História Me apaixonei pela morte - Intimidar

Era de manhã cedo, mas o clima estava um pouco "pesado" entre os três na sala da casa da ruiva.

- Não acho que seja uma boa idéia...- Disse Renji desviando o olhar para um lado.

- Eu concordo com Renji, não acho que já esteja na hora disso.- Rukia desviou o olhar para o outro lado.

Orihime encarava os dois, colocava as duas mãos em sua cintura e fazia bico.

- Eu quero voltar a estudar!- Gritou ela.

A ruiva já não aguentava mais ficar em casa, sem ir para a escola. Ela não queria mais copiar as lições de Renji e Rukia, queria ela mesma ir para a escola e fazer suas tarefas.

Mas, Renji e Rukia sabiam que as coisas ainda estavam quentes na escola, os rumores ainda estavam por lá, não queriam que Orihime se machucasse por causa deles, não de novo.

-Hime, acho que ainda não está na hora de você voltar, sabe? As pessoas... Elas...- Rukia olhou para ela preocupada, e um tanto hesitante.

- Eu não ligo para o que as pessoas vão dizer! Eu não preciso delas para seguir a minha vida mesmo.- A ruiva cruzou os braços.

-Hime...- Renji respirou fundo e depois olhou para ela. -Tudo bem!-

-Renji?!- Rukia olhou para ele surpreso.

-Se ela quiser ir, deixa ela ir! Vamos estar junto dela, qualquer coisa eu meto a porrada em alguém.- Ele dizia socando o ar algumas poucas vezes.

-Ah! Sabia que você estaria do meu lado!- Orihime sorria com certa animação ao ver que Renji estaria apoiando sua idéia.

-Vocês dois... Realmente, às vezes, vocês são iguaizinhos.- Rukia suspirou e se deu por vencida. -Vamos para a escola.-

-Eu já volto!- Disse ela saindo correndo até o quarto para se arrumar.

Já tinha feito quase um mês que ela não iria para a escola. Ela sabia mais que ninguém que os rumores não tinham cessado, mas ela não iria perder o ano letivo por causa deles, ela não iria mais ligar para eles.


E ele estava preocupado, estava sentado no trono ao lado de seu pai, não podia deixar de transparecer sua ansiedade pelas vezes que batia a sua longa unha no trono, causando um barulho um tanto incômodo.

-Ulquiorra.-

O moreno parou de fazer aquele barulho com sua unha, logo olhou para o lado, para o seu pai.

-Sim?- Respondeu ele.

-O que está lhe causando tamanha inquietação?- Aquela caveira virava o rosto para olhar o seu único filho.

Ulquiorra ficou em silêncio por alguns segundos, depois fechou os olhos dando um longo suspiro.

-Pai... - Ele lentamente abria seus olhos. -Os humanos... Por que eles destroem a vida uns dos outros?-

O Rei ficou surpreso pela pergunta do filho, sempre soube que ele desprezava os humanos, então, a curiosidade sobre eles... Nunca esperou que logo "ele" pudesse ter isso.

-É por causa da humana que salvou?- O Rei fazia uma certa suposição.

Novamente, Ulquiorra permaneceu em silêncio.

-O silêncio também é uma resposta, sabia?-

- Eu apenas estou...- Ele parava de falar assim que não conseguia definir em palavras o que ele estava sentindo.

-Preocupado?-

Ele arregalou de leve os olhos, a palavra que seu pai acabou de dizer, ela parecia se encaixar direitinho no que ele estava tentando dizer.

- Eu sei o que você anda fazendo.- O Rei encostou sua mão no rosto. -Sabe, humanos são frágeis... Qualquer erro, eles podem simplesmente quebrar em suas mãos, então, tome cuidado.-

-O que... Eu deveria fazer?- Perguntou o moreno para o pai.

-Deveria cuidar dela.-

-E como eu faço isso?-

Por mais que o rosto junto do corpo do rei fosse simplesmente uma caveira, suas expressões faciais eram bem óbvias e nítidas.

- isso...- Ele deu um leve sorriso no rosto. -Apenas você pode descobri como.-

Logo um dos servos chegavam, parecia trazer mais trabalho para o rei daquele mundo.

Ulquiorra se levantava de seu trono para ir embora e deixar o pai trabalhar em paz.

-Ulquiorra.- O Rei chamava novamente o nome do filho.

Ele parava e olhava novamente para o pai.

-Não deixe o que aconteceu no passado influência suas decisões no futuro.- Disse o rei.

Ele estava se referindo a mãe humana do mesmo, estava preocupado que o moreno fosse tomado pelas coisas que aconteceram no passado em relação à ela.

Ulquiorra abriu a boca de leve, parecia que ele estava mais aliviado agora.

-Obrigado, meu pai.- Disse Ulquiorra antes de ir.

O Rei, Baraggan Louisenbairn, não pôde deixar de sentir um certo orgulho de seu filho, da única coisa que a mulher que sempre amou deixou para ele antes de partir. Sabia que o filho não se deixaria intimidar pelo seu passado.


Orihime estava se esforçando ao máximo para ignorar todo tipo de rumor, ela não dava ouvidos ou fingia que as pessoas que espalhavam isso nem existiam.

Renji e Rukia sempre ficavam perto dela, não deixavam ninguém se aproximar dela, ninguém com segundas intenções.

-Eu preciso ir até o banheiro rápido.- Disse Orihime se levantando de sua cadeira.

-Eu vou junto.- Disse Rukia se levantando.

- Eu também vou.- Disse agora Renji.

-Eh?- Rukia e Orihime olhavam para ele confusa.

-Que foi?- Renji balançava seus cabelos ruivos e fazia um certo "charme". -Tem preconceito, é?- Ele fazia uma voz fina.

Ambas caíam na gargalhada com o ato do mesmo, Renji podia ser bem palhaço às vezes.

- Eu agradeço.- Orihime falou limpando algumas lágrimas com o dedão, ficou rindo até quase chorar. -Mas eu vou sozinha, é logo ali, e também vocês estão fazendo atividade agora, certo? Nada de ruim vai acontecer.-

Orihime se virou e acenou para eles, logo depois saiu correndo em direção ao banheiro. Ela só não podia imaginar que ainda teriam a audácia de mexer com ela.

Na porta do banheiro, a ruiva escutou as garotas falaram mal dela, de como ela fez todo aquele show apenas para chamar a atenção. Mas ela prometeu que não iria se deixar abalar! Ela entrou no banheiro ignorando todo tipo de coisa, as garotas que estavam lá tomaram um susto com a chegada dela.

Ela foi no banheiro apenas para se ver no espelho, se sua situação estava péssima, se dava para perceber que ela estava mal.

-É...- Ela sorria para si mesma. -Nada mal.- Pensou ela, depois saiu foi do banheiro, mas foi seguida pelas mesmas garotas que estavam com ela.

-Ei, está nos ignorando por acaso?- Perguntou uma delas ao segurar o ombro dela. -Está se fazendo de importante agora? Só porque o Kurosaki te pediu desculpas?-

Orihime olhou para aquela garota totalmente confusa. Tinha algum rumor de que ele tinha pedido desculpas para ela? Sério? Foi ele mesmo que falou isso?

- Eu não sei do que você está falando, mas agradeceria se você tirasse essa sua...- Orihime apontou para a mão dela que estava em seu ombro. -"Coisa" do meu ombro.-

-O que?!-

Aquela garota estava pasma com a atitude da mesma, não só ela, as outras garotas que estavam atrás dela também.

Orihime parecia completamente calma por fora, mas por dentro estava nervosa, muito nervosa!

-Se o Ulquiorra não tivesse me ensinado a como agir de maneira indiferente... Eu estaria em apuros!- Pensou ela.

-Olha aqui... Você não ouse pensar que...- A garota se calava quando uma grande sombra aparecia atrás de Orihime.

Todas ali estremeceram, logo depois se afastavam devagar e depois saíam correndo.

-Hum? Minha atuação foi perfeita?- Pensou Orihime, mas depois se deu conta de que alguém estava atrás dela.

-Você...-

Ela se virou e deu de cara com uma pessoa que parecia mais um gigante. Orihime não se assustou de imediato, mas ficou um pouco hesitante em perguntar quem era.

-Deixou isso cair.- O moreno esticava a mão, onde estava um lenço rosinha nele.

-Ah! Meu lenço!- Ela pegou o lenço. -Obrigada!- Ela agradeceu ele com um leve sorriso.

No fim, ela não se deixou se intimidar muito pela aparência do moreno, ele era o dobro do seu tamanho, mas parecia ser bastante gentil.

-Chad!!- Gritava um garoto de cabelos negros, e usava óculos.

Ele corria em direção aos dois.

-Oe... Não saía correndo assim! Sabe que aqueles garotos queriam confusão, certo?- Disse ele, mas logo depois se dava conta da garota presente. -Você é...-

Por algum motivo, Orihime se sentiu familiarizada com aqueles dois, mas não sabia o motivo. Mas ela gostaria de criar algum laço de amizade com eles.

- Eu sou Inoue Orihime! Olá.-

Tudo que Ichigo tinha tomado de si, tudo estava voltando aos poucos para ela.