História Maze Runner - Small Evil Season 01 - Chapter Fifty Eight - My Precious Stone

Alguns dias depois...

Point of View of Thomas Daniel Anderson

Estava nervoso, já era o terceiro dia consecutivo enfiado no hospital. Nunca gostei de hospitais. Odiava seu cheiro, odiava sua comida, odiava pessoas de branco, odiava quartos que pareciam uma prisão! Odiava mesmo, com todas as minhas forças! Mas era inevitável, afinal, logo após o massacre na base do C.R.U.E.L havíamos tomado uma bela surra.

Consegui me livrar de ficar confinado lá, servindo de capacho para o maluco do Janson... Em termos, na verdade. Tia Scarlett estava em pânico ao sermos resgatados, anunciando que eu e minha prima permaneceríamos de castigo até completarmos 50 anos devido a mentira sobre a Austrália. Eu sabia que era mentira, que ela estava feliz por nossas vidas e já planejava um futuro brilhante para a filhinha na política após Charlie passar horas na Casa Branca, reunida com alguns figurões do governo.

Newt precisou fazer uma cirugia as presas após cair do Berg e ferrar com seus ossos. Segundo os médicos a operação tinha sido um sucesso, porém devido a gravidade da fratura, o aspirante a bad boy ficaria com uma sequela permanente na perna. Por pouco o loirinho não virou Kit Kat, o gato maneta da Charlie. Por falar em Charlie, ela estava amando o fato do namorado ser seu novo gatinho, agora manco.

O plano de resgate, apesar de algumas mortes, era o sucesso nas manchetes, jornais, revistas e talk shows. Finalmente minha prima teve seus bem mais extensos e divertidos 15 minutos de fama e Louis Tomlinson declarou publicamente seu amor por ela numa coletiva de imprensa emocionante, apresentando a nova música da banda dedicada a Srta. Grey. Harry Styles deu chilique em público ao “perder” seu macho para outra! Shawn Mendes fez o mesmo, Justin Timberlake também, Ashton Irwin, Ansel Elgort, Miles Teller e Theo James igualmente. Newt nem sonhava com aquilo. A lista de pretendentes da Srta. Grey era extensa, mas por uma estranha razão do destino minha prima amava aquele garoto fora dos padrões e eu achava aquilo perfeito!

Ela, Alby, Dr. Pattinson e Vince viraram a sensação dos noticiários após desmascararem o C.R.U.E.L, expondo ao mundo as atrocidades que eles cometiam lá. Enquanto lutava pela minha vida e a dos meus amigos, Rey e Vince conseguiram a atenção do FBI e do exército americano, que analisou as imagens, documentos, vídeos e áudios que Charlie e Minho conseguiram captar durante o tempo em que C esteve infiltrada lá, fingindo que jogava no time do mal. Fomos resgatados por uma tropa, que acabou rendendo e libertando o restante dos prisioneiros, sequestrados ou aliciados por Ava e Janson.

Jorge recebeu as devidas honras durante seu enterro. O presidente Obama fez questão de comparecer a cerimônia, prestando uma homenagem ao guerreiro morto. Obama também atendeu o pedido de Charlie, convencendo o diretor Stevenson a passar todos nós de ano. Charlotte estava impossível! (Um adendo para os curiosos sobre Anny: mesmo após uma cirgurgia de risco, numa cadeira de rodas, as ruivinha foi ao enterro e discursou belamente).

O hospital estava fervoroso no dia de hoje. Seattle Grace não tinha Merdith Grey, McDreamy ou Cristina Young, mas sim minha prima, eu e Minho. Sim! Minho estava vivo! Vivo! Vivo! O filha da mãe estava vivo, pois usara um colete a prova de balas dado por Alby, o que definitivamente salvou sua vida. (Mais um adendo: Anny prometera dar-lhe um soco pelo susto. Aprovo!).

Quanto a Kate, Benjamin e outros, não tivemos notícias. Os filhas da puta fujiram de medo.

Newt já tinha acorado da cirurgia, e Minho também, por isso a imprensa e o predidente Obama viriam hoje para o hospital condecorar toda a turma pela nossa bravura.

Voltando ao meu nervosismo, tudo se resumia a Anny e não a Barack Obama. Igualmente internada lá, a ruivinha teve que passar por uma cirurgia complicada após levar um tiro, mas estava se recuperando aos poucos. Ao entrar no quarto de manhã, estranhei Minho empoleirado na cama dela, assistindo “O Hobbit”.

—  Tá fazendo o que ao lado da minha mulher, seu folgado? —  provoquei o asiático.

—  Estou cansado de ser o único que fica sozinho naquele quarto. Joguei meu charme para a enfermeira e ela me deixou ficar aqui com Anny. —  sorriu feito uma criança. O sorriso se desfez ao levar o prometido soco. Não forte, mas completamente leve e brincalhão. Anny mostrou-lhe a língua.

—  Bom dia, princesa! —  beijei a testa de Anny com carinho, fazendo um cafuné em seus cabelos ruivos – Como se sente hoje?

—  Pronta para ganhar minha medalha e dar algumas entrevistas! —  ela riu, voltando sua atenção a Bildo Bolseiro na tela. Ela andava distraída devido aos remédios. Mas eu sabia que no fundo, Greene adoraria ter um pouquinho dos holofotes voltados para ela também.

—  Desde quando curte isso? —  perguntei irritado e impaciente olhando para a TV —  Newt te contaminou, certeza! Aquele Geek dos infernos! —  resmunguei rabugento.

—  Deixa de ser bobo, Anderson! Bildo Bolseiro é lindo e o filme é interessante, embora eu prefira o livro do Tolkien. Você me lembra o jovem hobbit! —  fez uma pausa, enrolando uma mecha do cabelo nos dedos. — Fora que, você não conhece meu lado Geek. Sou bem pior que Newt! —  emendou, dando uma risada gostosa.

—  Eu te lembro Bilbo, o hobbit baixinho e peludo? Qual é, Greene? Se dissesse: “Você me lembra Legolas”, okay, eu aceitaria. Forte, inteligente, sabe lutar, as mulheres amam ele... —  desafiei Anny.

—  Bildo é Bilbo. Aventureiro. Puro. Sagaz. Prefiro Bilbo. E ponto final. —  minha mal humorada cruzou os braços, com um bico perfeito no rosto.

—  AI MEU DEUS! —  Minho gritou do nada, fazendo cara de espanto. Seu corpo ficou ereto na cama e ele congelou a ação.

Eu e Anny olhamos espantados para a TV, pensando que se tratava de uma cena do filme, mas a cena que aparecia era de um simples jantar com um monte de anões feios, comendo feito porcos. Anny começou a respirar presadamente. 

—  O que houve, Minho? —  Anny perguntou ao notar o garoto com os olhos arregalados e a boca escancarada.

—  Fale alguma coisa, Minos! —  lancei em seguida, já preocupado.

—  VOCÊS QUEREM CALAR A BOCA, POR FAVOR! —  ele levantou um dedo, encostando o mesmo no ouvido esquerdo. Anny se encolheu. Ele começou a rir freneticamente, estabelecendo um monólogo —  Isso! Continuem assim! Pede só pra ele gemer um pouco mais baixo e não como uma putinha!...  Não, não, volte para o boquete.

Eu dei de ombros e Anny deixou escapar um risinho no canto da boca, corando em seguida. A palavra boquete trazia lembraças para nós dois. E, ah... Que boas lembraças!

Minho continuou —  Isso Charlie! Mais forte! Charlie! Charlie! Charlie! Eu vou gozar!!!!! —  disse irônico, rindo igual a uma hiena —  Sim, eu te escuto, garota. Sei o que está fazendo. Pobre Newt, você não consegue dar uma folga ao cara? — virou-se para nós, seus olhos estreitos e covinhas sobressaltadas na bochecha —  Ouço Charlie transando com Newt aqui no hospital!

—  MINHO!!!!! —  Anny franziu a testa, meio incomodada com a revelação. — Diga para Newt que goze bem, pois depois disso vou puxar-lhe a orelha! Não faz nem uma semana que ele fez a cirurgia! Não pode estar fazendo...

—  Ainda estou com o ponto, e ela também! Inacreditável isso. Acho que nunca mais vou tirá-lo de mim! —  disse sorridente apontando para a própria orelha, sem notar que cortou Anny. —  Cale a boca, Charlie. Volte a foder com seu namorado, porque isto está melhor que o RedTube —  voltou sua atenção a minha prima, que provavelmente estava histérica do outro lado do ponto.

—  Dá pra acreditar nisso? —  voltei minha atenção a Anny.

—  Minho é o irmão gêmeo da sua prima, com certeza... —  riu ela e me encarou curiosa, notando meu nervosismo —  Está tudo bem, Tom? – perguntou inocente.

—  Hm...—  gemi incomodado. Ela franziu a testa.

—  Thomas Daniel Anderson, o que está acontecendo? —  me pressionou, daquele jeito tenso e cruel que só Anitta era capaz de fazer.

Okay Anderson. Agora é a hora. Respire fundo. Você consegue. Não é tão difícil assim. Ela é só uma garota. A sua garota. Aquela que você quer passar o resto da vida junto —  divaguei na minha mente confusa, sorrindo amarelo para ela.

Sentei na cama e passei a tirar meus sapatos, deixando ela confusa. Anny me encarava curiosa, ignorando Minho que fazia um “HearTime”, versão puramente auditiva e promíscua do FaceTime, com Charlotte no ponto.

Virei de costas, sem dar a chance da ruiva captar o que eu estava planejando. Girei meu corpo após ajeitar algo preso no dedo médio do meu pé, esfregando ele na cara de Anny, que tossiu e teve uma leve ânsia.

—  Eca, Thomas! —  protestou dando um tapa no meu pé, tentando tirá-lo da sua face.

—  O que? Você não é apaixonadinha pelo Bilbo Bolseiro? Conviva com meu pé de Hobbit na sua cara, Anitta! —  falei ríspido, enfiando meu pézão peludo na fuça dela.

—  Anderson, pelo amor de Deus, tire esse pé da minha cara! —  protestou, lutando contra ele – Eu vou vomitar! – choramingou, entre alguns tapas. — Tommy, meu pontos! — apelou ela.

—  Veja Bilbo! Sinta Bilbo! Ame Bilbo! Case-se com Bilbo! —  pausei a guerra, arqueando a palma dele para cima, deixando estrategicamente o dedo médio na mira dos seus olhos, esses que agora brilhavam bem mais que o rubi adornado na alinça de ouro, preso ao meu pé.

—  Anitta Jolie Greene, aceita se casar comigo?

Anny arregalou os olhos e pude ver o quanto eles já estavam possuídos por lágrimas. Por um segundo virei a cabeça para o lado e Minho sorria, com sua orelha colada a centímetros da minha boca.

—  Tá ouvindo isso, Charlie? Hahahahaha! O putão de Seattle vai se casar! —  gritou animado para minha prima.

—  MINHO, VAZA!!! —  adverti, empurrando o asiático, que passou a ditar passo a passo do pedido para Charlotte, exigindo que ela viesse rápido até o quarto —  Desculpe-me, Anny. Onde estávamos mesmo?

—  No momento em que você me pedia em casamento, me promendo que vamos foder em todos os lugares e países possíveis e que vai me dar belos ruivinhos de olhos castanhos.  —  disse, fazendo-me sorrir em surpresa.

—  Claro que não, Anitta! Você é uma garota má. É a vadia que fodeu com a minha vida esse ano, deixando tudo uma verdadeira bagunça. Me irritou com essa sua bipolaridade. Me irritou com esse corpo provocante. Me irritou com essa sua mania de vingança. Me irritou por machucar Charlotte. Me irritou simplesmente pelo fato de existir! —  Anny fechou a cara, a ponto de chorar e dessa vez era de tristeza — Mas... você é a minha vadiazinha. Aquela que eu tanto amo e que sim, quero passar o resto da vida, até o fim dos nossos dias!

Puxei o anel do pé e busquei pela sua mão, deslizando a aliança para o dedo anelar. Encaixe perfeito. Isso porque nem precisei de Charlie para me ajudar a escolher.

—  Você se lembrou! —  Anny disse espantada, colocando a mão na boca, surpresa.

—  É óbvio que me lembrei. Toda vez que fecho os olhos vejo você com 10 anos de idade, respondendo a minha pergunta sobre com que tipo de homem gostaria de se casar.

—  Que me escute e me ame muito. E claro, que me dê um anel com um rubi lindo! —  dissemos juntos.

—  Esse Rubi é você Anny. Tão brilhante e preciso —  debrucei-me na cama, tocando seus lábios rubros com minha boca, colando nós dois em um beijo lento e saboroso. Anny mordeu meu lábio e afastou o rosto, dando-me um tapa meio forte.

— Isso por me assustar! — explicou, me beijando novamente. Não vou mentir, meu amigo em minhas calças se animou.

Ao fundo, palmas empolgadas faziam a sinfonia do nosso momento. Soltamos nossas bocas num riso inocente ao notar que Minho chorava feito uma criança e Charlie estava parada na porta, empurrando a cadeira de rodas de Newt. Ambos com semblante bobo, admirando aquele raro momento de paz em nossas vidas.

—  Eu sempre vou te amar, Anitta Jolie Greene! —  encarei a ruiva a minha frente, penetrando seu olhar esverdeado.

—  Eu sempre te amei, idiota! —  ela devolveu provocativa, mordendo os lábios. Em seguida, olhou para Newt daquele jeito que eu sabia que um dia olharia para nossos filhos quando fizessem besteira. — Newton August Greene, você sabe que não pode foder menos de duas semanas após a cirurgia! — começou, puxando a orelha dele. 

Aquela era minha garota. Minha Anny. Minha futura esposa. A mãe dos meus futuros filhos. Minha pedra mais preciosa!