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História Magical Blood - Segunda temporada - A volta de Lucius Malfoy


Escrita por: rbweasley

Notas do Autor


Mais um capitulo! E um importante!

Leiam e me contem o que acharam depois. Espero que gostem ♥

Capítulo 11 - A volta de Lucius Malfoy


Fanfic / Fanfiction Magical Blood - Segunda temporada - A volta de Lucius Malfoy

- Depois do encontro romântico de vocês, por favor, me encontrem no Três Vassouras. Não quero ficar tempo demais sozinho com o Caleb, ele vai passar a tarde toda tentando me mostrar aquelas mágicas trouxas estranhas – Alvo pediu enquanto estavam na fila para serem revistados para saírem do castelo.

- Não sei como ele sempre tira moedas de trás da minha orelha – Scorpius passou a mão por de trás da orelha como se buscasse algo lá.

- Os trouxas devem ter muitas moedas – E por impulso Alvo também passou as mãos nas orelhas, interessado.

Finalmente havia chegado o fim de semana de Hogsmeade e todos estavam animados. Alunos andavam de um lado pro outro, cheio de planos do que iriam comprar no vilarejo.

- Falando em moedas, quero gastar todas as minhas na Dedosdemel, então vamos lá antes de voltar.

- Com certeza. E você, Rose? Quer passar em algum lugar? – Alvo se virou para ela, mas a prima estava distraída, perdida em seus próprios pensamentos - Rose?

- Hum? Não. Tudo bem. Não precisa – disse ainda sem prestar muita atenção.

- Ta tudo bem? – Scorpius perguntou, preocupado.

Mas é claro que não estava nada bem.

 

“Me encontre em Hogsmeade no próximo fim de semana.

Na Dervixes e Bangues às 15h.

 

Vá sozinha.

 

Lucius Malfoy”.

 

Tinha uma semana que havia recebido a carta e estava apavorada. A última vez que o viu não tinha sido nada agradável e ela sabia qual seria o assunto. Até olhar para Scorpius fazia com que seu estomago embrulhasse.

- Estou ótima - ela respondeu ao namorado e entrelaçou a mão na dele buscando algum tipo de conforto.

Ele deu um pequeno sorriso claramente nada convencido com o que ela tinha falado, mas tentando não pressioná-la.

- Nosso passeio romântico começa na Casa dos Gritos – ele rapidamente mudou de assunto, voltando a falar com o amigo.

- O que vocês dois vêm de interessante lá? Sério, é estranho – Alvo nunca entendeu porque os dois sempre davam uma passada lá quando iam para Hogsmeade.

- História, Al – Rose tentou voltar a participar da conversa e disfarçar seu nervosismo – É um lugar antigo, cheio de histórias...

- E fantasmas – Scorpius acrescentou empolgado.

- Não tem fantasmas lá, Scorps – Rose disse prontamente – Eram apenas rumores alimentados pelos uivos de um lobisomem. Depois que Remo Lupin se formou nunca mais houve barulhos suspeitos.

- Ser tão racional deve deixar sua vida bem sem graça às vezes, né? – Alvo disse com pena da prima.

- Não, na verdade apenas me ajuda a não acreditar em bobagens.

- Ou seja, sem graça.

Rose apenas revirou os olhos, mas não teve que se dar o trabalho de responder, pois foi sua vez de ser revistada.

 

Algum tempo depois, Rose e Scorpius estavam de frente para a casa dos Gritos, os únicos ali além de algumas crianças do 3º ano que aproveitavam o primeiro passeio deles para Hogsmeade para conhecer a famosa casa mal assombrada.

Scorpius parecia empolgado com os mais novos ali, e apresentava a casa para eles como se fosse um monitor.

- Dizem que uma família trouxa morou aqui 100 anos atrás – ele dizia misteriosamente para um grupo de garotos que tentava parecer calmo, mas claramente estavam apavorados de estar perto da casa – E todos foram mortos por uma criatura que até hoje mora na Floresta Proibida.

Rose o olhou perplexa.

- Como isso aconteceu se essa casa foi construída há 50 anos e ninguém nunca morou ai?

Mas ela foi completamente ignorada pelo namorado e pelos mais novos, que estavam entretidos demais com a história para escutá-la.

- Ouvi dizer que é possível ouvir os gritos das crianças em noites de lua cheia. E às vezes elas saem da casa procurando companhia...

Foi quando de repente um dos garotos da Grifinória foi puxado pela capa, caindo no chão. Todos os outros gritaram enquanto ele se debatia e era arrastado em direção a Casa dos Gritos.

Quando o garoto estava próximo a cerca, se debatendo desesperado, misteriosamente o que estava puxando ele o soltou, então ele e o resto do grupo saíram correndo aos gritos para longe.

Scorpius se matava de rir, enquanto Alvo saia de baixa da Capa da Invisibilidade rindo tanto que tinha lagrimas nos olhos.

- Juro que um deles fez xixi na calça – ria.

Rose revirou os olhos sem paciência.

- Pra que assustá-los desse jeito?

- Vamos nos formar, precisamos deixar uma boa lembrança nossa – Scorpius respondeu parecendo orgulhoso de si mesmo.

- Eles nunca vão esquecer dessa – Alvo disse e bateu na mão de Scorpius. Depois de um tempo, finalmente ele respirou fundo e tentou se recompor enquanto guardava a capa em sua mochila – Bem, agora vou deixar os pombinhos aproveitarem um tempo a sós.

Rose olhou nervosa para seu relógio. Já eram 14h, estava quase na hora de encontrar Lucius. Ela respirou fundo, tentando não entrar em pânico.

- Boa sorte com o Caleb – Scorpius provocou, recebendo um dedo do meio em resposta.

Assim que Alvo se afastou, Scorpius se aproximou dela e a abraçou por trás, apoiando seu queixo no ombro dela.

- Eu moraria ai – ele disse olhando para a Casa dos Gritos.

Rose deu risada.

- A casa está caindo aos pedaços – ela disse incrédula.

- Faz parte do estilo

- Goteiras, buracos e aranhas não são um estilo.

- Na verdade eu espero ter dinheiro o suficiente para comprar uma casa legal...sem buracos. Eu não ligo pra aranhas, mas buracos eu dispenso.

- Sim, o que são aranhas comparado com buracos? – ela brincou irônica.

Scorpius sorriu pra ela, percebendo a provocação.

- Mas sabe...eu andei pensando...se eu quero uma casa legal pra gente preciso de um trabalho bom e pra isso eu preciso de notas boas nas N.I.E.M.S

- Boa lógica – ela disse tentando não pensar no fato que provavelmente nunca morariam juntos.

- Acho que vou aceitar aquele calendário de estudos que você ofereceu pra mim.

- Sério?! – Ela perguntou se virando de frente pra ele, com um sorriso enorme. E ficou tão empolgada que desatou a falar sem parar - Ah, Scor, isso vai te ajudar tanto! Posso pensar em algo que não atrapalhe seus treinos! E focar nas matérias que são mais importantes pra você! Talvez eu consiga um tempo de descanso nas sexta-feiras! E posso conseguir que estude o mínimo possível nos fins de semana, porque sei que odeia estudar de fim de semana! Eu posso te ajudar com seus trabalhos e...

Rose teve que parar de falar porque Scorpius a interrompeu com um beijo.

- O que foi isso?

- Eu te amo muito, Rose, mas às vezes você fala tanto que eu fico tonto. Eu precisei fazer você parar.

- Eu não falo tanto assim – ela respondeu irritada.

- Você não faz ideia.

- Não gosta do quanto eu falo? – perguntou magoada.

- Claro que gosto! Só que às vezes você fala um pouco mais que o normal. Mas lembra daquele dia que brigamos e você não falou comigo por dois dias? Foi um inferno, Hogwarts nunca foi tão silenciosa.

Rose revirou os olhos em resposta, enquanto ele sorria brincalhão.

- Agora você só ta falando isso pra eu não ficar brava com você.

- Claro que não...mas funcionou? – Scorpius perguntou com um sorriso travesso.

- Eu te odeio.

- Não, não odeia – ele disse afastando o cabelo dela para trás e começando a distribuir beijos pelo pescoço dela.

- É, não odeio – ela respondeu, já sentindo seu corpo se arrepiando – Então, vamos para a Madame Puddifoot?

Scorpius choramingou.

- Não acredito que vou ter que ir lá.

- É romântico!

- É todo rosa e cheio de gente se agarrando enquanto toma chá.

- É fofo e agradável.

- Tenho certeza que todos os caras que estão lá foram arrastados pelas namoradas, como eu.

- Não estou te arrastando! Você concordou em virmos.

- Só porque você tentou me convenceu em uma hora que eu não conseguia pensar direito.

Rose ficou vermelha ao lembrar que conseguiu que Scorpius concordasse em ir para a Madame Puddifoot na noite anterior quando estavam na cama dela em um momento bem intimo. Mas ao mesmo tempo gostava de saber que tinha esse poder.

- Vai ser divertido – ela disse lhe dando alguns selinhos para tentar amolecê-lo para que ele fosse sem reclamar.

- Tomar chá em um lugar rosa e cheio de babados? Não parece ser uma das definições de diversão.

- Todos os casais de Hogwarts vão lá, eu quero saber como é – disse manhosa, o abraçando pelo pescoço.

Scorpius bufou.

- Você é tão insistente – ele disse contrariado, mas acabou lhe dando um beijo rápido e saiu andando de mãos dadas com ela – Vamos logo então.

Rose sorriu satisfeita e o acompanhou.

Era assim que gostava de passar o tempo com Scorpius, com provocações, risadas, beijos. Nada podia ser melhor do que aquilo. O lugar realmente não era dos mais interessantes, rosa demais, babados demais, muitos casais se agarrando, outros em silêncios constrangedores, mas Scorpius conseguia tornar qualquer coisa divertida, ele fazia piada de tudo, fazendo Rose quase engasgar com o próprio chá diversas vezes. Por isso, quando olhou para seu relógio, algum tempo depois, seu sorriso se desmanchou em frustração.

- Hora de encontrar o Al?

- Hum...É, mas eu encontro vocês lá, pode ser? – ela disse tomando cuidado para não parecer suspeita, mas gaguejou um pouco - Vou rapidinho encontrar a Marjorie, ela brigou com o Finnigan e ta muito desanimada, vou comer alguma coisa com ela e depois encontro vocês.

- Tudo bem – ele disse simplesmente sem parecer desconfiado.

Os dois levantaram, pagaram a conta e Scorpius se despediu dela dando um beijo carinhoso em cada uma das bochechas rosadas de Rose. Então cada um seguiu seu caminho, enquanto ela era dominada pelo nervosismo.

 

Assim que se aproximou da Dervixes e Bangues, a última loja do vilarejo, já encontrou um senhor de cabelos brancos, longos e perfeitamente penteador para trás. Não queria parecer tão nervosa, mas tinha certeza que ele notaria como suas mãos tremiam.

- Senhorita Weasley – ele a cumprimentou sério, e como sempre seus olhos se demoraram nos cabelos ruivos da garota.

- Senhor Malfoy – ela disse igualmente séria.

Ele fez um sinal em direção à porta para que ela entrasse primeiro, então entrou logo em seguida.

Lá dentro havia apenas o vendedor, um senhor de muita idade que estava sentado em uma cadeira atrás do balcão. Ele ia começar a se levantar para atendê-los, mas Lucius Malfoy lhe lançou um olhar que dizia claramente para que ele permanecesse onde estava, então foi o que o senhor fez. De onde estava não poderia ouvi-los.

- Não vou tomar muito do seu tempo – o senhor Malfoy disse se aproximando um pouco, mas não muito, andando pomposamente com sua bengala - Vim porque queria saber como estão as coisas com meu neto. Já faz mais de um ano que conversamos sobre o nosso acordo.

Rose franziu a testa, o olhando irritada.

- Pensei que tinha me dito que tenho até o fim do ano.

Ele deu um sorriso maldoso, como se estivesse se divertindo com a situação. E provavelmente estava.

- Não se preocupe. Vou manter minha promessa. Só vim confirmar que não se esqueceu.

- E como poderia? – perguntou ríspida.

- Bom, muito bom. Mas confesso que fiquei um pouco decepcionado – Rose o encarou sem entender – Porque demora tanto? Porque não acaba logo com isso? Em uma ou duas semanas o garoto esquece e toda essa bobagem acaba.

- Não é assim tão simples.

- Por quê? – Então ele deu uma risada sarcástica – Espera, você acha que ele vai ficar sofrendo por meses? – ele riu ainda mais, a fazendo o fuzilar com os olhos - Não seja tola. É só uma paixãozinha adolescente, Scorpius sabe disso.

- O senhor não o conhece.

Ele mantinha o sorriso no rosto e Rose se segurava para não pegar sua varinha e acabar com ele.

- Ou é no que quer acreditar, senhorita Weasley? Meu neto é homem, em no máximo duas semanas arranja outra e então...

- Scorpius não é assim!

- Eu não teria tanta certeza... Mas bem, isso é problema seu. Desde que termine com ele, pra mim pouco importa seu drama adolescente.

- O senhor vai ter seu maldito acordo. Mas se não cumprir a sua parte...

Ele arqueou a sobrancelha, interessado.

- O que uma criança como você poderia fazer?

- Conto tudo para seu filho e a esposa dele!

Lucius deu um sorriso debochado.

- Eu sei muito bem lidar com o Draco.

- Se eles souberem que está fazendo isso com o filho deles, você vai se surpreender com o que eles podem fazer – Rose conhecia os pais de Scorpius o suficiente para saber que eles não aprovariam o que Lucius estava fazendo.

Ele sorriu como se duvidasse que isso pudesse acontecer.

- Não se preocupe com isso. Eu farei minha parte. Acredite, isso também é do meu interesse. Quero que meu neto mantenha a boa imagem da minha família.

Rose quase respondeu que ele é que havia afundado os Malfoy, mas preferiu ficar quieta.

- Acho que não temos mais nada para conversar, certo? - Ela apenas o encarou de volta, sem responder – Certo. Não posso demorar, tenho que encontrar minha esposa.

- Ela sabe?

- O que?

- Sobre nosso acordo.

- Não. E nem vai saber – ele respondeu rispidamente.

Rose sabia por que ele estava na defensiva. Ela nunca havia conhecido Narcissa Malfoy, mas Scorpius tinha um grande carinho pela avó, o que queria dizer que ela não concordaria com o que o marido estava fazendo.

- Ela está preocupada com o futuro do meu neto tanto quanto eu, ela também desaprova esse namoro. Mas ela defende demais o garoto e eu precisava tomar alguma atitude. Portanto isso vai ficar apenas entre nós, está me entendendo?

Rose assentiu de má vontade.

Ele voltou a andar, e juntos os dois saíram da loja, parando em frente à vitrine da Dervixes e Bangues. Por sorte, por ser a ultima loja da rua, poucas pessoas passavam por lá.

 - Seu tempo está acabando. Lembre-se disso - Ela o olhou com raiva, se controlando para não chorar - Um dia vai me agradecer, Senhorita Weasley. Meu neto não é uma pessoa fácil.

- É uma pena que o senhor não se dê o trabalho de conhecê-lo melhor!

- Conheço o suficiente para saber que sei do que estou falando.

- Não, não sabe!

Lucius lhe lançou um olhar de desprezo.

- E isso faz alguma diferença? Em breve ele não vai mais ser problema seu -Aquilo fez o coração dela apertar, então ela não conseguiu dizer mais nada -  Assim que resolver isso me mande uma carta. Estarei esperando.

Então com um giro nos calcanhares ele aparatou, desaparecendo dali.

 

Assim que ela se viu livre dele as lágrimas que ela estava segurando começaram a cair. E no instante seguinte Rose estava chorando descontroladamente.

Não era justo que tivesse que passar por aquilo. Não queria deixar Scorpius. De onde tiraria forças para terminar com ele?

- Rose! Merlin! O que aconteceu?

Ela ouviu passos rápidos em sua direção. E se surpreendeu quando Scorpius a puxou para seus braços.

- O que ele fez com você?

Rose não conseguiu responder. Alvo e Scorpius a olhavam assustados.

- Rose? – Alvo insistiu.

- O-o que vocês fazem aqui? – Foi a única coisa que conseguiu dizer.

- Pedi pro Scorpius vir comigo trazer minha balança pra concertar.

- Vimos meu avô indo embora. O que ele fez com você?

Rose sentiu seu coração falhar. Ele não deveria ter visto aquilo.

- Nada.

- Como nada se esta chorando? – Scorpius insistiu.

- Ele estava dizendo que não apoia nosso namoro, só isso! - Ela disse no meio de um soluço, tentava parecer calma, mas falhando miseravelmente.

Não conseguia parar de chorar. Tinha passado mais de um ano tentando não pensar naquilo, mas ver Lucius Malfoy pessoalmente tornou tudo muito real.

- Não, não é só isso! Está tremendo, Rose! Nós vimos de longe. Parecia que estavam brigando. O que ele disse?

- Está nos preocupando – Alvo se aproximou dela também – O que aconteceu lá?

Ela fechou os olhos com força, sua cabeça começava a doer. Não sabia o que dizer, não conseguia raciocinar. Sentia que estava entrando em pânico.

- Não posso dizer – Rose disse se soltando dos braços de Scorpius.

Ele a olhou perplexo.

- Não pode?! Como assim?! Se não me disser mando uma carta pra ele...

- Não! Por favor, não! – ela disse em desespero, o que o fez ficar ainda mais desconfiado.

Alvo olhava para os dois confuso, sem saber o que fazer.

- Apenas...deixe Rose se acalmar – ele disse ficando ao lado dela e colocando a mão em seu ombro – ela não esta em condições de falar.

Mas Scorpius estava desconfiado demais para deixar pra lá.

- Não! Parece ser sério! Conheço meu avô, sei que não é boa coisa. O que ele te disse?

- Scorpius, por favor.

- Porque não pode me falar? Que tipo de segredo teria com meu avô?

- É pra te proteger

A cada momento Scorpius ficava mais confuso e irritado.

- O que?! Não quero que me proteja! Quero me conte o que ele fez! – Ele voltou a se aproximar dela – Ele te machucou?

- Não, Scorpius...

- Te ameaçou?

- Não posso te dizer.

- Droga, Rose!

- Se ele souber que eu te disse...

- Não vou falar pra ele! Não falo com ele há meses!

- Não posso!

- Me conta! Se é sobre mim eu tenho o direito de saber!

- Você vai me odiar.

Ao ouvi-la dizer isso ele deu um passo pra trás e a olhou com desconfiança. Ela podia ver que ele tremia.

- Como assim?

- Se eu te dizer...você vai me odiar.

- Isso não aconteceria.

- Eu te garanto que sim.

- Ele nunca te odiaria, Rose – Alvo a disse sério. Os dois a olhavam como se não acreditassem que aquilo fosse possível, mas ela sabia que sim.

- Se eu contar sim...

- O que você fez? – ele perguntou com a voz falha pelo nervosismo. Estava preocupado.

- Não posso dizer

- Foda-se! Me fala!

- Scorpius, calma – Alvo o alertou.

Rose não aguentava mais, sentia que desabaria a qualquer momento.

- Foi um acordo! Fizemos um acordo – ela soltou, sabia que se arrependeria, mas não aguentava mais. Aquele segredo estava a consumindo há tempo demais.

E ela estava certa, se arrependeu assim que as palavra saíram da sua boca.

Os dois se olharam surpresos.

- Que tipo de acordo?

Ela olhou para ele, com o rosto completamente molhado pelas lágrimas, implorando para ele não a fazer falar.

- Vamos, Rose. Agora é tarde demais, acabe logo com isso – ele lhe disse, tentando parecer mais calmo, mas seu rosto estava tenso.

Scorpius estava certo. Ela já havia contado demais, agora não tinha volta.

- Há um ano atrás...ele veio conversar comigo – ela o olhava atentamente, preocupada com sua reação - O acordo era...ele te ajudaria a arranjar um emprego e te deixaria continuar sendo um Malfoy se eu fizesse algo em troca.

- Foi por isso que ele não me deserdou aquela vez?

- Sim.

- Em troca de que?

- Scorpius... – ela choramingou, suas pernas tremiam tanto que ela sentia que poderia cair a qualquer momento.

- Em troca de que?! – ele insistiu.

- Em troca eu...terminaria com você até o fim do 7º ano.

- Meu Deus – Alvo exclamou ao seu lado

Porém Scorpius permaneceu estático, pálido, sem dizer nada. Rose o encarava com medo de sua reação. Mal conseguia respirar.

- E você concordou? – Alvo perguntou, vendo que Scorpius não conseguiria.

Ela não conseguiu falar então apenas assentiu com a cabeça.

Os três permaneceram em silêncio por um tempo, até que finalmente Scorpius se mexeu, voltando a se aproximar dela. Seu rosto era vazio e inexpressivo.

- Então há um ano sabia que terminaria comigo?

- Eu n-não...

- Ia ficar comigo até o final do ano e então se livrar de mim? – até seu queixo tremia, seu corpo todo tremia, ele estava furioso.

- Não, não é isso! Scorpius, me ouve, por favor!

Estava desesperada, queria que ele entendesse.

- Não! Você já decidiu, não é?

- Me ouve, por favor.

- Agora tudo faz sentido! Foi por isso se afastou de mim nas últimas férias e não respondia minhas cartas.

- Eu...- ela não conseguiu negar, porque era verdade.

- É, é claro que foi. E você continuou comigo como se nada tivesse acontecido. Um ano me enganando! - Rose continuava chorando, se sentia a pior pessoa do mundo, não tinha como se defender - Eu ficava fazendo planos igual um idiota enquanto você devia ficar rindo de mim pelas minhas costas! – Ele estava atordoado, sua respiração estava acelerada - Você concordou em morarmos juntos! Mas nem queria não é? – foi quando os olhos dele se encheram de lagrimas.

- Eu queria isso também! Eu queria muito. Eu juro!

- Como se eu acreditasse em você...

- Scorpius.

- Deixa que eu facilito as coisa – o queixo dele tremeu e as lagrimas começaram a cair - Não precisa se preocupar em esperar até o fim do ano. Acabamos tudo agora mesmo. Pra que desperdiçar mais do seu tempo comigo?

- Não! Por favor não! – ela tentou se aproximar, mas ele se afastou. Ele estava chorando e Rose mal conseguia suportar ver isso – Eu fiz isso pra te proteger, porque eu te amo!

Ele estava nervoso demais para ouvir qualquer coisa que ela dissesse.

- Eu levei o que tínhamos muito a sério – ele começou a soluçar – Achei que a gente era de verdade.

- E é! Ainda é!

- Para com isso!  - ele respondeu raivoso - Você queria se livrar de mim e conseguiu!

- A última coisa que eu queria era me livrar de você. Eu não podia deixar seu avô...

- Foda-se meu avô! – ele explodiu, a assustando - Eu te falei milhares de vezes que ser um Malfoy não me importava! Que ele podia me deserdar porque eu preferia ficar com você! Eu te disse isso! Você não fez isso por mim, fez por você!

- O que?

- Quando ele ameaçou a me deserdar você ficou com medo, não foi? – apesar das lagrimas, seus olhos a fuzilavam. A raiva que ela temia tanto que ele sentisse estava bem ali - Imagine namorar um cara sem futuro. Logo você, Rose Weasley, a garota com um futuro brilhante.

- Não fale assim, não é verdade.

- É, é sim! Era simples, você tinha que escolher entre eu e seu futuro brilhante– Ela nunca tinha o visto chorar daquele jeito, ela nunca havia o visto tão magoado – Eu sempre escolhi você, Rose, mas você não fez isso por mim.

- Não! Não é verdade!

- Minha família sempre teve vergonha de mim e me excluiu. Eu esperava isso deles...mas não de você.

- Scorpius!

Completamente transtornado, ele se virou e saiu andando com passos rápidos em direção ao castelo.

- Scorpius! – ela tentou ir atrás dele, mas Alvo a segurou, a prendendo em um abraço forte – Me deixe ir! Preciso falar com ele! Ele precisa entender!

- Não, Rose. Agora não.Deixa ele se acalmar.

- Meu Deus, o que eu fiz? – ela se deixou envolver pelos braços dele, chorando ainda mais.

- Merlin, Rose. Está tudo bem?

Alice apareceu pouco depois, correndo até eles, a olhando preocupada.

- Fique com a Rose. Por favor – Alvo disse, delicadamente soltando a prima.

- O que aconteceu?

- Depois eu explico. É melhor eu ir atrás do Scorpius.

- Espere! – Rose pediu a ele, o segurando pelo braço – Por favor não deixe que ele vá atrás do avô dele, Lucius não pode saber que eu contei tudo para Scorpius. Eu juro que eu fiz isso por ele, pra proteger ele. Por favor, me ajude! Se não o senhor Malfoy vai acabar com a vida dele.

Alvo apenas assentiu, lhe deu um ultimo abraçou e se virou, correndo na direção que Scorpius tinha ido.

Alice olhava para tudo, confusa.

- Rose?

Ela olhou para a amiga e então desabou em lagrimas novamente.

 

Pouco depois Rose e Alice voltaram para o castelo. Por sorte a maioria ainda não tinha ido embora do vilarejo, por isso Hogwarts estava quase vazia. Não que Rose se importasse que alguém visse seus olhos vermelhos, aquela era a ultima das suas preocupações.

- Não acredito que você teve que aguentar isso sozinha por mais de ano – Alice não saiu do seu lado um segundo sequer, era como se nunca tivessem brigado e Rose estava muito agradecida por isso.

- Desculpa por ter brigado com você, Lice. Eu acho que...na verdade estava chateada porque você ia embora – ela admitiu.

- Eu entendo. Mas eu realmente deveria ter te contado do jeito certo. Me desculpa também.

Elas se abraçam em silêncio. Tinham sentido muita falta uma da outra.

- Eu já volto, preciso fazer uma coisa – Rose disse ao se soltar do abraço, indo em direção aos jardins.

 

Havia decidido que não iria atrás de Scorpius. Por mais que doesse saber que ele achava que havia feito aquilo por ela mesma, Rose sabia que falar com ele apenas tornaria mais difícil a separação, que infelizmente era inevitável.

Ela subiu as escadas do corujal e só conseguia pensar no quanto queria que Scorpius não a odiasse.

Ela chamou sua coruja, Misi, que estava dormindo junto com outras corujas, então pegou um pergaminho e uma pena, colocou o endereço da Mansão dos Malfoy e escreveu:

 “Está feito”



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