Eu não entendi o que aconteceu. Primeiro estávamos em uma cidade do Brasil fugindo da polícia, agora estamos na frente da mansão que por acaso fica perto de Massachusetts. Jeff está confuso tentando procurar a polícia, Sally está quase chorando talvez porque finalmente voltou pra casa, Jane e Nina estão amarradas na grama, elas devem ter caído do porta malas na hora do teletransporte.
- Okay, pode dizer o que aconteceu, Slender? – pedi saindo do carro.
- Tudo bem, Norman. Eu consegui trazer vocês nos últimos segundos antes de baterem na parede daquele beco.
- Mas você não tava fraco? – perguntou Jeff.
- Sim, mas eu fiz a ressonância com meu irmão, nós temos poderes diferentes, mas se unirmos nossas forças algum determinado poder que usarmos vai acabar ficando mais poderoso. – explicou o tio Slendy.
- Ah, tá. E eu nem sabia que você tinha irmão.
- Na verdade, pequeno Norman, eu tenho três irmãos!
- TRÊS? – gritei surpreso.
- Eu só sabia do Offender, mais dois irmãos é novidade pra mim. – disse Eyeless Jack.
- Talvez vocês cheguem a conhecê-los no futuro, mas agora vamos entrar logo que eu tenho que fazer algo para comermos.
- NÓS VOLTAMOS! – gritou Sally entre lágrimas.
- Calma, já passou! – falou Jeff afagando a cabeça de Sally, que parecia tentar engolir o choro.
Jeff e Sally continuaram no carro e foram até a garagem, depois de colocar o carro para dentro eles voltaram, Sally parecia estar chorando menos. Depois fomos todos para dentro de casa.
- Oi, pessoal. – falei entrando com o resto.
- OI, NORMAN! – Liu e os outros gritaram vindo me abraçar.
- Oi. pessoal. – falou Offender atrás de mim o que fez todos pararem.
Jeff me puxou com tudo e eu vi várias facas voando onde antes eu estava, depois eu percebi que eram as garotas que estavam jogando as facas na direção do Offender.
- SAI DAQUI, DEMÔNIO! – gritou Clockwork jogando um machado nele.
- MEU MACHADO. – gritou Ticci Toby. Jeff colocou uma música do titanic no celular e o momento combinou perfeitamente.
- MORRE, DIABO! – gritou Nina jogando duas facas nele. Quando ela se soltou?
- Sai daqui, peste! – girtou Jane. Pelo visto ela também se livrou das cordas.
- C-Calma meninas. – falou Offender segurando as facas com os tentáculos. O machado ele não iria conseguir segurar então se abaixou e o tentáculo quebrou a porta.
- A MINHA PORTA! – gritei desesperado.
- Calma Norman, eu conserto mais tarde. – disse Slender para a minha felicidade. – Quanto ao meu irmão ele vai ficar aqui sim, pois não tem aonde ele ficar!
- Slender, ele tentou me estuprar quando eu estava dormindo! – falou Clockwork muito irritada. Espera um pouco, ele tentou O QUÊ?
Se o tio Slendy tivesse olhos eles estariam arregalados igual aos meus e o do resto do pessoal para o Offender.
- Eu só queria acordar ela! – defendeu-se Offender Man.
- Esquece, seu lugar é na rua. – disse Slendy tranquilamente enquanto arrastava o irmão para a porta agora destruida.
- E-Espera, irmão. Eu não vou fazer nada, eu juro. Me deixa ficar, por favor. – implorou Offender.
- Norman? – Slender olhou para mim.
- Hm… bom. – sinceramente eu não queria que um cara perigoso como ele ficasse na mansão, mas estamos falando da família do tio Slender. Expulsá-lo e logo depois dele nos ajudar não seria legal, mas também ele tentou fazer uma coisa horrível com a Clock e é justamente o trauma da Sally. Talvez... – Vamos dar uma chance a ele.
Eu falei meio receoso e com razão, as garotas olharam para mim com descrença.
- Ele vai ficar? – Sally abraçou o próprio corpo e deu dois passos para trás.
- Mas você vai ficar sob constante vigilância, vamos colocar medidas de segurança na área do quarto das meninas e todos tem permissão para usar armas contra você caso se sintam ameaçados ou queiram proteger alguma garota. Esses são meus critérios.
- Obrigado, garoto. Você é um anjo que surgiu na minha vida! – gritou Offender me segurando com os braços e girando.
- Offender, espero que você siga as regras do gerente a risca. – Slender com os tentáculos me tirou do abraço do Offender e me colocou no chão. – Todos aqui largaram a vida passada para tentar viver como pessoas normais! É por eles que eu não te expulsei imediatamente dessa mansão!
- Okay, vou pintar meu carro, alguém para me ajudar? – perguntou Jeff puxando um saco de batatas. Não duvido se ele fez isso para amenizar o clima estranho que estava ficando.
- Aqui, eu! – Sally se ofereceu levantando a mão alegre.
- Eu também vou, quero melhorar minha relação com o carro, assim vou conseguir fazer ele ficar mais rápido. – falou BEN acompanhando Jeff e Sally para a garagem.
- Bom, vou assistir TV. – avisou Jack indo para a sala.
- Vou com você. – disse Nina.
- Eu também, vamos Liu? – chamou Jane, Liu foi com ela.
- Bom, eu acho que vou com eles. – Offender foi em direção a sala, mas o tio Slendy o segurou.
- Você vem comigo, vai escolher um quarto, de preferência bem longe do quarto das meninas e depois vai me ajudar a limpar a mansão e lavar os pratos. – disse Slender.
- Eu preciso mesmo arrumar tudo?
- Você tem dinheiro para pagar o aluguel?
- Não.
- Foi o que eu pensei, vai pagar servindo de empregado me ajudando em tudo.
- Que punição.
- Bom, acho que vou para o meu quarto. – falei para ninguém em especial.
Fui para o meu quarto que dessa vez estava vazio, que milagre. Fui em direção a cama, mas antes de chegar nela eu escutei um ruído. Olhei para trás e não tinha ninguém, olhei para a janela e para os lados, mas não via ninguém. Até olhar para cima do meu guarda roupa e ver uma gartota aparentemente da minha idade, um pouco mais alta que eu. Ela tinha cabelo castanho claro e olhos vermelhos, tinha um sorriso meigo e balançava suas pernas como uma criancinha. Seus braços pareciam meio queimados igual seu vestido que parecia mais um pano queimado. Olhei novamente para as pernas e vi que os pés pareciam transparentes, foi aí que eu me dei conta do que ela era.
- BUUU.
- AHHH, fantasma. – falei assustado.
- Sim, e eu assombro essa casa! – disse ela descendo do gauarda roupas e se aproximando de mim.
- Espera, você vive nessa casa? – perguntei confuso.
- Sim. – respondeu ela simplesmente.
- Comigo?
- Sim.
- Então você é tipo a minha namorada. – falei abraçando ela.
- Não, espera… me solta! – disse ela calmamente me empurrando para me soltar dela. – Espera, você não tá assustado.
- Não, por quê?
Ela ficou olhando para mim como se eu fosse um ator famoso, seus olhos pareciam brilhar.
- Você foi o primeiro…
- Eh?
- Você foi o primeiro humano vivo que não se assustou e correu ao me ver! – disse ela. – Prazer, meu nome é Jenny, J-E-N-N-Y!
- Meu nome é Norman, o prazer é meu. – falei cumprimentando ela. – Vem, vou te apresentar para os outros.
- O-Outros? – ela pareceu hesitante.
- Relaxa, são só assassinos…
- Assassinos? – agora ela parecia assustada.
- Aposentados! Eles não matam ninguém mais, e você é um fantasma, porque tá assustada? – perguntei confuso.
- Não sei também.
- Então vamos, Jenny.
- Okay. – ela sorriu pra mim. Eu peguei na mão dela e a guiei até a sala onde todos estavam. Vi Slendy falando algo com Offender, fui até ele e apresentei a Jenny.
- Então você se chama Jenny, morreu em um incêndio e se tornou um fantasma… – refletiu Slender.
- Na verdade, não foi um incêndio, a borda do meu vestido tocou fogo por ter tocado na fogueira, tava muito frio naquele dia e eu pensei em me aquecer um pouco, infelizmente meu vestido pegou fogo e eu morri queimada. Por outro lado, me tornei fantasma e tenho pirocinese.
- Uau. – Slender, Offender e eu dissemos surpresos.
- Você vai se hospedar aqui então, tipo, realmente? – perguntou Slender.
Jenny olhou para mim e depois sorriu.
- Sim. Gerente, por favor, me aceite como sua inquilina. – ela fez uma reverência.
- O-Okay, vamos nos dar bem, Jenny.
- Sim. – disse ela voando.
Em um dia minha mansão ganhou mais dois hóspedes, passamos por poucas e boas e eu ganhei uma nova amiga, sem falar que agora tem o Offender que parece que vai deixar a mansão mais animada...
- A MINHA CALCINHA SUMIU! – gritou Jane irritada. – EU VOU TE MATAR, OFFENDER!
Offender olhou para mim e o tio Slendy desesperado.
- Mas eu nem saí do lugar.
Ou ele vai deixar esse lugar mais barulhento mesmo.
Antes eram só assasinos, agora eu também hospedo fantasmas, o que será que eu hospedarei aqui também? Bom, não importa. Sinto que daqui pra frente só vai ficar mais divertido, mal posso esperar pelas novas aventuras. E aqui acaba a história de como eu me meti em uma louca e perigosa, mas divertida, aventura ao lado de assassinos aposentados com um carro roubado em um país estrangeiro chamado Brasil.
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