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História Lux gosta de garotas. - Bônus


Escrita por: MrBeh

Notas do Autor


Eu demorei mas trouxe mais uma coisinha pra vocês, espero que gostem ^^

Capítulo 2 - Bônus


Lux andava avoada.

Não se precisava muito para perceber que a garota estava mais distraída que o comum, vinha cometendo alguns desleixos que deixava isso óbvio a qualquer um que parasse para reparar.

E pela posição da Stemmaguarda, claramente não eram poucos os que faziam.

Até mesmo os raros atrasos da garota estavam começando a se repetir, o que começava a preocupar algumas pessoas. 

O que eles não imaginavam era que isso tinha haver com um beijo de uma certa delinquente de cabelo azul trançado.

Lux se lembrava mais do que achava que deveria sobre aquele momento, às vezes ela colocava seus dedos sobre os próprios lábios tentando reviver todas as sensações que sentiu durante o contato.

E toda vez ela concluía duas coisas, a primeira era que a maciez dos lábios de Jinx era algo único, assim como tudo sobre ela.

Sorriu com o pensamento.

E a segunda, que ninguém fora a zaunita poderia trazer aquelas sensações à tona.

Isso deixava a loira com muitos pensamentos confusos. Ao ponto da loira decidir evitar a delinquente.

Ótimo, primeiro Ezreal e agora Jinx. 

Mas certamente havia uma grande diferença entre os dois.

Mesmo fugindo do garoto era inevitável o encontrar várias vezes no dia, e em quase todas as vezes ele fazia questão de buscar uma conversa com a loira. O que estava começando a ficar desconfortável, não que a garota o odiasse, ela só estava se cansando das cantadas cômicas e a insistência do garoto.

Já sobre Jinx, o caso era extremamente diferente, pois raramente ela via a garota pelo colégio, as poucas vezes que costumava ver a garota era em algumas aulas e nas suas idas ao terraço.

Mas desde que a garota parou de ir de encontro com a zaunita, a delinquente parecia frequentar cada vez menos as mesmas aulas que Lux. Ou pelo menos essa era a impressão que a Stemmaguarda tinha.

E isso deixava a loira dividida, ao mesmo tempo que queria ver a azulada não sabia o que fazer assim que a visse.

Com isso em mente que ela se dirigia de forma quase robótica para sua próxima aula, era uma das quais ela costumava ver Jinx, entrou e se sentou nas primeiras cadeiras como sempre.

Checou no relógio, cinco minutos adiantada, como sempre.

Ótimo. . .

Jinx normalmente chegava atrasada, quando chegava.

A loira batucava os dedos na mesa com nervosismo até o momento em que o professor entrou.

— Luxanna, boa tarde — cumprimentou cordialmente, Ryze, seu professor de história — Como vai minha melhor aluna? E seu irmão, faz tempo que não o vejo.

—Boa tarde, senhor Ryze — cumprimentou com seu sorriso simpático de sempre — Vou bem, muito obrigada, e o senhor? Meu irmão anda muito atarefado mas daqui a pouco está perambulando pela academia novamente.

Lux pode perceber que outros observavam sua interação, não é como se aquilo fosse novo, mas nunca passou a ser confortável para a mesma.

— Fico feliz então, mande meus cumprimentos à sua família.

E então ele deu início a aula, de vez em quando a loira olhava rapidamente para trás procurando por um certo alguém com longas tranças azuis.

Diferente de Lux, que sempre se contentava em sentar na frente não se importando com a posição, Jinx tinha uma cadeira praticamente sua.

Era a última cadeira da parede onde quem quer que ousasse "roubar" o lugar da delinquente recebia um olhar assassino e um sorriso ameaçador.

O último que o fez, ficou o resto da semana em casa por medo de que a garota o fizesse algo, então ninguém se atrevia a fazer o mesmo.

Quando percebeu que demorou o olhar demais naquele ponto específico da sala ela retomou sua atenção em Ryze com uma sensação frustrada que cada vez mais se acumulava em seu peito.

Algum tempo depois o sinal alerta que a aula acabou e então era horário de seu intervalo, e nada de Jinx.

Como sempre… certo?

Em passos lentos e até mesmo desmotivados a loira fez seu trajeto até a biblioteca, que para a felicidade da garota ficava no mesmo corredor, mesmo sendo um caminho curto parecia uma eternidade passar em meio aqueles olhares pesados e distribuindo sorrisos aos poucos conhecidos.

Quando finalmente chegou até a porta e girou a maçaneta Lux congelou, Ezreal estava sentado em uma das mesas do que antes seria seu lugar seguro, apertou a maçaneta e fechou a porta.

Ezreal realmente conseguia passar dos limites às vezes.

Respirou fundo algumas vezes antes de finalmente se mover novamente, ela sentia seu sangue esquentar, dava passos apressados tentando ignorar os olhares que estava atraindo, desceu as escadas rapidamente.

Qual era o problema de todas essas pessoas? Sempre esperando um sorriso da impecável Stemmaguarda, céus, ela estava cansada.

Lux também tinha dias ruins, qual era o problema?

Ela entrou no banheiro feminino empurrando a porta com certa agressividade e então respirando pesado, deixando os ombros caírem e relaxando um pouco.

Ligou a torneira e molhou o rosto sentindo um alívio momentâneo, ela continuou com os olhos fechados e a cabeça abaixada enquanto respirava com mais calma.

— Lux ? — Ela ouviu depois de uma das cabines serem abertas, suspirou e então fechou a torneira — Está tudo bem?

Se virando para a pessoa ela sorriu um pouco ao ver um rosto conhecido, ela lembrava de ter visto aquele rosto em alguns eventos de sua família.

— Aurora, certo? —perguntou com certa hesitação, ela realmente se sentiria muito mal caso esquecesse o nome de algum conhecido, a culpa atingiu seu coração assim que viu a expressão da menina se transformar em surpresa.

— Sim, fico feliz que se lembre — sorriu com simpatia e a loira retribuiu feliz por não ter se enganado — Está tudo bem..?

Não sabia se era pelo tom ou pelas sobrancelhas erguidas, mas algo a indicava que Aurora já sabia que não, não estava tudo bem. 

Por alguns instantes Lux pensou em contar o que a vinha incomodando, ela quase podia sentir sua sinceridade vencendo e ela deixando escapar seus sentimentos, mas não foi o que aconteceu.

— Sim, claro que sim, e com você? 

Engolindo as palavras que ela realmente queria deixar sair e abrindo o seu sorriso usual foi como ela encontrou sua maneira de não desabar na frente de alguém.

— Ah.. — ela não parecia estar convencida — Fico feliz — sorriu a mentira da Stemmaguarda e se dirigiu à torneira para lavar suas mãos— Estou bem, felizmente — Formal, aquela frase terminou com uma formalidade que incomodava a loira.

Ela sabia que ela quem havia criado aquela distância e que provavelmente Aurora só estava reagindo de acordo, mas isso fazia com que seu peito apertasse de alguma forma. 

Antes que conseguisse pensar em uma maneira de mostrar que sua intenção não era ter afastado a garota, uma pergunta inesperada interrompeu seus pensamentos.

— E como estão as coisas com Ezreal? 

Era só uma pergunta cotidiana, uma forma de puxar assunto, talvez por pura cordialidade, era para ser apenas um questionamento inofensivo. 

Mas aquele gosto de sangue em sua boca não estava ali antes.

Lux não disse nada antes de se retirar com pressa do banheiro, ela nem ao menos olhou uma última vez para Aurora, mesmo quando ouviu ela chamar seu nome repetidas vezes.

Ela estava tão cheia daquilo, tão cheia de tudo.

Gostar de garotas não devia ser um fardo, sua linhagem não deveria ser algo tão sufocante, então por que tudo só ficava mais difícil?

Se ela fosse alguém normal ela poderia ficar com Ezreal ou com qualquer rapaz que sua família desejasse, é o que esperam, é o que deveria ser feito, não?

Ela mal consegue dizer qual seria a reação de todos se soubessem…

Quando viu uma sala com as luzes apagadas, ela simplesmente entrou sem pensar duas vezes, se esconder, era tudo que ela queria, e talvez não fosse o suficiente…

— Eu queria sumir — sussurrou enquanto se escorava na porta.

— Lux? 

Definitivamente ela não esperava que tivesse alguém ali naquela sala escura, ou que estivesse tão perto, ela estava uma bagunça por dentro e seu corpo reagiu antes que sua mente.

Luz irradiou de suas orbes assim que seus olhos se abriram, ela mal entendeu o que aconteceu, apenas o som do baque a tirou do transe momentâneo que entrou por instantes.

Aqueles olhos rosas brilhavam para ela na escuridão do ambiente, fazendo com que seu coração tremesse.

— Jinx? Céus, você está bem? — Se ajoelhou, ficando de igual á garota caída em sua frente, preocupação a invadiu e a culpa a acompanhou quando viu alguns machucados na garota à sua frente — Desculpa, desculpa, descu-

— Relaxa, Sunshine — A azulada interrompeu colocando sua mão sobre a mão de Lux que segurava seu rosto — Isso não foi você… — murmurou baixo.

Lux demorou para entender o que ela quis dizer, mas então ela reparou que os machucados eram, em sua maioria, compostos por arranhões. Quando percebeu, seu coração vacilou.

— Você.. — engasgou com as palavras.

Não precisou mais do que a forma pela qual os dedos de Jinx pressionaram sua mão para que Lux entendesse que ela não queria, e não iria, falar sobre aquilo.

— Não chora, Sunshine — pediu com suavidade, com a mão livre se pôs a limpar as lágrimas da garota que se deixou desabar ali.

E o desespero preencheu a delinquente, pois ela não tinha a menor ideia do que fazer em momentos como esse. Na verdade, ela duvidou que alguém saberia o que fazer naquela situação.

E assim se passou algum tempo, com a Stemmaguarda chorando enquanto a outra garota limpava suas lágrimas com preocupação enquanto segurava sua mão e fazia carinho com o polegar.

— Melhor? — perguntou quebrando o silêncio que se instalou quando Lux parou de chorar, essa que respondeu com um murmuro preguiçoso e se aconchegou em seu corpo, Jinx agradeceu que com a baixa claridade a outra não perceberia seu rosto corado — O que aconteceu? 

— Bem — começou, mas tropeçou nas palavras e não conseguia continuar.

Sua mente não a ajudava já que todos os seus pensamentos passavam rápidos demais, a atingindo muitas vezes. Apertou o abraço e escondeu seu rosto na curva do pescoço da azulada, que apenas retribuiu o gesto com carinho.

— Desculpa — sussurrou a Stemmaguarda — eu sinto como se fosse explodir — segredou, e só aquilo fez com que um peso saísse de seu peito.

Jinx soltou uma risadinha divertida que atraiu um olhar confuso.

— Você não sabia? — perguntou se aproximando um pouco mais do rosto de Lux — Eu amo explosões.

Ela podia culpar aquela proximidade, o hálito quente que bateu em seu rosto ou a forma que aqueles olhos róseos a encaravam.

Mas, novamente, ela se encontrava beijando a delinquente da qual ela devia manter distância, mas ela nunca conseguiria, mesmo tentando, porque assim como aquele beijo elas se encaixavam. 

Naquele momento elas trocavam seus sentimentos de uma forma tão íntima que ambas se sentiam viciadas, cessaram o contato quando o ar lhes faltou.

E ali, ofegante e encarando o par de esferas rosas que a tirava de órbita que ela percebeu.

Porque em momentos como esse, Lux tinha certeza que gostava de uma garota com longas tranças azuis, uma péssima reputação e um gosto doce que a entorpece.

 


Notas Finais


O que acharam?


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