Ok, sem desespero. Ele não devia estar longe, pensou Peter, até porque ele mal tinha acabado de chegar e não podia voar... Ou podia? Bom se ele puder e tiver saído, Thor iria matá-lo e Tony o reviveria com tecnologia apenas para matar novamente.
Ele olhou ao redor da sala, embaixo da mesa de centro, atrás do sofá e da televisão, nos armários do rack. Embaixo da mesa de jantar e no quarto. Ótimo, ele bagunçou novamente o que havia acabado de arrumar. Ele olhou no banheiro, na cozinha, no quarto de May e logo entrou em desespero. De tanto gritar seu nome, já não tinha mais sentido.
Sua esperança era sair pelo bairro perguntando se alguém tinha visto uma criança fofa de olhos verdes e cabelos pretos andando – ou voando – por aí. Ninguém nas redondezas o viu. Talvez tivesse sorte se ligasse para Tony, contasse que perdeu a criança, o homem o ajudasse a encontrar. Mas ele não podia atrapalhar a missão com isso, eles confiaram nele para tomar conta do menino, e ele não podia dizer que perdeu ele em menos de 1 minuto assim que saíram do apartamento.
A alternativa era chorar, então ele voltou para a casa, aceitando que mesmo que estivesse longe dela, não o encontraria facilmente, já que o garoto criava ilusões e poderia muito bem estar invisível em qualquer lugar. Talvez ele devesse passar o resto do tempo pensando emcomo contar para Thor que perdeu seu irmão. E talvez preparar seu testamento.
Quando chegou em casa, qual não foi a surpresa ao ouvir uma voz infantil em um tom choroso o enchendo de perguntas entre soluços.
— Onde estava? Meu irmão resolveu me deixar aqui para eu ficar sozinho? Você é um idiota, sabia? Não gosto de você! Cadê o Thor? Eu quero o Thor.
Peter suspirou aliviado e foi até o menino, que estava em cima do balcão da cozinha, coberto de farelos de biscoito, e o pegou no colo.
— Onde VOCÊ estava? Te procurei por toda parte, garoto. Estava preocupado. Não me ouviu te chamando?
O menino começou a puxar o catarro que escorria de seu nariz de volta, enquanto tentava parar de chorar e soluçar para finalmente falar:
— Não dá pra ouvir nada de dentro do armário. Eu queria pudim mas a alça da sua geladeira é muito alta, então vim pegar biscoitos. E você continua sendo um idiota, devia ter olhado aqui! Eu quero o Thor! – Ele concluiu sua fala mordendo o ombro de Peter, e balançando os pés pedindo para ser solto, o adolescente apenas o apertou mais forte e murmurou algumas desculpas enquanto levava o pequeno para a sala a o deixava no sofá.
— Não saia mais da minha vista. Se quiser pudim, ou qualquer outra coisa, é só me pedir que eu dou para você. Ok?
O menino o encarou por alguns segundos novamente e acenou com a cabeça, o rosto manchado de lágrimas agora estampava um pedido silencioso de desculpas, e o rosto do rapaz, antes coberto de preocupação, demonstrava um pequeno sorriso de compreensão e perdão. O mais velho então pediu licença e começou a ir para a cozinha, mas parou no meio do caminho ao ouvir uma voz baixinha e triste:
— Você me abandonou aqui sozinho, não vai fazer de novo?
— Eu prometo, não vou. Mas vou pegar gelo para essa sua mordida. Pode me esperar no sofá ou vir comigo, mas se sumir da minha vista vamos ter uma conversa séria.
—Vou com você e você pega pudim!!
— Combinado. – ele sorriu, pegando o mais novo no colo novamente e fazendo seu caminho até a geladeira.
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