História Maze Runner - Small Evil Season 02 - Chapter Twenty Three - Ups...

Point of View of Newton August Greene

Era segunda-feira e Anny seguiu cedo para a editora, já que seu chefe Andy tinha sumido nas últimas semanas, largando tudo nas costas dela pra variar. Melhor assim, queria aquele Peter Parker paraguaio longe da minha irmã depois de tudo que aconteceu.

Já faziam semanas que Thomas tinha largado tudo e sumido, enfiando-se na casa de Charlotte e Walker Davis em Londres após descobrir que minha irmã tinha traído ele. De vez em quando a morena dava sinal de vida, me contando como o primo andava, pedindo para Arthy falar com o pai pelo telefone ou facetime. Charlie não estava mais falando com Anny desde aquele dia em que apontou a arma na cara dela, acreditando que minha irmã fosse capaz de fazer algum mal para nosso relacionamento e principalmente nossa pequena Priya.

Eu andava bem confuso e distante, tentando entender quem seria capaz de fazer aquilo conosco. Eu nunca tive inimigos, tirando meus próprios pais já mortos, só que Charlotte muito provavelmente colecionava uma gama deles e todos deviam estar louquinhos para ataca-la.

Foi pensando nisso que quase me esqueci de levar Arthy para a escola, é estranho ter me tornado do nada uma espécie de figura paterna para ele, então após o café da manhã arrumei o ruivinho com um topete engraçado no cabelo e seguimos para de carro.

Como sempre meu afilhado ia animado no banco de trás brincando com seus ursinhos Bowie e Saylor.

- Tito New! Tita Chalie! Beijo! – ele gritava, ainda na esperança de algum dia unir nós dois.

- Um dia Arthy! Um dia! Quem sabe quando ela decidir voltar de Londres. Isso se já não estiver casada com aquele arrombado do Pandinha! – deixei escapar e me arrependi assim que Arthy começou a questionar o que era “alombado”.

- O qui é alombado, tito New?

Desejei Charlotte do meu lado tomando as palavras para ela. O que a maluca diria para o sobrinho? Pensei rapidamente numa saída para aquilo.

- “Alombado” é como o titio Newt vai deixar o novo namorado da titia Charlie; cheio de porrada na cara se ele não largar a minha garota! – esbavejei aumentando o som do rádio.

- Eeeeehhhhh! – o baixinho gritou no banco de trás, apoiando o titio a “alombar” a cara do Urso Panda.

Estávamos tão empolgados cantando The Wiggles que sem querer passei a entrada da rua da escola, que obviamente era contramão, definitivamente não entendo esse trânsito confuso de Seattle. E pelo trânsito aquela hora da manhã, sem chance de dar a volta no imenso quarteirão e deixa-lo na porta.

- Você não se importa de andar só um pouquinho com o bonitão aqui pela rua, certo? – Arthy fez uma careta, como se estivesse protestando – Não me olhe assim! São uns 400 metros. Você está gordinho! Precisa fazer um exercício cara! – disse encostando o carro numa área mais afastada, concluindo – E além do mais, faremos sucesso daqui até a porta da sua escola. As gatinhas vão amar esse seu topete espetado e minha camiseta nova do The Cure!

Eu empolgado como um adolescente. E ele com sono, quase me ignorado, como Anny teria feito comigo. Gênio do caramba.

Desci do carro e fui tentar tirá-lo da cadeirinha de 3734564545 fechos e botões de segurança.

- Maldição, por que não fazem uma coisa mais fácil? – protestei irritado. Essas coisas de criança me irritam.

- Tito New, no, no, no! – Arthur me repreendeu por ter dito maldição, batendo dois dedinhos na minha boca. Tinha vontade de mordê-lo de tão gostoso que era.

- Desculpe parceiro. Erro meu. Mas não conte para sua mãe, okay? Se não ela vai me escalpelar vivo e vender minha pele no Ebay!

- O que é “ecaupelar”, tito New? – Arthy indagou como sempre curioso.

- É quando a mamãe bate forte em mim por ser um menino malvado, que fica falando palavrão na sua frente! – Ahhhh, muleque! Eu tava ficando craque nas respostas! Queria ver se a Srta. Grey era mais rápida que eu no gatilho.

Arthy concordou com a cabeça e finalmente parou quieto para eu soltar a porra do cinto dele. Retirei o pequeno da cadeira e deixei ele ao meu lado na calçada, enquanto tentava pegar sua mochila e Saylor, que havia caído em baixo do banco.

Foi aí que tudo desmoronou e eu nem sei por onde começar...

Senti uma forte pancada na cabeça e caí no chão do carro, enquanto Arthy tinha seus gritos abafados por alguém.

- Tito New, socolo!!!!! Me soltaaaa!

Tentei me levantar e ir até ele, mas recebi uma nova pancada, dessa vez na costela, fazendo-me ver estrelas e perder o ar dos pulmões. A dor era insuportável, mas não mais do que escutar os gritos de Arthur, provavelmente sendo levado por alguém.

Ainda consegui virar o pescoço para trás a tempo de ver meu afilhado ser jogado com força dentro de uma van branca, por uma pessoa totalmente de preto e touca no cabelo. No meu terceiro movimento para tentar reagir, o cano gélido de uma arma acertou a minha nuca, apagando de vez as chances de ir correndo atrás do meu sobrinho.

Eu sinto muito Anny...

Acordei horas depois no hospital com Dr. Pattinson ao meu lado, preocupado. Sua feição não era uma das melhores e o fato de estar preso numa cama cheias de fios e um cateter na veia me fez gelar.

- O que aconteceu? – perguntei confuso, sentindo minha cabeça latejar. Ajeitei o corpo na cama desconfortável, encarando-o.

- Você levou uma coronhada na nuca e ficará um pouco desorientado. Arthy sumiu – ele disse, cruzando os braços, olhando impaciente para o relógio.

- Anny já sabe o que aconteceu? – perguntei preocupado, acho que mais com medo de morrer por causa da reação da minha irmã.

- Não. Apenas disse para ela que você tinha passado mal e estava no hospital. Ela está vindo. Você teve sorte, Newt. As testemunhas disseram que o agressor que estava trás de você quase puxou o gatilho. Graças a Deus uma mulher gritou na hora, assustando seu algoz.

- Merda! – comecei a chorar na hora. Ah, que se dane, eu choro mesmo! – Anitta vai me matar.... – murmurei soluçando.

- Ah sim, ela vai sim! – Dr. Pattinson ajudou a piorar a situação, até que minha irmã surgiu como um furação no quarto, já gritando descontrolada.

- Onde ele está Newt? Diga que deixou ele na escola e que está tudo bem com meu filho! – clamou debruçada no leito hospitalar, arregalando seus olhos verdes, me pressionando.

- Bem... É que... – foi só o que consegui falar.

Quando pensei em pronunciar a segunda palavra, Ann já tinha enfiado um tapa na minha cara.