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História Masquerade - Limites Traçados


Escrita por: itsbrunnalaynemiran

Notas do Autor


Ooii! Tuto pom kom voxês?

Chegueeei!

E cheguei trazendo mais um cap totoso pra vocês.🙃💕
Sério gente, estou muuuito feliz com a recepção de todos nesse meu novo projeto. Sei que é repetitivo eu ficar falando isso, mas não posso deixar de agradecer pelo apoio e carinho que sinto a cada cap que venho postar.🥰❤️

Vamos aos trabalhos?😉
Let's Go peoples!

Divirtam-se my littles.😘

Capítulo 7 - Limites Traçados


Fanfic / Fanfiction Masquerade - Limites Traçados

O bruxo estava exausto, e com mais fome ainda.

Quando o encontraram ainda estava por fazer seu assado, e nem sequer teve o vislumbre da carne em seu estômago.

No fim daquele dia ele teve que fazer uma outra "refeição" ao qual lhe fez gastar mais energia do que repor.

Mas para seu alívio recompensador, foi assim que ele acordou aquela manhã, com o cheiro maravilhoso de um assado e frutas.

Espreguiçando-se, logo sentiu a falta do calor de um corpo ao qual ele havia ajeitado para que pudesse dormir em seus braços. Ele estava mesmo cumprindo o que havia pensado sobre aproveitar cada segundo antes que aquilo tudo acabasse quando o bardo fosse tomar consciência de tudo, tanto que quando sentiu esse vazio, uma grande tristeza lhe invadiu.

É, havia acabado.

— Primeiramente, bom dia. — disse uma voz séria, sem muito ânimo.

Geralt respirou fundo reconhecendo, e sabendo que não havia nada de "bom dia" naquele tom. E muito menos em como estava se sentindo, afinal, estavam conectados pela mordida.

O bruxo esfregou os olhos, e os abriu, agradecendo mentalmente que a tenda tampava toda a grande luminosidade que já devia estar lá fora.

— Hm. — grunhiu já mal humorado e sentando, vendo que o moreno estava em um canto, em uma outra superficie de folhas, sentado enquanto tomava algo de cheiro muito bom, talvez algum chá de ervas silvestres. E o bardo lhe encarava sério.

— Bom, vou ser direto. — começou o bardo, deixando a xícara ao seu lado, respirando fundo e se pondo numa postura mais austera do que já estava — Me desculpe, bruxo.

Geralt arqueou uma sobrancelha, não esperava por aquilo.

— Eu sei que agi como um grande idiota aquele dia... Mas você foi também culpado... E ainda é. Mas eu também tive minha parcela de culpa. E já que as circunstâncias me levaram para esse caminho, o que posso fazer? Acho que nada. A não ser viver atrelado à você. — disse, com mágoa na voz.

Após um curto silêncio, foi a vez do bruxo se pronunciar.

— Se quer saber, eu admito a merda que fiz. Eu tentei de todas formas manter a promessa de lhe proteger aquela noite, e já que está sendo sincero, eu também serei: tudo isso não iria acontecer se você tivesse me deixado ir embora quando saí daquela taberna. E me arrependo de ter cedido ao seu pedido.

Geralt sentiu uma pequena do no peito, já que a última parte foi uma mentira.

— E ficar sozinho correndo um grande risco de ser violado por vários alfas que com certeza iriam enlouquecer por sentirem meus feromônios? Bem, entre ser fodido por todos eles ou ser fodido por um, acho que pelo menos saí ganhando na segunda opção. Estou fodido, mas nem tanto. Um mal menor. Pelo menos.

O bruxo queria xingá-lo por escutar aquilo, pois era como se o bardo dissesse que todos eram lixo, mas ele era o que ainda podia ser reciclado para algo menos porcaria do que era.

— "Pelo menos"... — o bruxo repetiu azedo — Certo, acabei com sua vida. Mas saiba que eu também acabei com a minha no dia em que aceitei resolver aceitar o caso daquele maldito Incubus e descobrir que era um doppler se passando por você. Sei que não tem mais como esconder isso, já que eu o marquei e agora eu sinto o que você sente, e vice-versa. Então sabe que sinto muitas coisas importantes por você. Mas não ache que deixei esse assunto pra trás. Depois de minha merda, fui em busca de respostas para esse nosso problema. E estava resolvendo ele quando suas irmãs chegaram e me tiraram a paciência sobre um tal de Visconde querendo minha ajuda.

Jaskier olhou com curiosidade, quase chegava ao entusiasmo pela notícia da resolução do problema que o bruxo estava prometendo achar.

— Que tipo de resposta? — perguntou, ignorando a praticamente confissão de amor do bruxo, que se sentiu muito irritado e magoado por essa atitude tão indiferente.

Se pudesse... Saíria dali agora. Mas apesar de ser um bruxo muito habilidoso e experiente, não iria sair dali com vida ou sem alguma sequela do exército de dríades e sua fúria.

Sem muita vontade, Geralt respondeu:

— Estou caçando um gênio.

— Um Dijin?

— Qualquer merda que aparecer. Djin, Marid... Não tem cem por cento de eficácia, mas se há uma chance de desfazer essa merda de marca que lhe fiz, então eu vou tentar.

Dessa vez foi o bardo que se sentiu um pouco incomodado em escutar aquilo do alfa dito de uma maneira tão rude.

Mas não deixou transparecer esse incômodo.

— Bem, é uma ótima ideia. Dizem que podem fazer qualquer coisa virar realidade. — comentou sem graça.

Era visível a falta de interesse que o bardo aprensentava diante à ele, à sua pessoa. Pensar nisso fez seu estômago revirar, já que estavam fadados a ficar nessa situação quem sabe pela eternidade ou pela curta vida do bardo.

A culpa lhe acertou ao também pensar que ele teria acabado mesmo com a vida daquele ômega, pois por mais que ele se apaixonasse por alguém, ou estivesse já apaixonado pelo seu parceiro predestinado que todos tinham, o bardo teria sempre que recorrer à ele para ter seu alívio naquelas horas de angústia que todos de seu gênero tinham quando chegava ao seu cio.

— Hm. — murmurou em afirmação, não querendo olhar para o moreno, se sentia enojado por toda aquela situação. Era como se também estivesse agora deslocado, estar ali no mesmo lugar em que horas antes compartilhou prazer com aquele ômega não fazia mais sentido.

— Olha, eu sei que isso é terrívelmente chato. Mas a merda toda já foi feita. Então... Para que isso não se torne pior, que tal se agora fizermos nossas regras?

O alfa franziu o cenho, muito curioso, mas sentindo um péssimo pressentimento.

— Que tipo de regras? Ou melhor, antes de fazermos isso, que tal me explicar o porquê você e toda aquelas três mulheres tem essa peculiaridade em seus olhos? E porquê estão aqui Brokilon? O que vocês tem com as dríades? E você é da nobreza de que reino?

Jaskier ficou surpreso com tantos questionamentos.

— Bem... Ok, vou responder a todas elas. Mas tenho que lembrá-lo que, pode não gostar. Pois... É por isso que já quero que tenhamos uma conversa franca sobre os nossos termos que temos que ter entre nós. Mas vamos lá. — o bardo pegou uma uva de sua bandeja e a comeu um tanto pensativo — Lembra da tal amiga que eu falei que sempre me ajuda naquelas difículdades trimestrais? — o bruxo fez que sim — Então, essa é a Yennefer. E ela, nós, não somos realmente irmãos, mas o que somos é o que nós faz ter essa ligação. Não somos os ômegas que você deve estar acostumado a ver... Somos de uma classe rara. E muito. Tão rara que temos um clã que vive oculto aqui, pois nossa espécie é muito procurada por alfas ambiciosos que gostam de nossas outras "peculiariadades" que não somente a cor de nossos olhos que mudam quando... — o ômega suspirou não muito contente — ...quando escolhemos alguém para ser nosso, acho que deve ser assim. Mas sei que há algo mais também.

Geralt ficou muito confuso com essa última informação, dando sinal para que o bardo continuasse.

— Veja, quando estamos descontrolados em nosso cio, não temos consciência de nada de nossas ações, é como se tivessemos uma segunda personalidade dentro de nós, algo mais selvagem. Assim como alfas. E é essa a questão que não consigo entender. Porque esse meu lado acabou cedendo para você? Após tantos anos... Engraçado que... Nós conseguimos ter essa liberdade de não se ligar a ninguém, podemos rejeitar isso em nosso cio mesmo que sejamos mordidos, mas esse outro lado resolveu simplesmente ceder. E isso me assusta, e até me aborrece, porque não foi escolha!

Geralt escutava tudo em silêncio. Quanto mais o bardo falava, mais lhe dava a vontade de pegar sua espada e desfazer logo isso cortando sua própria garganta. Talvez se ele abandonasse esse mundo, tudo facilitaria para o outro.

— Ei! Pare com isso! — advertiu o ômega.

— Parar com o quê?

— Com esse olhar e sentimentos suicidas. — respondeu, fazendo o maior se surpreender.

Era verdade a lenda de Neneke sobre a existência de ômegas que podem marcar alfas.

Geralt não sabia se achava que era azarado ou sortudo.

— Porque você me marcou também? — perguntou.

Jaskier desviou o olhar, como se tivesse envergonhado em responder.

— Não sei. Vamos nos focar em seus questionamentos anteriores. Bem, vou primeiro me apresentar. — o bardo pigarreou e fez um cumprimento formal — Sou o Visconde de Lettenhove, meu nome é Julian Alfred Pankratz. Venho de uma linhagem de sangue nobre, puro, de ômegas lúpus. E minha estadia aqui, assim como a de minhas irmãs, se deve ao fato não só pela cobiça de alfas poderosos que nos querem em seu poder, mas também... Porque a minha família me descobriu onde estou. E a mesma está em um acordo de dar a minha mão para um alfa de um reino importante. Isso pode mudar muita coisa, pois pode evitar uma guerra da qual eu estava fugindo, além também de ajudar no acréscimo de poder desse reino, mas... Por conta de meu descuido...

— Já sei, eu também sou culpado deles descobrirem onde você está?

Jaskier olhou um pouco irritadiço para o bruxo.

— E é aí que entra o nosso diálogo das regras. Já que estou marcado, e não posso mais me livrar disso por hora, talvez possamos trabalhar juntos para buscar se há alguma solução... Mas até lá, vamos ter que nos preparar para o plano principal.

— Plano principal?

— Sim. — e então se levantou e se sentou um pouco perto do alfa — Geralt, estou totalmente depente de você. E quem sabe a solução não venha até a meu casamento. O que me resta levá-lo comigo. Como meu servo, acompanhante, braço direito, o que você achar mais confortável para você.

Ou seja, Geralt seria seu amante, ou o objeto sexual de um nobre. Típico.

O bruxo não sabia se ria ou se auto esmurrava.

— E por conta disso... — Jaskier continuou — Não posso ter ao meu lado um bruxo sem modos. Não se ofenda Geralt. Saiba que não estou nada feliz de dizer essas coisas. O que estou dizendo é que você deve se preparar para viver comigo enquanto não temos a quebra da marcação.

— Eu posso não ser muito ligado à essas merdas de realeza, mas quanto à vida... Esse alfa a quem você é prometido, com certeza no primeiro olhar, e quando sentir seu cheiro, vai saber que está marcado.

— E você acha que nesses acordos isso é relevante? 

Não, não era.

Quantas vezes o bruxo já viu alfas desposando de ômegas sem se importar que o mesmo já tinham seus destinos conectados com outras pessoas. Alguns até aceitavam conciliar isso e arranjavam o jeito de oficializar a união também com o outro alfa. Tudo era possível.

A não ser que esse outro alfa fosse bastante ciumento e com um sentimento de posse exarcebado. O que na maioria era.

— Você já o viu?

— Hm. Nós nos conhecemos quando éramos crianças. E a última vez que o vi foi quando eu tinha quinze anos. Mas ele já tinha um bom porte. É educado. Compreensível. Parece mais à um ômega do que um alfa em questão de paciência e flexibilidade social. Já tive meus dias de queda por ele... — disse, mostrando um pequeno sorriso, o primeiro desde que acontecera tudo isso.

Geralt sentiu seu peito doer outra vez. Talvez... Esse prometido fosse o predestinado dele. E ele estragou isso. O que faz ainda mais horrível toda essa história e culpa.

Ou seja... Ele era somente um intruso realmente.

É. O bruxo assinou sua própria escravidão sem saber. Uma grande ironia... Um alfa sendo escravo de um ômega.

Geralt se perguntava se isso era um castigo pelo erro que cometera ao ser tão descrente com aquela deusa que tanto Neneke lhe pregava.

— Certo, quais são seus termos? — perguntou, já querendo dar logo fim a aquela conversa.

— Bem... Eu estive pensando em alguns, mas como isso tem que ser uma coisa em total concordância de ambas as partes, eu esperei que você também pensasse os seus, assim poderíamos debater e ficar com as que melhor couber para nós. O que eu acho que será fácil, já que não temos tanto conhecimento assim um do outro.

"Poderíamos consertar isso, basta você querer". Pensou o bruxo. Mas sabia que isso não seria possível.

— Já que é assim, eu direi meus termos... — disse o bruxo — Sem beijos, abraços ou qualquer tipo de afeto. — Jaskier surpreendeu-se, ficando incomodado.

— E como faremos "aquilo" então?

— Simples, foderemos sem essas coisas. Não é somente do contato e alívio que você precisa?

— Assim parece que sou uma meretriz!

— Eu não acho. — rebateu — Já que sou aqui a pessoa que está sendo usada para isso. E pior, sem ser pago para nada. Então sou pior que uma puta.

Jaskier abriu a boca para xingá-lo, mas viu que o bruxo tinha razão, então se conteve.

— Ok, aceito seus termos sobre esses detalhes. Então... Somente o "contato de alívio", e nada mais. É. Isso é bom, pois evita que nos envolvemos de maneira mais íntima. Acho que isso é até divertido, veja, é como uma transa casual que fazemos normalmente por aí.

— Quando é o seu casamento? — perguntou o bruxo, sentindo-se muito irritado com aquela conversa. Pois imaginar que seu ômega iria se entregar a outra pessoa lhe dava vontade de sair dali e fatiar quem encostasse um dedo nele.

— Daqui à três meses. — respondeu, olhando fixamente para o bruxo, pois o mesmo sentia o quanto aquela conversa estava dando um certo e significativo incômodo no alfa.

— Podemos então até lá encontrar a solução para quebrar essa nossa ligação... É um tempo suficientemente bom.

— Sim. É. — disse o moreno, ficando um pouco silêncioso depois, o que era raro para si — Bom, eu já concordei com seus termos, agora vamos aos meus... Eu pensei que, como eu vou me relacionar com outra pessoa, portanto não é justo que você fique mais preso à mim do que já está. Você está cem por cento liberado para ter quem quiser. Já que nossos encontros só se darão quando eu estiver no meu cio ou... Sabe... Às vezes ômegas só se acalmam com o feromônios de seus alfas. Então quando eu precisar disso, eu te chamarei. Posso contar com você para essa segunda ocasião?

— Pode, já que é uma nescessidade de sua biologia. Mas já que nessa segunda ocasião você só precisa de meus feromônios, isso significa que não precisamos foder, o que significa que só podemos beber juntos, ou conversar, enquanto isso, você consome meus hormônios até que se acalme.

Jaskier sentiu um gosto amargo na boca, e não entendia o por quê daquilo, pensava que talvez fosse porque estava sentindo o que o bruxo sentia, e compreendia que isso podia estar não sendo fácil para ele. Mas era preciso.

— Estou totalmente de acordo com todos seus termos. E que por sinal, são muito bons e detalhados... Acho isso excelente! O que significa que vamos nos dar bem. Assim espero.

— Se depender de mim. Dará. — disse o bruxo, sem qualquer humor.

— Geralt, eu sei que está se sentindo péssimo com todas essas coisas. Mas é assim que tem que ser. Porque eu... Não tem como isso dar certo. Eu tenho que ser sincero... Eu não gosto de você da maneira que tenho ciência que gosta de mim. Mas eu gosto de você como um conhecido, e espero que você tente também pensar dessa maneira. Não existe somente eu nesse mundo. — gesticulou com os braços abertos — E torço muito para que um dia encontre seu verdadeiro amor. Sei que pareço muito brega falando isso, mas é a mais pura verdade o que digo, eu realmente torço pela sua felicidade. Tudo bem que houve esse incidente todo... Mas pensando bem agora, foi tudo um fato biológico. Eu não estava pensando bem aquele dia, então peço novamente perdão por minha maneira como lhe tratei depois. — disse e ergueu sua mão para o bruxo para selar aquele acordo.

O alfa olhou para aquela mão, pensou em somente levantar dali e mandar ele se foder. Mas seu eu dizia que ele tinha que ser flexível, pois aquilo tudo não demoraria para acabar.

Ou não.

— Está perdoado. — disse, se afastando para pegar suas roupas, deixando um bardo e sua mão no ar sem o seu cumprimento.

— O-obrigado. — disse, muito sem jeito e também se afastou, recolhendo sua mão — Bom... Te espero então hoje lá na clareira.

— Como é?

— Hoje teremos sua primeira aula de etiquetas. — respondeu o bardo.

— Eu tenho mesmo que fazer essa merda?

— É claro que precisa! Porque caso você e eu não arranjamos uma solução até daqui três meses, então terá que vir comigo para Oxenfurt.

Obbruxo bufou em cansaço, já que não havia escolha até tudo se resolver.

— Ok. — disse, vestindo sua calça.

Jaskier até poderia não sentir nada por ele, mas é claro que ele não podia deixar de admitir que aquele alfa era lindo. De um porte raro, perfeito. Não era exagero, ele era perfeito mesmo em tudo, ou então não estaria ali conversando com ele todos aqueles termos absurdos. E claro, o bardo não poderia deixar de ver isso e deixar de lado, tinha que reconhecer esse valor naquele alfa que até agora estava sendo muito mais que paciente com ele do que imaginou ser.

Até achava bonito esse sentimento que o mesmo sentia por si, e bem lá no fundo, por um pequeno segundo, desejou aos céus que ele pudesse corresponder a isso tudo. Mas sabia que não seria possível. Pois além de não o querer, ele tinha que guardar seu coração para outro, ao qual era seu prometido e que também ele gostava.

Antes que o bruxo saísse da tenda, Jaskier lhe chamou, fazendo o parar.

— Obrigado mais uma vez Geralt. — disse baixo, envergonhado, o bruxo deu um aceno leve de cabeça e sem se virar para mirar seu ômega, saiu.

◆◆◆◆◆◆◆◆

Não tocou no café da manhã, nem almoçou. A única coisa que fez foi comer uma fruta qualquer que ele achara comestível enquanto caminhava sem rumo ali pelas florestas de Brokilon, mas sabia que por perto sempre havia alguma dríade de olho em seus passos. Estava sem fome, e em sua mente lhe passava toda hora aquela conversa que teve com o bardo. Nunca imaginou que pudesse estar numa situação tão ruim como aquela, ou que pudesse piorar para aquilo.

— Se quiser mais, eu posso fazê-los para você. Sou boa com poções. — disse uma voz feminina aparecendo ali de repente.

— As fórmulas dos elixires que tomo não são de conhecimento de feiticeiras. — disse, sem nem ao menos se virar para ver quem era.

— Incrível como é o olfato de bruxos, e principalmente um bruxo sendo alfa. — comentou a morena.

— Hm. — murmurou não querendo conversa.

— Eu devo lhe falar que lhe julguei muito mal quando lhe vi. Pensei que a história que Jaskier havia nos contado fosse porque ele tinha medo. Como pessoas que foram violadas fazem, se sentindo culpadas sendo que o crime não foi delas. Confesso que tive vontade de lhe fazer em pedaços, torturá-lo até que se arrependesse de existir. Mas... O seu jeito, como tratou nosso irmão ontem, a sua maneira com que nos olha sem esse ar de superioridade por sermos quem somos... Lhe conheço somente por horas, mas já conseguiu mudar minha opinião.

— Isso é bom? — questionou o bruxo, se virando para ela.

— Você acha que não?

— A única coisa que acho é que tenho que fazer o que vim fazer e depois disso... Viver minha vida.

Aquela atitude deixou Triss inquieta, não via boa coisa naquela resposta, e achava um desperdício um ser como aquele pensar daquela maneira.

Tanto potencial...

— Tissaia é quem lhe ensinará as etiquetas daqui à pouco. Uma dica que posso lhe dar sobre ela é que... Seja atento. Ela não gosta de distrações, e tem costume de punir severamente quem não faz o que ela ordena.

— O que veio fazer aqui? — perguntou, cortando qualquer tentativa de criar um diálogo amigável ou papo jogado.

Triss retesou.

— Vim saber mais sobre você. E falo por mim, as minhas irmãs podem não gostar da idéia, mas eu gosto de criar vínculos e ter uma boa convivência com quem está no nosso meio.

— Dispenso sua gentileza. — disse, curto e grosso, voltando para sua busca de ervas para seus elixires.

— Como pode ser tão indelicado dessa maneira? Estou aqui de boa vontade, sendo sincera em minhas intenções.

— Estou farto também de boas intenções e sinceridades. A única coisa que quero é ficar sozinho, agora. Será que isso é possível?

Triss fraziu o cenho, cerrando também os punhos levemente, tentando disfarçar seu descontentamento.

— Tudo bem. Lhe deixarei em paz com suas próprias coisas. Mas saiba que... Se quiser ainda ter com quem conversar, estarei disposta, afinal, não se pode negar ajuda a quem está nescessitando. Todos tem seu direito de pelo menos por um momento, ter seu coração acarinhado com algumas palavras de conforto. — disse, saindo em seguida por uma direção contrária ao que o bruxo estava virado.

Mal passou cinco segundos e o bruxo ouviu risadas vindas à sua frente em passos lentos e calculados.

— Merda... — murmurou para si, fungando em cansaço.

— Então além de ser um alfa obediente é também um cãozinho fiel ao seu ômega? Isso é novidade. — disse, a outra feiticeira de cabelos obsidianos.

— Pensei que não me queriam tendo contato com nenhuma de vocês. — disse, sem olhar para a mesma.

— O que Triss disse foi verdade. Ela queria mesmo ter uma boa convivência com você. Ela tem esse lado diplomata meio irritante, mas é uma boa pessoa. Não devia tratá-la daquela maneira.

— E como eu devia? Que eu fosse começar flertes baratos e depois arrastá-la para qualquer canto e fodê-la? — disse, fazendo a de olhos violeta arquear uma sobrancelha.

— Uau. Disse ainda pouco que estava farto de sinceridade, mas o mesmo transborda isso. Bom, Triss não esperava por isso. Quanto à mim... — seu olhar para o bruxo tomou um outro tom, ficando mais desejoso. Geralt sentiu rápidamente que a mesma soltou seus feromônios propositalmente, ficando um pouco tonto pela intensidade, mas nem um pouco atraído.

— Se manda daqui, Yennefer. — disse, num aviso de tom que parecia uma ameaça.

— Hm, não. — se aproximou do mesmo se abaixando onde ele estava — Me diz, porque ele? Porque marcou Jaskier? Eu realmente não acredito que só estar apaixonado seja suficiente para isso. Estou crente de que não é só paixão, e sim algo mais. Talvez...

— Eu não sinto mais a mesma coisa. Se quer saber, estou louco para me livrar dele e de tudo isso. Se você e ninguém aqui tem alguma solução para desfazer essa marca que fiz naquele ômega, então peço que me deixem em paz, todas vocês. Já não estou cumprindo o que querem de mim?

— Bruxo, bruxo... — Yennefer balançou a cabeça em negativa enquanto mantinha um pequeno sorriso de canto — Não precisa me enganar com essa estampa hostil. Tudo bem que agora deva estar num momento delicado, mas isso tudo vai passar, você verá. E eu estarei aqui de camarote vendo isso. Afinal... É o Julian. Meu precioso Jaskier. Uma flor rara e um tanto imprevisível para quem não o conhece direito.

Geralt olhou para ela, que o mirava de modo enigmático agora, como se soubesse de algo muito importante. Deu uma piscadela para o mesmo, e se levantou, indo na direção onde Triss fora.

E subitamente, o bruxo sentiu um leve sensação de alívio em seu peito, que veio acompanhado de um doce aroma de camomila. Claro, não conseguiu deixar de olhar em volta para ver se não era o bardo que estivesse em algum lugar lhe espionando. Mas não vira nada.

Conformou-se em acreditar que isso foi somente uma ilusão de seu íntimo, que pedia por um pouco de paz, e essa paz só tinha quando... Estava com aquele bardo. O seu ômega. O mesmo que infelizmente o rejeita.

Destino cruel...

Quando voltou para Plotka, que as dríades haviam a deixado pastando em suas clareiras, viu uma coisa novamente e curiosamente aparecer no meio de suas coisas: Uma maçã, com um pequeno bilhete.

"Espero que isso conforte seu coração." Leu, e pegou a maçã, cheirando-a, tentando ver quem havia deixado ali, mas a única coisa que sentira foi o cheiro de relva daquela floresta Logo pensou que pudesse ter sido alguma dríade interessada nele.

Pensou em jogar a maçã para longe, talvez assim a moça que estivesse por ali visse seu gesto de rejeição e desistisse dele, mas seu estômago roncou, e Plotka protestou como se lhe ordenasse para comer aquela fruta, que não fizesse desfeita de um alimento.

— Se quer tanto, então coma. — ofereceu à égua, que rejeitou e deu um pequeno empurrãzinho com seu focinho no ombro do bruxo, um tanto inquieta — Está bem... Eu comerei. Mas se estiver envenenada, é sua culpa. — disse, e a equina relinchou em protesto outra vez.

Para o bruxo, não seria uma má idéia ter que comer algo envenenado. Agora ele estava entendendo como os ômegas se sentiam naquele mundo onde a classe dele dominava. Tudo era tão frio e sem escrúpulos. Não poderia julgar aquela atitude do bardo. Talvez tenha sido a mais certa atitude a se fazer.

Mas ele veria até onde podia aguentar isso tudo. Ia testar sua resistência quanto à esse problema.

Afinal...

Não poderia deixar que seu fruto germinasse sem ele por perto, pelo menos.


Notas Finais


Mas o que será ein que Geralt está aprontando?
Seja o que for que estejam pensando, isso vai mudar a vida dos dois...🤭💕.

Espero que tenham gostado do cap de hoje, agora só sábado que vem, e até lá lhes desejo uma semana cheia de positividade e prosperidade.😌🧘🤍💙💚

Um grande abraço apertado em cada um e beijitos à todos!😘✨
Inté lá!👋😊
#peaceandlovealways✌️❤️✌️❤️✌️❤️✌️❤️✌️


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