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História Mais Perto de Você - Capítulo 4 - É Agora ou nunca...


Escrita por: Archer_Beafowl

Notas do Autor


Oi pessoal, tudo bom?! Olha ai aqui com Capítulo quentinho. Esse demorou mais um pouquinho porque eu procrastinei um pouco, o que eu jamais deveria ter feito, pois isso é o que faz as minhas atualizações demorarem mais do que eu previsto.

O Próximo também vai demorar um pouquinho, pois vou ver se escrevo o seguinte de LOVE SHOW, mas relaxe, é algo de 10 a 15 dias no máximo - Eu espero =p

Esse Capítulo está bem melhor que o anterior, pois trás as primeiras interações dos nossos lindos. Abração gente e Vamos lá!

BOA LEITURA!

Capítulo 4 - Capítulo 4 - É Agora ou nunca...


Os dias estavam se passando muito rápido desde então… Shaka sentia isso na pele, quando num piscar de olhos o fim de Semana veio e em outro, já havia ido. Os primeiros dias da Semana também haviam se passado de forma ligeira e quando se deu por si, já era uma Quarta-feira de uma semana seguinte.

Para ele, nenhum progresso havia sido feito. Ele observou a movimentação na Borracharia dos irmãos ao decorrer dos últimos dias, mas nada ocorria de tão interessante que o motivasse a continuar mantendo algum interesse na rotina deles. Aioria e Aioros continuavam a trabalhar corriqueiramente, sem maiores complicações em suas vidas pacatas e simples. E ficar de tocaia, mesmo que bem ao longe e de forma imperceptível não parecia ser um jeito eficaz de obter informações ou mesmo de dar alguma esperança para si próprio a respeito da ideia que vinha maturando.

O virginiano inclusive já começava a desistir daquele plano, tendo em vista os inúmeros choques de realidade que lhe abateram nos dias que se passaram sempre que se imaginava vivendo aquela aventura insana.

Como o mesmo já havia indagado antes. Haviam muitos pros e contras, e num raciocínio mais direto, os contras pesavam mais que os pros. Além do mais, a sua própria rotina havia regressado para a enfadonha mesmice de sempre. Seu pai ainda chegava bêbado em casa quase todas as noites, mas milagrosamente, não criava confusão e limitava-se a tomar seu banho, jantar, ver um pouco de TV e ir dormir em seguida.

Ele, obviamente, sempre ficava apreensivo com o horário de chegada do mais velho todas as noites, tanto que eles mal estavam se falando desde o último ocorrido, quando fora golpeado pelo pai, mas Shaka já estava começando a entrar na mesma onda de Comodismo que há muito assolava a sua mãe, e via naquele medo constante e naquela vida tão instável uma naturalidade tão comum e rotineira que por algumas vezes se pegou pensando que aquele era o modo de vida que destino havia traçado para ele, e nada lhe restava se não aceitar.

Mas enquanto uma parte de si pendia para essa aceitação, uma outra parte de si, mais rebelde, inconformada e com sede de justiça lhe chamava a atenção para enxergar aquela realidade de outro modo.

Era impensável viver da forma como ele vivia… Com medo o tempo de todo, imaginando somente quando viria a próxima repreensão e o quão violenta ela seria. E as marcas que sua mãe ainda exibia no corpo e no rosto, - embora agora já estivessem mais suavizadas pelo tempo e pela recuperação. - ainda o faziam querer vingá-la de algum modo, ou mesmo se fazer cumprir algum tipo de justiça que ele acreditava que precisava ser aplicada ali.

Sozinho ele não conseguiria. Sozinho ele jamais iria por um fim aquele inferno, ou mesmo teria forças para se impor, e era por isso que precisava da ajuda dos irmãos, era por isso que precisa ir a Saint Louisse, e era por isso que precisava da ajuda de Aioria e dos outros. Eles eram a sua melhor chance de conseguir isso…

Suspirou de forma desgostosa, já no fim de tarde daquela monótona quarta-feira, enquanto mirava ao longe os dois irmãos trabalhando de forma melancólica e inexpressiva.

Se eles realmente tinham a pretensão de irem para o tal carnaval, o tempo também corria contra eles. Com um prazo de 4 dias de viagem de sua pacata cidade até Saint Louisse, eles teriam que sair amanhã, na Quinta-Feira se quisessem chegar a tempo do começo das festividades.

E para Shaka, também era chegado a hora de tomar uma decisão, já havia pensado demais em tudo o que se podia pensar sobre aquela questão, e agora estava na hora de agir… De dizer sim ou não para si mesmo e assim partir em busca da solução real para seu sofrimento ou ficar ali e fazer como sua mãe, acomodando-se a tudo aquilo como se eles realmente fossem merecedores de conviver naquela realidade tão injusta em que viviam.

A curiosidade do Virginiano e um novo lapso de coragem o pôs a caminhar em direção da borracharia. Desta vez, sem se esconder ou mesmo evitar ser percebido pelos rapazes. Chegara a hora de olhar nos olhos daqueles dois e abordá-los sobre aquela viagem. E mesmo tendo inúmeras dúvidas e receios dentro de si, além de uma vozinha em sua mente que lhe dizia para parar e voltar, mesmo assim ele marchava convicto de sua vontade rumo àquele velho galpão.

Para Aioria, os dias que se passaram não foram exatamente fáceis ou divertidos. Pois em plenas Férias, o leonino encontrava-se preso há uma obrigação que ele mesmo arrumara para si em prol de seu desejo maior.

Os dias também se passaram rápido para ele, embora o fato de ter essa percepção não tenha diminuído em nada a força de empenho que dedicou àquele serviço. Durante a última semana, quase não viu os amigos, deixando passatempos regulares como o Futebol de lado para se focar no conserto da Kombi. Aioros o ajudara bastante também, mesmo tendo outros serviços a fazer e dando prioridade aos mesmos.

Sempre que folgava ou tinha um dia mais livre de afazeres, o Sagitariano ajudava o mais novo no conserto do veículo, tentando deixá-lo pronto para a viagem que teria que enfrentar posteriormente.

Regulus e Kaiser também apareciam com certa frequência para ficar conversando com o leonino ou simplesmente o ajudando minimamente no que podiam. Era uma forma que encontraram de diminuir a falta que Aioria fazia para o grupo devido aquele afastamento forçado, fora que todos eles também se beneficiariam com o conserto do carro, pois todos queriam ir a Saint Louisse, e sendo assim, sempre estavam presentes.

Naquele dia não fora diferente. Eles passaram a tarde toda após o almoço conversando com Aioria e só foram embora quando deu a hora de irem jogar bola. O loiro teve que infelizmente e novamente, recusar o pedido dos amigos de ir junto, pois queria continuar a dar os últimos retoques no carro, além do fato de estar supercansado por ter pegado no pesado o dia todo.

Aioros o estava ajudando naquele momento, e claro, realizando os consertos mais difíceis e complicados, com o qual o menor não tinha a mínima familiarização, e por isso, só podiam ser feitos pelo próprio.

— Aioria, eu vou dar uma pausa aqui e vou lá dentro preparar um lanche pra gente, beleza?! — disse o Sagitariano, vendo o irmão sair debaixo do carro por um instante e assentir. — Volto logo. — terminou e saiu.

O Leonino então voltou-se para debaixo do carro, tornando a ajustar peças, cabos e engrenagens do motor que precisavam de tal reparo.

Sem perceber então a aproximação de alguém que chegara, Aioria mantinha-se entretido com o que fazia. Ouviu então nos segundos que se sucederam o barulho de algo metálico que caíra no chão, como uma espécie de ferramenta. Aquilo lhe soou estranho, mas ele imaginou que Aioros ainda estivesse ali ou mesmo que houvesse retornado por algum motivo.

Um tanto impaciente com o serviço que fazia a voz do rapaz ecoou de baixo do carro para o exterior num pedido feito.

— Aioros, faz favor… Me passa aquela chave de Rosca em cima da mesa?! — disse limpando o suor da testa, melando assim a mesma com graxa.

Ouviu então o barulho de passos vindo para perto do carro, e ao correr com o rolimã de debaixo da Kombi para pegar a ferramenta, seus olhos se arregalaram ao ver quem segurava a peça e a oferecia a ele.

O olhar de Aioria tremulava surpreso e assustado com o que via diante de si. A respiração do mesmo passou de normal para intensa e seu coração palpitava descompassado ao mirar aqueles indecifráveis olhos azuis que pareciam poder ler seus pensamentos através de sua expressão de susto.

Engoliu então a seco, ao ver Shaka arquear uma sobrancelha em questionamento, como se o perguntasse de forma muda se ele por um acaso não iria mais pegar a ferramenta.

Notando isso, Aioria ergueu o braço e segurou a chave, fazendo o Virginiano soltá-la, terminando assim a entrega que lhe fora pedida.

— Valeu… — disse com uma voz quase sussurrada, ainda incrédulo e curioso por vê-lo ali.

Shaka respondeu apenas com um acenar de cabeça, passando então a admirar o veículo que o outro loiro consertava. Aquela então era a dita Kombi… A que seria o instrumento que talvez o conduzisse a Saint Louisse e assim a solução de seu tormento.

Estava realmente diferente da primeira vez que a viu, principalmente por ter sido repintada de branco e Azul, sumindo assim com as estampas florais que possuía antes.

Aioria estava realmente perplexo, tanto que não conseguia executar mais nenhuma ação diante da presença do loiro ali. Era realmente uma grande surpresa para ele ver Shaka aparecer na borracharia dele e do irmão, pois com tantos anos que moravam tão próximos, o rapaz nunca havia nem se quer passado perto do local, e agora, ele estava ali, parado na sua frente, parecendo admirado com a pintura que deram no carro, mas a questão era… Porque?! E porque agora?!

— Aaaahhhhh — tentou formular alguma coisa, mas palavra nenhuma lhe saía da boca. Batia de leve com a chave pesada de metal em uma das mãos, quando então viu Shaka voltar seu azulado olhar para ele novamente… — Pois não?! — perguntou, tentando saber o motivo de sua visita inesperada.

O virginiano sustentou por alguns segundos um olhar serrado, sereno sim, mas que lhe passava um certo tom de indiferença antes de responder.

— Então este é o carro?! — perguntou, voltando a olhar para a Kombi. O olhar desconfiado e inquisidor de Aioria já estava começando a incomodá-lo. — A que você pretende usar para ir com seus amigos para o Carnaval em Saint Louisse. — concluiu.

Aioria arqueou uma sobrancelha e o mirou sério, tentando por seu raciocínio em ordem para poder ter uma conversa mais direta com ele.

— Sim, é… — respondeu um tanto receoso. Com os pés, deu um leve impulso para sair por completo de debaixo da Kombi e finalmente pôs-se de pé ante ele. — Como sabe disso?! — perguntou, colocando a chave em cima da mesa próxima e cruzando os braços à encará-lo com seriedade.

— Ouvi você e seu amigo comentarem outro dia. Lá no mercado. — respondeu sem exitar, ainda mantendo a expressão calma e doce, mas o olhar frio e indiferente.

Aioria ponderou alguns segundos e então lembrou-se do tal dia, onde ele e Kaiser conversaram sobre o assunto.

— Humm… E porque o interesse?! — perguntou, ainda não entendendo o motivo daquela visita.

— Quatro dias de viajem… Não é exatamente um caminho curto. — dizia o loiro, observando a pintura do carro minunciosamente.

— É, mas vai valer a pena. Sempre quis ir para esse Carnaval. — Aioria cerrou o olhar, imaginando o quanto mais ele sabia sobre sua rotina e planos.

O Virginiano apenas demorava-se a olhar o carro, não prestando atenção ou fingindo não prestar no olhar cada vez mais questionador do Leonino, que caía sobre si como se esperasse que ele fizesse algo de ruim ou coisa do tipo.

Suspirou, voltando a encarar aquele rapaz que lhe olhava firme.

— Fez um bom trabalho, a nova pintura está ótima. — ensaiou um leve sorriso, o que desmanchou um pouco a pose intimidadora de Aioria.

— É… Ficou bom, não foi?! Os manos me ajudaram… — descruzou os braços e levou a mão a coçar um pouco atrás da cabeça. Não sabia exatamente o que dizer…

Shaka então voltou-se novamente para o carro, a admirar sua expressão séria no reluzente reflexo azul da pintura. Aioria não deixou de observá-lo nem um segundo se quer, seus olhos verdes prendiam-se a figura daquele homem e o mesmo não sabia exatamente o porquê… Nunca encarara outra pessoa com tanta insistência como estava fazendo, e muito menos outro rapaz.

O Silêncio então se instalou… E era torturante e constrangedor. Shaka não sabia como retomar a conversa e muito menos como conseguiria pedir para aquele garoto, com o qual não tinha a mínima intimidade e logo no primeiro contato mais direto estava sendo tão introvertido para deixar-lhe ir nessa viagem, e Aioria, naquele momento, sentia o mesmo tipo de incômodo e dúvida que o loiro virginiano, pois embora achasse estranho e inesperado a aparição de Shaka ali, e o fato dele o abordar sobre coisas que naturalmente o mesmo não deveria saber, Aioria ainda não encontrara o motivo real de sua visita e muito menos via o outro lhe dizer qual era.

Mas de uma coisa estava certo. Ele queria e muito que Shaka continuasse a falar, mesmo que fosse apenas um comentário ameno e desprovido de qualquer afirmação ou pergunta realmente interessante, para que ele assim pudesse ouvir a voz do outro e continuar a conversar com o mesmo. Pois embora fosse estranho aquela aproximação repentina, o leonino estava gostando de finalmente ver 5 anos de silêncio se rompendo.

— Então, vai me dizer o porquê da visita ou veio somente admirar a minha Kombi? — perguntou, Aioria, cruzando novamente os braços e escorando-se na mesa que existia atrás de si. E o fez somente quando o silêncio tornara-se insustentável.

Shaka virou-se para ele, encarando a figura tão imponente daquele garoto à sua frente. Estar ali, tão próximo dele, a pouco mais de um metro e meio era algo realmente difícil, pois Aioria lhe passava uma energia estranha que o perturbava e o deixava inquieto, e o Virginiano não gostava disso…

Ponderou alguns segundos, e quando abriu a boca para dizer algo, ouviu um barulho que vinha do segundo Andar da Oficina, aonde os rapazes moravam…

— Aioria, quer bolinho de Arroz? Eu to fazendo alguns e posso levar para você aí… — gritou o irmão mais velho do leonino lá de cima.

Aioria ainda demorou-se alguns segundos para responder, tendo em vista a expressão evasiva que Shaka já exibia e então disse: — Claro, pode ser, traz aí… — gritou para o mais velho.

— Beleza então, já, já eu to descendo. — respondeu Aioros.

— É melhor eu ir, depois nos falamos. — disse o loiro, sendo tomado pela covardia do momento e logo saindo então do galpão dos vizinhos.

Aioria ainda tentou dizer para que ele não fosse, mas parou, imaginando do porquê que ele deveria ficar… E nenhuma das opções lhe davam explicações para existirem.

E foi aí que o viu descer o morro e sumir em meio a escuridão da praia.

O rapaz suspirou um pouco, mirando o chão por alguns segundos, e embora tudo aquilo tivesse sido bem estranho e abrupto, ele preferiu não pensar sobre e se voltou para sua tarefa anterior, pois a Kombi carecia somente de mais alguns pequenos ajustes, e aí então era certo de rodar lisa no dia seguinte.

Pegou a chave de fenda em cima da mesa e deitou-se novamente no rolimã, voltando para debaixo do veículo. No entanto, e de algum modo, sua mente mantinha-se a divagar sobre Shaka. E a imagem do loiro era o que via diante de seus olhos enquanto apertava aquelas forcas.

---- X ----

Shaka caminhava apressadamente pela deserta e escura praia rumo a sua casa. Seus pensamentos estavam em total desordem e o Virginiano novamente se deixava aplacar pelas dúvidas de ir ou não nessa suposta Viagem.

Era bem verdade que os incidentes que lhe ocorriam eram bem esporádicos, mas sempre que aconteciam, danos irreversíveis eram causados. A Cada vez que seu pai perdia o controle, era um pedaço de si próprio que se perdia e mais um “bocado” de amor que deixava de sentir pelo mesmo.

Mas isso não era o mais preocupante e sim os danos físicos e psicológicos que viam a cada novo acesso de raiva que o mais velho tinha. Aquilo precisava de um basta, e estava nas mãos dele tomar alguma providência ou não a respeito, já que estava claro que sua Mãe era incapaz de tal.

E mesmo com essa consciência, era difícil para ele tomar uma decisão, principalmente depois de hoje. Shaka só teria até o amanhecer para decidir se faria alguma coisa ou não, e tomando como exemplo este primeiro contato com Aioria, a fé que tinha em levar seu plano adiante começava a se esvair.

Ele precisava de uma nova motivação, precisava ser lembrado do porquê tivera essa ideia e do porquê ela precisava ser levada adiante, e independente de qualquer coisa, ele teria que tomar uma atitude nas próximas horas.

E se ele já não via mais motivos para continuar com isso devido a sua pouca fé na colaboração dos demais e na sua própria Coragem em tentar, um motivo a mais lhe seria dado naquela mesma noite, e este viria da pior maneira possível.

Chegou em casa ainda um pouco aéreo pela tentativa falha de contato com o leonino, e a cena que testemunhou em seguida não poderia ser melhor para trazê-lo de volta a realidade.

— Aonde ele está mulher?! — perguntava em um tom de voz agressivo o homem ali de pé. Ele segurava a esposa pelos cabelos, fazendo-a derramar uma lágrima de seu olho ainda em recuperação. — Responda… Aonde aquele seu filho ingrato está?! — continuava a berrar descontroladamente, chegando a cuspir no rosto daquela mulher.

— Eu não sei… Por favor… Eu não sei… — falava com a voz entrecortada pelo já vindouro choro, cujo as lágrimas já começavam a cair de seus olhos com mais frequência.

— Sua imprestável… — fez ela sentir o peso de sua mão ao batê-la no rosto, o que a fez cair no chão aos prantos. Em suas mãos, ainda ficaram uma boa quantidade de fios de cabelo que haviam se rompido com o golpe.

Shaka observava isso de forma atônita, paralisado ao ver o pesadelo em que vivia se manifestar como um torturante déjàvu à sua frente.

— Pare… Pare… — pediu, fazendo o homem finalmente voltar a atenção para si. Os olhos azuis, já marejavam de choro que logo seria impossível conter.

— Aí está você seu veadinho de merda, onde diabos você se meteu?! Virou costume seu agora chegar tarde em casa sempre que quer e ficar na rua até tarde?! — perguntava em tom autoritário e opressor, aproximando-se dele enquanto retirava o cinto de couro que envolvia a sua cintura e ajudava a segurar-lhe as calças.

— Vou te ensinar a ter respeito por essa família e a estar em casa quando eu chegar… — falou bem próximo ao rosto dele, fazendo-o sentir e constatar o bafo com cheiro de bebida que ele expirava com intensidade…

— Papai… Paizinho, por favor… — pedia Caridosamente e com um olhar submisso e assustado, enquanto os olhos vagavam da figura furiosa que era aquele homem, para a mulher que chorava ali jogada no meio da sala.

— Papai?! Paizinho?! O que você pensa que é, uma menininha?! Ou será que tem Vergonha de ser Homem?!… Me responde seu veadinho… — fora a vez de Shaka sentir o rosto arder ante a bofetada que levara. O corpo dele foi ao chão ao sentir aquela ardência e novamente, a cena se repetia em um replay que parecia não ter fim.

— Não, por favor, não encoste nele. — gritou a mulher, levantando-se e indo em socorro do filho, mas antes de conseguir alcançá-lo, seu marido e agora agressor de ambos virou-se bruscamente e lhe acertou com um forte golpe no rosto, fazendo-a despencar por sobre a mesa.

O Choro agora era bem mais intenso, e partia dos dois oprimidos ali naquele recinto.

— Não te mete Mulher, já disse para ficar na sua. — virou-se então para Shaka, após verbalizar a ameaça a sua mãe que somente pôde observar a cena que veio em seguida.

Aquele homem pegou o rapaz ao chão pelos cabelos, o sustentando no ar quase que somente por eles. Shaka gritava de dor e chorava ante aquela agressão, que a seu ver era injustificável. Ele não precisava ser repreendido daquela forma apenas por um mero atraso. Não havia feito nada de errado e tinha a consciência limpa. Não haviam motivos para essa repreensão tão brutal.

E foi dessa forma, sendo puxado pelos cabelos que o loiro virginiano fora arrastado para seu quarto entre pedidos de desculpas entrecortados pelo choro e lágrimas.

Fora arremessado em seguida por sobre a cama, e já com o sinto em uma das mãos, o açoite se iniciou. Os gritos do loiro vagavam por toda a casa, e até mesmo pelo exterior dela, enquanto que com a face rubra de dor e lamento, Shaka implorava para que aquela surra parasse.

As marcas do couro tingiam a pele branca dele deixando-a em tom roseado por onde o sinto batia. Do lado de fora do quarto, apenas a observar aos gritos, a mãe do Garoto continuava a pedir-lhe para parar, mas ele não lhe dava ouvidos, e tão pouco ela ousava se aproximar.

Aquilo continuou, não se sabe por quanto tempo, até que ele não tivesse se quer mais forças para lhe deferir mais um golpe ou mesmo que não houvesse mais lágrimas nos olhos azuis para cair e locais ainda não marcados pela cinta para açoitar.

Para Shaka, aquela fora sem dúvida a pior noite de sua vida.

---- X ----

Já era de manhã quando Shaka finalmente se decidiu. Os olhos azuis ainda levemente marejados e um pouco avermelhados miravam de forma séria o sol que nascia no horizonte através de sua janela.

Ele não havia conseguido se quer pregar o olho naquela noite e permanecia encolhido, em posição fetal em cima de sua cama, a lembrar-se do descontrole de seu pai e da surra que levara, cujas as marcas ainda ardiam em sua alva pele.

Estava decidido, ele teria que dar um jeito de contatar Asmita e Shijima e lhes falar sobre tudo o que estava acontecendo naquela casa e em sua vida.

Sua mãe, que ainda não havia se recuperado totalmente dos ferimentos anteriores, agora recebera uma nova dose de esporros, e isso não poderia continuar. A preocupação maior com ela e não tanto com a si próprio era o que estava motivando o Virginiano.

Ouviu então os barulhos começarem em casa. Seu pai estava se preparando para um novo dia de trabalho e esperou somente até que ele fosse embora para levantar-se rapidamente e começar a se preparar.

Abriu seu singelo guarda-roupa e dele retirou uma mala de viagem que nunca ou quase nunca chegou a usar. Era uma bolsa enorme que certamente caberia o que ele precisaria para isso.

Pegou algumas roupas, não somente para os 4 dias, mas também para os seguintes, pois imaginava que iria demorar algum tempo até encontrar a moradia dos irmãos em Saint Louisse.

Encheu-a com roupas e utensílios de higiene pessoal e assim tratou de começar a se vestir.

As marcas, sem dúvida, seriam um problema, e chamariam demais a atenção de seus companheiros de viajem. Vestiu então uma calça jeans um pouco velha, uma camisa cinza de tom escuro e colocou um boné surrado e gasto, também cinza para cobrir a cabeça.

As longas madeixas louras permaneceram soltas, e assim que estava pronto, correu para debaixo de sua cama onde pegou um pote de vidro com várias cédulas de dinheiro dentro. Aquelas eram as economias que o virginiano vinha fazendo há muito tempo, e, sem dúvida, ajudariam no custo da viagem.

Ele pegou uma quantidade generosa de dinheiro e encheu os bolsos. Logo mais, outra boa quantia fora colocada nem um dos bolsos laterais da Bolsa maior e agora o pote estava pela metade.

Shaka voltou a escondê-lo e logo começou a ouvir os passos de sua mãe a caminhar pela casa.

Ela logo viria para chamá-lo e ele não poderia mais perder tempo ali. Correu para seu banheiro, que tinha uma janela um pouco alta, mas suficiente para ele passar e então subiu no vaso, atirando sua bagagem pela mesma.

Não era uma altura tão grande assim, ele apenas precisava calcular bem como saltaria dela e chegaria na areia.

A Bolsa já estava lá em baixo, suja de areia e esperando por ele. O rapaz subiu um pouco mais no vaso e conseguiu mirar melhor a borracharia aonde deveria estar. Tudo parecia muito quieto e silencioso, e obviamente, os proprietários ainda não haviam acordado.

Com um último impulso, ele conseguiu a força que queria e ficou pendurado na janela. Fez um pouco mais de força tentando se apoiar melhor por aquele curto espaço, que dava para seu corpo passar, mas era estreito, e então lançou uma perna, conseguindo afim transpassar a janela.

Porém, quando fora para descer do outro lado, não havia nenhum suporte onde ele pudesse se apoiar, e com isso acabou se jogando caindo de uma altura não tão traumatizante de dois metros.

A queda causou um pequeno estrondo, e o fez gemer com uma certa dor passageira, que logo se findaria assim que ele se colocasse de pé. E rapidamente foi o que fez…

Levantou-se, ainda um pouco cambaleante e pegou a sua mala, correndo em direção ao coqueiral e fazendo o mesmo caminho que fizera a cerca de uma semana atrás quando fora saber sobre a Kombi.

Aquele era o seu momento, e não importava o que Aioros ou os demais dissessem, ele teria que ser convincente no que diria. Ele precisava ir a Saint Louisse. Ele precisava libertar-se e também a sua mãe daquele pesadelo.

E ali, ficou de tocaia novamente atrás do galpão, esperando que os rapazes acordassem.

---- X ----

Eram mais ou menos oito da manhã quando Aioria terminava de se olhar no espelho e gostava do resultado. A Bermuda de surfista azul clara com estampas escuras de palmeiras, a camisa branca até próximo do peitoral onde ficava azul escura e os óculos escuros que mantinha em cima da cabeça a controlar o volume compunham seu “look” para aquele primeiro dia de viagem.

O Leonino acordara profundamente empolgado com tudo, e as batidas e chamadas do irmão em sua porta a cada 5 minutos o alertavam que seu sonho estava ali, a seu alcance.

Havia terminado de fazer a mala na noite anterior mesmo… Logo após ter ficado até tarde com Aioros dando os retoques finais na Kombi.

A mesma ainda precisava ser fechada, e isso era um desafio e tanto para o loiro, tendo em vista que a mala estava praticamente transbordando peça de roupas. O Rapaz não precisaria de tantas, mas como elas não seriam lavadas ou mesmo reutilizadas durante a viagem de ida e volta, e também nos dias que estariam por lá, ele preferiu se precaver.

— Aioria, Regulus e Kaiser chegaram. — Aioros bateu em sua porta avisando.

— Beleza, tô indo. — respondeu o caçula correndo até a bolsa e começando a forçar a roupa pra dentro, o que em 30 segundos e com muito empenho estava feito.

Fechou a mesma deixando-a bem estufada e pegou também uma outra mochila que pretendia levar e então abriu a porta.

Na cozinha, seu irmão que também já estava pronto para a viagem, usando um visual parecido com o dele também composto de bermudão de surfista, óculos de sol e camiseta, apenas assentiu negativamente e sorrindo quando viu aquelas malas.

Aioria deu os ombros e sorriu, descendo as escadas em direção à borracharia.

Lá em baixo, seus dois melhores amigos o esperavam conversando sobre a viagem, e curiosamente, o visual 'playboy' parecia dominar, pois eles também vestiam bermudas de surfistas, nas cores vermelha e cinza e camisetas.

Assim que viram o outro, eles sorriram, o cumprimentando e soltando algum gracejo sobre as duas malas que o leonino levava.

Deram a volta na Kombi que agora estava sendo aberta por Aioria e colocaram as malas dentro.

— Cara, finalmente, eu estou bem ansioso com isso… Só vai ter gatinhas lá. — Regulus, que dentre os três possuía a personalidade mais externada comentava de forma ansiosa seus planos.

— Mulher num vai faltar mesmo, mais será que a gente vai conseguir ir a caça com seu irmão por lá?! — Kaiser quem falava agora, e a pergunta fora direcionada a Aioria.

— Olha, meu irmão não é nenhum santo, ele é apenas mais responsável. Tenho certeza que assim que ele vir a gente curtindo, ele vai pegar uma cerveja e ir a caça com a gente, afinal, faz tempo também que Aioros não dá “umazinha”. — Aioria respondera e todos caíram na gargalhada, sem perceber a aproximação do mais velho.

— É mesmo Aioria?! — o castanho volveu, fazendo todos se calarem e ficarem estáticos. — Bom saber que você se preocupa com a minha vida amorosa. — respondeu sorrindo e também colocando sua mala no carro.

— Não é que eu me preocupe, mas acontece que você é meio paradão. — respondeu Aioria, fazendo ele lança-lhe um olhar risonho por sobre o ombro.

— Tu que pensa moleque, mas claro que eu não vou sair por aí propagandeando, né?! — todos riram com o dizer de Aioros, que fez o caçula negar com a cabeça.

— Ah, Aioros, mas você bem que podia ir com a gente… Com você no nosso time, vai chover mulher. — Regulus agora voltara a falar.

— É mesmo, é tu num se garante não?! — Kaiser cassoou, e recebeu um soco do outro leonino.

— Está quase tudo pronto, preciso apenas pegar mais uma coisa lá dentro e partimos. — disse o Castanho, abrindo espaço entre eles e voltando em direção a escadaria.

Shaka ouvira tudo aquilo e revirara os olhos várias vezes com os comentários. Mesmo ouvindo baixo, ele sabia que a conversa enjoativa e pouco construtiva deles não o levaria a lugar algum, e ele precisava encontrar uma brecha para chegar.

Observou ao longe, um pouco triste, sua casa através daquele terreno de Coqueirais, e suspirou. Sua mãe ficaria louca quando descobrisse e seu pai possivelmente também, mas ele precisava fazer… E era agora ou nunca!

Levantou-se, tomando coragem para arrodear o galpão e ir ter com eles, e quando caminhando para isso, viu uma pick-up chegar arrastando pelo reboque uma outra pick-up. E logo, voltou-se a se esconder.

Aioria viu aquilo e ficou um tanto curioso, pois algo lhe dizia que não seria boa coisa que estava por vir.

Aioros desceu as escadas ao ouvir aquele barulho e deparou-se com o Coronel, que já o esperava a sorrir.

— Aioros, meu bom rapaz. Muito Bom dia para você. — cumprimentou estendendo a mão.

— Bom Dia, Coronel. À que devo a visita?! - o olhar do sagitariano já corria da expressão risonha dele para o carro aparentemente quebrado no guincho.

— Veja bem meu rapaz, esse é outro de meus carros que quebrou esses dias. Essa desgraçada simplesmente se escafedeu. Tá precisando de tudo o que é reparo, e desta vez, eu vou lhe pagar em dinheiro vivo. — continuou a falar aquele homem enquanto o mais velho já sentia o olhar repreensor do irmão em suas costas.

Aioria sabia que o irmão nunca rejeitava um trabalho, mas o problema é que este aparecera logo em um momento crucial para ele. A expressão do leonino era um misto de curiosidade, preocupação e raiva, pois ele começava a sentir sua viajem “amarelar”.

— O Senhor veio em uma hora complicada Coronel, veja bem… — virou-se apontou para os meninos. — Eu estou praticamente de saída para uma viajem e… — não conseguiu terminar, pois fora interrompido.

— Veja bem meu rapaz, eu entendo bem, mas acontece que eu realmente preciso que essa caminhonete funcione antes do final desse Verão. Eu sei que deves estar saindo, mais eu garanto que se tu trabalhar tão bem como trabalhou da outra vez, ela ficara pronta rápido. Afinal, o Galpão está vazio, só vejo a minha antiga Kombi e pelo visto destes um jeito na bichinha. Mas eu realmente preciso de seus serviços. — aquele homem era insistente, e Aioros sabia que não diria um não.

— Bem, e qual é o problema dela?! — queria avaliar para ver se o fazia no máximo em uma hora ou duas.

— Rapaz, essa menina aqui é complicada. Sempre que quebrava algo, com duas semanas depois outra coisa se quebrava, e por aí ia. Conserta uma coisa e se quebra outra. De tanto estar remendada, hoje resolveu quebrar tudo de uma vez. — esclareceu.

Aioros suspirou cansado, e olhou para Aioria por sobre o ombro, vendo a expressão dele se alterar para uma mais séria e marrenta assim como as de Regulus e Kaiser que perdiam aquele brilho jovial.

— Quais são esses problemas exatamente?! — perguntou coçando a cabeça.

— Ele tá com o disco de embreagem gasto; precisa de uma substituição dos pilões; o eixo de direção está quebrado; e precisa mudar a fiação toda. — disse o velho, fazendo Aioros suspirar pesadamente. — lhe pago até mil conto se conseguir.

O Sagitariano ergueu então o semblante e um leve sorriso brotou no seu rosto. Aquela oferta era realmente irrecusável.

— Fechado. — disse ele sorrindo, dando um determinado prazo para o Coronel que fechou negócio deixando a caminhonete em seu galpão e partindo enfim…

— Que merda foi essa?! — Aioria aproximou-se enraivecido, já pronto para o confronto.

— Aioria, ele me ofereceu mil. Eu não pude recusar. — respondeu.

— Não me interessa o quanto ele te ofereceu, temos essa viagem marcada a tempos. — começava a elevar o tom de voz.

— Se você se dispôr a me ajudar, podemos terminar tudo isso até o fim do dia e amanhã irmos. — volveu Aioros, tentando fazê-lo se acalmar.

— Amanhã?! Vamos perder um dia de viagem e ainda perderemos um dia de Carnaval. Será um dia de diversão a menos. Eu já esperei demais, com o prazo que tu pediu, podemos consertar isso quando voltarmos. — tentava convencer o irmão.

— Não, eu sou responsável. E vou fazer esse conserto agora. Vou subir, trocar de roupa e pegar as ferramentas. Sinto muito, mas é assim… — disse, vendo Aioria chutar bruscamente o pneu da caminhonete num acesso breve de Raiva.

— Merda! — murmurou o leonino.

Aioros suspirou e subiu, enquanto que Aioria andava de um lado para o outro visivelmente transtornado com aquilo.

— Calma Amigo, vai dar tudo certo. — Kaiser tentava acalmá-lo, mas era em vão.

Aioria abriu a porta da frente do carro, no lado do motorista e entrou. Bateu a cabeça algumas vezes no volante e mirou o olhar para a parte de baixo, onde ficavam os pedais. Ele mesmo ainda não acreditava que tudo pelo que tinha lutado nesses últimos tempos estava indo por água baixo apenas por uma decisão “politicamente correta” de seu irmão. Era frustrante e as expressões em seu rosto oscilavam e se contorciam de raiva e desesperança a cada segundo.

Viu a porta lateral da Kombi se abrir e seus amigos entrarem, aproximando-se dele e lhe tocando o ombro. Ambos mantinham expressões neutras, com breves sorrisos que tentavam passar algum tipo de conforto para ele.

Regulus iria falar uma coisa, mas ouviram um barulho de algo sendo jogado atrás deles em cima das demais malas, e ao se virarem e verem uma nova bagagem ali, Shaka entrou pela porta lateral, puxou o corrimão da mesma fechando-a e se sentou no banco.

— Podemos ir?! — perguntou com certa indiferença.

Regulus, Kaiser e Aioria olhavam uns para os outros totalmente confusos com aquilo e logo mais visaram o virginiano.

Os rapazes caminhavam com seus olhares de Shaka para a bolsa e da bolsa para Shaka, como se ainda estivessem se perguntando o que estava havendo.

O Virginiano arqueou uma sobrancelha como se perguntasse para eles o porquê de tanta surpresa e se iriam logo partir com o carro.

— Peraê… De onde você saiu?! Ele vai com a gente?! — perguntou Kaiser, virando-se para Aioria que deu os ombros, não sabendo responder.

— Sim, eu vou… Vocês vão para Saint Louisse e eu também. É apenas uma carona. — respondeu o loiro, com calma e certa frieza no olhar que ainda sustentava sobre eles.

— Pera, você vai de Carona com a gente até lá?! - fora Aioria que perguntara agora.

— Não exatamente, vou pagando… E muito bem pago. — respondeu na lábia, ponto a mão no bolso e tirando um maço de notas altas de dinheiro, o que tornou as expressões dos garotos ainda mais surpresas.

— Meu irmão falou com os seus pais?! Eles concordaram com isso?! — Aioria perguntou, desconfiando demais daquilo. Pois se estava planejado de Shaka ir, Aioros não lhe contara nada.

— Não e não! — foi direto na resposta, fazendo eles voltarem a se olharem assustados.

Shaka sorriu meio de lado. Teria que ter sangue frio ali, e precisava fazer de tudo para convencê-los. Cruzou as pernas e os braços, os encarando com um tom quase soberbo, que não os deixava muito confortáveis, mas o Virginiano preferia que fosse assim, pois somente então aguentaria a longa viagem.

— Eles, pelo menos, sabem que você está aqui?! — Kaiser perguntou.

— Não, eles não sabem… Então o lance é o seguinte. Eu ouvi o que seu irmão disse, e todos nós sabemos que ele não vai demorar só um dia para consertar aquele carro. — dizia ele, fazendo os meninos o ouvirem atentamente. — Vocês vão perder esse Carnaval se não partirem agora… A Decisão deve ser tomada já. Porque quando ele voltar, eu não quero ter que dar explicações e imagino que vocês também não…

Os leoninos estavam incrédulos com o que ouviram…

— Você está fugindo de casa?! — Kaiser perguntou, fazendo o olhar de Shaka recair sobre ele.

— Isso não importa, o que importa é que está nas suas mãos Aioria. — voltou-se para o outro. — Todas as coisas já estão aqui, não precisamos de mais nada. O Dinheiro para a viagem nós temos. Tudo que precisamos é que você dirija, e não me venha com desculpas porque eu sei que você sabe dirigir. — dizia convicto. Aioria até pensava em responder, mas fora cortado antes de falar. — Aioros não vai mais e vai tentar te dar uma desculpa para justificar. Mas você pode mudar isso… Basta ligar o carro e sair antes dele voltar. — atiçou.

— Você endoidou garoto?! Ta louco?! Como assim?! Se fizermos isso, estaremos ferrados. Porque é praticamente uma fuga de casa. — Kaiser se meteu, achando a ideia arriscada demais.

Shaka apenas o ignorou. Ele via que de todos ali, o mais velho seria o grande problema.

Ouviram então um barulho de passos vindo da escada, sendo de um Aioros que logo estaria ali.

— Achei que você fosse mais ousado Aioria… — declarou Shaka, já mais preocupado. — É agora ou nunca… Afinal… — sorriu… — não vai ter valido a pena se não fizer alguma loucura… Seja nesse Carnanal, ou na vida… — disse por fim, virando-se e olhando pela janela. A Sombra de Aioros já dava pra ser vista na escada.

Aioria ponderou por alguns segundos, vendo Regulus e Kaiser acenarem um “não” com a cabeça. Mas a visão de Shaka ao fundo e as palavras que ele dissera mexeram com o Leonino e algo dentro dele despertou.

— Não pense que me conhece! Porque não me conhece! — disse ele por fim, vendo Shaka encará-lo com firmeza e então virou-se, dando a partida na Kombi e arrancando.

Aioros ouviu o barulho de um carro e então desceu mais depressa, e quando chegou ao Galpão, a Kombi, somada a seu irmão e amigos havia sumido.

— Merda! — disse o Sagitariano, não acreditando em seus olhos.

Continua...


Notas Finais


*perdoem qualquer possível erro de digitação ou gramática. Se tiver algo errado, será alguma letrinha ou conjugação verbal/temporal escrita errada pela pressa. =p

**Muito obrigado desde já a todos que comentarem e favoritarem a história. Valeu ;)

***Nós vemos de novo em breve por aqui ou no próximo de LOVE SHOW... Valeu ;)


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