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História Mártir - Estrela cadente


Escrita por: ClotsQueen

Notas do Autor


Oieee!!

Temporada terminada e devo dizer que não mudei nada do que eu já havia escrito, a novelinha Heiman terminou mais ou menos como eu esperava (na melhor das hipóteses), o Style também me agradou muito... no geral foi uma boa Season Finale, posso dizer que estou devidamente satisfeita!

Este capítulo da fic vai preparar vocês para o final, o qual eu ainda não escrevi, vou pensar mais um pouco a respeito e ver o que vocês me dizem também!

* A imagem de capa foi feita por mcnuggyy, e eu adoro essa artista, seriamente! *

BOA LEITURA!!

Capítulo 4 - Estrela cadente


Fanfic / Fanfiction Mártir - Estrela cadente

 

 O caminho até a Residência dos Broflovski foi rápido, Kyle percebeu uma ou outra pessoa randômica na rua lançando olhares para ele, todos na cidade sabiam que Heidi era “a garota de Cartman”, a primeira rodada de namoro dos dois ainda crianças, assim como seu desfecho e término, foi assunto na cidade por muito tempo mesmo depois do final, assim, Kyle estava consciente de que as pessoas poderiam julgá-lo, mas ele não seria o primeiro judeu a ser julgado nesta vida, e não seria o último a ser crucificado também.

— Chegamos!

Kyle anunciou, Heidi ficou parada ao lado dele enquanto o ruivo girava a chave na porta, eles entraram e gentilmente Kyle apanhou o casaco de Heidi, pendurando-o no cabideiro da entrada.

Heidi tirou as botas de camurça e ficou encarando o aparador de sapatos, havia diferentes pares de calçados ali, femininos e masculinos, ela colocou as botas ao lado do par de Converse Azul impermeável de Kyle, as botas dela pareceram pequenas quando Kyle observou.

— Vou pegar um calçado para você lá em cima, tenho alguma coisa que deve servir em você. — Kyle ofereceu. — Quer sentar ali no sofá enquanto me espera? Não vai levar nem cinco minutos.

— Obrigada.

Ela sorriu agradecida quando Kyle correu escadas acima, não passou muito tempo até o ruivo voltar com um par de pantufas de tigrinho, pareciam bem gastas e adoráveis, Heidi não pensou duas vezes antes de colocar os pés dentro disso, quando se ergueu do sofá os olhos verdes de Kyle estavam fixos nela, Heidi sentiu-se corar.

— Eram minhas, anos atrás, mas deixaram de servir e mamãe esqueceu de mandar para a caridade. — Kyle explicou coçando atrás do pescoço.

Heidi esticou os dedos dos pés já sentindo os pés aquecerem dentro do calçado confortável.

— Vamos começar? — Ela convidou segurando as mãos e balançando-se nos calcanhares experimentando o calor das pantufas.

Kyle levou um minuto inteiro para processar.

— Ah. Ah! Sim, é claro! — Então ele coçou a nuca um pouco desconfortável. — Uh. Bem, estou morrendo de fome, não se importa se comermos algo?

— Só uma bebida, Kyle, ou vamos atrasar esse trabalho.

— Vai ser rápido, prometo! — Kyle jurou pegando a mão dela, puxando-a para a cozinha.

Ele não se sentiu invasivo, era exatamente como faria com Stan se ele estivesse ali, o ruivo apontou um banco alto na ilha e pediu que Heidi fosse abrindo o livro e caderno, a garota pegou lápis e borracha também, leu atentamente as instruções da experiência que fariam, e começou a rabiscar fórmulas enquanto Kyle jogava em um liquidificador leite de soja, morangos, aveia e adoçante.

Em segundos um copo estava ao lado de Heidi e Kyle já tomava o dele sem pestanejar, ela provou e ficou satisfeita por não ser nada de origem animal.

— Acho que já tenho uma ideia sobre esta fórmula, vamos montar isso? — Heidi comentou.

Kyle lavou o copo dele e o liquidificador na pia, em seguida dispôs os ingredientes do experimento na bancada em frente aos olhos de Heidi.

— Certo, vamos fazer isso.

Kyle declarou muito perto de Heidi, ele puxou os elementos e começou a misturá-los, Heidi tentou ficar atenta às misturas.

— Nós vamos misturar o permanganato com 100 mL de água, ela fica assim... totalmente violeta, em seguida vamos misturar metade da quantidade de água dos outros ingredientes líquidos, ou seja, colocaremos 50 mL de vinagre... misturamos, e em seguida 50 mL de água oxigenada, mexemos tudo com uma colher...

Heidi observou, a cozinha da residência Broflovski estava muito silenciosa, apenas a voz de Kyle aquecendo o ambiente, uma das mãos dele segurando o copo enquanto a outro movia a colher, até que o líquido violeta escuro, ficou totalmente transparente.

— A cor sumiu por completo! — Ela observou, analisando os ingredientes utilizados. — Interessante, deixe-me pensar como isso aconteceu.

Heidi tomou um golinho da sua bebida, os olhos de Kyle estavam presos a ela.

— Exatamente, precisamos de uma explicação química agora! — Kyle falou puxando o caderno de anotações. — Vamos tentar chegar a algo por nós mesmos.

Heidi observou os ingredientes, fez anotações sobre a composição química, utilizou as fórmulas, e começou a caminhar em torno de Kyle.

— Ao entrar em contato com a água, o permanganato de potássio se decompôs formando íons de potássio e permanganato. O primeiro é positivo e o segundo é negativo... — Heidi anotava caminhando, enquanto Kyle também fazia anotações. — Na hora em que o permanganato se misturou com o vinagre e com a água oxigenada, ele perdeu um oxigênio e virou um íon manganês, que é completamente transparente. Por isso a nosso mistura se tornou um líquido sem cor!

Kyle sorriu, não esperava menos de Heidi, ele terminou de anotar e pegou o livro, lendo o que estava escrito lá descobriu que a lógica da colega estava absolutamente correta, e ela até explicara melhor.

— Precisamente, você percebeu tudo com exatidão, Heidi!

Feliz e orgulhosa de si, a garota se jogou euforicamente nos braços de Kyle, pego de surpresa, ele ficou sem jeito por um instante, mas em seguida acariciou o alto da cabeça dela, ainda resguardada pela touca que ela usava, mas o contato foi rápido, quando Heidi percebeu se empurrou do peito de Kyle, virou o rosto e, envergonhada, correu até as escadas falando algo sobre precisar ir ao banheiro.

Kyle deixou os braços caírem ao longo do corpo, ele esperou alguns minutos enquanto organizava a bagunça que fizera com o experimento, terminou anotações e reuniu o material de Heidi, de repente se passaram muitos minutos, e era tempo demais esperando-a, ele então decidiu ir atrás dela.

O ruivo subiu as escadas, e atento ouviu no corredor os soluços vindos do banheiro, ele foi até o quarto e largou a mochila de Heidi com a sua, depois voltou batendo de leve na porta.

 

 

— Olá... Heidi... você está okay?

O silêncio tomou o outro lado da porta, Kyle achava que talvez Heidi não quisesse falar sobre o motivo pelo qual chorava.

— Heidi, você pode sair, vamos conversar no meu quarto... precisamos... ah... concluir o que pensamos... sobre a experiência.

Então a porta do banheiro se abriu, os olhos de Heidi estavam vermelhos e úmidos, ela não estava mais com a touca e seus cabelos caíam emoldurando seu rosto choroso.

— Eu sou como o permanganato... me misturei tanto que não tenho mais personalidade... sou tão burra... como deixei isso acontecer outra vez, Kyle? Todos me falam o tempo inteiro, e mesmo assim... sou tão estúpida, não sou?

Ela saiu do banheiro e parou em frente a Kyle, ele a observava sem uma reação objetiva, ela estava se comparando com um elemento químico e ao mesmo tempo dizendo que era estúpida... o quanto essa garota estava abalada fazia o peito de Kyle doer.

— Você acabou de solucionar uma reação química, fizemos um projeto em menos de uma hora porque você tem um raciocínio magnífico... como pode dizer que... por Abraão... venha aqui...

Ele a puxou pela mão a levando ao seu quarto, não queria que sua mãe chegasse e encontrasse uma garota em lágrimas no corredor, Sheila Broflovski ficaria horrorizada e automaticamente culparia Kyle por fazer uma moça tão linda chorar.

— Ele... ele disse que vou precisar recompensá-lo pelo tempo que estou aqui hoje... disse que não é certo porque você me tirou dele uma vez.

— Nós éramos crianças! — Kyle rebateu, em seguida se acalmou, precisava manter-se tranquilo. — Olha, Heidi, você quer estar aqui? Agora? Fazendo este projeto?

— Sim... — ela soluçou baixo. — Eu... fazia um tempo que não me sentia tão feliz com uma coisa boba... e que está relacionada só a mim, algo meu, mesmo sendo um projeto de Ciências tolo.

Eles estavam parados no meio do quarto, Kyle a encarou.

— Não pense que está errada em estar aqui, ou em qualquer outro lugar, fazendo o que quer que seja que queira fazer, Heidi. — Kyle se aproximou, cautelosamente, as lágrimas voltaram a descer silenciosas no rosto de Heidi. — Ficar orgulhosa por conseguir explicar uma reação química, isso é bom, é como você é, sempre foi boa em achar explicação para as coisas, ou pelo menos você sempre buscou a explicação.

Heidi mordia os lábios, já estavam inchados deste ato repetitivo, Kyle colocou uma mecha de cabelos para trás da orelha dela, tentando manter-se numa distância segura, mas não sendo frio.

— E continuo fazendo isso... com o Eric... — Ela fungou, o nome do namorado saiu baixinho, como se fosse uma declaração vergonhosa, Kyle a ouviu atentamente, sem julgar. — Pensei que ele tinha mudado depois daquela época quando éramos crianças... conheço os defeitos dele, mas quando ele veio até mim outra vez, depois que nenhum outro relacionamento deu certo antes... ele estava tão mudado, tão maduro... eu achei...

Kyle sentou-se na cama e Heidi o seguiu, a voz dela era baixa, dolorida, era como se doesse falar.

— Ele me fazia sentir perfeita, especial... amada como ninguém fez, ele era atencioso, generoso e me apoiou, elogiou, ele me acariciou e... deus... — Ela afundou o rosto nas mãos, a voz soou abafada. — Ele amava tudo sobre mim, e fazia tudo para mim, tão incrivelmente... ele parecia tão apaixonado... me encantei e me apaixonei por ele, outra vez... e desta vez foi ainda mais fatal... então... ele começou a querer mais de mim...

Kyle apertou os olhos, não queria ouvir isso, doía, mas não era sobre ele.

Era sobre ajudar Heidi, e ela parecia incrivelmente pronta para falar.

— Eu não concordei no início... com... coisas que ele queria... sabe... então ele começou a me culpar... ele sumia sem dar notícia, às vezes não falava comigo na escola, não respondia minhas mensagens... ele até me traiu... com uma garota do Raisins...

A garota soluçou humilhada, Kyle não sabia o que fazer, mas quando ela se inclinou tocando a testa no peito dele, Kyle não pôde resistir em alisar as costas dela em meio aos soluços.

— Ele falou que eu era a culpada, recitou todas as minhas falhas nos últimos dias e meus defeitos perenes...  Mesmo que eu dissesse que ia tentar melhorar, ele não se importava... e quando pensei que terminaríamos, ele decidiu que não, ele falou que a traição foi apenas para me castigar pelos meus erros... todos os dias ele usa alguma falha minha... contra mim... e agora ele tem me pressionado para fazer algo especial no aniversário dele... mas... não estou pronta... não quero...

Um silêncio ecoou no quarto, Kyle mordeu o interior da bochecha para ajustar suas palavras e conter sua ira.

— Não faça nada que não queira, Heidi. — Kyle falou apertando os olhos, a realização de que a situação era muito pior do que ele esperava. — Você não tem obrigação.

— Nem sei se ainda o amo...

Outro silêncio, Heidi não o olhava nos olhos, a voz estava abafada no peito de Kyle, as lágrimas molhando sua camiseta.

— Tudo bem, por que não tenta ficar um tempo afastada para pensar...

Ela negou com a cabeça.

— Tenho pensado nisso ultimamente, mas... me sinto sozinha sem ele... por causa deste namoro todas as minhas amigas me evitam. É como Eric diz, “elas não podem lidar” com o meu temperamento.

Pela primeira vez, Kyle sorriu.

— Você não tem um temperamento ruim assim... e sei o que estou falando, não sou a mais cândida flor.

Heidi ergueu os olhos e sorriu um pouco, parecia pensativa por um momento.

— Ninguém pode me ajudar.

Kyle a apertou rente a si, ela cabia em seus braços tão perfeitamente, ele beijou os cabelos castanhos brilhantes.

— Eu quero ajudar você, Heidi, posso ser esse amigo que a escuta, quero apoiá-la. — Ele falou baixinho, a experiência de Química totalmente abandonada. — Não suporto vê-la assim, você é tão boa, linda e inteligente, você merece se sentir melhor.

— Quero me sentir melhor... — Ela sussurrou, como se fosse um pedido a uma estrela cadente.

Os olhos dela abriram e Kyle percebeu eram de um tipo diferente de verde, com nuances azuis e amarelas, eram olhos tão lindos mesmo brilhantes de lágrimas.

E esses olhos estavam tão próximos, e então, fecharam-se.

 

Antes que Kyle pudesse reagir, a boca macia de Heidi estava unida a dele, o coração do ruivo bateu agitado quando a língua dela forçou-se entre os lábios dele, e não sendo capaz de rejeitá-la, Kyle separou os lábios permitindo que ela explorasse seu interior.

O beijo foi calmo e quente, não era o primeiro de Kyle, mas ainda assim tão doce... Heidi subiu as duas mãos nos ombros do ruivo e o puxou para si, os dedos dela brincaram na nuca dele quando ela tentava aprofundar o beijo, e de repente o cheiro dela estava por toda a parte...

 

E era demais.

 

Kyle afastou-se tão delicado e cavalheiresco quanto ele poderia ser, Heidi tentou escapar por um momento, mas ele a segurou gentilmente.

A garota gemeu envergonhada, Kyle estava ainda tentando respirar, concentrado em fazê-la sentir-se acolhida.

— Que droga... sinto muito, Kyle... Eric me avisou disso... meus hormônios... continuam loucos...

— Está tudo bem. — Ele murmurou alisando os cabelos dela, ainda a mantendo segura em seus braços, o calor das lágrimas dela lavando a frente da camiseta dele.

O choro da menina diminuía pouco a pouco, por cima do ombro dela Kyle viu o celular de Heidi brilhando com notificações, era como se Cartman apenas soubesse.

Ela se afastou observando constrangida os braços de Kyle rente a si, o ruivo baixou os braços liberando-a do aperto e Heidi sentiu imediatamente a falta do conforto e do calor dele.

— Obrigada, Kyle, apenas... sinto muito... por jogar tudo em você...

— Não se preocupe... sou forte...

 

Ele esperava que fosse verdade.

 


Notas Finais


Oieeee!!

E então, o que vocês tem a dizer?

COMENTEM!!

Em breve o último capítulo, mas antes aguardo os reviews de vocês!

Mil Bjs,
Vivi


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