hora dessas pra ganhar bronca por causa do Sasuke é foda.

Depois de ouvir o sermão da mamãe, fui até a cozinha a fim de procurar qualquer coisa comestível pra encher o bucho, então encontrei o Floyd miando perto das vasilhas dele.

— Ah… você tá com fome. — Resmunguei.

É um ser maligno? Sim, mas fome é cruel. Peguei o saco de ração da coisa demoníaca e coloquei um pouco na vasilha, então a porcaria atacou como se não comesse há dias.

— Seu dono é um desnaturado, né? Foi dormir fora e nem te alimentou direito… — Balancei a cabeça em negativo.

Espera, eu tô conversando com um gato? Eu, hein… agora deu foi medo.


Notas Finais


Música do título é da banda Three Days Grace. Particularmente, eu adoro!

Comentários?
Vocês são quem nas tretas, Sasuke ou Itachi? Kkkkkkkkkkk
Bjsss 😘😘😘


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