História Lugar para onde voltar - Pós-Batalha

“Finalmente terminou!” Juubi disse assim que eles conseguiram remover o selo.
Madara tinha posto nela um selo Uchiha que simplesmente controlava o fluxo de chakra tanto de Juubi quanto de Tsunade e remover aquele Jutsu sem que Madara percebesse foi um tanto quanto curioso. Curioso porque Tsunade fez praticamente tudo sozinha. Juubi se enganara ao achar que ela era fraca...
“Chega de treinamentos por hoje, não é Juubi?” Ela disse se sentando ali naquele lugar cheio de água, mas que não molhava sua roupa.
Ele se sentou ao lado dela também.
“É! Chega!”
Ela olhou pra ele percebendo que ele havia mudado. Tinha os dois olhos agora e parecia mais amistoso. Ainda era meio bege meio marrom, mas agora era como se olhasse pra uma parte dela mesma, não queria olhá-lo como a Bijuu mais perigosa do mundo ninja e sim como o Juubi, aquele que fazia parte dela!
“O que foi?” Ele perguntou meio sem graça.
Ela deu um sorrisinho.
“Você percebeu o quanto nós dois crescemos nesses três meses de convivência?”
Ele olhou pra ela com ternura.
“Percebi sim... Crescemos muito né, Tsuna-Chan?”
Ela assentiu sorrindo.
“Eu nunca pensei que seria amiga de uma Bijuu!” Ela confessou deitando a cabeça no pé de Juubi. “E eu nunca pensei que seria tão bom ser amiga de uma!”
Juubi ficou calado, mas no fundo sentia a mesma coisa que a Jinchuuriki. Ela o tinha mudado e ele fizera o mesmo com a Loira em questão. Ambos tinham desejos iguais, os motivos pelo surgimento de cada um dos desejos vinham de momentos diferentes, mas os sentimentos que passaram pra ter os mesmos eram iguais: Dor, raiva, sofrimento, sede de justiça... Juubi já tinha sentido ódio, mas Tsunade não! Nem mesmo sendo estrupada por Madara Uchiha ela sentia ódio dele.
“Sabe que Kurama disse pra Naruto que nós dois e Naruto fazemos muito bem a ele?” ela disse inocente.
“Acho que por ele ser um pouco de mim se sente assim, como se estivesse em casa...” Ele disse.
Tsunade que queria muito ver Juubi admitir que gostava dela perguntou:
“Então quer dizer que você se sente em casa? Me lembro que você disse que as vezes vocês compartilham os mesmo sentimentos...”
Ele revirou os olhos e deixou a pergunta no ar. Ela não iria falar nada até ele falar... Ele deixou o silencio perdurar por muito tempo...
“Sim... Finalmente me sinto em casa...” ele assumiu e ela riu.
Era bonito vê-los ali, daquela maneira nunca antes sonhada por ninguém. Como o dez caudas podia ser amigo da ultima Senju viva? Não tinha como!
“Tsu... Você viu que Madara também deixou outra coisa em você... Não viu?” Juubi perguntou agora com a voz branda, mas com um leve tom de preocupação com a reação da loira.
Mas como sempre ela o surpreendeu com a calma e um sorrisinho.
“Eu vi Juubi...”


Horas Depois...

Como Tsunade já tinha terminado de preencher toda a papelada – e estava até espantada por terminar um pouco antes da meia noite – decidiu ir tomar um chá na cozinha do prédio Hokage. Chegando lá viu Jiraiya organizando umas flores num vaso que ela achou lindo.
–Jiraiya? – assustou-o. – O que está fazendo?
Ele se virou pra ela de imediato e com um biquinho nos lábios resmungou:
–Ah, mas tá demais! O dia que eu resolvo fazer uma surpresa pra ela essa baka me aparece aqui na cozinha!
Ela riu e foi até ele.
–Vamos fingir que eu não vi nada! – ela disse.
–Fecha os olhos então.
Ela fechou e tentou ficar séria. Ele posicionou o vaso cheio de tulipas na frente dela e ficando com o rosto coberto por elas disse:
–Pode olhar agora!
Ela abriu os olhos e já toda emocionada falou:
–São lindas, meu amor!
Ele riu enquanto ela pegava o buque... Não era sempre que o chamava de “Meu Amor”, mas sempre que chamava ele sentia o peso do amor vindo naquelas palavras e ele gostava de sentir aquilo.
Ela contemplou as tulipas e colocou-as em cima da mesa. Olhou bem pra ele e pulou em seu pescoço. Ele, por sua vez, foi até a porta, fechou-a e trancou-a e sentou-se numa cadeira com a amada em seu colo, com uma perna de cada lado.
–Você merece até uma recompensa sabia? – ela disse rindo.
Ele riu junto e já aproximou o rosto dos dois...
–Mereço?
Ela depositou um beijinho na bochecha dele e assentiu. Logo depois começou-se um beijo lento e calmo, carregado de paixão, amor e desejo. Ela temia que aquele fosse o fim do relacionamento dos dois. Ele temia Madara vir cobrar o tal acerto de contas com a amada...
Assim que o ar em ambos os pulmões se acabaram ela se separou dele e falou:
–Eu preciso te contar uma coisa... Mas estou com medo da sua reação...
Ele passou a ponta dos dedos no rosto dela sem pressa alguma.
–Pode falar Hime! Sou pronto pra tudo, menos pra ficar sem você! – foi sincero sim... Não podia, nem conseguia, mentir para aquela mulher que fazia dele um homem realizado.
Ela respirou fundo e olhou nos olhos dele.

Em qualquer lugar de Konoha...

Naruto passeava com Hinata. Era seu passatempo predileto. Por mais tímida que Hinata fosse ela conseguia fazer o coração de Naruto acelerar... Há algum tempo ele vinha criando coragem pra fez um pedido à morena, mas não fácil lidar com tudo aquilo, afinal ela era a descente direta do clã Hyuga!
–Naruto-Kun... – ela começou toda sem gracinha. – É melhor eu ir pra casa! Já são meia noite e meu pai nem sonha que estou aqui com você!
Ele sorriu e falou:
–Claro, Hinata-San! Vamos sim. Não quero ver seu pai brigando com você!
Ela corou. Amava os passeios que tinha com Naruto, mesmo com o medo do pai fazer algo se descobrisse.
–Eu tenho uma maneira de sairmos pra passear sem ser escondido do seu pai, Hinata! – ele disse com aquele sorriso branquinho fazendo o coração da pobre moça parar.
–T-tem..?
Ele assentiu e com um único movimento prendeu Hinata no tronco da arvore, beijando-a antes que ela hesitasse! E para a surpresa de todos, ela retribuiu. Tinha esperado por aquilo a vida inteira e não podia desperdiçar aquele momento. Naruto, sem malicia nenhuma, prolongou o beijo até que faltasse o ar de ambos e assim que o olhar deles se cruzaram ele perguntou daquela maneira desajeitada de sempre:
–Quer ser minha namorada?
O rubor tomou conta das bochechas da morena enquanto tentava fazer a resposta sair por sua garganta. Ele olhava pra ela ansioso, até que ouviu as três letrinhas que mudaram sua vida:
–Sim!
“Não foi tão difícil!” Pensou ele abraçando a garota.
Parecia que a felicidade de todos era algo natural, mas eles não tinham ideia de tudo que ainda poderia ou não acontecer...