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História Match! Amor e Redenção. - Capítulo XXVIII


Escrita por: Lylynhaah

Capítulo 29 - Capítulo XXVIII



                          Megan

 

 A chegada do Henry me trouxe uma felicidade que pensei não ser mais possível alcançar a essa altura da vida. Eu achei que minha vida seria resumida somente ao que eu tinha até ali; meu trabalho bem sucedido, minhas amizades verdadeiras e longínquas, e minha adorada Crystal.

Se eu me sentia satisfeita com que já tinha, agora me sinto extremamente abençoada por mais essa alegria.

Henry é um garoto de luz. Com poucos meses de vida já ganhou muitos amores e paparicos. E claro, se tornou também o xodó de todos.

Crystal parece ser a mais apegada ao irmãozinho, e a cada momento que se encontra livre, está com ele nos braços. E eu sinto a felicidade tomar conta de mim, toda vez que presencio essa interação.

Antony conhece o Henry tão bem quanto a Crystal, já que sempre que fala com o pai, ela não deixa de falar do pequeno uma única vez. Até as chamadas de vídeo, se tornaram constantes agora, e ela faz questão de estar com ele nos braços nesses momentos, e falar sobre cada evolução dele.

A princípio, isso me deixava receosa. Eu achava que não seria uma boa ideia a Crystal ficar inserindo o Henry na vida do Antony, mas ele se mostrou tão adepto, e acabou que essa frequência de "contato", se tornou bem natural pra todos nós.

Claro que ele não está falando comigo, ou fazendo perguntas a meu respeito, eu o conheço bem, e a Crystal não tem motivos pra falar de mim para ele, mesmo assim me sinto um tanto nervosa quando presencio as chamadas entre eles.

Há pouco mais de um ano atrás, quando ele veio para a festa de noivado do David, e esteve naquele quarto de hospital comigo, quando Henry tinha acabado de nascer, eu não tinha idéia que sentiria tanta a falta dele. Foram impensáveis as vezes que eu quis correr até ele, e lhe contar a verdade, lhe pedir para que me perdoasse por guardar esse segredo, e lhe dizer o quanto eu o amava, e queria que fossemos uma família de novo.

Pelo que eu ouço de conversas paralelas, ele já não está mais naquela vida de farra todo fim de semana, e nem com uma mulher diferente por noite na sua cama, o que só me dá a entender que ele já não é o mesmo Antony de quando saiu daqui. Ele parece apreciar mais a própria companhia agora, e eu queria muito que ele quisesse a minha, tanto quanto eu queria ter a dele.

Agora, a poucas semanas do aniversário de 19 anos da Crystal, ele retornará para a cidade.

- Eu estou feliz que o papai vai voltar. - Crystal anda de um lado para outro no quarto, arrumando uma pequena mala para ir para a casa do pai.

- Você parece mesmo muito contente, filha.

- Eu sei que foi preciso ele sair da cidade por esse tempo. Fez bem pra ele, mas eu estou morrendo de saudades.

- Então posso presumir que você não voltará pra cá tão logo. - digo enquanto dobro um de seus vestidos e coloco na maleta.

- Eu passarei um tempo lá, mãe. Mas estarei sempre vindo aqui, não conseguiria ficar mais de 24h sem ver o Henry. - seus olhos brilham ao falar do irmão. - Sem mencionar que a casa do papai é logo ali, não é difícil dar um pulo aqui todo dia.

- Tudo bem. - sorrio terna. - Espero que possa aproveitar seu tempo com ele.

- Eu farei o que for possível pra passar o máximo de tempo com ele.

- E o seu amigo? - ela para por um instante e me olha paciente. - Esse que você não deixa de ver um único fim de semana, mas insiste em não revelar seu nome. Também arrumará um tempo para vê-lo?

Há um ano e meio, a Crystal tem se encontrado com um suposto amigo, e não fez questão nenhuma de nós dizer quem é. Mas é óbvio que o que ela sente por ele, vai além do sentimento de amizade. Eu fico feliz que ela esteja saindo com alguém que a compreende, e faz o tempo juntos valer a pena, e deixa seu sorriso ainda mais entusiasmado. Tudo o que uma mãe quer para seu filho, é esse constante estado de felicidade, mas admito que fico curiosa em saber quem ele é. E poderia já ter descoberto sem muito esforço, mas confio na Crystal, e no seu julgamento, e se ela acha que ainda não é o momento certo, não vou invadir sua privacidade.

- Ele é compreensivo. Sabe bem do quanto preciso desse tempo com meu pai. Ele sabe esperar. - ela volta a colocar mais algumas peças de roupas na pequena mala.

- E quando vou poder conhecê-lo? - questiono.

- No momento certo, mãe. - ela arqueia uma das sobrancelhas. - No momento certo.

- Está certo. - me levanto da cama. - Vou esperar pacientemente. - me aproximo dela e lhe dou um beijo no rosto. - Agora preciso ir ver o Henry.

- Tudo bem, mãe. Passo lá antes de sair, para dar um beijo naquelas bochechas gostosas dele.

- Ok. - finalizo já saindo do quarto dela.

Quando entro no quarto do Henry, ele já está acordado, de pé no berço.

- Oh! Como você é um rapazinho paciente, esperou calmamente pela chegada da mamãe. - sigo até o berço e o pego no colo.

- Mãmamama... - ele grunhe colocando seus bracinhos e volta do meu pescoço, e deitando a cabeça no meu colo.

- Sim. A mamãe já está de volta. E agora, está na hora de você, rapazinho, tomar um banho.

Apesar de já ter pouco mais de um ano, Henry ainda não formula fases totalmente compreensíveis. Isso não é algo que realmente me preocupa, mas eu gostaria muito que ele já pudesse me chamar de mamãe, ou pudesse pedir corretamente um abraço, beijo, ou um brinquedo. É natural uma mãe querer isso.

Coloco Henry sobre o trocador, e começo a retirar seu pijama de pequenas nuvens azuis, o preferido dele. Apenas de fralda, eu observo o sorriso dele, que se parece tanto com o do Antony, que chego a pensar que isso deve ser apenas pra me torturar dia após dia, e me fazer lembrar o erro que cometi de não ter lhe contado até agora que Henry é seu filho.

E pra piorar, a manchinha do lado esquerdo de sua barriguinha, se torna cada dia mais visível. Até a Crystal já comentou sobre ela, e ela sabe bem que a dela se trata de um sinal de nascença dos Moretti. Quando ela, ou qualquer outra pessoa assimilar uma coisa com a outra, eu terei muitas perguntas pra responder.

- Ah...- suspiro pensativa - a mamãe tá bem encrencada, Henry.

Ele sorri pra mim, exibindo bem a inocência de não ter ideia de como é estar no meu lugar. 




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