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História Masquerade - Um Outro Começo


Escrita por: itsbrunnalaynemiran

Notas do Autor


Olá again!

Vamos para o segundo cap!
As coisas estão cada vez mais esquentando...
E sabe o que acontece quando um fogo queima rápido demais né?
(Digo mais nada😅)

Let's Go peoples!

Divirtam-se.😘✨

Capítulo 16 - Um Outro Começo


Fanfic / Fanfiction Masquerade - Um Outro Começo

— Faça deles em pedaços. — quatro palavras, e antes que chegasse ao final, o ômega já tinha avançado contra os dois elfos e sua insistente ameaça contra a cria daqueles dois amantes.

Como Geralt estava um pouco afetado pelo veneno que lhe puseram na cela, sua mobilidade estava lenta, sua visão ainda era um pouco atordoada, mas seus sentidos de bruxo ainda funcionavam. Não em seu máximo, mas funcionavam.

Como se ali naquele salão só estivessem esperando pelo sinal de seu líder, logo tudo ficou mais complicado para Geralt. Um grande grupo de elfos corria contra ele, e tentava ferir Julian com as várias flechas que eram atiradas em direção do mesmo e que eram com sucesso desviadas. Era impressionante a forma brutal que o moreno executava seus alvos. Se é que havia um alvo. Pois seus ataques eram tão dispersivos e violentos que às vezes somente um arranhão seu fazia estrago por ter sido em alguma parte vital, como a jugular de alguém que se encorajava a se aproximar.

Geralt também fazia sua parte, mas não tão bem feita quanto o bardo fazia. Já estava cheio de hematomas e outros cortes feitos pelas flechas que desviava ou pelas adagas de alguns que ia pra cima de seu corpo.

Dois contra uma multidão. Era um número já evidentemente desvavatajoso, mas não tanto para aqueles dois que pareciam duas feras em fúria.

— Parem! Agora! — disse a elfo quando o bruxo, em uma investida mais ousada, conseguiu pegar a elfa ao seu lado e ameaçar cortar o seu pescoço.

Todos logo pararam o que faziam.

O jogo tinha virado.

— Não ceda! Siannodel! Não! — gritou a elfa, tentando se soltar, mas o bruxo tinha uma força sobre humana, e não ia soltar tão fácilmente.

— Shi'larra, cale-se. Já chega! — disse o elfo, se rendendo enquanto colocava seu arco no chão — Você, bruxo, solte-a.

— Não. Enquanto seu pessoal, e você, estiverem nos cercando, não vejo motivos para fazer o que pede.

— Matar... elfo... — murmurou Julian, olhando fixamente para Siannodel, mas também olhava de soslaio para Geralt, esperando uma ordem sua.

— Nos deixe ir embora, e não terá mais danos. E sem vinganças pelas nossas costas. Afinal, eu nada mais fiz do que me defender da merda de vocês e sua guerra. Que volto a repetir: não tenho a mínima vontade sequer de participar. — o bruxo esclareceu mais uma vez.

— Estamos num impasse então. — disse o elfo.

— Não. Não estamos. Tudo é muito simples. Nos deixe ir embora. E sem mais danos. — rebateu Geralt.

— Siannodel! Não ceda! Eles são a nossa única chance de sobreviver! — insistiu a elfa.

O líder olhou mais apreensivo para ela, e ainda mais quando o moreno se aproximou dela, farejando e rosnando para a mesma, e olhando sempre para o bruxo, buscando seu sim para estraçalhar as entranhas dela.

— Basta! O que você quer? Morrer? Eu prefiro acabar com tudo isso e ir para o norte do que perder você!

Geralt logo entendeu o que eram...

— Não podemos desistir! Não podemos deixar a morte dos nossos ser em vão!

— Não será em vão fugir. Será em vão se você partir. Podemos achar outra forma! — argumentou Siannodel.

— Escute o seu elfo, ele tem razão. — começou Geralt, se metendo no meio daquela discussão — Vocês podem arranjar ajuda ao norte. Se vocês querem sobreviver, terão que deixar o orgulho de lado e pedir ajuda dos humanos.

— Nunca! — esbravejou a elfa.

Geral tolhou para o elfo, e o mesmo exibia uma expressão apreensiva e indecisa.

Era claro que eles todos ali já tinham passado poucas e boas naquele lugar. E buscavam desesperadamente qualquer coisa para lutar, e mesmo não sendo de sua conta, entendia que eles precisavam de ajuda. Não era justo, já que os mesmos pretendiam lhe machucar para ter o que queriam.

Mas pelo bardo, ele faria isso.

— Esse ômega que vocês estão vendo é um Visconde, de Lettenhove. E em breve, rei-consorte do príncipe de Cidaris, que também tem ligações com Oxenfurt e toda Redania. Se vocês quiserem, ele pode ajudar. Mas isso depende agora de vocês. Escolham, morram aqui agora ou abaixe a porra desse orgulho e se aliem aos humanos até que esses Nilfgaardianos estejam extintos.

Assim que o bruxo terminou de discursar, todos os elfos em volta começaram a murmurar. O líder deles encarava o bruxo, que mantinha sua elfa agarrada pelo pescoço pela própria adaga que ela antes tinha tentado golpeá-lo.

Era uma decisão muito difícil, ainda mais para eles. Era sabido que todos os elfos seguiam um líder, Filavandrel. E que este declarava guerra totalmente contra os humanos, espalhando sua palavra de rejeição aos humanos aonde quer que tivesse seus irmãos de sangue antigo.

Siannodel deu um passo a frente.

E para a surpresa de todos, o mesmo lançou no chão seu arco e se ajoelhou perante o ômega, que olhou confuso e rosnou um tanto irritado para o elfo.

— Não! — berrou a elfa, logo sendo solta pelo bruxo. Shi"larra correu até o seu marido, e o abraçou, mas ao mesmo tempo desaguou-se a chorar pela, segundo seus pensamentos, humilhação — Você não podia fazer isso!

— Fique com raiva o quanto quiser, mas saiba que estou fazendo isso por nós. É o mais sensato. Não há jeito. Veja Shi'larra, nós o ferimos, e mesmo assim ainda se ofereceram a ajudar.

— Tudo uma mentira! É isso o que os humanos fazem! Tudo mentiras!

— Não... mentir. — pronunciou-se o ômega, surpreendendo à todos, até o bruxo — Não... minto. Ajudar... Sim. Eu e... meu Geralt. Nós... Sim. Juntos.

— Julian...? — Geralt se aproximou, virando-o para si — Você consegue entendê-los? — perguntou, recebendo do menor um menear positivo de cabeça um tanto incerto — Desde quando?

— Eu e você. Ajudar. Eu agora. Geralt. Eu... amo. Eu e você. Não saber... como. Mas entender agora. — e de novo, o bruxo foi abraçado no torço pelo moreno.

Geralt estava muito surpreso, o que o fazia pensar na conversa que teve uma vez com Yennefer, quando a mesma disse que os Ômegas Lúpus, quando estão em seu estado selvático, fazem coisas estranhas, compulsivas e impulsivas. Como se seus desejos fossem grandes demais e não tivesse ninguém para lhes saciar. Mas nesses tempos que ficou e se relacionou com o bardo, e tendo contato quase que constantemente o "Julian", parece que algo estava mudando nele.

E mais, aquelas palavras, mesmo que mal expressadas por conta de sua pouca habilidade de fala, mesmo assim todas elas o tocaram.

Mas o que fez seu coração tremer foi escutar o "Eu amo" de seu ômega.

A garganta do bruxo secou, queria dizer também que o amava, mas havia o fato de que, ele poderia causa mais danos ao bardo se ele retribuisse seus sentimentos à aquele selvagem.

— Sim, eu e você vamos sair daqui. Tudo bem? — disse Geralt. O moreno ficou meio cabisbaixo e confuso, tentou abraçar o bruxo, mas o mesmo não deixou.

— Não tem... mais perigo. Saída. Encontramos. — disse o ômega, como se cobrasse que o bruxo cumprisse sua promessa bem naquele instante.

— Sim, não estamos mais em perigo. — disse, e olhou para trás, para os dois elfos líderes —Não é?

— Sim. Não estão mais em perigo. — confirmou Siannodel, dando sinal para os outros elfos abaixarem suas armas — Espero não me arrepender disso, bruxo.

— Não vai. — disse Geralt, já se encaminhando em direção ao corredor que apresentava várias tochas acesas, indicando que ali seria a saída. Julian correu logo se agarrando de modo animado no braço do bruxo.

Geralt olhou para o mesmo, e sorriu minimamente enquanto balançava a cabeça em negativa.

— Você precisa urgentemente de um banho, Julian. — disse, limpando um pouco do sangue que escorria pelo queixo do menor.

Sangue de elfo.

— Eu e você. Banho... juntos...! — Julian sorriu malicioso.

— Nem pensar. Vamos fazer o que viemos fazer aqui, descansar. — rebateu, fazendo o menor murchar sua animação um pouco — Mas depois que descansar, aí sim podemos. — e assim como havia murchado, Julian voltou a ficar entusiasmo e abraçou ainda mais pra si o braço do bruxo.

◆◆◆◆◆◆◆◆◆

Com a ajuda dos elfos que deram alguns mantimentos, Geralt e agora o Jaskier, conseguiram chegar em Caravista, uma cidade de Metinna que se localiza próxima ao vale de Sudduth. As pistas que Siannodel lhes dera falava sobre uma feiticeira que se guiava pelas estrelas para chegar à um local secreto onde a mesma recolhia almas que caíam em suas armadilhas. E isso, a pedido de rainhas que almejavam uma beleza eterna.l

Claro, tudo tem seu preço, nada era eterno realmente.

Mas os dois viajantes não queriam saber desse problema, só queriam saber sobre o que essa feiticeira poderia saber sobre a lenda da Quebra de Marcação. Disse o elfo que uma vez ouviu pessoas comentarem que ela sabia sobre isso, e que possívelmente poderia até ser a feitora desse feitiço. E que plantava a fama de que não mexia com isso apesar de seu trabalho envolver magias proíbidas.

— Oh! Acho que chegamos numa boa hora! — disse Jaskier, se encaminhando mais a frente por ficar contagiado pela agitação da cidade em que se encontravam agora. Estava se sentindo feliz sem saber o porquê.

— Não podemos gastar nada. O que temos é para pagar quartos para nós. O suficiente para cada um. — avisou o bruxo.

Jaskier não gostou muito de ouvir sobre "dois quartos", mas claro, apesar de seus pensamentos confusos quanto à isso, o que vinha em sua mente era "Sim, o bruxo está certo, não sei porque acho isso estranho".

— Não se preocupe, com este alaúde que aqueles elfos me deram, posso conseguir uma boa economia. Ainda mais por termos chegado em bom momento. Um festival! Ou será alguma comemoração relacionada à autoridade desta cidade?

— Seja o que for, a única coisa que quero agora é de uma cama. — respondeu meio mal humorado.

Jaskier baixou um pouco seu olhar, não contente com o discurso do bruxo, e o mesmo, vendo esse olhar não conseguiu não sentir por isso.

E logo uma voz em sua mente lhe fez lembrar de algo que o fazia ficar mais entristecido com aquela situação.

"Lutar... Lute. Não deixar nós."

Será que... Ele poderia fazer isso?

Era o que ele mais queria, no fundo de seu coração era o que mais desejava.

Mas como tudo em sua vida, até aquilo era uma coisa fora de alcance para um bruxo.

Havia tantas coisas envolvidas... Tantas coisas que dependia dessa quebra de marcação deles...

Não. Ele não podia lutar.

— Que tal aquela estalagem? Estou ouvindo música ali dentro. Deve haver uma taverna agora cheia de generosos bêbados querendo gastar suas gorjetas. Assim você pode ficar mais tranquilo com nossas respectivas despesas. E não me venha com um "não", pois estamos nessa juntos, e é meu dever também ajudar nessa busca. Tudo bem que não sou um guerreiro como você, mas pelo menos posso ajudar com meus talentos.

— Hm. — respondeu o bruxo, sem olhar para o mesmo. Queria que quanto mais distante fosse ficar do bardo, melhor seria para seu coração. E assim, quando chegasse a hora da quebra, não doeria tanto.

Talvez o bardo nem chegasse a sentir nada, mas quanto à ele, Geralt tinha decidido que também iria se esforçar para não sentir mais.

— Vou tomar isso como um sim. Vamos. — disse, apressando-se para chegar na estalagem.

Como o bardo havia suposto, dentro daquele local estava realmente bastante cheio. Tanto quanto estava nas ruas. O que era um bom sinal de propriedade para o moreno.

— Ei, o que você vai fazer? — perguntou o bardo quando viu o maior se afastar e ir numa direção contrária.

— Vou beber.

— E quanto à conversa sobre não gastar nada? — lembrou.

— Não disse para eu me preocupar com as economias? Que você ia resolver isso? — rebateu.

— Ok, ok... Vá. Vá então beber. — disse, meio zangado com a fala mal criada do bruxo — Seu grosso. — resmungou ao se virar para o balcão.

"Sim, sou grosso. E se quisesse, te mostraria que posso ser ainda mais." Pensou o bruxo, já que sua audição era bem desenvolvida, e com certeza o bardo se esqueceu disso ao sussurrar isso pelas suas costas.

Geralt escolheu uma mesa bem ao fundo e que estava num canto em que não havia tanta iluminação, e talvez por isso, ninguém quis se sentar ali. A não ser um bêbado que estava no chão sentado ao lado da pilastra, quase caindo no sono, mas segurando firmemente seu copo no colo.

— O que vai ser? — perguntou uma moça, já chegando ali para anotar um pedido.

— Uma porção de asas, e duas jarras de cerveja.

— Algo mais?

— Não. — respondeu enquanto tirava suas espadas das costas, sem olhar direito para a moça que praticamente já o comia com os olhos.

— Certo. — anotou o pedido.

Não contente com a reação desinteressada do bruxo, a moça então resolveu tomar a iniciativa.

Se aproximou e se inclinou para frente na mesa bem no momento em que Geralt se virou para frente.

— Sabe, eu não me importo se um alfa já tenha marcado sua propriedade. Não me importo com esse cheiro misto. Se quiser me encontrar depois de meu turno... Estarei com meus amigos atrás dessa estalagem. Planejamos fazer nossa própria festa particular. — convidou, dando uma piscadela pro bruxo, que não esboçou nenhuma reação.

Sua vontade era logo de responder um "não". Mas, dadas as circunstâncias... A rejeição de seus sentimentos... E o tempo em que ele não tinha ninguém esquentando seus lençóis... Porque não?

— Pensarei nisso. Por hora, quero só comer e beber. — disse, recebendo um grande sorriso da moça, que soltou seus feromônios e pôs o papel com o pedido do bruxo entre seus seios, mostrando bem seu decote.

— Não se arrependerá se aceitar. Disso eu tenho certeza. — disse, saindo. Mas deixando seu aroma doce no ar.

— Ômegas... — murmurou, apreciando o bom cheiro que aquela moça tinha.

Talvez era o começo. Talvez a idéia de botar em prática esse distânciamento fosse uma ótima saída. Não é como dizem? Um amor só tem cura com outro amor?

Geralt começou a pensar que talvez estivesse apegado demais a idéia de estar apaixonado pelo bardo. E talvez se começasse a por isso em segundo plano, logo seu corpo e seus interesses se despertariam para outras oportunidades.

Não era assim que acontecia com aqueles ômegas e alfas que se marcavam por obrigação?

Já tinha se cansado de ver casamentos forçados em que ambas as partes mantinham uma vida extra conjugal mesmo estando marcados. Afinal, era só uma marca de mordida, isso não fazia mudar em nada os sentimentos de uma pessoa pela outra. Só era simplesmente um contrato orgânico que alfas tinham de fazer para se apoderar de sua propriedade para ué ninguém tivesse a gana de tocar indecentemente.

E talvez, Geralt começasse a ter que pensar assim. Um infeliz contrato orgânico. Nada mais. Porque com certeza era isso que o bardo pensava e sentia, e porque ele não também podia fazer isso?

Lá na frente, rodeado de pessoas sorrindo, rindo, bebendo e comendo, estava Jaskier, já encantando à todos com sua voz e suas canções, ao mesmo tempo em que já recebia alguns bons trocados, tanto pelos seus flertes quanto pelo seu charme ao soltar melodias vocais tão perfeitas.

Era lindo. Parecia brilhar mais ainda quando sorria. Se destacava no meio daquelas pessoas cinzentas por suas sujeiras e tonteadas por suas bebidas. E cada vez ficava difícil para Geralt desviar o olhar da aprensentação do bardo, que tocava e cantava enquanto de vez em quando passava pelas mesas. O bruxo sentia seu coração palpitar, seu corpo fervia, imaginando levar aquele bardo para um quarto e mostrar-lhe do que era capaz para convencer o quanto seu coração sentia por ele. O quanto era louco por ele. Louco ao ponto de ter que ir buscar essa quebra entre eles para que o moreno fosse feliz.

— Aqui está seu pedido. — disse a moça, chegando de repente, atrapalhando sua visão do bardo.

O bruxo pegou sua bolsa de moedas e lhe pagou.

— Tenha um bom apetite... — a moça lhe sorriu cheia de malícia e se virou, indo para outras mesas pegar outros pedidos.

Respirando fundo e por um momento agradecendo a moça por ter cortado seus devaneios sem futuro, Geralt iniciou seu dejejum.

Horas passaram, assim como algumas outras jarras de cerveja. Resultando num bruxo embriagado, quase ao ponto de estar dormindo sobre a mesa. E mesmo tendo já até acabado suas economias, as quais estava cuidando para não gastar, suas moedas já tinham ido embora.

— Uma grande merda... Tudo é uma merda... — resmungou, enquanto encarava sua caneca já quase vazia.

Seu olhar de vez em quando ia para Jaskier, que depois de ter entretido por tempo suficiente e ganhado uma boa quantia, agora estava dançando com outros alfas, ômegas e todos que o convidassem para se divertir em meio aquelas canções de taverna que ele começava e todos continuavam a capela muito felizes.

— Foda-se tudo... Foda-se! — gritou, mas como o barulho de todas as pessoas que conversavam, riam e bebiam era muito alto, ninguém o escutou.

Sua voz só foi mais uma no meio de tantas outras...

Seu coração estava dolorido, seus olhos as vezes ameaçavam desaguar, e qualquer um que olhava pra si, o mesmo mandava ir para aqueles lugares ou mostrava um olhar de poucos amigos.

Sozinho.

— Isso tudo começou errado... É claro que nunca iria dar certo. Nunca. — sua fala era pesada, amargurada, e qualquer um podia dizer na hora que ele estava sofrendo.

"Lutar... Lute. Não deixar nós."

Essa frase o assombrava. Aqueles olhos suplicantes de um ômega apaixonado lhe derretiam o coração, e qualquer pedido iria ser realizado se assim quisesse que fizesse.

Mas... Como ele ia lutar? Como seria isso?

"Seu grosso". E mais um pensamento lhe veio.

Sim, ele era rude demais. Até quando não queria.

Talvez isso fosse o ponto que ajudou a não dar certo desde o início, pois, como um ser da classe daquele ômega poderia se apaixonar por um bruxo sem maneiras e grosseiro? E além disso, o que ele faria para ser melhor sendo que tinha um príncipe prometido, uma paixão antiga, um alfa de boa estirpe e qualidades, influências, sustento e status?

O bruxo não era nada mais que um caçador de recompensas. Não tinha títulos e muito menos condições de sustentar nem a si próprio. E ainda tinha a audácia de desejar alguém pra si, e a irresponsabilidade de querer um filho seu no mundo.

Como ele poderia lutar?

— Não tenho nada a perder... Nada...

Ao ver o bardo rindo e bebendo com outros alfas, seu sangue ferveu, mas, logo lembrou que o moreno odiava ser controlado de algo. Ou seja, não podia chegar ali e arrastá-lo do meio daquelas pessoas.

Talvez...

E se ele começasse a fazer o que o bardo gostasse?

Mas que tipo de coisas Jaskier gostava?

Geralt não sabia.

Mas ia tentar agora descobrir.

Tomado por um otimismo repentino com grande culpa voltada à bebida, Geralt se levantou da mesa, bebeu o último gole da caneca, endireitou sua postura, arrumou um pouco seu cabelo, limpou sua boca, e foi em direção aonde estava o seu ômega. Um pouco cambaleante, mas de esforçou em tentar manter a postura.

— ...quem sabe? Vamos aproveitar! Hoje é festa! Não podemos desperdiçar nenhum segundo disso! — dizia Jaskier à um beta que lhe mirava com luxúria. Apesar de ter bebido, ainda estava consciente de tudo que fazia, sua tolerância para o álcool era muito grande, principalmente por ser o que era.

— Jaskier.

— Geralt! Que bom que veio! Veja, ganhei muito hoje, podemos alugar os melhores quartos, com direito até à tinas com água bem quente. Se quiser, já posso falar com o taberneiro, ele disse que iria guardar dois quartos para nós caso eu ganhasse bastante e lhe desse uma certa porcentagem, e por sorte, eu arrecadei até bem além do que eu esperava. — contou, muito alegre pelo seu feito.

— Bom. Isso é muito bom Jaskier. — disse, e não resistiu em sorrir com o moreno, que surpreendeu-se com aquela face mais leve do alfa.

— Uau. Você devia mostrar mais esses dentes. Sendo bem técnico, você fica muito mais charmoso assim. Trabalhe nisso. Todos ficarão aos seus pés. — elgiou o bardo, dando um grande gole em sua caneca.

— Sim, espero que sim. — Geralt se aproximou um passo, sempre olhando-o fixamente — Como você está?

Jaskier se surpreendeu pela pergunta.

— Hã... Bom... Estou bem. Um pouco tonto as vezes... Tive um pequeno enjôo no começo da noite, mas meu alaúde me fez esquecer desse mal estar. Devia ser fome.

— Não está cansado?

— Sim, um pouco. Mas gostaria de aproveitar essa festa. Não é todo dia que nos encontramos dessa maneira festiva. — respondeu, sorrindo e dando uma piscadela de flerte para uma ômega que passou por ele.

Geralt quis xingar o bardo, mas resolveu se manter focado em seu plano.

— Você devia então já falar com o taberneiro. Podemos ir agora para o quarto. Temos que descansar...

— Hm. Você tem razão bruxo. Acho que temos que dormir. Passamos por tanta coisa ontem e hoje... Certo. Vou falar agora.

— Jaskier, você já comeu algo? — perguntou, surpreendendo o bardo mais uma vez, deixando-o intrigado.

— Bem... Já. — arqueou uma sobrancelha e cruzou os braços — Porque tanta preocupação repentina assim? Sei que pode ser pela bebida, mas pelo que já vi de você, até quando bêbado, é mal humorado. O que há? — disse.

— Talvez seja a festividade. Ou talvez seja só preocupação. — respondeu o bruxo.

— Preocupação? Porque diz isso?

— Porque pessoas no seu estado tem que se cuidar.

O bardo franziu o cenho, estranhando aquela fala toda, mas acabou rindo depois de achar que o bruxo estivesse sendo irônico ou sarcástico, afinal, ômegas no estado de marcados como ele estava, sempre ficavam mais cansados por conta da divisão de empatia, pois além de sentir o que o seu alfa sentia, ainda havia a falta de desejo ou atração por outras pessoas.

E não era o que acontecia com Jaskier agora. Apesar de no início ele ter alguns efeitos colaterais, agora seu olfato e até seu desejo tinham voltado um pouco para outros.

— Não se preocupe com isso. Já estou bem. O pior já passou. Mas... Se isso vai te deixar feliz, então vamos para nossos quartos...

— Não. Vamos para um quarto só. — disse o bruxo, lhe interrompendo.

— Hm? Porquê? Está sentindo algum perigo? — o bardo começou então a olhar para os lados, ficando receoso.

Geralt poderia dizer que não. Mas seu repentino instinto de querer investir naquele bardo o fez mentir sem nenhuma culpa.

— Sim, é isso. Sinto algo perigoso. Muito perigoso e próximo.

— Oh, ok...! Vamos então só para um só quarto... — Jaskier encolheu-se e olhou para tudo ao redor com cautela, e toda sua animação da diversão se dispersou pelo medo desse "algo perigoso e próximo.".

Geralt gostaria de se sentir culpado em deixar o bardo agora apreensivo, mas não havia nenhum um pingo disso.

Assim que falaram com o taberneiro, rápidamente foram para um quarto. Um que havia duas camas bem forradas e com travesseiros macios. Não era de pena de ganso, mas sim de galinha, mas vinha muito a calhar em qualidade.

— Você tinha mesmo razão. Vendo agora, me sinto muito cansado. E mais seguro aqui. — disse o bardo, se jogando na segunda cama perto da janela.

— Tome logo seu banho, ou então a água vai esfriar... — aconselhou Geralt, se aproximando da cama do moreno.

— Não precisa ficar me avisando. Eu sei disso. Bom, deixa logo eu ir então. — como se Jaskier sentisse algo diferente no ar, logo se encaminhou para a tina e pôs-se a despir-se rápidamente — O que está olhando?

— Nada. Entra logo na tina. — ordenou.

— Ok... Não precisa também me apressar! Oras...

Ah, se ele soubesse que aquele olhar do bruxo sobre si era na verdade um cálculo do alfa lhe medindo o quanto de resistência ele poderia ter... Pois o desejo que sentia sobre o moreno naquele momento não era pouco.

Era capaz do festival acabar e eles ainda estarem em sua festa particular ali naquele quarto... Mas Geralt, queria ir com calma.

Jaskier tomava seu banho normalmente, esfregando suas pernas, braços, lavava os cabelos... Mas assim que sentiu a presença do bruxo atrás de si, parou tudo o que fazia.

— Geralt? — perguntou sem se virar.

— Precisa de ajuda?

Jaskier sentiu sua espinha toda arrepiar ao ouvir aquela voz grave perto de seu ouvido.

— N-não... Obrigado.

O bruxo então se afastou um passo, caminhou lentamente como se fosse um lobo prestes a capturar sua presa, parando de frente para o bardo lá no outro lado da tina. E como se não bastasse a sua presença tão próxima, Geralt fixou seuss olhos dourados nos dos azuis cristalinos do bardo, que a essa hora estavam quase enegrecidos por suas pupilas dilatadas ao sentir um clima silencioso e convidativo que se iniciou de repente.

— Tudo bem. Se é assim. Vou para minha tina também. — disse, e começou a tirar suas roupas, sempre olhando para o bardo, que tinha até se esquecido de falar.

— Oh céus... — Jaskier murmurou baixinho, e num susto relâmpago, suspirou ao ver aquele alfa como veio ao mundo.

— O que foi Jaskier? — perguntou no mesmo tom baixo, e para aquele ômega, foi como se tivesse escutado uma melodia atraente, tão atraente que ele poderia somente desfazer-se só de ouvir.

— Nada... Eu só... — pigarreou — Só quero avisar-lhe também que... — engoliu em seco, e desviou o olhar do corpo do bruxo, principalmente daquela específica "área proíbida" — Que também deveria logo entrar na água, ou então seu banho vai esfriar. — e antes que começasse a dizer coisas sem sentido, virou-se de costas e começou novamente a se lavar.

Geralt deu um meio sorriso, pois viu que havia conseguido uma reação do bardo.

Era um começo.

O banho de cada um ocorreu tudo normalmente. Cada um depois vestiu-se e foram deitar-se cada um em suas respectivas camas.

— Tenha bom descanso, bruxo. — disse Jaskier, se virando de costas, e apagando logo sua lamparina, pois aquele ar intimidador de um predador vindo do alfa ainda pairava no ambiente.

— Sim, bom descanso, Jaskier. — disse, mas, ao contrário do que o bardo fez, Geralt somente abaixou a intensidade da luminosidade, e se posicionou meio deitado.

Na outra cama, após alguns minutos de silêncio no quarto, mas que mesmo assim dava para se ouvir a agitação lá fora, quando Jaskier estava prestes a fechar seus olhos, começou a ouvir sons estranhos vindo da primeira cama.

Bom, não que fossem estranhos... Mas... Não imaginava que fosse ouvir isso vindo do bruxo.

— Hmm.... Isso... porra... — grunhiu num murmúrio o bruxo.

"Que merda ele está fazendo?". Pensou o bardo, pondo-se mais desperto, e claro, sem se virar. Pois não queria correr o risco de ser flagrado ainda acordado.

De repente, Jaskier começou a ouvir sons molhados e ritimados, arfares fortes e longos, e às vezes, alguns gemidos baixos e graves escapavam no ar.

"Não creio que ele está fazendo isso!". Os pensamentos do bardo se agitavam, seu corpo queria a todo momento virar-se e seus olhos queria ver o que acontecia naquela outra cama e com o bruxo, mas seu senso de auto preservação ainda lhe orientava a ficar quieto em sua posição.

Os sons molhados continuavam, indo e vindo, e pelo som prolongado, Jaskier poderia até calcular os centímetros que percorridos entre o ir e vir. E pela sua análise, o caminho era longo.

— Merda... Vou ter que dar um jeito nisso... — sussurrou o bruxo.

"Jeito? Que jeito?". Perguntou-se mentalmente o bardo.

Em sua mente havia passado que o bruxo fosse se levantar e sair para buscar alguém do festival para seu alívio, e isso lhe deixou extremamente irritado. Ou que o bruxo fosse para um prostíbulo e fosse passar a noite toda lá, lhe deixando ali sozinho e a mercê de algum perigo, o que também lhe deixava com um duplo sentimento de aborrecimento e medo.

Mas suas teorias foram riscadas, pois o som de uma garrafa pequena sendo aberta, e depois, o som do molhado ficar mais molhado, isso o fez voltar à "espionagem auditiva".

— Muito melhor... Assim... — gemeu o bruxo.

Aquelas respirações pesadas, os arfares baixos que vinham com grunhidos graves e roucos... E pior, o alfa começou a soltar, ainda que um pouco, seus feromônios excitados... Ah, isso foi o limite da curiosidade do moreno.

Virando-se como se estivesse dormindo, Jaskier manteve seu olhar fechado, mas entreabriu um linha embaçada, somente o suficiente para averiguar se o bruxo poderia estar lhe mirando.

"Por deuses...".

A visão que Jaskier teve foi sua queda.

Geralt estava sem camisa, sua calça estava abaixada até a metade de suas coxas, a luz da lamparina estava bem menos intensa em sua luminosidade, mas o suficiente para mostrar todo o "trabalho" que Geralt fazia. Além de seu corpo suado que deixava todas suas formas bem evidentes. Cada músculo ressaltado perfeitamente.

O bruxo se tocava, lento, e deliciosamente deslizava sua mão por toda sua extensão, indo até a base, voltando para sua glande, e gemendo a cada vez que dava uma atenção a mais em seu frênulo, fazendo o seu pré-semen sair e deixar tudo mais lambuzado do que já estava por conta do óleo em todo o comprimento.

Era uma visão dos deuses, e Jaskier não conseguia mais desviar o seu olhar dali daquela performance.

Geralt sabia que o moreno estava lhe observando, sentia claramente seu olhar sobre si, mas para não espantá-lo, fingia estar absorto em seu prazer, que era grande por sinal. Mantinha-se de olhos fechados enquanto se tocava com vontade, imaginando que a cada descida e subida fosse o seu ômega ali fazendo isso em seu membro.

A penumbra deixava tudo mais instigante, tanto para Geralt que fingia não estar percebendo, tanto para Jaskier, que pensava estar seguro em sua observação naquela pouca luz.

Seu corpo começou a esquentar, suas partes iniciaram um latejar que ia crescendo, e não parava, se expandida por todo seu corpo, lhe deixando com a sensação de formigamento e muito calor.

Principalmente em sua região traseira, que, assim que se moveu um pouco, pôde já sentir-se todo molhado.

O bardo xingou-se mentalmente, tentou pensar em outra coisa, mas seu corpo e sua mente pareciam ter sido capturados pela visão daquele bruxo se dando prazer.

"Em quem será que ele deve estar pensando?". Perguntou-se Jaskier, ficando incomodado com a idéia de imaginar que o alfa pudesse estar pensando em algum outro ômega que ele possa ter visto lá na taberna.

"Pode ser aquela moça...Sim, deve ser ela...". Supôs, já que enquanto ele cantava, ao longe ele via a interação e proximidade um tanto suspeita da ômega no bruxo, que em nenhuma momento dispensava a sedução da moça.

Sim, apesar de a todo momento se policiar em não ligar para o que o bruxo estava fazendo, não conseguia de vez em quando de seu olhar ir para aquele canto escuro onde o maior bebia.

— Ah... não... — mumurou ao ver que o membro do alfa ficara maior quando seus movimentos se aceleraram, deixando-o mais firme, com algumas veias salientes e pingando de desejo.

E isso resultou também em outras reações no ômega...

Sua boca secou, seu corpo começou a tremer em um estranho sentimento de posse, de querer ceder a algo muito grande dentro de si. E quando se movimentava, mesmo que de leve, conseguia sentir que sua lubrificação já estava o molhando todo lá atrás.

"Não... Isso não pode acontecer... Não pode!". Pensou Jaskier, tentando tirar seu olhar daquela performance provocativa do bruxo.

— Preciso de mais... Porra... Vou ter que achar alguém para isso... — disse Geralt, sentindo-se bem perto de seu ápice.

Ouvir isso fez o bardo sentir outra coisa do que desejo...

Quando Geralt estava prestes a abrir os olhos e se levantar, sentiu um peso brusco em cima de si.

— Jaskier?

— Que porra você está querendo fazer?!

— Pensei que estivesse dormindo... Mas já que acordou... Não vou atrapalhar o seu sono. Agora se manda, sai de cima de mim. — quando o bruxo tentou tirar o bardo de seu colo, teve seus pulsos presos na cabeceira da cama pelo mesmo.

— Você não vai a droga de lugar nenhum! Ouviu bem?

— O que há com você? — perguntou, mas de propósito, somente para instigar mais ainda aquele moreno de feições confusas de desejo e raiva.

— Você não vai procurar merda nenhuma! Pra quê você vai atrás de alguém? Ein? — o bardo apertou ainda mais os pulsos do bruxo — Você não vai sair daqui. Eu não vou deixar!

— E o que pretende com isso? Pelo que eu me lembre, não temos nada, eu e você somos livres.

— A merda que somos livres! — disse, em seguida, somente com uma mão, abaixou sua calça até os joelhos, e se sentou bem em cima do membro do bruxo, que gemeu ao sentir o quão quente e molhado ele estava naquela região entre suas pernas.

— Jaskier, não vou tocar em você. Esqueceu que...

— Fale o que quiser, mas daqui desse quarto você não saírá. E foda-se essa promessa de não me tocar. Você quer um ômega? Aqui está um bem na sua frente!

— E o que isso quer dizer?

Jaskier sentiu seu peito palpitar mais rápido. Era evidente agora para ele que o bruxo estava lhe provocando, que queria tirar dele o que o mesmo estava lutando para não soltar.

Mas dadas as circunstâncias...

Não conseguiu mais resistir.

— Quer dizer que eu quero que você me foda, Geralt. Que não precisa procurar alguém para este serviço. Eu posso fazer.

— Tem certeza disso?

— Absoluta.

— Sei que nós dois estamos cheios de álcool, e que isso tudo depois...

— Não pense no depois! Só... Faça! Vamos fazer! Eu... Droga, bruxo. Se responsabilize pelo que está me fazendo sentir!

Era aquele olhar que o bruxo queria.

Aquele olhar de desejo, de posse.

E conseguiu.

— Se está nescessitando tanto, aproveite. Ele é todo seu. — disse.

— Não, não sou eu quem está nescessitado aqui... É você! Eu só vou simplesmente lhe fazer um favor.

Geralt olhou-o com descrença, teve vontade de rir, mas não queria perder aquela oportunidade de ter o bardo naquele instante.

— Está me dizendo que o que vai acontecer é uma troca de favores?

— S-sim! Claro! O que mais seria?

Geralt sabia. A ligação possibilitava ele saber o que o ômega sentia também. Pelo menos as vezes. E naquele momento, Jaskier sentia um forte sentimento de posse, queria o bruxo só pra si.

Para o alfa, aquilo já era uma vitória. Um começo.

— Nada. — e se levantou, desfazendo-se do aperto em seus pulsos, ficando cara a cara com o bardo — Não significa nada Jaskier...

"Ainda...". Pensou o bruxo, atacando a boca do moreno com a sua, unindo ambas de modo brusco e repentino.


Notas Finais


Estão deixando Geralt sonhar. Kk😅🤭

Rumbóra pro terceiro!😌❤️❤️❤️


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