O segundo dia em Dortmund estava prometendo. Pierre Aubameyang iria almoçar na casa da família Reus. Marco havia pedido para Gertrud fazer filé com fritas, Pierre era um cara simples em seus hábitos alimentares, era apaixonado por esse clássico prato. Yvone e Melanie também tinham compromissos com suas amigas: passariam o dia fora matando as saudades. Manuela e Thomas tinham algumas coisas para fazer também, por mais que não tenham especificado quais.
─ Marco, eu e sua mãe passaremos o dia fora. Gertrud vai deixar o jantar na geladeira, ela vai aproveitar para visitar a família no final da tarde, ─ Disse Thomas durante o café da manhã
─ E vocês vão fazer o quê?, ─ Questionou Yvone enquanto bebia um pouco de suco
─ Coisas nossas, ─ Disse Manuela agora levantando-se, ─ Se comportem. Mario e Fabian, a casa é de vocês
─ Tenha um bom dia, Frau Reus, ─ Os irmãos Götze responderam em uníssono
─ Vocês também, queridos
Manuela dirigiu-se para a cozinha, queria pegar uma maçã e encher uma garrafa com água já que passaria o dia fora. Foi então que recebeu uma ligação.
─ Manuela Reus falando. Ah é? Mas isso é uma ótima notícia! Aquele cretino vai pagar! É mesmo? Isso, separe esses novos documentos, eu já já saio de casa e passo aí para pegá-los. Isso! Vamos botar aquele cretino na cadeia!
Mario Götze estava parado atrás de Manuela, ele estava indo levar os pratos para a pia, mas parou assim que ouviu a conversa. A senhora Reus então virou-se e o viu. Ele sorriu sem jeito e deixou a louça na pia.
─ Chloë, até já. Tschüss, ─ Manuela finalizou a ligação e cumprimentou Mario com um sorriso, mas logo deixou o cômodo
Mario não pensou que ser advogado pudesse ser interessante até ouvir a excitação na voz de Manuela em algo que só poderia ser um de seus casos. Ele estava voltando para a sala quando seu celular vibrou em seu bolso. Era o Christoph Kramer. Mario sorriu.
Chrikra: e aí, me conte tudo!
M. Götze: oi pra vc também! haha contar o q?
Chrikra: ahh n se faça de bobo! como tá aí com o marco? estão no mesmo quarto? ai diga q sim!
M. Götze: seu besta haha não, to no quarto com meu irmão
Chrikra: aff não acredito --’
M. Götze: hahahaha e vc, como tá aí com manu?
Chrikra: ai nem fala que já lembro da vergonha que passei
M. Götze: calma, não tem nem 2 dias que viajei e vc já pagou mico? kkkk
Chrikra: manu me chamou pra montar a árvore de natal com ele, a árvore era tipo a maior que eu já vi na vida! ele me pediu pra subir em uma cadeira, só pra vc ter noção!
M. Götze: vcs não alcançavam a árvore? :o
Chrikra: não kk e aí que eu subi em uma cadeira pra botar a estrela no topo…
M. Götze: vc caiu??? kkkkkk
Chrikra: tbm… eu me desequilibrei e sei lá, no susto me agarrei na árvore e levei ela comigo pro chão
M. Götze: vc derrubou a árvore toda montada??
Chrikra: e ainda quebrei um jarro e me arranhei todo
M. Götze: kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk socorro
Chrikra: isso, fica aí rindo…
M. Götze: desculpa, desculpa… mas gente, pq manu n subiu na cadeira? pediu logo pra vc…
Chrikra: engraçadinho
M. Götze: sabe que te amo <3
Chrikra: hm, sei sei. mas ei, vou me arrumar que manu já vai passar aqui pra me buscar!
M. Götze: ah é? vão fazer o que?
Chrikra: vamos patinar!
M. Götze: que deus tome conta… dos patins e do lago kkkkk
Chrikra: vai pegar seu namorado, vai
M. Götze: vou mesmo (6) hahah bjs, boa sorte
─ Tá com esse sorriso na cara por quê?, ─ Perguntou Marco enquanto descia as escadas
─ O Kramer… Acredita que ele derrubou a árvore de natal da casa do Manu?
─ Pergunta retórica né? Claro que eu acredito, ─ Disse Reus rindo
─ E tem mais! Hoje vão patinar!
─ Espero que o plano de saúde dele seja bom!
─ Hey, Mario, to indo na casa do David, devo voltar só de noite
Era Fabian. Ele e Mario estavam meio estranhos um com o outro por conta da conversa da noite passada. Mario cedeu à curiosidade do irmão e contou sobre Marco, mas Fabian não gostou muito disso.
─ Você tá mesmo pegando o Marco? Você virou viado?!
─ Fabian, foi uma coisa que aconteceu…
─ Você fala isso como se fosse super normal! Cara, você… Nossa mãe sabe disso?
─ Não
─ Eu nem sei o que dizer pra você…Mario, você ama o Marco?
─ Eu… Eu não sei, é muito cedo pra dizer isso
─ Vocês já... Dormiram juntos? Aliás, não me responda, não quero saber
─ Você está chateado comigo?
─ Eu não queria meu irmão nessa vida
─ Nessa vida? Ok, agora você está sendo um pouco preconceituoso…
─ A gente conversa outra hora ok? Tenho que pensar direito sobre isso
─ Fabian, eu ainda sou o Mario, o seu irmão… Isso não muda nada
─ Depois conversamos
Quando Fabian saiu, Marco e Mario foram sentar-se na sala. No sofá, Marco perguntou se tinha acontecido algo entre ele e Fabian, Mario desconversou falando que queria jogar videogame. Marco Reus entendeu que o menor não queria falar sobre isso, então apenas pegou um controle pra ele também.
Cerca de uma três horas mais tarde, Pierre liga para Marco:
─ Hey bro! Gertrud tá fazendo um filézinho do jeito que você gosta!
─ Ah! Não acredito que vou perder isso!
─ Como assim? Você não vem mais?
─ Você sabe que eu não cancelaria se não fosse importante né?
─ Porra, Auba… Qual foi que teve?
─ Meu irmão fraturou o tornozelo, caiu no gelo, sei lá que mer… Desculpa, mãe. Enfim, sei lá como aconteceu, só sei que estavamos aqui com ele na emergência, ele tá chorando como se estivesse mor… Desculpa, mãe. Marco, minha mãe tá aqui me dando umas olhadas, então depois a gente conversa, beleza? Passo aí amanhã! Foi mal!
─ Aff, tinha que ser o Claude. Tá, fazer o quê né? Manda um beijo pra sua mãe
─ Eu ia falar pra você mandar um beijo pro Mario, mas nem preciso mandar né?, ─ Disse Auba rindo
─ Idiota, ─ Marco agora ria junto
─ Amanhã sem falta!
─ Beleza!, ─ Marco guardou o celular e virou-se para Mario, ─ Auba não vem mais
─ Ué, o que houve?
─ Claude, o irmão dele se machucou, parece que fraturou o tornozelo e aí ele tá na emergência
─ Ele é pequeno?
─ Uns 7 anos, eu acho
─ Hmmm
─ Pelo visto você vai ter que passar o dia todo comigo…, ─ Disse Marco sorrindo de canto
─ Aff, que saco, acho que vou ver minha…
Marco já estava com os lábios colados aos de Mario, impossibilitando assim o mais novo de completar sua frase. As bocas se abriram, as línguas se encontraram, se cumprimentaram e dançaram. As mãos corriam pelos cabelos, braços e pernas. Buscavam contato, buscavam pele, buscavam mais. O beijo durou bons instantes até que Mario conseguisse se desgrudar dos lábios finos do mais velho.
─ Gertrud tá aí, Marco!, ─ Mario sussurrou
─ E logo mais não estará…, ─ Marco depositou um selinho nos lábios de Mario e levantou-se, ─ Vou avisar que Auba não vem mais, ela vai ficar arrasada
Mario Götze permaneceu sentado no sofá até que Marco enfim voltasse, ele estava sorrindo.
─ O que foi?, ─ Indagou o mais novo
─ Gertrud já terminou o almoço, vai só terminar de fazer o suco que minha mãe pediu. Depois disso a casa é só nossa…
─ Aff, vou ter que passar o dia todo aqui com você é?, ─ Disse Mario revirando os olhos
─ Pode sair, se quiser então. Eu vou ficar aqui… Sozinho… Esperando você voltar…, ─ Disse Marco fazendo biquinho
─ Não vai me atingir com esse drama de quinta
─ Veremos
Não demorou muito para os dois resolverem almoçar, não demorou muito também para Gertrud Steiner ir visitar a família. Não demorou muito para Marco Reus e Mario Götze ficarem sozinhos em casa.
─ Vem, quero te mostrar uma coisa, Sunny
─ Para onde estamos indo?
─ Meu quarto
Mario sentiu um frio na barriga ao ouvir as palavras de Marco, mas continuou seguindo-o escada acima. Era a última porta do corredor, Marco a abriu e adentraram o cômodo. Os olhos de Mario corriam pelas paredes azuis, pelos adesivos na janela, pelos carrinhos de brinquedo que jaziam na estante, pelas fotos de um pequeno Marco Reus. Mario agora estava olhando as fotos mais de perto, um sorriso estava estampado em seu rosto.
─ Onde foram parar essas bochechas que você tinha?
─ Ha! Engraçadinho
─ Mas e aí, o que você queria me mostrar?
Marco Reus aproximou-se então de Mario Götze, pousou seus abraços nos ombros do menor e um beijo delicado foi iniciado. Os lábios se encontraram, logo depois as línguas. Dançaram em um ritmo suave, mas profundo. As mãos de Mario agora subiam pelas costas do mais alto, ora acariciando-as, ora puxando Marco para mais perto de si. Marco então pausou o beijo e, sorrindo, ele sussurrou:
─ Isso
Os lábios finos de Reus agora traçavam um caminho pelo pescoço de Götze, às vezes marcando-o, às vezes beijando-o carinhosamente. Suas mãos desceram para a cintura de Mario, logo empurrando-o contra a parede. Mario estava de olhos fechados, sua respiração estava cada vez mais acelarada, assim como seu coração. Ele estava adorando.
As mãos de Marco agora aventuravam-se por dentro do suéter de Mario, a sensação das mãos frias com a pele quente fez o menor arrepiar-se ainda mais com o toque. Marco voltou a beijar Mario, mas dessa vez era um beijo com gosto de urgência. O ritmo não era mais suave, era rápido, alucinante. As mãos de Mario agora estavam nos cabelos do mais velho, os dedos percorriam os fios com agilidade, ora puxando-os, ora acariciando-os.
Marco separou seus lábios dos de Mario, os dirigiu para o lóbulo esquerdo do mais novo. Língua, dentes, gemidos. O ar dentro do quarto era outro, os dois garotos estavam se conhecendo, descobrindo o que cada um deles gostava ou não. Não demorou para irem para a cama.
─ A gente pode parar quando você quiser, ─ Disse Marco depois de ter tirado o próprio suéter
─ Eu não quero parar, ─ Mario disse e rapidamente despiu-se
─ Eu te amo, ─ Disseram em uníssono, o que os fez sorrir
Os lábios se juntaram novamente, as peles, nuas, se tocaram pela primeira vez. A excitação do toque era palpável. E ali, no quarto em que Marco Reus passou boa parte de sua vida, os dois amantes foram um só pela primeira vez.
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