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História Luz sobre Tormenta - Chá com Mel e Hostilidades


Escrita por: prudencia

Notas do Autor


capítulo veio a vir mais cedo do que costume.
boa leitura ❤

Capítulo 10 - Chá com Mel e Hostilidades


Fanfic / Fanfiction Luz sobre Tormenta - Chá com Mel e Hostilidades

Cavalori tentou se reerguer o mais depressa possível a fim de manter sua postura superior intacta, todavia o seu cambaleio ao se pôr de pé tão subitamente não o favoreceu, os estudantes, apesar de rirem baixo não foram discretos. Cassandra teve o impulso de rir, mas segurou-se, movendo imperceptivelmente os ombros para frente, mas não pode controlar o sorriso satisfeito que invadiu seu rosto, para disfarça-lo ela levou aos lábios o copo de café.

– Grande homem, o Snape – sussurrou Hagrid, estando tão contente quanto ela.

O mestre de poções não vangloriou-se, não havia se quer um brilho de júbilo em sua face, se mantinha em uma postura alinhada, com as duas mãos postas à frente de corpo, Cavalori já em pé, passou num ato impaciente as mãos contra seu cabelo, a fim de aprumar os fios que ficaram caóticos pela sua queda. Ele ergueu a varinha pronto para contra-atacar, e recitou seu feitiço de modo escandaloso, Snape estava parado, parecia que não reagiria, Cassandra se precipitou quando balançou na cadeira achando que o homem seria atingido, outro lampejo, mas ele estava intacto, havia bloqueado o feitiço sem ao menos erguer o braço.

Os lábios dela gesticularam um silencioso ‘’uou’’. Snape fez um rápido movimento com a cabeça, pois algumas mechas negras escorriam para a frente do seu rosto, neste mesmo momento os olhares dele e Cassandra se encontraram, as bochechas dela estavam enrubescidas de excitação pelo duelo que assistia, ele passou então o olhar para Lupin que estava concentrado na professora ao seu lado, que naquele momento não estava a lhe dar atenção, algo na frustração de Remo, o deixou saciado.

– Muito bem... – o mais velho dos três quis poupar Cavalori de mais constrangimento – Passemos aos estudantes agora.

E Snape desceu da plataforma, seguindo para onde estava Dumbledore e McGonagall, e no resto daquele dia, eles passaram assistindo os alunos duelarem.


Isto fez com que os alunos fossem liberados do restante das aulas naquela tarde, e faltando algumas horas para o anoitecer, Cassandra foi até a ala hospitalar, convidar Marjorie para irem a cabana de Hagrid, a enfermeira empolgou-se com a notícia de saborear novamente aqueles biscoitos de chocolate com baunilha, e uma deliciosa xícara de chá com mel.

– Então, ele nem se quer foi atingido? – perguntou Marjorie quando Hagrid a contou do porque os alunos não terem tido aulas pela tarde.

– Não – respondeu Amuleto, após tomar um gole de café – Nenhuma faísca.

– Ele é bastante habilidoso – elogiou a medibruxa, com a boca escondida pela xícara.

– Os membros do Ministério tiveram uma boa lição – Hagrid riu, colocando uma fornada de biscoitos sobre a mesa – Cuidado ainda estão quentes – advertiu ao ver Marjorie se precipitar em pegá-los.

– Todos eles tem aquele ar arrogante? – perguntou Amuleto.

– Oh! Não! – o guarda-caça sorriu – Há pessoas boas lá, alguns amigos – os olhos dele brilhavam.

– O que você viu, foi uma demonstração do que a política pode fazer com pessoas inseguras ao concedê-las um pouco de poder – Marjorie disse, pegando um biscoito e o assoprando repetidas vezes – São uma das coisas que mais podem enlouquecer alguém.

– Qual a outra? – perguntou bebendo mais um gole do seu café.

– O amor, Cassie – ela deu uma risadinha, como se Amuleto fosse uma criança inocente a quem ela contara a história sobre as cegonhas.

Hagrid jogou a cabeça para trás enquanto ria, depois passou a colocar numerosas quantidades de mel no seu chá.

– O dia das bruxas chegará em breve – Cassandra soltou um suspiro de entusiasmo.

– Não comemoramos esta data de onde venho... – disse ela movendo afobadamente a cabeça na direção de Hagrid a sua frente, e Marjorie ao seu lado – Devo me fantasiar? Eu não trouxe nada, talvez possa costurar uma roupa para mim...

– Cassie, os professores não se fantasiam – respondeu a amiga, com uma visível compaixão por ter desiludido a professora.

– Mas, podemos usar chapéus engraçados – confortou Hagrid, recebendo um largo sorriso de Cassandra em seguida.

Por cima do ombro de Rúbeo, estava uma pequena janela horizontal, e nela Amuleto pode ver, que a noite já havia caído, e ela tinha deveres a cumprir. Levantou-se e deixou que Marjorie terminasse os biscoitos por ela, despedindo-se dos dois amigos.


Os ventos estavam mutáveis naquele noite. Ora faziam a saia do vestido de Cassandra balançar, outra movimentavam minimamente os fios dos seus cabelos, o clima era atípico para o horário, não estava frio, de modo que as brisas se tornavam deleitosas quando deslizavam pelo rosto. Ela estava a caminhar em destino as masmorras, dando parte da sua atenção aos quadros que resmungavam quando a mesma atrapalhava seus sonos com a luz da varinha.

– Atrasada, Amuleto! – foi o que ouviu da voz que estava atrás dela.

– Desculpe-me – girou o corpo.

– Irônico que alguém que fez tamanha questão de cumprirmos esta tarefa, atrase-se para tal – ela assentiu, achando-se cada vez mais acostumada com seu jeito rude.

– Foi apenas hoje – rumou em sua direção.

– Presumo que não faça disto um hábito, como faz nos almoços – eles começaram a caminhar.

– Não. Você não é tão indulgente como Dumbledore – ele a encarou com certa hostilidade – Falei alguma inverdade?

– Recomendo que não prossiga a tecer comentários frívolos – Snape deu alguns passos à frente, ela encarou aquele lago negro que era o olhar dele, faltou-lhe ar por um instante, pois ele estava perto o suficiente para sentir o calor que provinha do corpo dele.

Foi a primeira vez que ele a deixou sem fala. E este foi o segundo sinal, que assim como o primeiro, que ocorrera quando ela olhou profundamente nos seus olhos na mesa dos professores durante o almoço, ela ignorou. Eles deram prosseguimento a ronda, em silêncio, pela quietude do ambiente, já deveria passar das nove, quando ambos cruzaram um corredor, puderam ver as luzes das varinhas de outras duplas, e em seguida a inconfundível risada de Pirraça, mas ele estava a atazanar os professores mais à frente, na direção contrária a que Amuleto e Snape iam.

– Acha, prudente um poltergeist em Hogwarts, com tantas pessoas atormentadas até com a própria sombra? – questionou ela, olhando por sobre o ombro, a figura vibrante dele já havia sumido.

– Não há o que fazer a respeito dele. Já tentaram o expulsar – informou sem olhá-la.

– E o que aconteceu?

– Tiveram de evacuar o castelo por três dias – ela assentiu, e conjurou um copo médio de café.

O cheiro dos grãos invadiram as narinas de Snape, haviam dois aromas novos que Cassandra havia trazido a Hogwarts, os das mangas, que empesteavam a sala de Dumbledore, e os dos grãos de café, que apesar de não ser uma bebida incomum no castelo, ele não lembrava-se de sentir seu cheiro de maneira tão frequente.

– Foi estupendo, sabia? – ela disse depois de um longo período calada – Hoje à tarde.

– Do que está falando? – subiu uma sobrancelha ao olhá-la.

– Duelos – esclareceu – Foi inesperado.

Snape engelhou as duas sobrancelhas, a ponta do lábio foi para o canto esquerdo.

– Inesperado? – ela meneou positivamente a cabeça enquanto bebia o café – Por que... – fez uma pausa – Inesperado?

– De onde eu venho, os bruxos mais fortes são os mais bruscos – relatou – É curioso ver como as coisas se diferem em outros lugares – ela sorriu, e ele recordou-se de quando a viu pela primeira vez com Dumbledore, o olhar imprimindo uma certa ingenuidade, por ser apresentada a algo novo.

Todavia, ele não deixou de sentir-se alfinetado, afinal em sua fala, havia ficado subentendido que a princípio, ela havia pressuposto que ele era fraco.

– Está de alguma forma, a me escarnecer? – Cassandra retorceu o nariz.

– Não, não... – ela inspirou – Não está habituado a receber elogios?

– Seu modo para fazer isso é indecentemente desarranjado.

Ela soltou um lufada de ar, defessa.

– Não tem que ser assim... – ele voltou a olhá-la esperando que a mesma desenvolvesse – Eu não vou corresponder a sua acidez, muito menos trata-lo mal, não é essa a minha natureza, e não é isso que vim fazer aqui – ela postava-se paciente enquanto falava – Existem outras maneiras de convivência.

– Creio que a senhorita se acha uma especialista, não? – replicou, irritou-se com o fato dela querer ensinar-lhe como deveria se comportar – Em querer que todos ajam da maneira que a agrade, caso não tenha percebido, Amuleto... – cuspiu o nome dela – Isto já fora o cenário de uma guerra, cujo você não estava... – o sadismo de saber, por meio das expressões dela que estava a afetando com aquelas palavras o instigou a continuar – Empurrando de maneira abrupta sua felicidade para os outros... – os olhos dela estavam brilhando por conta das lágrimas, ele notou, mas prosseguiu, estava sem freios – Tal arrogância a cega para a dor alheia, mas, o que a senhorita entende de dor, não é mesmo?

Ele parou, os cantos da boca repuxados para baixo, os olhos passeando pelos semblantes abatidos cujo ela, pela primeira vez demonstrou, mas ainda manteve-se à o encarar, Cassandra apenas meneou a cabeça positivamente e saiu apressada dali, a capa cor pêssego sendo sacolejada pelo vento que a abatia.

Snape a seguiu com o olhar, até que a luz da varinha sumiu de vez.

– Está enganado, Severus... – soou uma voz branda.

Albus, parecia sempre aparecer no lugar e hora certa, pois lá estava o velho, no instante em que ele apareceu sobre as vistas de Snape o corredor pareceu se iluminar, apenas para que o velho não precisasse usar sua varinha como o mestre de poções vazia.

– Sabe... – continuou o diretor – Se conhece muito uma pessoa enquanto se toma alguns copos de hidromel – ele olhava na direção a professora havia ido.

Ele não esperou Snape retrucar, com as mãos atrás do corpo ele começava a assobiar alguma melodia, e seguiu por um corredor que deveria dar em sua sala, sumindo no breu. O mestre de poções crispou as sobrancelhas olhando na direção onde o velho havia ido. Ele sempre sabia de algo.



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