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História Medo de Amar (Hiatus) - Capítulo 3


Escrita por: sapatroas

Capítulo 3 - Capítulo 3


Alguns dias se passaram sem que Rafaela e Montenegro se vissem ou mesmo se falassem, desde que os dois passaram a noite juntos, ela estava furiosa e magoada, não esperava uma atitude dessas vinda do advogado e experimentou uma sensação horrível, a de não tê-lo ali ao seu lado praticamente todos os dias, ainda mais depois de tudo que aconteceu 

— Psiu! 

— Oi filha, entra 

— Cê tava chorando? 

— Não, foi a maquiagem que irritou meu olho. Tá tudo bem, Ana Cláudia, imagine – forçou um sorriso 

— Mãe, não precisa mentir pra mim, nós não somos amigas? 

— Claro, meu bem 

— Tem a ver com o Montenegro né? Ele não aparece mais, você quer que eu fale com ele? 

— Não, minha filha. Deixa que isso a mamãe resolve. Me abraça um pouquinho? 

— Vem cá 

As duas ficaram ali naquele aconchego. 

— Ana Claudia, o Luiz Paulo está lá embaixo 

— Vai, minha filha. Não deixe seu noivo esperando. Eu já estou melhor 

— Tá bem, mas estou de olho na senhora. 

Rafaela riu da preocupação da filha, a jovem se despediu das duas e foi embora. 

— Alguém me telefonou, mamãe? 

— Você quer dizer, o doutor Montenegro? 

— É mamãe, esse biltre safado, ele mesmo 

— Não, minha filha 

— Por que esse desgraçado está fazendo isso comigo? A minha vontade é de ir lá naquele escritório falar tudo que está entalado aqui 

— Por favor, Rafaela. De jeito nenhum, você não vai se rebaixar dessa forma. Lá tem a secretária, o próprio Dr. Serra, não fica bem. 

— E a senhora acha que eu tenho que deixar tudo por isso mesmo? Não posso, mamãe. Eu preciso entender o que está acontecendo. Será que ele se arrependeu? Será que eu fiz algo de errado? E se ele tem outra como o Herbert? 

— Calma minha filha, vai ver, o escritório está com muitos problemas. Só quem trabalha ali é ele, aquele sócio não faz nada 

— Mamãe, telefone existe pra essas coisas, ele está me evitando, não consigo encontra-lo em lugar nenhum. Cachorro, nem pra ter coragem de me falar na cara. Deve estar saindo com aquela secretária. Que ódio 

— Por que você não fala com a Zilda? Talvez ela possa te ajudar 

— Que Zilda, aquela traidora. Me enganou durante todo esse tempo. A alfa 3 bem aqui debaixo do meu nariz 

— Ah Rafaela, isso é passado. O Herbert está morto, a Zilda errou, mas ela sempre ficou ao seu lado 

— Grandes coisas – deu de ombros – enquanto isso a minha testa ficava pesada né?  

— Eu estive com ela, ela está muito arrependida 

— Ela perguntou de mim? 

— Sempre. Eu posso chama-la aqui e você conversam de uma vez para resolver esse assunto 

— Não, deixa eu pensar. A senhora acha que isso vai dar certo? 

— Claro, vocês conversam pacificamente e põe uma pedra de vez no assunto. Não deixe uma amizade se estragar por conta de homem 

— É, a senhora tem razão e eu sinto tanto a falta da Zilda, apesar de tudo.  

— Então eu vou ligar 

— Pro Montenegro? 

— Não, Rafaela. Pra Zilda 

— Ah sim  

* 

Até Silvana tinha achado o chefe meio pra baixo esses dias, totalmente diferente do habitual. Ele parecia tão triste e distante, até ofereceu um dos seus remédios homeopáticos, mas de nada adiantou, o homem parecia sem vida. 

— Montenegro e Serra Advogados, pois não 

— Eu gostaria de falar com o Dr. Montenegro, é Ana Cláudia Alvaray 

Ele fez um sinal para indicando que não estava para ninguém 

— No momento, ele não está, saiu para o fórum 

— Ah entendo, você deixa o recado para ele me telefonar assim que chegar? 

— Claro que sim, já está aqui devidamente anotado. Passar bem. 

— Quem era, dona Silvana? 

— Era a filha de dona Rafaela Alvaray, a Ana Cláudia 

— Tudo bem, a senhora pode ir 

— Está bem, até amanhã 

— Até 

O advogado levou as mãos à cabeça em plena exaustão, precisava se atolar no trabalho ou enlouqueceria, nem mesmo seus comprimidos para dormir estavam fazendo mais efeito. Doía tanto ficar longe dela, Cláudio havia deixado claro, ele tinha que manter distância da casa de Rafaelaou iria pagar por um crime que não havia cometido. Ele precisava investigar se aquela questão de os dólares estarem no seu nome era realmente verdade. Ascendeu um cigarro para continuar a ler os processos, até que o sócio chegou 

— Montenegro como você está acabado! O que houve? 

— Boa noite pra você também, Cláudio? 

— Veja como eu estou charmoso. Nós vamos sair 

— Sair pra onde? 

— Pra casa da Rafaela, ela nos convidou. Na verdade, a Rosemere está lá e eu quero evitar uma situação constrangedora, então você vem comigo 

— É... é, melhor eu não ir 

— Claro que não, é uma excelente chance de você conversar com ela sobre mim 

— Conversar com quem? 

— Com a Rafaela, Montenegro. Sobre mim e ela 

— Cláudio, eu não posso fazer muito por você e lembre-se que foi você mesmo quem exigiu que eu me afastasse de lá 

— Eu sei o que estou fazendo. Não percebe que você é meu escudo, Rafaela e Rosemere estão contra mim, não sei o que me espera, com sua presença as coisas ficam mais fáceis e de quebra, você pode perguntar o que a Rafaela sente por mim. Eu ando desconfiado de que ela está interessada em alguém, o que você acha disso? 

— Bem, bem, eu não sei nada da vida particular da Rafaela. Não vai dar mesmo para ir 

— Por que você está fugindo de lá? Aconteceu alguma coisa? 

Montenegro sentiu suas mãos ficarem levemente geladas e riu de nervoso 

— Mas que bobagem, Cláudio. Não aconteceu nada, o que haveria de acontecer? 

— Então nós vamos, até porque isso não foi um pedido, é uma ordem. Não se esqueça, Montenegro, a qualquer momento eu posso ligar para o banco central e fazer a mágica acontecer. 

O advogado se viu completamente sem saída.  

— Eu preciso passar em casa ainda 

— Tudo bem, nós ainda temos um tempo, mas seja breve 

* 

Rafaela tentava tranquilizar Rosemere a respeito da perda do dinheiro 

— Ânimo, Rosemere. Nem eu quando perdi tudo chorei tanto quanto você, nós vamos dar um jeito, não se preocupe 

— Ah, Rafaela você é mais forte que eu.  

— Esse Doutor Cláudio vai precisar te dar alguma compensação, não pode ficar por isso mesmo 

— Eu não quero nada dele pra não dever favor 

— Rosemere seja pobre, mas não seja burra, a culpa foi dele. 

— Nem tanto, se eu não tivesse despedido o Luiz Paulo, isso não teria acontecido 

— É verdade e nem eu teria melhorado nos negócios. Olha, não importa, você confiou nele, achou que ele fizesse um bom trabalho. Ó acho que ele chegou 

Rafaela e Claudio se cumprimentaram cordialmente com sorrisos, quando ele se afastou para falar com Rosemere, a mãe de Teddy quase teve um susto ao ver Montenegro ali, não tinha o convidado e achou um tremendo desaforo ele aparecer ali como se nada tivesse acontecido. Respirou fundo, fingindo estar tudo bem, para ele nada foi mais gélido do aquele olhar dela, se sentiu tão pequeno, tão indigno de estar ali, algo que não precisava de palavras, somente eles entendiam 

— Vai parado aí na porta Montenegro? 

— Claro que não, Cláudio. Boa noite... Rafaela 

— Resolveu aparecer agora, podia continuar sem vir – falou por entre os dentes 

— Calma, Rafaela 

Sem apertos de mão, sem beijo na bochecha, sem aquela familiaridade que existia há poucos dias. 

— Sentem-se, por favor. Aceitam algo para beber? 

— Boa noite, dona Rosemere. Como vai? – ela sorriu sem se preocupar muito com o que estava se passando 

— Boa noite, doutor Montenegro. Não vou muito bem não, agora que vou voltar pra pobreza por culpa de uns e outros 

— Eu aceito um licor, Rafaela 

— Está bem, Cláudio. E você, Montenegro? 

— Um copo com água já está bom 

— Seu licor 

— Obrigado, Rafaela. Você como sempre muito amável 

— Que isso, Cláudio. E água para o doutor Montenegro 

As mãos deles se encostaram levemente, tanto ele, como ela lembraram, mas Rafaela se afastou rápido para a tristeza do advogado que sentiu falta do calor da pele dela. 



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