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História Love Against Ideals - A New Alternative


Escrita por: UchihaAika

Notas do Autor


Yo :3
Esse capítulo não me agradou muito, confesso. Mas é bem importante o/
Boa leitura

Capítulo 17 - A New Alternative


Fanfic / Fanfiction Love Against Ideals - A New Alternative

 

 

 

Sakura

 

 

Assustadoramente, Mikoto e Itachi apareceram em seu quarto naquele início de tarde. Embora estivesse acostumada a ser tratada como filha por Mikoto, Sakura não esperava que ela aparecesse ali, naquele momento, com a presença de visitantes a serem bem tratados pela rainha. No entanto, ali estava, dizendo o quanto sentia falta da presença dela no castelo.

–  Estou ansiosa para que você possa sair daqui novamente. O castelo não é o mesmo sem seus cabelos e olhos trazendo cor.  –  Disse a rainha, sorrindo, Sakura sorriu de volta.

–  Também quero poder sair daqui, de uma vez por todas.  –  Respondeu. Após isso, olhou para Itachi. O príncipe a observava de um modo estranho, como se estivesse tentando descobrir o que se passava por dentro dela, o que pensava e por que agia de tal maneira. Não sabia descrever exatamente o que parecia, mas aquele olhar era completamente desagradável.

–   O que foi?  –  Perguntou, em uma tentativa de desviar o foco dele. Pareceu funcionar, pois os olhos negros do príncipe voltaram-se para qualquer outro canto.

–  Estava apenas pensando…  –  Ele hesitou antes de continuar.  –  Nada. Temos coisas importantes para tratar agora, como o nosso mais recente noivado.

Sakura não  queria falar sobre aquilo. De todos os possíveis assuntos que poderia ter com Mikoto e Itachi, aquele era o menos agradável. Mas, para sua total decepção, a rainha abriu um sorriso tão grande que mal pôde manter os olhos abertos.

–  Eu tinha esquecido completamente de te contar, Sakura! Já soube da novidade? Sasuke vai casar com Hinata!  –  Sim, ela já sabia. Por um lado fora bom descobrir, pois tivera uma noite maravilhosa com Sasuke, recheada por promessas de um futuro que Sakura nunca imaginara poder ter. Mas, por outro, fora a pior coisa que poderia acontecer. Dormir a cada noite sabendo que, mesmo estando ali, Sasuke é noivo de outra, é como dormir dentro de um sonho ruim.

–  Eu já fiquei sabendo.  – Sakura forçou um sorriso, embora não sentisse a mínima empolgação.

–  Já devíamos imaginar, afinal, as notícias correm rápido… Acredito que Sasuke esteja muito feliz, embora tente esconder isso de todas as maneiras.

Ele não está… , pensou em dizer, contudo, sabia que não podia. Precisou morder a própria língua para contê-la, devia esperar o tempo de Sasuke.

–  Conhecendo meu irmão, eu não diria isso, mãe.  –  Itachi respondeu por ela, surpreendendo Mikoto.

–  Por que não, Itachi? Os dois são perfeitos um para o outro…

–  Não são não.  –  Sem conseguir conter novamente a língua, Sakura falou, trazendo ambas as atenções para si.

–  Por que não?  –  Quis saber Mikoto. Já tendo começado, Sakura não pararia.

–  Ora… Os dois são tão quietos, não costumam falar muito…

–  E isso é justamente o que torna o casamento entre eles perfeito!

–  Um casamento de silêncio apenas para reprodução?

Aquela pergunta trouxe silêncio ao quarto. Mikoto observava Sakura, sem dureza ou repreensão no olhar, apenas tentando entender o que tinha acabado de ouvir. Ela sabia que Mikoto não fazia nada por mal, e que talvez se a rainha percebesse que não estava tão certa em sua decisão, voltasse atrás.

–  Por que está dizendo isso?

–  Porque eu me preocupo com Sasuke, ele é como… Como meu irmão.  –  Respondeu. Só então percebeu que Itachi a analisava novamente.

–  Bom saber disso, Sakura. Há dez anos atrás eu não acreditaria, mas ouvir isso agora, é sinal de que suas mágoas foram reprimidas, ou desapareceram por completo.

Aquilo era uma meia verdade. Sakura ainda possuía uma grande mágoa em seu interior, que Sasuke estava fazendo com que esquecesse aos poucos, mas sempre estaria lá… Talvez reprimida realmente fosse a palavra certa, estava contida, controlada, em algum lugar do seu interior.

–  Sakura cresceu, Itachi… Somos uma família agora.  –  Mikoto passou a mão pelo cabelo de Sakura e sorriu. A Haruno sorriu também, sem saber o que dizer. Não odiava Mikoto e Itachi, mas sentia medo de, com isso, estar traindo sua verdadeira família, mesmo que eles já não estivessem mais ali.

A porta do quarto se abriu, e Ino entrou por ela, trazendo alguns pães doces e biscoitos de leite, acompanhados de suco de amora.

–  Boa tarde… Que bom ver vocês aqui!  –  Disse, referindo-se à Mikoto e a Itachi. Beijou as mãos da rainha, que beijou sua testa.

–  Estávamos sentindo falta desse raio de sol.  –  Respondeu a rainha, e as duas riram.

Por uma parte da tarde ficaram ali, comeram, e conversaram sobre os mais diversos assuntos. Mikoto comentou sobre a partida das pessoas de Suna e de Jardim das Folhas no outro dia, e Sakura sentiu uma certa felicidade por saber que finalmente sairia daquele quarto. A rainha disse também que o casamento de Sasuke demoraria a acontecer, pois há todo um ritual de casamentos em Jardim das Folhas, a noiva precisa ser preparada por muito tempo, e os casamentos devem acontecer, preferencialmente, na primavera ou no verão. Casamentos realizados no outono ou no inverno eram vistos como mau presságio pela população de Jardim das Folhas.

Quando o sol já estava alcançando o oeste, mas ainda alto, Mikoto e Itachi partiram. Ino permaneceu ali, em um vasto silêncio, como se escutasse os passos dos dois se distanciando pelo corredor.

–  Agora eles já estão longes o suficiente… Sakura, eu tenho um recado do Lorde Gaara.  – Aquela frase fez com que Sakura estremecesse. Sua curiosidade para saber o que ele queria era tão grande quanto sua vontade de sair daquele quarto.

–  Diga.

–  Ele disse que o assunto ao qual te alertou será tratado essa noite, quando o castelo dormir, atrás dos estábulos. Você precisa aparecer lá, ele disse é imprescindível.

–  Ele não lhe disse o que quer comigo?

–  Não… Você deve descobrir por si só. Mas Sakura, por favor, tome cuidado. Não faça nenhuma besteira.

–  Acha que eu estou disposta a fazer besteira, Ino? Farei tudo corretamente, e já sei exatamente como fazer tudo.

–  Como eu devo te ajudar?

–  Não vou precisar da sua ajuda.  –  Houve algum silêncio após aquilo. Ino a observou, tentando entendê-la talvez.

–  O que você pretende fazer, então?  –  Perguntou a Yamanaka. Mas Sakura não podia responder aquilo, envolvia Sasuke e tudo o que eles dois estavam vivendo, e aquilo ainda era segredo.

–  Desculpa, mas não posso falar.

–  Por que não? Você sempre me disse tudo, nós somos como irmãs! Por que existe algo que você não pode me falar?  –  Era difícil para Sakura responder aquilo. Já era suficientemente difícil ter que esconder algo, pois ela sabia que Ino jamais diria algo que pudesse fazer mal a ela. Não encontrou resposta aceitável àquela pergunta, pois talvez não houvesse resposta que não entrasse nos pormenores do que vinha acontecendo.

–  Eu… Apenas não posso, Ino.  –  Novamente Ino a observou, e aquilo era algo que assustava Sakura. Conheciam uma a outra desde o berço, e apenas um olhar muitas vezes bastava para que elas soubessem o que acontecia com a outra. E aquilo bastou. Os olhos de Ino pareceram clarear, e sua respiração ficar mais espessa, como se o medo estivesse se apoderando do corpo dela.

–  Você… Tem a ver com o Sasuke, não tem?  –  Perguntou. E diante daquela pergunta, Sakura não poderia mais continuar negando. Segurou as mãos de Ino entre as suas e se aproximou o suficiente para falar em sussurros.

–  Jamais diga nada para ninguém, Ino, isso é algo que ninguém pode saber antes da hora. Sasuke vai dar um jeito, ele…

–  Ele está de casamento marcado, e você não pode casar com ninguém, tampouco com um Uchiha. E se você acabar sofrendo, como fica?!  –  A preocupação de Ino era palpável.  –  E se você acabar…

–  Não, eu não vou. Tudo vai dar certo Ino, você vai ver…  –  Sakura sorriu, e os olhos de Ino marejaram. Ela não choraria, mas estava emocionada, Sakura sabia. Ino afagou os cabelos de Sakura com cuidado.

–  Eu não quero que você sofra mais do que já sofreu. Sabe que pode ser uma causa perdida, não sabe?

–  Não vai ser…  –  Falou, mas não tinha total convicção daquilo depois de saber que Gaara tinha algum assunto a tratar com ela. Várias coisas se passavam em sua cabeça quando tentava imaginar o que ele queria, mas nenhuma resposta concreta.  –  Por favor, deixe isso apenas entre nós. Nem Sasuke deve saber que você sabe.

–  Sakura, é óbvio que isso ficará entre nós. Tudo sempre ficou, não foi?

–  Sim, sempre.  –  Respondeu, sorrindo. Abraçou Ino com força após aquilo, pois sabia que tinha nela total segurança e confiança.

Ouviu-se o barulho da porta sendo destrancada, e logo depois Sasuke entrou no quarto. Ino lançou um último olhar confidencial à Sakura, que sorriu.

–  Sasuke! Veio levar Sakura, não é? Já estou de saída.  –  Disse Ino, começando a juntar as bandejas e copos que trouxera anteriormente.

–  Não precisa ter pressa.  –  Ele respondeu. Mas não era necessário dizer aquilo, Ino partiria de qualquer maneira.

–  Eu já estava indo… Até outra hora.  

–  Até.  –  Disse Sakura, observando Ino passar pela porta e trancá-la logo depois.

Sasuke veio até ela, segurou seu queixo entre os dedos, trazendo seu rosto para mais perto, e beijou seus lábios com delicadeza.

–  Como passou o dia?  –  Ele perguntou, enquanto Sakura vestia uma capa cobrindo os ombros e braços, pois o dia estava frio.

–  Bem. Mikoto e Itachi estiveram aqui, conversamos quase a tarde inteira.

–  Algum deles disse algo?  –  Questionou, observando-a com uma certa cautela. Sakura perguntou-se o porquê daquele questionamento estranho.

–  Muitas coisas… O que exatamente você está perguntando?

–  Algumas coisas aconteceram de ontem para hoje… Mas vamos para algum lugar onde possamos conversar melhor.

Ela assentiu, então saíram dali. Caminharam pelo corredor escuro dos quartos, desceram as escadas, e saíram do Castelo pela porta lateral. Não havia sinal de nuvens no céu, mas o ar estava gélido, as narinas doíam ao respirar. Era provavelmente o dia mais frio daquele outono. A colina estava livre, então subiram até lá, como costumeiramente. A árvore, que antes era carregada de pequenas e lisas folhas verdes, já era um monte de galhos retorcidos e quase sem vida. As antigas folhas lisas e verdes, agora estavam ao chão, amareladas, ressecadas e ásperas. Ao sentar sobre a pedra que lhe servia como banco, Sakura passou os dedos pelas folhas ressecadas, para sentir sua textura.

–  Então, o que você tem para falar?  –  Perguntou para Sasuke, que sentou no chão ao lado da pedra.

–  Os Hyuugas e os Sabakus vão partir amanhã.

–  Eu fiquei sabendo.

–  Mas dessa vez, você vai conosco, acompanhá-los até o portão da cidade.  –  Aquilo era algo que Sakura não esperava. Observou Sasuke, tentando entender o porquê daquilo.

–  Mas seu pai não permite…

–  Ele permitiu dessa vez.

–  Por quê?  –  Tudo estava muito estranho nos últimos tempos, e cada vez menos Sakura sabia o que estava acontecendo para que tudo se tornasse tão diferente do usual.

–  Ele acha que você precisa fazer algo diferente, como retribuição por ter te deixado tanto tempo presa.  –  Respondeu, mas ela não acreditou. Fugaku com certeza não faria algo como aquilo com justificativas tão simples, principalmente por ter Madara como seu Mão.

–  Tem certeza? Não acho que Fugaku faria algo como isso.

–  Eu também não achava, mas ele fez.  –  Respondeu, mas mais uma vez não foi o suficiente para que ela acreditasse. Algo está errado…

Sakura olhou para o horizonte, onde o sol estava se pondo. Nunca antes sua mente tinha estado tão inquieta, tão cheia de perguntas. E o pior era saber que Sasuke não seria quem a responderia. Teria que encontrar Lorde Gaara, não importava o quão arriscado fosse.

Levou sua mão até a de Sasuke, que estava sobre a perna dele. O príncipe não notou primeiramente, mas quando o toque de suas peles foi sentido, ele afastou-as rapidamente.

–  O que foi?  –  Perguntou Sakura, sem entender.

–  Estamos em um lugar onde qualquer pessoa pode nos ver. Não deve ficar arriscando tudo desse jeito, Sakura.  –  Relutante, ela concordou. Era tão difícil não poder simplesmente dizer a todos o quanto queria estar com ele, e poder tocá-lo livremente sem ter preocupações com o que poderia acontecer caso alguém os visse. Aguardava pelo dia em que não precisaria mais ter aquelas preocupações, mas a cada dia mais parecia distante e difícil.

–  Olhe lá. Madara observa tudo, mesmo que sem a intenção inicial de observar a nós exatamente.  –  Ele comentou, fazendo Sakura olhar para a ponte que ligava o topo da Torre da Mão com a Torre do Rei. E lá estava Uchiha Madara, com os longos e volumosos cabelos negros dançando no ritmo do vento leve. Ele os observava, mas Sakura não sabia por quê. Embora ele estivesse distante, ela sentia que os olhos de Madara estavam postos em si, e em suas atitudes.

–  O que ele disse sobre a decisão de Fugaku?

–  Disse o que sempre costuma dizer. Que meu pai é fraco e não nasceu para ser rei, que devia renunciar enquanto há tempo para isso… Tudo o que Madara sempre diz.

Todos, até mesmo quem não participava das reuniões do conselho, sabia o que Madara tinha a dizer. Para ele, a razão nunca estava com ninguém além de si próprio, e aquilo era algo que irritava a Sakura. Se um dia eu fosse rainha, nunca teria um Mão que me dissesse não ter nascido para ser rainha. Só por aceitar tais desaforos, talvez Madara tenha razão, e Fugaku não tenha nascido para ser rei...Ele nem mesmo tem sangue Haruno, afinal.

–  Eu queria te abraçar agora.  –  Disse Sakura, para que somente Sasuke ouvisse. Após seu primeiro contato mais íntimo com o príncipe, sentia uma extrema necessidade de toque físico, de sentir o cheiro dele e tocar sua pele, de estar entre o calor que somente os braços de Sasuke Uchiha a forneciam. Sentia vontade de olhar nos olhos dele e dizer algo que estava preso em sua garganta, que ela não conseguia dizer, talvez por orgulho, ou talvez por não ser a hora certa. Ela o queria tanto que nem sabia dizer o quanto.

Sasuke olhou para ela e sorriu. Levou sua mão a uma mecha do cabelo rosado dela e brincou com ela, sendo o máximo que podia fazer. Aquele tipo de contato que estavam acostumados a vê-los ter ali no castelo, um contato quase fraternal, embora nunca tivesse sido. E aquele era o limite máximo ao qual sempre deviam ter chegado, limite que já tinha sido há muito ultrapassado, e o rei talvez nem cogitasse a possibilidade.

Após o sol se esconder atrás das montanhas e tudo ficar escuro com apenas a claridade da meia lua, Sasuke a levou de volta para dentro do castelo. Não enxergara Nix naquele dia, e sentia tanta falta dela… Tinha certeza de que a tigresa sentia o mesmo, no entanto, ela podia sair e sentir o ar úmido da Mata de Tigres, caçar sua presa favorita, podia viver como uma rainha naquele meio… Enquanto Sakura era a rainha apenas de seu próprio quarto. Lá ela sabia que podia mandar no que quisesse, e apenas lá.

–  Fique aqui. Após o jantar volto.  –  Ele avisou. Beijou sua testa em despedida, e partiu.

Sakura permaneceu no quarto por um bom tempo, até que Tsunade aparecesse com o jantar e ficasse ali lhe fazendo companhia. Ela sabia que a companhia do jantar era sempre a última que tinha no dia, então resolveu aproveitar para falar sobre vários assuntos que não tinha falado durante o dia. Perguntou sobre Nix, sobre Naruto que nunca mais tinha aparecido ali, sobre Jiraiya e até sobre Kakashi, embora Tsunade não soubesse falar sobre ele, pois o elmo nunca a permitia distinguir um cavaleiro do outro.

Após muito tempo, Tsunade partiu. E alguns minutos após sua partida, Sasuke apareceu.

–  Demorou hoje.  –  Ela comentou.

–  Como todos partem amanhã, o último jantar estava bem cerimonioso. Até ganhei um broche de Lorde Gaara.  –  Ao falar dele, Sasuke revirou os olhos.  –  Um broche que parece de mulher, guardei no fundo da minha gaveta.  –  Ao falar aquilo, ele a observou por alguns instantes.  –  Por que guardar no fundo da gaveta? Vou dar ele a você.

Sasuke já estava saindo, mas Sakura o chamou:

–  Sasuke! Posso ir com você?  –  Era a oportunidade perfeita para pôr em ação o que pretendia. Sasuke pensou por alguns segundos, talvez ponderando o risco de encontrar ou não alguém no caminho.

–  Acho que todos já etão dormindo, fui o último a sair da sala de banquetes… Pode.

Com aquela autorização, Sakura o seguiu até o quarto ao lado.

O quarto de Sasuke era talvez maior que o seu, com tapeçarias de guerras nas paredes, nas cores vermelha, azul e branca de sua Casa. Havia armas nas paredes, a espada sem nome de Sasuke, machados, uma maça de guerra e dois escudos, ambos da Casa Uchiha. A cama dele era suficientemente grande para caberem cinco pessoas, e tinha uma prateleira com tantos livros que parecia uma biblioteca pequena. Sobre a escrivaninha, tinha tinta, pena e pergaminhos, além de outros objetos que Sakura não soube identificar quais.

Ali, no quarto dele, no horário da noite, era a melhor hora para Sakura pôr em ação aquilo que planejava. Somente daquele jeito poderia encontrar Lorde Gaara quando o castelo dormisse, e acabaria sendo, além de tudo, agradável.

Enquanto Sasuke procurava seu broche em algumas gavetas, Sakura aproximou-se sorrateiramente, como imaginou que Nix fazia quando caçava. Mas não estava caçando Sasuke, apenas pôs as mãos nas costas dele e deslizou-as, lentamente, para baixo, depois para a frente, envolvendo-o em um abraço, mesmo de costas. O Uchiha largou o broche sobre a escrivaninha, para um tempo depois virar o corpo de modo a ficar de frente para ela.

–  Por que está fazendo isso?  –  Ele perguntou, mas Sakura não soube o que responder. Apenas tomou a iniciativa de beijá-lo, daquela vez sem a mesma sutileza do primeiro beijo daquele dia, mas com puro desejo. Suas mãos vagavam pelos braço dele, pescoço e peitoral, e o beijo tornou-se tão urgente que logo os dois precisaram parar para respirar. No entanto, Sakura já tinha conseguido o que queria. Já percebia como Sasuke estava excitado pelo volume entre suas pernas, e quando ele saiu dali para trancar a porta ela soube que tinha conseguido.

Ao voltar, Sasuke a beijou novamente, de maneira ainda mais voraz. Mesmo que as saias do vestido dificultassem, ele conseguiu segurar as pernas dela, e erguê-la, colocando-a sobre a escrivaninha sem parar de beijá-la.

Quando se deu por si, Sakura já estava novamente na cama, sem roupa alguma, assim como Sasuke. Sentiu-se preenchida por ele novamente, e não havia sensação melhor. Em momentos como aquele, percebia que se havia nascido para estar com alguém, ele era esse alguém.

Após muito tempo, Sasuke derramou-se dentro dela, e ela sentiu alcançar o ápice. Ele deitou ao seu lado e acariciou seu rosto, passando a mão entre seus cabelos.

–  Tudo isso é arriscado… Acho que precisamos ir com mais calma a partir de agora.  –  Ela riu, e depois olhou dentro dos olhos dele.

–  Talvez seja mais seguro, mas vai ser tão difícil…  –  Respondeu, e dessa vez ele riu junto.

–  Mas vai ser necessário.  – Após dizer aquilo, ele beijou seus lábios com calma, e fechou os olhos. Sakura permaneceu observando-o adormecer, lentamente, desenhando em sua memória os traços perfeitos do rosto de Sasuke Uchiha. Desenhou-os com os próprios dedos, e beijou sua testa com zelo, mas Sasuke não moveu mais nenhum músculo.

–  Sasuke?  –  Ela chamou, em um tom de voz baixo e tranquilo.

Não houve resposta alguma. Chamou mais uma vez, e novamente ele não respondeu. Então, sorrateiramente, levantou da cama e juntou suas roupas. Vestiu-as fazendo o mínimo possível de barulho, e depois, pegou a chave de seu próprio quarto, que estava sobre a escrivaninha. Com passos sutis, esgueirando-se pelas sombras dos archotes, Sakura alcançou o quarto. A porta estava destrancada, então tudo o que fez foi pegar uma capa longa com capuz, de cor preta, e sair novamente, no maior silêncio possível. Trancou a porta e levou a chave consigo, escondida entre os bolsos interiores da capa.

O barulho de suas botas contra o mármore, por mais surdo que fosse, parecia ecoar por todo o castelo de forma a acordar todos ali. Sakura evitou os guardas, saindo por uma das janelas do corredor que levava até a cozinha, e esgueirou-se por lugares onde a sombra da lua lhe dava cobertura, até alcançar os estábulos. No interior, o cavalariço dormia sobre uma cama com colchão de palha, roncando, e aparentemente sonhando. Seguiu seu caminho até atrás dos estábulos, onde várias árvores pequenas e de galhos esguios erguiam-se do chão. Dentre elas, enxergou uma silhueta negra, vestindo uma capa… Lorde Gaara.

Ele se aproximou dela, assim como ela se aproximou dele. Apenas quando estavam suficiente próximos que ela pode enxergar parcialmente seu rosto, devido à luz da lua.

–  Sakura Haruno.  –  Ele disse, abrindo um sorriso.

–  Lorde Gaara.  –  Respondeu Sakura, com seu coração palpitando fortemente devido à curiosidade que sentia para entender o que a trouxera até ali.  –  Qual é o assunto tão importante que tem a tratar comigo?

–  É um assunto complexo, Sakura… Espero que tenha paciência para me ouvir até o final.  –  Ele fez uma pausa, e Sakura balançou a cabeça positivamente.  –  Eu tive muita fé em você, desde a primeira vez que a vi, quando vim para o Castelo do Rei com meu pai. Desde aquele tempo nunca esqueci de como você era uma boa espadachim, uma pessoa decidida e de personalidade forte, uma legítima rainha. Desde aquele tempo Suna já enfrentava os problemas que até hoje enfrenta, e os Uchihas nunca se mostraram dispostos a nos ajudar com isso, diferente dos Harunos, que sempre mantiveram estreitas relações de amizade com Suna. Diante disso, em uma decisão que vem comigo desde muito tempo, algo que eu pensava em fazer antes mesmo de me tornar Senhor do castelo de Suna, eu decidi voltar para a Terra de Reis… Mas com um objetivo diferente dessa vez.

Ele parou de falar novamente, como em um suspense, mas Sakura já estava começando a entender as coisas, embora não quisesse acreditar no que entendia.

–  Que objetivo?  –  Perguntou, ansiosa, e ao mesmo tempo, incrédula com os próprios pensamentos. Gaara falava em uma voz que era quase um sussurro, e por isso estavam próximos demais. O frio estava forte, e uma neblina estava se formando.

–  Levar você ao seu lugar de direito, Sakura Haruno. Ao trono de Smaragdus, a rainha que o povo tem como sua.  –  O coração de Sakura disparou, batendo contra seu peito como um aríete batendo contra um portão, quebrando aos poucos, parecendo querer sair… Ela tinha esperado por quase toda a sua vida uma oportunidade como aquela, mas por que era tão difícil sentir um alívio e uma felicidade tão grande quanto imaginava sentir quando conseguisse ajuda para conquistar o que era seu?

–  C-como? Isso não é…

–  É possível. Tudo o que você precisa é querer. Temos ajuda aqui na Terra de Reis, dentro do Castelo do Rei, e planos futuros… Nada nos impede, Sakura.  –  Sim, algo a impedia. Sua afeição por Mikoto e Itachi, e principalmente por Sasuke. As presenças de Ino, Naruto e Tsunade, e até Jiraiya, que ela sabia que, em grande parte, estavam ali apenas por ela. Sentimentos a impediam de dizer sim naquele momento e sorrir, apenas isso.

–  Eu não sei.

–  É normal você sentir dúvidas, Sakura, eu já esperava por isso. Não é uma decisão que possa ser tomada de uma hora para a outra… Mas pode ser tomada da noite para o dia.  –  Aquilo, ela não entendeu. Mas Gaara prosseguiu.  –  Você ainda está em dúvidas, obviamente. Mas amanhã, quando você subir no cavalo para ser vista pela sua população, você finalmente tomará sua decisão. Eles te falaram por que sairá das muralhas do castelo fora de uma liteira, Sakura?

Ela sabia que Sasuke estava escondendo algo, tinha certeza.

–  Não.

–  O povo pediu. Eles vieram à audiência real e exigiram vê-la, ter a certeza de que está viva. Você é a última Haruno, e seu povo te ama como jamais amará algum Uchiha, Sakura.

Aquelas palavras mexeram com Sakura de forma a deixarem suas pernas bambas. Eles exigiram me ver… O meu… O meu povo…

–  Eu sei que você não decidiu ainda, e você terá um tempo para decidir. Mais quinze dias serão o suficiente, para que tudo esteja pronto. Kakashi Hatake estará ao seu lado, Sakura. Ele tem um mapa para te levar até o lugar planejado após esses quinze dias, e ele estará te esperando no lugar marcado. Você conhece os túneis e saídas secretas do Castelo do Rei, não conhece?  –  Conhecia como a palma de sua mão, fora uma das primeiras coisas que Sakura aprendera. Ela assentiu.  –  Combine com Kakashi na saída de um desses túneis. Ele está ao seu lado, é seu vassalo. E seria muito útil se conseguisse levar Naruto Uzumaki, e até mesmo Ino Yamanaka.

–  Por que eles?  –  Sakura não queria que os dois sofressem e corressem o risco de pagar por uma decisão arriscada vinda dela.

–  Porque com as crianças preciosas da Uzumaki e da Yamanaka, poderemos conseguir que lutem por nós. Não como seu pai fez, pois isso seria errado. Mas se os dois decidirem pedir aos familiares que lutem por nós, já temos grandes chances.

–  Não quero colocá-los em risco…

–  Pense um pouco, Sakura. Vocês três são como irmãos. Se você partir e deixá-los para trás, acha que estarão seguros? Eles podem ser vistos como cúmplices, que sabem de tudo.

–  Fugaku não iria…

–  Fugaku não, Madara. Ele é capaz de muita coisa, Sakura. Mas mais do que tudo, ele é inteligente. Não os machucaria, mas os usaria como reféns, e nós teríamos duas grandes Casas contra nós, e não à favor. Ino e Naruto se tornariam seus inimigos.

Ele tinha toda a razão. Se decidisse partir, jamais poderia deixar Ino e Naruto para trás, pois  eles fariam parte daquilo até a cabeça, tanto quanto ela própria.

–  Você está certo, Lorde Gaara. Mas eu ainda preciso pensar sobre o assunto, não é algo tão simples.

–  Você tem tempo de pensar, Sakura. Mas não esqueça de falar com Kakashi. Ele está ao seu lado.

Sakura aquiesceu, e se despediu. Quando voltou para o quarto, estava um tanto desorientada, não tão cuidadosa como antes. Seus pensamentos corriam como a correnteza de um córrego, forte, misturados, envolvidos e tecidos uns com os outros como seu vestido de linho favorito.

Tudo o que mais queria estava a uma palavra de distância, precisava apenas dizer sim. No entanto, deixaria tanta coisa para trás, e entre essas coisas estava Sasuke. Correria tantos riscos por algo incerto… Mas pelo nome de sua família. Não podia ser a última Haruno. Assim como também não podia deixar Sasuke, que já fazia parte de quem ela era.

Nunca antes Sakura Haruno estivera tão indecisa.


Notas Finais


Espero que tenham gostado :D
O próximo capítulo é um dos meus preferidos, então, espero ter inspiração suficiente para fazer com que ele fique tão bom quanto eu espero que fique. Os povs serão da Hinata e da Sakura, então, não é por acaso que é um dos meus preferidos, asjiosajisao
Até mais :*


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